quinta-feira, 15 de março de 2007

Manifestantes invadem ministério e um é detido

Cerca de 500 pessoas, que estão em Brasília para protestar contra o projeto de integração do Rio São Francisco, invadiram o Ministério da Integração Nacional manhã de hoje. Durante a manifestação, uma das portas de vidro foi quebrada por um dos manifestantes, que foi detido. "Há dano ao patrimônio. Uma reivindicação tão ordeira, quanto a deles não pode terminar assim", disse o major Moretto, da Polícia Militar de Brasília. Segundo ele, o manifestante foi detido por dano ao patrimônio.

O advogado do movimento Isac Tolentino acompanha o caso. O rapaz, Roney Vagner da Silva Fonseca, feriu a mão durante o protesto e foi levado para a Polícia Federal por ter danificado prédio de um órgão federal. Ele é morador de Taguatinga, uma região administrativa do Distrito Federal. O destino final da caminhada foi a Câmara dos Deputados, onde os ribeirinhos participam de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Na terça-feira, o Ministério da Integração Nacional publicou no Diário Oficial da União o aviso de licitação para a execução da primeira etapa das obras de transposição do Rio São Francisco, com as bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional.

De acordo com os manifestantes, há uma série de argumentos jurídicos, ambientais e sociais para que a obra seja embargada. Integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Alexandre Gonçalves, disse que o grupo acredita que o projeto de transposição "é uma falsa solução para um falso problema". "O problema da região do semi-árido não é a falta de água, mas a má gestão dos recursos disponíveis. Na região Nordeste, por exemplo, existem mais de 70 mil açudes destinados ao armazenamento de água, mas grande parte da população não tem acesso à água". O grupo acusa o projeto de destinar a maior parte da água que será transposta para o agronegócio. "Mais de 70% irão para os grandes perímetros irrigados, para a fruticultura, o plantio de cana-de-açúcar, a criação de camarões e o pólo siderúrgico da região de Pecem (CE). Ou seja, o custo vai ser alto e poucos serão beneficiados", disse Gonçalves.

Fonte: Agência Brasil

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