terça-feira, 11 de março de 2008

Pesquisadores prevêem cheia no Amazonas em 2008

O ano de 2008 deverá ser marcado por fortes chuvas no Amazonas, que pderão causar prejuízos à agricultura, pecuária e a moradores do Estado. O alerta é de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), em parceria com o Instituto Max Planck da Alemanha.

De acordo com o pesquisador do Instituto Max Planck de Química (departamento Biogeoquímica), Jochen Schöngart, a previsão é de que as águas dos rios atinjam cerca de 29,18 metros acima do nível médio do mar. Segundo o estudo, a cheia pronunciada será provocada pela grande quantidade de chuva que cai na cabeceira da Amazônia Ocidental, e que tem como causada o fenômeno La Niña, que está persistente no Pacífico Equatorial. De acordo com o levantamento, podem ocorrer perdas em lavouras de mandioca, bananas, fibras e também para pecuária. É possível que o gado tenha que ser removido para áreas mais elevadas ou para marombas, construção de madeira onde os animais ficam durante a cheia. "Caso contrário, é possível que a cheia cause prejuízos para o rebanho ou doenças", avisa.

No entanto, Schöngart ressalta que as chuvas poderão favorecer a extração de madeira que ocorre áreas alagadas. De acordo com ele, as toras de árvores derrubadas dentro de planos de manejo, como na Reserva Mamirauá, somente podem ser arrastadas quando as florestas estão suficientemente alagadas.

Monitoramento

Os acompanhamentos são feitos há três anos, semestralmente, e utilizam com base os dados oceanográficos do Pacífico ou o Índice da Oscilação Sul (SOI). Também são utilizados como referência os níveis do rio no mês de fevereiro. Schöngart diz que no ano passado a cheia prevista foi de 28,18, enquanto a observada foi um centímetro a menos e, em 2006, a diferença foi de 3 centímetros. "A porcentagem de erro é de cerca 30 centímetros a mais ou a menos", observa.O cientista alerta que o objetivo da pesquisa é divulgar as informações para Organizações Não Governamentais (ONGs), Institutos e para o Governo do Estado. A idéia, segundo ele, é que os representantes públicos possam usar as informações para tomada de decisão. "Queremos estender as pesquisas para prever cheias e secas em outra hidrobacias na Amazônia, por exemplo, no rio Madeira", destaca.

No caso do rio Madeira, a referência será a temperatura do Atlântico para prever secas. "Na primeira metade do ano (quando ocorre a cheia) é o Pacífico que controla o regime hidrológico na Amazônia Central e, na segunda (quando ocorre a seca), é o Atlântico Tropical do Hemisfério Norte. Tentamos expandir isso espacialmente e temporalmente. Queremos fazer as previsões mensalmente tanto de cheias quanto das secas", finaliza.

Fonte: Inpa

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