quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Observatório Nacional instala rede para monitorar terremotos

Projeto tem parceria com a Petrobras

O Observatório Nacional (ON/MCT) está implementando um projeto que resultará em uma rede sismográfica para monitorar a atividade sísmica, ou seja, os tremores de terra, no Brasil. Inicialmente, a rede terá 11 estações instaladas nas regiões Sul e Sudeste, que concentram a maior parte da população. No futuro, o projeto deve ser estendido por todo o País.

A fase de implantação começou em janeiro e está prevista para durar dois anos. Ela consiste na colocação dos sismógrafos em áreas militares, por questões de segurança dos equipamentos, além de localizadores GPS e gravímetros, que são instrumento para determinar a intensidade e a direção do campo gravitacional da Terra, em um dado ponto de sua superfície. Para obter os R$ 6,1 milhões necessários para o projeto, o ON fez uma parceria com a Petrobras, que, de forma legal, deve investir em pesquisas científicas 1% da receita obtida com a exploração de poços petrolíferos. Entre 2007 e 2009, isso deve se traduzir em R$ 2 bilhões destinados pela empresa para projetos como a rede sismográfica.

A estatal também tem interesse na rede porque os abalos sísmicos, no Brasil, são muito mais comuns do que se pensa. A maior parte deles, contudo, é imperceptível. Ainda assim, o fenômeno representa risco, por exemplo, para as plataformas de extração. "Além da questão da segurança da população e das plataformas, os dados sismológicos poderão ser utilizados para se obter, como em medicina, uma tomografia de até centenas de quilômetros no interior da terra. Isso permite um avanço no conhecimento geológico da crosta e litosfera sob o território nacional, que ajudará a entender a evolução do planeta e das bacias sedimentares", explica Sergio Luiz Fontes, diretor do ON.

No Brasil estão só 10 das seis mil estações sismográficas do mundo. A falta de equipamentos para conhecer mais o assunto por aqui disseminou a crença de que o País estaria livre dos abalos. Mas a destruição do povoado de Caraíbas, em Minas Gerais, este mês, lembrou a todos que isso não é verdade. Com 4.9 pontos na escala Richter, esse terremoto nem foi o de maior magnitude já registrado no Brasil. Em 1955, dois tremores, um em Mato Grosso e outro no Espírito Santo, chegaram a 6.2 pontos, mas não causaram danos ou vítimas porque seus epicentros foram em áreas desabitadas.

Fonte: Observatório Nacional

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