Roberto do Nascimento
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) fez uma pesquisa com os principais bancos que atuam no Brasil para detectar, entre outros fatores, o compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Foram consultados ABN Amro Real, Bradesco, Banco do Brasil, HSBC, Itaú, Unibanco e Caixa Econômica Federal. Os bancos foram questionados sobre a existência de políticas voltadas ao meio ambiente e à sustentabilidade ambiental. O objetivo foi identificar a preocupação dos bancos em relação ao tema, tanto do ponto de vista de suas ações como dos tipos de iniciativas que financiam.
O banco mais bem classificado foi o ABN Amro Real, que obteve nota 4 em políticas de meio ambiente e consumo sustentável e nota 3 em critérios socioambientais na concessão de crédito. Foi seguido do Bradesco e Itaú, com nos 3 nos dois quesitos. O Banco do Brasil e o HSBC ficaram em quarto lugar (com 2 e 2), à frente da Caixa Econômica (2 e 1). O Unibanco recebeu notas 1 e 2 e o Santander apenas 1 em cada quesito. O ABN Amro Real informou que possui um sistema de gestão ambiental com certificação ISO 14.001, na sede administrativa do banco, e realiza ações pontuais, como coleta seletiva e atividades de ecoeficiência, além de adotar compromissos com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável nas relações com clientes e fornecedores.
O Itaú informou que está trabalhando no desenvolvimento de sua política de sustentabilidade e lançando sua política socioambiental para o crédito. Também afirmou desenvolver algumas ações de conscientização de seus trabalhadores sobre o tema.
A Caixa Econômica Federal também não possui uma política específica de meio ambiente, apesar de mencionar ações sobre esse tema. A CEF está buscando incorporar critérios socioambientais para as relações com os fornecedores e para as licitações das empresas, lembrando que o processo para compra de materiais e contratação de serviços é distinta, por se tratar de uma empresa pública. Ou seja, a CEF tem a prerrogativa de ser o banco de fomento do desenvolvimento nacional, diferente de todos os outros analisados, e nesse ponto em particular não há como comparar programas políticos específicos. A exemplo de alguns programas mencionados pela instituição, destacam-se: revitalização de sítios históricos e metodologia de avaliação para áreas suspeitas de contaminação para fins habitacionais.
No caso dos bancos que informaram ter políticas ambientais (BB, Bradesco, HSBC, Santander e Unibanco), observa-se que as ações mais adotadas são as vinculadas a procedimentos já disponíveis no mercado, isto é, utilização de papel reciclado, reutilização de cartuchos de impressoras, coleta seletiva de resíduos e uso racional de energia elétrica. Embora não sejam desprezíveis, a maioria das ações é restrita e de caráter interno. Poucas ações são estendidas aos clientes dos bancos ou aos prestadores de serviços e fornecedores. Nos casos de ações que podem ser aplicadas também pelos clientes, tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas, faltam programas de incentivo, tais como:
1) às práticas de coleta e reciclagem de materiais;
2) ao reaproveitamento da água e outros recursos naturais;
3) à devolução de materiais que contaminam o meio ambiente aos fabricantes, como lâmpadas de mercúrio, pilhas, baterias etc;
4) aos fornecedores e prestadores de serviços para que adotem políticas semelhantes;
5) à racionalização do uso de energia, entre outras práticas.
A íntegra da pesquisa pode ser encontrada no site do Idec, www.idec.org.br.
DiárioNet
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