quinta-feira, 31 de maio de 2007

Países rejeitam santuário de baleias no Atlântico

Diversos países votaram nesta quarta-feira a favor da criação de um santuário de baleias no sul do Oceano Atlântico, mas não conseguiram reunir 75 por cento dos votos necessários para aprovar a proposta apresentada pelo Brasil e Argentina.

Desde 1998, o Brasil propõe anualmente na reunião da Comissão Baleeira Internacional a criação do santuário que se estenderia entre as costas da América do Sul e da África.
A maioria dos países aprovou a proposta, mas novamente sem os 75 por cento necessários para sua aceitação. Os dois únicos santuários de baleias existentes ficam nos oceanos Índico e Antártico. Dos 77 países da comissão, 39 votaram a favor da criação do santuário, e 29 foram contra. Outros se abstiveram ou não pagaram as contribuições e por isso não puderam votar.
A Islândia, que é contra essa proteção, disse que a proposta contraria as convenções da comissão. Nações que defendem a caça às baleias dizem que os santuários não levam em conta as descobertas científicas sobre a crescente quantidade de baleias.

O debate sobre o tema começou na terça-feira, quando o tom diplomático do encontro se tornou mais ríspido. Os defensores do santuário dizem que uma zona onde a caça à baleia seja proibida gera a proteção necessária para estimular o turismo de observação de baleias, que as nações contrárias à caça dizem ser mais lucrativo que matar os animais para fins comerciais.

Disputa com o Japão

O Japão teve atritos na quarta-feira com nações contrárias à caça das baleias por causa de sua proposta de autorizar a prática para quatro pequenas comunidades litorâneas do país.
Na reunião anual da Comissão Baleeira Internacional, o Japão argumentou que sua proposta para apanhar baleias minke deve ser enquadrada sob a exceção para comunidades baleeiras, por entender que a prática é parte da sua cultura há milênios. Críticos dizem que se trata apenas de um atalho para a caça comercial de baleias. Adversários dizem que a proposta japonesa de permitir a caça de baleias pequenas perto do litoral é diferente de atividades baleeiras indígenas, porque não atende aos mesmos critérios culturais ou de subsistência. O Japão tem autorização para apanhar mais de mil baleias para pesquisa científica, mas críticos dizem que a maior parte da carne termina em supermercados e restaurantes, já que as conclusões das pesquisas raramente são publicadas.

Fonte: Reuters

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