Fabrício Escandiuzzi
A presença de milhares de exemplares da espécie de caranguejos-uçá (Ucides cordatus), assustou a comunidade de um dos maiores destinos turísticos do sul do Brasil. A secretaria do Meio Ambiente da cidade precisou convocar funcionários e até mesmo voluntários para ajudar e recolher os animais e devolvê-los ao seu habitat. O aparecimento num primeiro instante foi atribuído às enchentes que castigaram a região Sul e teriam expulsados os caranguejos do mangue. Mas os técnicos da prefeitura informaram que se trata de um fenômeno conhecido como "andada", quando os caranguejos sobem à superfície para o acasalamento da espécie. Mas a presença deles acabou tomando uma proporção bem maior do que o considerado normal e fez com que a prefeitura criasse às pressas a "Operação Caranguejo".
Dois mil animais já foram recolhidos. "A grande maioria teve que ser recolhida e devolvida a seu habitat natural, que é o o mangue", disse a secretária do Meio Ambiente, Carin Dorow. O caranguejo-uça é considerado um dos mais importantes para o ecossistema dos manguezais, ocorrendo praticamente em todo o litoral do País, do Amapá até Santa Catarina. Ele se alimenta das folhas velhas e amareladas que caem das árvores do manguezal e as devolve digeridas como nutrientes ao ecossistema.
O problema, segundo informou a oceanógrafa Patrícia Zimmermann, é que os caranguejos ficam "desconfortáveis" na faixa de areia, pois não são adaptados ao ambiente marinho. "Os siris, por exemplo, possuem o último par de patas adaptados à natação", diz. "Os últimos quatro pares de patas dos caranguejos possuem unhas e não conseguem enfrentar o movimento das ondas do mar". Segundo a prefeitura, a "invasão" será combatida ainda na próxima semana e os animais devolvidos aos mangues. Infelizmente, mesmo voltando ao habitat natural, centenas deles não conseguem sobreviver depois de horas na areia.
Fonte: Redação Terra
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