quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pesquisa da Fucapi estuda reaproveitamento da água da chuva


Da Ascom Fucapi e Portal D24am


Além de ser um bem escasso no Planeta, mesmo no Amazonas centenas de pessoas sofrem com a falta d'água, principalmente no período da estiagem.
Reduzir o consumo de água e evitar o desperdício desse recurso pode até não parecer uma necessidade urgente para quem vive na maior bacia hidrográfica do mundo. No entanto, além de ser um bem escasso no Planeta, mesmo no Amazonas centenas de pessoas sofrem com a falta d'água, principalmente no período da estiagem.

Uma solução para reduzir o desperdício e resolver o problema da falta de abastecimento em comunidades carentes é a reutilização de água da chuva. Desenvolvido por pesquisadores da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) , um sistema decaptação e tratamento de águas pluviais pode garantir água limpa tanto para pequenas empresas quanto populações ribeirinhas mais distantes.
“Este é um tema de extrema importância, face à dificuldade de se obter volumes deste recurso em quantidade e qualidade para as demandas atuais e futuras, limitando o desenvolvimento e o bem estar de muitas populações. A captação da água de chuva para fins não potáveis reduz a captação de águas de excelente qualidade, como por exemplo, as águas subterrâneas e, consequentemente, proporciona a economia deste valioso recurso”, afirma o Líder do Programa de Tecnologias Socioambientais da Fucapi, Pedro Sosa.


Junto com os pesquisadores do Programa de Tecnologias Socioambientais da Fucapi Allan Kardec, Andrea Asmus, Hellen Souza e Ana Hilda Costa, ele desenvolveu um sistema de coleta e tratamento que pode muito bem ser adaptado para moradias, indústrias, condomínios, parques, postos de lavar carros, lavanderias, etc.
“Os sistemas para coleta e tratamento de água de chuva em geral são simples, baratos e de fácil operação. Hoje no mercado existe uma ampla gama de acessórios que facilitam a implantação dos mesmos”, explica.


Segundo o pesquisador, a captação e aproveitamento da água de chuva pode contribuir também para a redução de custos e consumo de água das redes de abastecimento. “O processo de captação e envio da água até os consumidores finais no Amazonas é muito caro, devido à matriz energética do estado ser determinada por usinas geradoras movidas a diesel ou gás natural. Tudo isto, gera problemas diversos com os usuários, como a falta de água e problemas na estabilidade das pressões nas redes, dentre outras limitações. Nesse sentido, os sistemas de captação e tratamento de águas pluviais se mostram uma boa alternativa”.


Quanto aos usos não potáveis, as águas de chuva podem ser utilizadas após tratamento adequado como, por exemplo, na descarga dos vasos sanitários, em irrigação de gramados e plantas ornamentais, na lavagem de veículos, na limpeza de calçadas e ruas, no abastecimento de sistema de combate contra incêndio, na limpeza de pátios, em fontes ornamentais e para diversos usos industriais.


Como funciona
De acordo com Sosa, em geral, os sistemas para o aproveitamento da água de chuva estão constituídos pelo subsistema de captação; subsistema de descarte das primeiras águas; o subsistema de filtração e separação de impurezas; e o sistema de armazenamento.

O protótipo desenvolvido dispensa o uso de eletricidade. Nele, são usadas duas calhas para captar a água da chuva. Ao descer pelas calhas, a água passa por um primeiro filtro para retirar fragmentos como pedras e folhas; há uma válvula para descartar essa primeira água mais suja.
Daí, a água segue e passa por um filtro de pedregulho, vai para um primeiro tanque e depois passa por um filtro de areia, um de carvão ativado e outro de tela, seguindo para ser armazenada em um tanque de500 litros, onde já pode ser utilizada.
“Em alguns casos, em decorrência dos requisitos de qualidade exigidos para algum tipo de utilização é aplicado cloro ou algum outro método de desinfecção na água armazenada para eliminar ou reduzir principalmente a contaminação microbiológica da mesma”, explica.

O custo para desenvolver um sistema como este é em torno de R$ 4.500 (protótipo) valor este que poderá ser reduzido se o sistema for ajustado para produções em série com materiais mais baratos que o PVC e sistemas de moldes.
“Quando desenvolvemos o projeto pensamos em aplicá-lo para um módulo de três a quatro casas em comunidades do interior do Estado de Amazonas e fazer uma cisterna para armazenar água para a época da seca. No caso das comunidades mais afastadas do interior é um sistema perfeitamente viável e de baixo custo. Além disso, não tenho dúvidas de que esse sistema pode purificar a água por conta de toda a filtração. Basta agora alguma empresa ou o governo se interessarem e aplicarem recursos para que esse projeto possa beneficiar além de pessoas, o meio ambiente”, finaliza.

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