segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Especialista diz que jornal impresso é modelo de negócio insustentável

Izabela Vasconcelos do Comunique-se

Em debate no 3º MediaOn, na quinta-feira, 29, Silvio Meira, professor de engenharia de software da Universidade Federal de Pernambuco e doutor em computação pela Universidade de Kent, na Inglaterra, defendeu que o jornal impresso como existe hoje é um modelo de negócio insustentável, seja pelo avanço das informações em tempo real ou por questões ecológicas. “Não digo que o jornal vai acabar, mas o modelo de negócio irá acabar. Os jornais não vão existir na mesma proporção que existe hoje. É ecologicamente insustentável. Não dá mais para ficar disponibilizando conteúdo apenas no papel. As empresas têm de criar o seu DNA de adaptabilidade”, afirmou.

Meira deu um exemplo para ilustrar sua visão. “Não faz sentido uma pessoa enviar um Asahi Shimbun (maior jornal do Japão) para eu ler aqui. A pessoa que fizesse isso deveria levar uma multa”, criticou, em discussão mediada pelo editor-executivo do serviço mundial da BBC de Londres, Américo Martins. O especialista debateu com André Mermelstein, diretor editorial da Converge Comunicações, responsável pela revista Tela Viva, que falou sobre TV 2.0 e da convergência de mídias. Segundo ele, “a convergência entre televisão e computador, sem fazer nenhum chute do futuro, é uma tendência inexorável”.

Mermelstein também disse que a TV Digital ainda não atende às reais necessidades das pessoas. “A TV digital ainda não é tão democrática como falam. Traz alguma interatividade, mas ainda está com um pé no modelo tradicional”. Para o jornalista, a web é o local onde a TV se transformará de verdade, com recursos muito mais interativos.

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