O Dia de Nossa Senhora Aparecida, lembrado ontem, marcou o capítulo final da história do imponente ficus elástico, árvore localizada no terreno que abrigou o Colégio Magister, na Rua Braz Bernardino, no Centro. Apesar da resistência de ambientalistas, a planta foi cortada, em uma operação que durou mais de 11 horas. A via precisou ser interditada para a operação, que contou com dois guindastes, um trator e mais de uma dezena de trabalhadores.
A movimentação, iniciada por volta das 7h, chamou a atenção de moradores, comerciantes e pessoas que transitavam pelo local. A opinião nas ruas ficou dividida, reforçando a polêmica.
“Muitos moradores da rua são favoráveis à retirada da árvore. Ela causa transtornos, principalmente com a queda constante de folhas e galhos. Uma vez, um ramo atingiu o telhado do estacionamento e quase danificou veículos. Também são comuns reclamações contra baratas, mosquitos e outros insetos atraídos pela árvore,” disse o porteiro Roberto Silva, 25, que há sete anos trabalha na Braz Bernardino. Também à favor da derrubada, a advogada Valéria Andrés, 36, argumentou que a espécie é incompatível com o lugar. “Em um parque ou praça, ela ficaria magnífica, mas aqui não tem como.” Já o médico Geraldo Antônio Souza, 59, classificou o corte como absurdo. “Não acho que essa árvore seja parte do patrimônio emocional de Juiz de Fora. Também não penso que seja especial de alguma forma, mas é uma árvore e, como todas, deve ser preservada.” Atônita com o trabalho frenético das máquinas, a aposentada Marília Cerqueira, 73, lamentou a morte do ficus. “Essa é mais uma espécie que meus bisnetos não vão conhecer.” O sargento da Polícia de Meio Ambiente Vandersi Moreira, que acompanhou os trabalhos, disse que os proprietários do terreno conseguiram autorização do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema) e obtiveram liminar na Justiça para cortar a espécie.
Informado sobre o corte pela Tribuna, o presidente da Associação do Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA-JF), Theodoro Guerra, lamentou. A entidade tentou reverter a ação, mas não obteve êxito. “Tudo foi muito bem articulado e, infelizmente, a árvore vai para o chão. Perdemos esta batalha, mas outras virão e estaremos preparados”, afirmou o advogado da associação, Álvaro dos Santos Filho.
Fonte: Tribuna de Minas
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