sábado, 30 de dezembro de 2006

Meningite meningocócica: tratamento mais eficiente e barato

Rio

Cientistas criam técnica nova para identificar bactéria e melhorar socorro

O tratamento contra a meningite meningocócica, a mais freqüente no País, vai se tornar mais eficaz e barato. O avanço no combate à doença se deve à equipe de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), coordenada pelo médico David Eduardo Barroso, responsável por uma técnica capaz de identificar a bactéria causadora da meningite meningocócica, como noticiou quinta-feira o colunista Ricardo Boechat, de O DIA.

Ao contrário dos métodos convencionais de diagnóstico, que chegam a falhar em até 70% dos casos, a técnica PCR — abreviatura em inglês para Reação da Polimerase em Cadeia — conseguiu identificar a bactéria ‘Neisseria Meningitidis’ em 96% das amostras fornecidas pelo Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, no Caju. “A identificação da bactéria permite ao médico receitar o melhor antibiótico para o paciente. Com isso, reduz-se a toxicidade no organismo e o custo do tratamento. Além disso, é possível também definir as estratégias mais adequadas para evitar a disseminação da doença”, afirma Barroso.

Estima-se que uma em cada 10 pessoas seja portadora da ‘Neisseria Meningitidis’ em algum momento da vida. Somente um em cada mil, porém, desenvolve a doença. Essa proporção pode chegar a um em cada cem durante grandes epidemias. “O ideal é que a técnica seja utilizada rotineiramente pelo Ministério da Saúde, mas a implantação ainda depende das autoridades”, diz.

Doença perigosa

A meningite é uma doença infecciosa que atinge as membranas que envolvem o cérebro e é provocada por vírus ou bactéria. A meningite viral é mais branda e facilmente curável. Já a bacteriana, bem mais grave, é provocada principalmente por três bactérias: meningococo, pneumococo e hemófilo. A transmissão da bactéria se dá por via respiratória. Os surtos ocorrem mais no inverno, quando a aglomeração de pessoas em ambientes fechados facilita a transmissão da bactéria. O microorganismo fica incubado de dois a 10 dias. Nessa fase, os sintomas não são evidentes e a doença pode ser confundida com gripe. A evolução é rápida e o quadro pode agravar-se em 12 horas. Sem tratamento, pode ocorrer insuficiência renal, cardíaca e pulmonar.

Fonte: O Dia online

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