Larissa Lima A foca Leopardo, espécie rara no litoral brasileiro, é uma das atrações do zoológico
O número de "hóspedes" na Fundação Jardim Zoológico de Niterói (Zôonit), no Horto Botânico do Fonseca, na Alameda São Boaventura, não pára de aumentar. Nos últimos 45 dias, cerca de 150 animais foram recolhidos na orla do Rio e de Niterói e encaminhados para o minizôo, que já é referência no Estado em reabilitação e tratamento de animais selvagens.
Apesar de tanta demanda por tratamento, a presidente da Fundação, Giselda Candiotto, ressalta que, infelizmente, a reabilitação dos animais ainda é realizada de forma precária por falta de recursos. Segundo ela, a Zôonit se desdobra para devolver em boas condições de saúde os animais resgatados e em situação de risco a seus habitats. "Nesta época do ano recebemos, todas as semanas, entregues principalmente pelo Corpo de Bombeiros, muitos animais marinhos. São pingüins, aves, tartarugas-marinhas e até uma raríssima foca Leopardo, que chegou recentemente. Micos também aparecem bastante e acolhemos, ainda, animais abandonados e resgatados pela população", contou Giselda. O desejo da presidente da Fundação Zôonit é construir alojamentos apropriados para recuperação dos animais. De acordo com Giselda, a fauna marinha é que mais sofre com as condições do minizôo.
O médico veterinário do Zôonit, Thiago Muniz, disse que o aparecimento da foca Leopardo é inédito no País. O animal, com mais de 300 quilos e três metros de comprimento, foi resgatado na Praia da Barra da Tijuca. Dezoito homens do Corpo de Bombeiros tiveram que ser acionados para retirar o animal da areia. A foca apresentava estado avançado de pneumonia e necessitava de tratamento.
Recursos - De acordo com a presidente da Fundação Zôonit, o minizôo de Niterói depende de patrocínio para construir uma base de reabilitação e tratamento de mamíferos marinhos encontrados com ferimentos no litoral do Rio e de Niterói. "Tenho a esperança de que grandes empresas tenham interesse da investir na instituição. O valor que precisamos é de R$ 300 mil para construção da base da reabilitação", estima Giselda. O espaço previsto deverá ter 500 metros quadrados, ficando à disposição dos animais marinhos. Três tanques serão monitorados dia e noite por veterinários.
Adoção – Para as pessoas que gostariam de colaborar com a recuperação dos bichos, Giselda lembra que é possível fazer uma "adoção" simbólica, com contribuição para o tratamento dos animais. O processo é feito com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Basta que o interessado procure a administração da Zôonit. Atualmente, duas corujas e um falcão, além de miquinhos, todos cegos, aguardam um "padrinho". Os micos foram apreendidos em operações da Polícia Militar para reprimir o tráfico ilegal de animais silvestres.
Gastos com alimentação - Neste inverno, vários animais marinhos vieram passar as "férias" no litoral do Rio de Janeiro e de Niterói. Na Zôonit, o interesse dos visitantes pelos novos "hóspedes" da casa, principalmente as crianças, cresce a cada dia. Além de poder ver as aves, as pessoas podem tirar fotos com alguns animais, como os pingüins. A seleção será feita através de sorteio, de forma a não estressar os animais com a movimentação. De acordo com Giselda Candiotto, o objetivo da cobrança de R$ 4 para visitar o Zôo é arrecadar fundos para a compra de alimentos. Cada pingüim representa uma despesa mensal de R$ 70. Por isso, todo o dinheiro da bilheteria é convertido na aquisição de comida.
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