
Os dados científicos sobre as principais características e o comportamento do Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, são fundamentais para orientar a população sobre a eliminação dos focos de reprodução do vetor e para buscar alternativas para evitar a picada do mosquito. Abaixo, algumas informações relevantes apontadas pela ciência e também dados de recentes pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, que há mais de 10 anos se dedica à investigação do Aedes.
O A. aegypti adulto é fácil de reconhecer: as listras brancas nas patas são visíveis sem dificuldades. Outra informação importante é que o mosquito tem fotofobia (ou seja: ele tem grande aversão a luz). As larvas do A. aegypti fogem da luz, diferentemente das larvas de outros mosquitos urbanos. Por isso, quando a pessoa está em dúvida se a larva que foi encontrada é de A. aegypti ou não, uma saída eficiente é usar uma lanterna para iluminar as larvas, ou produzir sombra sobre a água em que há larvas junto à superfície em local claro. Se elas fugirem, fica confirmado que é A. aegypti. O mosquito adulto também tem esta característica e é muito arisco, se desloca com muita velocidade.
Eliminação de criadouros: pelo menos uma vez por semana trocar a água e esfregar as paredes de recipientes
Para os pratinhos dos vasos de plantas e qualquer outro reservatório de água que não possa ser eliminado, o importante é trocar a água e lavar bem as paredes do recipiente, no mínimo uma vez por semana. É fácil entender o porquê: os ovos não são depositados sobre a superfície da água, mas nas áreas úmidas da parede do depósito, junto à superfície da água. Eles ficam, por exemplo, grudados nas paredes dos vasos de plantas ou das caixas d’água. Por isso, é indispensável limpar as paredes onde os ovos podem estar grudados. Para saber de quanto em quanto tempo é preciso realizar a limpeza também é fácil: desde a eclosão do ovo (quando ele rompe para virar uma larva) até o surgimento de um mosquito adulto, são necessários cerca de dez dias. Esse desenvolvimento pode ser influenciado por diversos fatores, como quantidade de alimento disponível no criadouro, densidade da população de larvas e temperatura (o aumento da temperatura acelera o processo, o que é comum no Rio de Janeiro).
Por isso, se a troca da água acompanhada de lavagem for realizada uma vez por semana, mesmo que esteja muito quente, o tempo de ciclo de vida do mosquito será sempre interrompido. Uma dica é definir um dia na semana para realizar a troca de água e a lavagem dos reservatórios de água que não podem ser eliminados. Fixar este compromisso semanal com a saúde torna mais fácil lembrar do combate à dengue.
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