quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Plantação para biocombustível cresce sem desalojar alimento, diz estudo

Ricardo Mioto, da Folha de S. Paulo

A ideia de que há uma guerra por espaço acontecendo no interior do Brasil entre o plantio de comida e a produção de biocombustíveis é errada, dizem especialistas. A expansão do cultivo de cana-de-açúcar para para produzir etanol não afetou, até hoje, áreas de cultivo de alimentos, segundo os estudos.

"Até aconteceram mudanças localizadas de cultura, mas no todo não foi significativo. Existem 200 milhões de hectares de pasto no Brasil. Não são os cinco milhões que a cana ocupa que vão fazer falta", diz Roberto Schaeffer, especialista em energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de um trabalho sobre o assunto na última edição da revista científica "Renewable Energy".

O Brasil tem 60 milhões de hectares dedicados à agricultura.
Segundo cientistas como Schaeffer ou José Goldemberg, físico da Universidade de São Paulo e um dos pais do Proálcool (que também publicou um estudo recentemente sobre o tema na revista "Energy Policy") é justamente para cima dos pastos --e não dos cultivos de alimentos-- que a cana avança, com algumas exceções nos anos 1970 e em alguns poucos locais atualmente.

Os dados mostram que os plantios de café, laranja ou feijão não se alteraram com o crescimento das plantações de cana mesmo em São Paulo, grande produtor nacional de etanol.

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