Muitos conhecem a máxima "do pó viemos e ao pó voltaremos", mas nos Estados Unidos cada vez mais pessoas acreditam que este processo de voltar à terra deveria ser muito mais respeitoso com o meio ambiente.
Os enterros naturais - aqueles que procuram eliminar a utilização de caixões e de produtos químicos nas técnicas de embalsamamento - estão ganhando popularidade nos EUA graças ao auge da "febre" verde. "A demanda está aumentando à medida que as pessoas se informam mais sobre a questão", disse Joe Sehee, presidente da organização Green Burial Council, dedicada à promoção dos enterros ecológicos. Sehee afirma que os cidadãos americanos estão percebendo que podem conseguir o tipo de enterro que eles querem, sem gerar poluição.
Uma recente pesquisa da Associação de Aposentados dos EUA (AARP), um grupo com mais de 35 milhões de membros, indica que 21% das pessoas com mais de 50 anos prefere um tipo de enterro ecologicamente correto. Segundo dados do Green Burial Council, nos enterros tradicionais dos EUA são usados a cada ano 82 mil toneladas de aço, cerca 2.500 toneladas de bronze e cobre e 1,4 milhão de toneladas de cimento - usado para manter o formato dos túmulos.
Os processos de embalsamamento representam resíduos de até 3,1 milhões de litros de fluídos de formol, substância que a Agência para a Proteção do Meio Ambiente dos EUA (EPA) qualificou de "provável agente cancerígeno". Este componente pode acabar se infiltrando até nas águas subterrâneas e também representa um risco para os trabalhadores das funerárias, afirma o "Green Burial Council".
A alternativa é voltar à terra da forma mais natural possível, sem caixão ou embalsamamento, uma opção que, por enquanto, só é possível em alguns cemitérios americanos.
"Estamos trabalhando com os responsáveis dos cemitérios, mas atualmente menos de 5% do total oferece a opção de um enterro ecológico", disse Sehee. Um enterro "verde" pode ser também muito mais econômico para os parentes dos mortos. Enquanto em um funeral tradicional apenas um caixão pode custar cerca de US$ 8 mil, os enterros ecologicamente corretos custam entre US$ 300 e US$ 4 mil, dependendo do preço do solo onde se decida repousar eternamente. Segundo Sehee, este tipo de enterro é também mais lucrativo para os cemitérios do que as cremações, alternativa preferida por muitos. Para aqueles que acreditam que ser enterrado sem caixão seja muito frio, uma boa opção são os modelos biodegradáveis, que acabam de ser colocados à venda no mercado americano.
A Natural Burial Company é uma empresa dos EUA que importa caixões biodegradáveis da Europa - como o "Ecopod", construído com papel reciclado, ou o modelo de madeira "Everybody Coffin", cuja simplicidade lembra os caixões dos camponeses da Idade Média. "Atualmente estamos nos concentrando no 'Everybody Coffin', pois o consideramos uma solução sensível para as necessidades dos enterros verdes e das cremações limpas", explicou Cynthia Beal, porta-voz da Natural Burial Company. Embora não apresentem números concretos, a empresa diz que espera vender este ano um grande número de caixões biodegradáveis, como os modelos em madeira, papel reciclado e vime.
Fonte: EFE
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