Agricultor, com sua colheita, cujas sementes já estavam guardadas em sua comunidade
Agricultores que se queixam da fraca colheita de grãos desse ano reuniram-se em Santana do Ipanema para discutir mecanismos de incentivo à manutenção e à criação de bancos comunitários de sementes tradicionais. O objetivo é garantir a segurança alimentar de suas famílias durante o plantio e colheita de milho e feijão, independente da distribuição ou não de grãos por parte do poder público.Fato comum num passado recente – quando agricultores não dependiam da piedade política para plantar seus grãos – os bancos de semente fazem parte do dia-a-dia de poucas comunidades sertanejas e nas quais seus moradores geralmente dizem não às sementes distribuídas pela Secretaria Estadual de Agricultura. Isso porque os grãos são poucos e distribuídos depois do período ideal para plantio.
Sebastião Damasceno é referência na região sertaneja quando o assunto são bancos de sementes crioulas. Residente no Sítio Lages dos Barbosas, em Santana do Ipanema, ele se diz apaixonado pela seleção dos grãos que suas terras necessitam para proporcionar o sustento da esposa e dos três filhos. O sorridente agricultor adquiriu ainda na infância o hábito de selecionar e guardar seus grãos. Aprendeu com o pai que sementes de qualidade precisam ficar em local apropriado e isoladas de qualquer variação climática. “São vidas que querem respirar, mas isso só deve ocorrer na hora do plantio ”, comenta o agricultor.
Fonte: Gazeta de Alagoas
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