quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Começa período do defeso do caranguejo-uçá

Por Marilene Silvestre - Ascom Ibama/SE


O defeso acontece todos os anos, nos meses de janeiro a abril e tem como finalidade garantir a preservação da espécie caranguejo-uçá (Ucides cordatus), mas este ano acontecerá em três períodos duplos, o primeiro de 16 a 21 de janeiro e de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, o segundo, de 15 a 20 de fevereiro e de 1º a 6 de março e o terceiro período de 16 a 21 de março e de 31 de março a 5 de abril. Nesses períodos ficam proibidos a captura, transporte, beneficiamento, industrialização e comércio de qualquer indivíduo dessa espécie nos estados da região nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia) e a partir deste ano o estado do Pará.


O defeso é conhecido popularmente pelos pescadores como período de “andada”, quando os caranguejos machos e fêmeas saem de suas galerias (tocas) e andam pelos manguezais para o acasalamento e liberação dos ovos.


As pessoas físicas ou jurídicas que atuam na captura, manutenção em cativeiro, conservação, beneficiamento, industrialização ou comercialização desta espécie nos estados citados, deverão fornecer ao Ibama até o último dia que antecede cada período de andada previstos na Instrução Normativa, a relação detalhada dos estoques de animais vivos, congelados, pré-cozidos, inteiros ou em partes.
Os infratores notificados terão de prestar esclarecimentos junto ao Ibama sobre a não declaração dos crustáceos apreendidos e, ainda, sofrerão penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais. A multa para este crime varia de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$ 100 mil (cem mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (20 reais), por quilo do produto.



Projeto com verba pública poderá ter de compensar emissão de CO2

Por Luiz Ribeiro, da Agência Câmara

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6403/09, do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que exige a compensação dos níveis de emissão de dióxido de carbono (CO2) em todos os projetos (públicos ou privados) que recebam verbas do governo federal ou financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Pela proposta, as emissões de CO2 deverão ser amenizadas por meio de programas de recuperação florestal, investimentos em geração de energia renovável ou medidas que promovam eficiência energética. A compensação também poderá ser feita pela compra de créditos de carbono.

Segundo o autor, o texto vai ao encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que exige dos países signatários (como o Brasil) a adoção de medidas para reduzir a produção de gases causadores do aquecimento global.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:


Brasil é 62º em ranking de sustentabilidade ambiental

O Brasil ocupa a 62ª posição entre os países com melhor gestão no controle da poluição ambiental e nos recursos naturais, segundo um ranking publicado nesta quinta-feira no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

O Índice de Sustentabilidade Ambiental 2010, elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e Columbia, classifica 163 países em dez categorias ambientais. Entre elas, estão qualidade do ar, gestão de água, biodiversidade, pesca e agricultura, assim como o combate à mudança climática.

Os Estados Unidos situam-se uma posição à frente do Brasil, muito atrás de outros países industrializados, devido principalmente às emissões de carbono e da fraca política de controle da poluição.

À frente dos EUA situam-se 20 membros da União Europeia, como o Reino Unido (14ª), Alemanha (17ª) e Espanha (25ª), além do Japão, na 20ª colocação.

O ranking é encabeçado pela Islândia, seguida da Suíça e da Costa Rica. Os primeiros postos se concederam em razão dos investimentos que esses países fizeram em infraestrutura meio ambiental, controle da poluição e outras políticas focalizadas à sustentabilidade a longo prazo.

Além da Costa Rica, outros três países latino-americanos se encontram entre os 20 primeiros postos: Cuba (9ª), Colômbia (10ª) e Chile (16ª). Já o Haiti aparece entre os últimos da lista, na 155ª colocação.

Entre os países emergentes, China e Índia se situam, respectivamente, nas posições 121 e 123 do ranking, o que reflete o impacto do rápido crescimento no meio ambiente. A Rússia, por outro lado, está na 69ª posição.

Nos últimos lugares do Índice aparecem cinco países africanos: Togo, Angola, Mauritânia, a República Centro-Africana e Serra Leoa.


O Brasil ocupa a 62ª posição entre os países com melhor gestão no controle da poluição ambiental e nos recursos naturais, segundo um ranking publicado nesta quinta-feira no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

O Índice de Sustentabilidade Ambiental 2010, elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e Columbia, classifica 163 países em dez categorias ambientais. Entre elas, estão qualidade do ar, gestão de água, biodiversidade, pesca e agricultura, assim como o combate à mudança climática.

Os Estados Unidos situam-se uma posição à frente do Brasil, muito atrás de outros países industrializados, devido principalmente às emissões de carbono e da fraca política de controle da poluição.

À frente dos EUA situam-se 20 membros da União Europeia, como o Reino Unido (14ª), Alemanha (17ª) e Espanha (25ª), além do Japão, na 20ª colocação.

O ranking é encabeçado pela Islândia, seguida da Suíça e da Costa Rica. Os primeiros postos se concederam em razão dos investimentos que esses países fizeram em infraestrutura meio ambiental, controle da poluição e outras políticas focalizadas à sustentabilidade a longo prazo.

Além da Costa Rica, outros três países latino-americanos se encontram entre os 20 primeiros postos: Cuba (9ª), Colômbia (10ª) e Chile (16ª). Já o Haiti aparece entre os últimos da lista, na 155ª colocação.

Entre os países emergentes, China e Índia se situam, respectivamente, nas posições 121 e 123 do ranking, o que reflete o impacto do rápido crescimento no meio ambiente. A Rússia, por outro lado, está na 69ª posição.

Nos últimos lugares do Índice aparecem cinco países africanos: Togo, Angola, Mauritânia, a República Centro-Africana e Serra Leoa.

Fonte: EFE

Ferramenta Mapas Ipea faz radiografia dos municípios brasileiros


Portal acessível pela internet oferece dados consolidados sobre diversos temas, como educação, pobreza e serviço público

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quinta-feira, dia 28, às 10h, o portal Mapas Ipea, que permite aos internautas visualizar, no mapa brasileiro, diversas informações sobre os municípios do País. Por meio dele será possível, por exemplo, obter detalhes sobre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

O Mapas Ipea foi elaborado a partir do software livre I3Geo. A ferramenta do Ipea reúne em um só endereço informações já públicas que têm como fonte ministérios e outros órgãos federais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - alguns dos quais utilizam há mais tempo a plataforma I3Geo. Utilizando a ferramenta de buscas, ou a partir de ampliação no mapa do País, o usuário chega à cidade que deseja pesquisar.

Entre os dados disponíveis, pode-se consultar a população, a área, o Produto Interno Bruto (PIB), rodovias, estatísticas de educação e quantidade de servidores públicos nos municípios. Os mapas permitem, ainda, saber quais municípios têm acesso mais rápido a aeroportos e quais têm mais famílias em situação de pobreza. Qualquer pessoa poderá montar seu próprio mapa, sobrepondo as camadas de dados que lhe interessam, permitindo novos cruzamentos de dados.

Durante a apresentação da ferramenta, nesta quinta-feira, o endereço do portal será divulgado. A interface estará disponível em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e italiano), e o portal será constantemente atualizado com novas bases de dados.

A apresentação da ferramenta será feita no auditório do Instituto em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES, subsolo). Haverá transmissão on-line pelos sites www.ipea.gov.br e http://www.agencia.ipea.gov.br/.`

Fonte: Ipea

Ecosurfi denuncia ao MP lançamento de esgoto em praia


Litoral paulista sofre o verão mais poluido dos últimos anos segundo a Cetesb

Durante este verão uma quantidade indefinida de esgoto está sendo lançada criminosamente na Praia dos Sonhos em Itanhaém, no litoral paulista.

Localizada ao lado da Praia dos Pescadores, cenário de grandes competições do surf paulista, a Praia dos Sonhos é umas das praias da cidade que é muito procurada por surfistas, devido as suas boas ondas, e por turistas, que buscam a tranqüilidade que as suas areias oferecem.

Mas nesse verão as areias da praia estão contaminadas por uma “língua negra”, que vem chamando a atenção dos surfistas, moradores e comerciantes que transitam no lugar. Trata-se de uma grande quantidade de esgoto que parte da Praça do Pescado, local que é destinado à comercialização de peixes e frutos do mar, que se encontra entre as duas praias.

A Praça do Pescado, localizada entre as ruas João Farah e Ana Farah Bello, apresenta sistema de esgoto inadequado e insuficiente, estando o mesmo sendo liberado na rua e atingindo as areias e a água das Praias dos Sonhos e dos Pescadores. O diagnóstico consta no Parecer Técnico Ambiental (PTA) elaborado pela equipe técnica da Ecosurfi e que faz parte da denúncia apresentada ao Ministério Público na cidade.

O documento afirma também que trata-se, acima de tudo, de um problema de saúde pública. Turistas e moradores que freqüentam as referidas praias são obrigados a pisar no esgoto, além de se banharem nas águas que estão recebendo esse despejo. O resultado pode ser a contaminação por diversas doenças, como hepatite, amebíase, febre tifóide, diarréias agudas, entre outras. Algumas delas podem levar inclusive à morte.

De acordo com a bióloga voluntária da Ecosurfi, Ana Carolina M. Peres, o esgoto despejado in natura no local prejudica não só a balneabilidade das praias, mas também a estética natural do ambiente. Acaba afastando os turistas e prejudica os comerciantes locais.

O problema não tem apenas o viés econômico, mas também apresenta seu aspecto ambiental, pois possibilita o aumento da quantidade de algas e bactérias nocivas na areia e na água. Isto prejudica a fauna que habita tanto a areia da praia quanto a água do mar”, frisa a bióloga.

Encaminhanda à Promotoria de Justiça de Itanhaém, a denùncia está protocolada sob o número 09/2010 e pode ser acessada por qualquer cidadão que esteja interessado em acompanhar o desdobramento da ação. Segundo o dirigente da Ecosurfi e autor da denúncia, João Malavolta, "há mais de um ano já existem ações dessa natureza em curso e nenhuma atitude foi tomada por parte das autoridades".

Ainda de acordo com Malavolta, esta ocorrência já é motivo de pedido de providências na Comarca de Itanhaém desde o último ano (2009), pelos protocolos n° 1.537/09 e n° 1.5591/09 (é isso msm ou é 1.591?), sem que as medidas necessárias tenham sido observadas e efetivadas na forma que sugere a Constituição Federal em seu Capítulo VI Do Meio Ambiente. Art. 225, e Resolução CONAMA nº 274 de 29 de novembro de 2000, que trata da balneabilidade das águas.

Confira o vídeo

Fonte: Ecosurfi

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Produção científica do Brasil ultrapassa a da Rússia, indica levantamento

Da BBC Brasil

A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.

O levantamento acompanhou a produção científica nos quatro países com base na análise das 10.500 principais revistas científicas do mundo.

Segundo a pesquisa, a produção brasileira avançou de 3.665 para 30.021 artigos científicos publicados entre 1990 e 2008. No mesmo período, a produção russa manteve-se estável - o número de 1990, de 27.603 artigos, é praticamente o mesmo que o de 2008 - 27.605 artigos.

A produção científica da Índia, que em 1990 contabilizava 13.984 artigos publicados, chegou a 38.366 artigos em 2008.

Se o índice de aumento da produção científica dos países se mantiver, o Brasil deverá ultrapassar a Índia nos próximos anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica chinesa, que em 1990 ainda estava atrás da russa e da indiana, com 8.581 artigos, chegou a 2008 com 112.318 artigos, numa expansão que, se mantida, verá a China ultrapassar os Estados Unidos e se tornar líder mundial em produção científica até 2020.

Dados revisados Segundo Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters, os dados dos levantamentos foram revisados após 2007, para evitar que a base de revistas científicas analisadas refletisse um viés pró-países desenvolvidos.

"A revisão dos dados levou a uma considerável elevação do número de artigos científicos de China, Brasil e Índia. Porém essas elevações refletiram tendências já evidentes nos dados, em vez de mudar a trajetória geral", explicou Adams à BBC Brasil.

Segundo ele, os dados dos últimos anos já indicavam que a produção brasileira superaria a russa, o que ficou expresso nos números de 2008, mas ele observa que, se a base de análise já tivesse sido revista antes, isso já teria acontecido há vários anos.

De acordo com os últimos dados compilados, de 2008, a produção científica brasileira naquele ano representou 2,6% do total de 1.136.676 artigos publicados em todas as 10.500 revistas analisadas. Em 1990, o Brasil tinha apenas 0,6% da produção mundial.

A produção científica americana - 332.916 artigos em 2008 - ainda representa 29% de todos os artigos publicados no mundo, enquanto a chinesa é de 9,9%. Em 1990, porém, os Estados Unidos tinham 38% de toda a produção científica mundial, enquanto a China respondia por apenas 1,4% do total.

No mesmo período, a produção russa, que já foi considerada uma das mais avançadas do mundo, passou de 4,7% do total em 1990 para apenas 2,4% em 2008.

A produção indiana, por sua vez, teve sua participação no total mundial elevada de 2,3% para 3,4% no período, numa elevação proporcionalmente menor que as da China e do Brasil.

Gastos Em sua análise da produção científica do Brasil, a Thomson Reuters observa que os gastos com pesquisa e desenvolvimento no Brasil chegaram em 2007 a quase 1% do PIB, proporção inferior aos cerca de 2% gastos nos Estados Unidos e na média dos países de desenvolvidos, mas ainda bem acima de outros países latino-americanos.

Segundo o levantamento, o Brasil tem 0,92 pesquisador para cada mil trabalhadores - bem abaixo da média de 6 a 8 pesquisadores por mil trabalhadores dos países do G7, o grupo das nações mais industrializadas do planeta.

Apesar disso, o documento afirma que a proporção brasileira é semelhante à de outros países em desenvolvimento, como a própria China, e que a base de pesquisadores vem crescendo.

Segundo a Thomson Reuters, o Brasil formou cerca de 10 mil novos pesquisadores doutores no último ano analisado, num crescimento de dez vezes em 20 anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica do país é mais forte em áreas como pesquisas agrícolas e ciências naturais.

Obras das Olimpíadas do Rio poderão ser ecologicamente sustentáveis

Gilberto Nascimento, da Agência Câmara

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6364/09, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que torna obrigatória a adoção de medidas ecologicamente sustentáveis nas obras de infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Entre essas medidas estão o aproveitamento da luz natural em projetos arquitetônicos, a coleta seletiva de resíduos e prioridade para soluções de transporte coletivo.

As exigências valerão para obras diretamente executadas pelo poder público e para empreendimentos que forem beneficiados com recursos financeiros da União ou controlados por ela, como os financiamentos do BNDES.

O projeto pretende estimular a redução das emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, a economia de energia e de água, além do uso racional dos recursos ambientais. "Dessa forma, aproveitamos a visibilidade do evento como forma de contribuir para a sustentabilidade e firmar o compromisso do governo e do povo brasileiro com a proteção ambiental", disse.

Outra medida fundamental, segundo Sarney Filho, é estabelecer que as licitações para as obras levem em conta critérios de sustentabilidade na seleção dos executores.

Além disso, o projeto torna obrigatória a elaboração de pesquisas e a fiscalização para atingir os objetivos de redução da poluição e economia de recursos, assim como a publicidade das ações sustentáveis para fomentar a consciência ambiental.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Turismo e Desporto; de Desenvolvimento Urbano; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
    * PL-6364/2009


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cada brasiliense joga fora 2,4kg de resíduos por dia

De 2007 a 2008, volume de dejetos coletados no DF aumentou em 34 milhões de quilos, chegando a 699 mil toneladas


Naira Trindade, do Correioweb

O brasiliense produz cada vez mais lixo. Todos os dias, quase 2 mil toneladas de resíduos sólidos são coletadas pelos caminhões do Sistema de Limpeza Urbana (SLU) em todas as regiões administrativas. O último levantamento do órgão de limpeza mostra que, em 2008, foram recolhidas 699 mil toneladas desses materiais descartados. São 34 milhões de quilos a mais que o ano anterior, em 2007. A quantia daria para encher mais de 1,360 milhão de caminhões de lixo, com capacidade de 25 toneladas. O consumo elevado e o alto poder aquisitivo da população são os principais responsáveis pelo aumento na produção de resíduos no Distrito Federal.

Cada morador da capital produziu em 2008, em média, 2,4 quilos de lixo por dia. Foram 876kg de resíduos por pessoa — quase uma tonelada — jogados na lixeira durante todo o ano. Em 2007, a quantidade de lixo per capita chegou a 616kg no DF. Dados do Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, apontam o DF como o maior produtor de resíduos sólidos do país.

O levantamento analisa dados de 2007, quando cada brasiliense fabricou 1,96 quilo de lixo por dia, três vezes mais que o morador de Minas Gerais ou o do Amapá, por exemplo. Em segundo lugar na produção de dejetos está o paraibano, com 1,56 quilo a cada dia. Em terceiro, vem o alagoano, que despejou diariamente 1,47 quilo nas lixeiras. O estudo abrangeu mais de 83,8 milhões de pessoas. De acordo com os dados da SNIS, a média nacional ficou em 1,17 quilo diário.

No DF, o Plano Piloto — abrangendo as asas Sul e Norte e o Sudoeste, na classificação do SLU — lidera o ranking dos maiores produtores de lixo. São 142,8 mil toneladas coletadas por ano, média mensal de 11,9 mil toneladas de resíduos. Em seguida, aparece Taguatinga, com descarte anual de 100,5 mil toneladas de dejetos, em média, 8,3 mil toneladas por mês. E a terceira colocação fica com Ceilândia, com produção anual de 93,5 mil toneladas de lixo, em média 7,8 mil toneladas de resíduos por mês.

O alto número de detritos coletados no Plano Piloto em relação às outras cidades é explicado pelo gerente de orientação e fiscalização do SLU, Fábio Gama, pela concentração de hospitais e também de órgãos públicos, comércios e restaurantes. O Correio percorreu algumas das principais áreas da Asa Sul e registrou a movimentação de funcionários ao desfazer dos detritos. O aumento populacional do DF não pôde ser usado como justificativa em relação a 2007 a 2008, pois, de acordo com a tabela do SLU, em 2007 havia 2.438.970 habitantes no DF e, em 2008, o número caiu para 2.422.490 moradores. “O poder aquisitivo do brasiliense aumentou muito. Um exemplo é a quantidade de carros nas ruas. As pessoas estão comprando mais e, consequentemente, descartando mais”, explica o superintendente substituto do SLU.

Separação
Apenas 35% do lixo produzido na região central de Brasília é separado por coleta seletiva. O restante é despejado em aterros, principalmente o Lixão da Estrututal, o que oferece sérios riscos ao meio ambiente.

Uma pequena parcela do material é reaproveitada por catadores, como o morador de Santo Antônio Descoberto (GO) Elias Oliveira Andrade, 64. Há mais de 20 anos, ele compra e vende materiais encontrados nos lixos do DF. “O lixo aumentou muito, mas perdeu seu valor. Eu sustentei seis filhos com o dinheiro retirado de materiais reutilizáveis recolhidos nas ruas. Agora, consigo pagar as contas de águas, luz e supermercado”, afirma o homem, que antes era pintor. “Perdi tempo na construção civil. O salário que retirava no lixo era pelo menos três vezes maior que o adquirido pintando uma casa inteira.” Hoje, o catador emprega indiretamente com o reaproveitamento de lixo três funcionários, tem um caminhão particular e construiu uma casa.

Elias pega o lixo deixado por moradores ao longo da Asa Sul. Ele passa antes do serviço de limpeza pública e retira parte dos produtos dispensados nos pontos de coleta. Os resíduos reservados à coleta seletiva são levados pelos caminhões para a usina de reciclagem no fim da Asa Sul. Lá, são depositados com outros produtos trazidos da Asa Norte e Sudoeste, impossibilitando identificar a quantidade de cada área separadamente. O SLU pretende ampliar o serviço de coleta seletiva para outras cidades do DF, mas, primeiro, precisa atingir um número maior de pessoas que façam a seleção do produto no Plano Piloto e no Sudoeste. “Falta uma estruturação para irmos para outras regiões. Não podemos sair sem antes conseguirmos mais colaboração da população da área central de Brasília, onde apenas 35% dos moradores selecionam o lixo antes de despejá-lo na lixeira. É necessário que a população tenha mais consciência e comece a separar os resíduos de maneira que ele seja reaproveitado, como não rasgar o papel e jogá-lo fora inteiro”, completa Gama.

Material reciclável
A coleta seletiva é a coleta diferenciada — pós-separação do lixo — do material reciclável, o que facilita a sua reutilização ou reciclagem. É preciso que haja estrutura para isso, ou seja, caminhões diferentes dos veículos que levam os resíduos não recicláveis e centros de triagem, onde catadores separarão os produtos. Também é necessário que a população faça a sua parte, despejando em lixeiras diferentes o lixo seco do orgânico.

Diferenças
Lixo orgânico
Restos de alimentos, cascas de frutas, legumes e ovos, flores, caules, folhas de árvores e hortaliças, sacos de chá e café, aparas de madeira, cinzas, resíduos de banheiro (papel higiênico e absorvente usados).

Lixo seco
Papel, papelão, jornais, revistas, cadernos e embalagens tipo longa vida, alumínio, bronze, cobre, sucatas de ferro, latas, panelas, fios e correntes, vidro (inteiro ou quebrado), vasilhames de produtos de higiene e limpeza, copos descartáveis, sacos, sacolas, caixas e tubos de PVC, garrafas e embalagens plásticas, brinquedos e utensílios quebrados.


Biodiversidade: “Salvar os tigres salva os ecossistemas”



James Compton


Por Marwann Macan-Markar, da IPS

A primeira reunião ministerial asiática para proteger os tigres deverá ser um novo teste do compromisso de líderes de governo, do Banco Mundial e do movimento conservacionista mundial para salvar essa espécie. Atualmente, há cerca de 3.200 tigres em estado selvagem em 14 países, muito menos do que os 5 mil a 7 mil que os conservacionistas calculavam há 12 anos. Na década de 80, a população de tigres selvagens era estimada em 20 mil. “Nunca foi dada atenção a esses animais”, disse James Compton, diretor de programas da Traffic, rede mundial de vigilância sobre flora e fauna. “Este pode ser um momento muito importante”, alerta.

Demonstra que há uma mudança na vontade política, acrescentou o conservacionista australiano em referência à reunião ministerial que acontecerá de 27 a 29 deste mês, em Hua Hin, balneário ao sul de Bangcoc, como preparação para a primeira cúpula sobre os tigres, em setembro, na cidade russa de Vladivostok. O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, encabeçarão esse encontro, que terá líderes dos 13 países com população de tigres selvagens, que são Bangladesh, Birmânia, Butão, Camboja, China, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Nepal, Rússia, Tailândia e Vietnã.

O Banco Mundial declarou seu compromisso para salvar a espécie por meio de sua Iniciativa Mundial pelo Tigre (GTI), lançada em junho de 2008, para colocar mais alto na agenda política internacional o problema dos animais ameaçados e para se colocar na vanguarda dos esforços conservacionistas. “Nunca houve uma campanha concertada, bem financiada e de longo prazo como esta”, disse Compton. “Estamos muito emocionados pelo fato de o primeiro-ministro Putin usar seu poder para convocar os chefes de Estado para uma reunião sobre tigres e, por extensão, construir redes pela conservação da biodiversidade”, acrescentou. A IPS entrevistou Compton na capital tailandesa, às vésperas da reunião ministerial.

IPS: Os tigres são uma das espécies em perigo que fazem parte da longa lista mundial. Mas nenhum animal recebe o tipo de atenção que têm os tigres, agora que foi lançada a GTI. O senhor sente que presencia um momento importante na conservação da vida selvagem?

JAMES COMPTON: Em termos de vontade política, sim. Os tigres sempre foram grandes predadores carismáticos e recebem muita atenção. Aparecem na literatura, são usados para publicidade e estão nos logotipos de companhias. Por isso, não é como uma nova descoberta. Mas, como a GTI é uma coalizão de organizações não governamentais, e o Banco Mundial tenta fazer com que os governos participem como doadores, como aqueles que implementam os esforços para salvar os tigres, creio que nunca houve tanta atenção antes com estes animais.

IPS: Esta nova atenção pode mudar a forma como vem operando o movimento conservacionista internacional?

JC: Não creio que mude o movimento conservacionista. Mas acredito que o que se está fazendo é dar uma oportunidade – que ainda precisa se concretizar – aos governos por meio do mecanismo do Banco Mundial e de seu poder financeiro e global associado para realmente colocar dinheiro onde é preciso e ver como a conservação se faz mais efetiva. As ONGs que trabalham na conservação de espécies como a do tigre podem ser efetivas só até certo grau, pois necessitam da cooperação de entidades de governo e de qualquer estrutura comunitária que exista no local.

IPS: Os tigres podem estar em diferentes áreas geográficas, desde a zona fria da Sibéria, passando pela selva tropical da Indonésia, as selvas secas do Camboja e Laos, até os mangues de Bangladesh e as encostas de montanhas do Himalaia na Índia. Há algum lugar no qual os tigres estejam seguros?

JC: Em todos os ambientes vemos como as populações de tigres diminuem acentuadamente. É porque seu hábitat foi transformado para outros usos da terra, o que diminuiu o âmbito do tigre – que precisa de um grande espaço para vagar e encontrar sua presa –, que então entrou em contato com os seres humanos. Estão sob ameaça por serem vistos como tal pelos humanos, para o gado e para as áreas destinadas à agricultura. Então, se forem observados todos os países que habitam, não creio que haja algum onde não foi registrada uma redução no número de animais. Inclusive no ambiente siberiano, que até pouco tempo atrás era tido como exemplo de que a população de tigres pode se recuperar. Era o melhor exemplo. Mas agora existe uma grande ameaça também contra o tigre siberiano.

IPS: Uma das razões pelas quais o número de tigres diminuiu é o comércio ilegal de partes destes animais. Este tráfico envolve todos os países onde habitam?

JC: Definitivamente. A questão da conversão de terras e o conflito entre humanos e tigres são muito significativos para entender o que ocorre quando os animais são assassinados e suas partes vendidas. Também há a caça ilegal de tigres muito dirigida. Existe um comércio centenário de pele desses animais, que também são usados em medicinas tradicionais, principalmente o sistema derivado dos chineses. Presume-se que as apreensões feitas na Ásia meridional tinham como destino o mercado chinês.

IPS: Os tigres também são afetados pelo tráfico ilegal de vida selvagem que serve de alimento para eles.

JC: Essa é uma grande questão. É uma das razões pelas quais ocorre o conflito entre humanos e tigres, porque o tigre caça espécies que estão esgotadas. Assim, na Malásia, ou Tailândia ou Vietnã, no Laos ou no Camboja, a redução das espécies de cervo e pequenos mamíferos que o tigre caçaria faz com que este se volte para o gado doméstico para se alimentar.

IPS: Indonésia e Malásia são, sem dúvida, culpadas por converterem grandes florestas naturais em plantações de óleo de palma.

JC: Este é tipo de conversão de terra mais daninho, porque é uma conversão em grande escala de terras florestais que poderiam ser hábitat para tigres, orangotangos e outros mamíferos grandes. Essas plantações de palma não ajudam a biodiversidade que mantém vivos os ecossistemas. O tigre é uma parte muito importante desses ecossistemas.

IPS: Este foi declarado ano internacional de proteção à biodiversidade. Esta nova campanha pelos tigres pode ajudar nos esforços pela biodiversidade?

JC: Sim, porque as duas coisas seguem juntas. Se virmos os enfoques clássicos de conservação, que consideram as espécies como um todo, o que se tem é não apenas um esforço para proteger o tigre, mas também para cuidar de seu hábitat e de sua presa, todas as espécies de presa das quais depende.

Fonte: IPS/Envolverde


FOTO

Crédito: Marwaan Macan-Markar/IPS

Legenda: James Compton, diretor de programas da Traffic.





(IPS/Envolverde)

Rotina desastrosa


Por Fábio de Castro, da Agência Fapesp

A cada ano, em períodos de chuvas mais intensas, repetem-se pelo Brasil as cenas de tragédias provocadas por enchentes e deslizamentos de terra. Esses desastres periódicos são, muitas vezes, indevidamente atribuídos apenas à intensidade dos fenômenos naturais. No entanto, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um grupo de especialistas no tema adota uma perspectiva mais crítica: os desastres são recorrentes no país por falta de uma cultura de prevenção e proteção civil.

Essa é uma das principais conclusões do livro Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil, lançado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped), do Departamento de Sociologia da UFSCar. A obra é fruto dos estudos realizados no núcleo desde 2003 e reúne artigos de 12 especialistas diferentes.

Organizado pela coordenadora do Neped, Norma Valêncio, e pelos pesquisadores Mariana Siena, Victor Marchezini e Juliano Costa Gonçalves, o livro tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Defesa Civil.

De acordo com Mariana, o foco do grupo é a relação entre desastres, direitos humanos, defesa civil e dimensões políticas e institucionais. “Estudamos também as dimensões psicossociais dessa associação. Para isso, trabalhamos com entrevistas in loco, por exemplo, com moradores que perdem suas casas em desastres”, disse Mariana à Agência FAPESP.

Sob a orientação de Norma, a pesquisadora desenvolve atualmente, com auxílio da FAPESP, um estudo de doutorado com o tema “Vulnerabilidade diante dos eventos extremos relacionados às mudanças climáticas: uma análise sociológica do discurso e prática da assistência social em cenário de desastre associado às chuvas”.

Segundo Mariana, praticamente todos os estudos realizados pelo Neped convergem para a constatação de que não há, no Brasil, uma cultura relacionada à prevenção e à proteção civil em relação a desastres. De acordo com a pesquisadora, o caso dos desastres ocorridos recentemente em Angra dos Reis (RJ) é um exemplo atual de uma constatação feita pelos especialistas no livro: os órgãos públicos têm dificuldades para reagir aos desastres.

"Se houvesse prevenção, a espacialização da população não geraria desastres. Se há fatores que caracterizam ameaça, é preciso preparar a população. E, após o resgate, é preciso buscar maneiras de reabilitar a população imediatamente e fazer uma reconstrução resiliente", disse.

A ineficiência do sistema de defesa civil, segundo Mariana, não se resume à incapacidade de resposta imediata. Ela é percebida especialmente no trabalho de prevenção quase inexistente. “A falta de prevenção é generalizada e o ente público está sistematicamente ausente. As lições aprendidas com as falhas na prevenção quase nunca são incorporadas”, afirmou Mariana.

Sempre os mesmos
Cerca de 25% dos municípios brasileiros são afetados por desastres relacionados a chuvas e seca a cada ano, de acordo com dados levantados pela equipe do Neped. Segundo Mariana, os estudos feitos pelo grupo mostram que, nos últimos sete anos, a existência de desastres é verificada nos mesmos estados e municípios.

“Entre 2003 e 2007, observamos em estudos de caso que os mesmos locais e as mesmas famílias haviam sido atingidas diversas vezes. Tudo se repete periodicamente, com as mesmas características e os mesmos prejuízos. E eventualmente em situação pior, já que pessoas que mal tiveram tempo para se recuperar são atingidas novamente”, afirmou.

De acordo com Mariana, há uma estreita relação entre desigualdade social e exposição ao risco. “Os fenômenos naturais, ainda que extremos, não são desastres. Entendemos por desastre uma combinação da ameaça natural com a alta vulnerabilidade. É o que temos visto no caso dos terremotos no Haiti. O país tem grande vulnerabilidade econômica, social e institucional dos mais diversos matizes. Quando ocorre um terremoto, nesse caso temos de fato um desastre”, explicou.

Os estudos constataram, segundo Mariana, que o processo de vulnerabilidade está relacionado à indiferença social em relação ao direito de territorialização das populações empobrecidas. “É essa indiferença e o descomprometimento dos órgãos de defesa civil que tornam essas pessoas vítimas fáceis dos impactos dos desastres naturais”, disse.

Embora a vulnerabilidade tenha um componente inequívoco ligado à pobreza, a parte mais rica da população também é afetada por desastres, de acordo com Mariana. “Todos são atingidos. Mas quem tem mais poder aquisitivo dispõe também de mais facilidade para suplantar essas adversidades, reconstruir o que foi destruído e garantir a prevenção para que o desastre não se repita”, afirmou.

Os pesquisadores do Neped, segundo Mariana, realizaram nos últimos anos estudos dedicados aos diferentes grupos sociais que apresentam vulnerabilidade aos desastres. “Esses grupos são submetidos a um expressivo sofrimento social em situações de desastre. Na maioria dos casos, essas vulnerabilidades se combinam com políticas sociais precárias. Estudamos como os desastres afetam as populações de baixa renda, mulheres, idosos e crianças, por exemplo”, declarou.

Atualmente, o grupo se dedica a estudar também a vulnerabilidade a eventos extremos associados às mudanças climáticas globais. “O nosso núcleo tem hoje 18 profissionais de diversas áreas, sendo que a maior parte vem da sociologia”, disse a pesquisadora.

O livro, segundo a pesquisadora, está dividido em quatro seções. A primeira trata de políticas institucionais da defesa civil, a segunda aborda as dimensões sociais da vulnerabilidade e a terceira discute o tema “Educação para redução de desastres”.

A última seção é a única que trata de estudos feitos fora do Brasil, abordando as pesquisas feitas por Norma Valêncio na África, nas quais avaliou os impactos das mudanças climáticas sobre países do continente. “Essa seção faz uma reflexão sobre a contribuição das ciências humanas para pensar o sofrimento social no continente africano”, disse Mariana.

Transportar madeira sem documento pode deixar de ser crime


Por Luiz Claudio Pinheiro, da Agência Câmara

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6420/09, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que descriminaliza o transporte de produtos de origem vegetal (como madeira, lenha e carvão) sem a documentação exigida por lei.

Atualmente, essa conduta está sujeita à pena de detenção de seis meses a um ano e multa. Conforme o projeto, a punição ficaria restrita à multa. O texto altera a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98).

Para o autor, é inaceitável estabelecer sanções na esfera penal para uma irregularidade essencialmente administrativa. "Não se pode esquecer que, mesmo que o transportador esteja sem a guia de transporte, a origem dos produtos por ele transportados pode ser inteiramente legal", disse.

Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário.

Íntegra da proposta:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Centro de pesquisa em bioetanol é inaugurado em Campinas

Por Fábio Reynol, da Agência Fapesp

O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) será inaugurado na tarde desta sexta-feira (22/1), em Campinas (SP), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O CTBE deverá reunir esforços de instituições de pesquisa de todo o país que atuam no desenvolvimento do bioetanol, inclusive laboratórios da iniciativa privada.

Concebido em 2007, o laboratório contou com investimentos da ordem de R$ 69 milhões e já possui pesquisas em andamento, muitas delas com o apoio da FAPESP. “A Fundação paulista já investiu cerca de R$ 2 milhões em trabalhos que já estão em andamento no CTBE”, informou o diretor da unidade, Marco Aurélio Pinheiro Lima.

Segundo Lima, o CTBE nasceu a partir de um estudo que levantou os desafios da produção brasileira de etanol para os próximos 15 anos. Uma das metas do estudo era responder se seria possível multiplicar por dez a produção atual de álcool até o ano de 2015 e de forma sustentável. O futuro montante equivaleria a 250 bilhões de litros anuais, o que seria suficiente para substituir 10% da gasolina consumida no planeta, de acordo com o estudo.

“Muitos dos gargalos identificados demandam investimentos em ciência para resolvê-los”, conta o diretor. Por isso, o CTBE foi concebido de modo a abranger pesquisas relacionadas a todas as etapas de produção do etanol, desde a plantação até o desenvolvimento de motores automotivos.

A abrangência dos trabalhos coincide com a do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), que deverá contribuir com o laboratório e também se beneficiar da sua infraestrutura. Essa é a opinião do professor da Universidade de São Paulo, Marcos Buckeridge, diretor científico do CTBE e coordenador da divisão de Biomassa do BIOEN. “Está se formando um sistema brasileiro de bioenergia que reunirá os trabalhos de uma elite de especialistas espalhados pelo país”, anuncia o professor.

Etanol de celulose

Os esforços da pesquisa do CTBE estarão concentrados no desenvolvimento do etanol de segunda geração, produzido a partir da celulose da cana-de-açúcar, que, acumulada no bagaço e na palha da planta, hoje não é aproveitada, embora corresponda a dois terços da biomassa disponível.

Buckeridge explica que no coração dessa pesquisa está o processo de quebra da celulose. Na decomposição biológica essa massa é quebrada com o auxílio de enzimas que poderão ser estudadas a fundo nos laboratórios do campus do CTBE.

Ao lado da unidade, funcionam o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). “Estar perto dessas instalações nos dá acesso a recursos de primeira linha como o anel de luz síncrotron, que ajuda desvendar a estrutura das enzimas, e os softwares específicos de bioinformática, desenvolvidos pelo LNBio”, exemplifica Buckeridge.

Embora autônomos, o LNBio, o LNLS e o CTBE serão coordenados por uma instância que acaba de ser criada pelo governo federal, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que terá como diretor o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite.

Buckeridge ressalta ainda que o CTBE será o local onde os pesquisadores de bioetanol poderão testar seus resultados em processos industriais. O professor explica que os pesquisadores deverão interagir com os engenheiros do laboratório e, assim, adaptar a pesquisa acadêmica às necessidades da indústria. Esses testes serão executados em uma miniplanta industrial que está sendo construída e fará parte das instalações do CTBE.

Ainda na cerimônia de inauguração de sexta-feira, o CTBE assinará acordos para desenvolver pesquisas conjuntas com o Imperial College London, da Inglaterra; com a Lund University, da Suécia; e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A partir de 2011, Buckeridge espera promover um megaexperimento em formato de workshop no qual todos os grandes trabalhos de pesquisa em bioetanol possam se apresentar. Um dos objetivos do evento será avaliar e acompanhar o estágio em que se encontra a pesquisa científica nacional em bioetanol.

Atualmente com 60 empregados, o CTBE espera ter cerca de 170 colaboradores fixos até 2013. Além do combustível, os trabalhos deverão desenvolver uma cadeia de subprodutos oriundos da cana-de-açúcar como polímeros e medicamentos, aos moldes do que ocorreu com o desenvolvimento do petróleo, de acordo com Buckeridge. “Esses novos materiais devem estabilizar a indústria da cana, que hoje vive oscilações porque só conta com dois produtos principais: álcool e açúcar”, prevê o especialista.

BIOEN-FAPESP

O Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) visa à responder à demanda brasileira de desenvolvimento científico e tecnológico da produção de bioenergia, com destaque para a cana-de-açúcar. Para isso, o programa articula e estimula atividades de pesquisa realizadas em instituições públicas e privadas.

O BIOEN é organizado em cinco divisões temáticas: “Biomassa para bioenergia”, “Processo de fabricação de biocombustíveis”, “Biorrefinarias e alcoolquímica”, “Aplicação do etanol para motores automotivos” e “Impactos socioeconômicos, ambientais e uso da terra”.

Rainha da floresta


Por Fábio de Castro da Agência Fapesp

Em 1949, o naturalista mineiro Frederico Carlos Hoehne (1882-1959), fundador do Jardim Botânico de São Paulo, publicava o livro Iconografia de Orchidaceas do Brasil, que viria a ser um dos maiores clássicos da botânica no país. Mais de seis décadas depois, a obra de 640 páginas acaba de ser relançada pelo Instituto de Botânica de São Paulo (IBt).

De acordo com Fábio de Barros, pesquisador do IBt que atua na Seção de Orquidário do Jardim Botânico desde 1981, a nova edição é praticamente uma reimpressão do original, com o acréscimo de apenas um prefácio. Se o livro não recebeu uma atualização, do ponto de vista taxonômico, por outro lado manteve integralmente seu valor histórico.

“Trata-se de um livro que marcou época. Foi o primeiro livro abrangente sobre o tema a ser de fato publicado no país. A ideia de Hoehne era fazer um apanhado sobre as orquídeas do Brasil, com uma organização sistemática, ilustrando pelo menos uma espécie de cada um dos gêneros. Foi um trabalho de extrema importância”, disse Barros à Agência FAPESP.

Segundo Barros, a edição original está fora de catálogo desde o início da década de 1980. Em sebos de São Paulo ou em sites de vendas de objetos usados na internet, a rara obra pode ser adquirida por valores que vão de R$ 900 a R$ 1.700 reais. A nova impressão custa R$ 200 e pode ser adquirida pelo correio, ou diretamente no IBt.

No livro, Hoehne se dirige a colecionadores de orquídeas, explicando em detalhes como identificar, cultivar, colher, embalar e transportar as plantas. Segundo Barros, o botânico era fascinado pelas orquídeas, às quais se referia como “rainhas da floresta”.

“Ele procura traduzir para os orquidófilos – e não necessariamente para especialistas – múltiplos aspectos do conhecimento sobre as orquídeas. Por causa dessa abordagem, o livro se tornou uma referência para orquídeas no Brasil. Hoehne alcançou seu objetivo, que era facilitar o reconhecimento dos gêneros e popularizar as orquídeas”, declarou.

Antes da obra de Hoehne, o botânico João Barbosa Rodrigues (1848-1909) havia concebido uma iconografia das orquídeas, que seria editada em francês, de acordo com Barros. Mas Rodrigues nunca conseguiu publicar a obra, que foi lançada apenas em 1996, por iniciativa de uma editora da Suíça.

O livro de Hoehne, que segundo Barros tem um caráter mais técnico que propriamente científico, tem o diferencial de abordar o tema por vários aspectos. “Ele teve o cuidado de não se limitar à taxonomia vegetal e à identificação e descrição das plantas. Há um capítulo, por exemplo, sobre a distribuição das orquídeas no país. E ele faz isso em um tom interessante, descrevendo as espécies como se estivesse fazendo uma viagem por várias regiões”, disse Barros.

Outra característica especial do livro, segundo Barros, é que Hoehne procura popularizar o uso das orquídeas em esferas que fogem ao convencional. Um dos capítulos discorre sobre o uso das orquídeas em ornamentação. “Mas ele não trata do uso da planta em si como ornamento e sim das aplicações de seus formatos e cores em design de objetos. Ele faz, por exemplo, propostas de azulejos, pisos e enfeites com ornamentação inspirada nos padrões das orquídeas”, explicou.

Pioneirismo ambiental
De todos os aspectos inovadores da obra, um chama a atenção pela atualidade: em várias partes do livro, segundo Barros, o autor faz comentários sobre a destruição das matas e sobre a necessidade de preservação ambiental. “Isso não era algo trivial no meio do século 20. Hoehne foi verdadeiramente um pioneiro em relação à preocupação com a conservação do meio ambiente”, disse Barros.

Outra preocupação pioneira de Hoehne, segundo Barros, era a divulgação da ciência para o grande público. Isso fica evidente no livro, em várias referências feitas às excursões que o botânico organizava para atrair o público e transmitir conhecimento sobre as orquídeas. Hoehne também publicou um número imenso de artigos de divulgação em jornais.

“Quando foi convidado pelo governo paulista, em 1928, para implantar o horto botânico que viria a ser o embrião do atual Jardim Botânico, sua primeira iniciativa foi o estabelecimento de uma estrutura para um orquidário. Ele justificava isso dizendo que as orquídeas eram plantas que chamavam a atenção do público e que o orquidário atrairia pessoas para visitação – o que revela uma visão muito moderna”, declarou Barros.

De acordo com Barros, a Iconografia de Orchidaceas do Brasil é uma expansão do Álbum das Orchidaceas Brasileiras e o Orchidário do Estado de São Paulo, lançado em 1930, na ocasião da fundação oficial do orquidário paulistano, para ser distribuído entre os visitantes.

“Em grande parte, esses dois livros são responsáveis pela popularização das orquídeas. Hoje, só a cidade de São Paulo tem quatro associações de orquidófilos diferentes. Desenvolveu-se uma cultura em torno da planta, que é bastante atraente, pois a maioria das espécies cultivadas é muito extravagante”, afirmou.

Nascido em Juiz de Fora (MG) em 1882, Hoehne foi autodidata e começou a trabalhar no Rio de Janeiro como jardineiro. Profundamente dedicado a estudos de botânica, atuou no Museu Nacional, na capital fluminense, e na Comissão Rondon, com a qual excursionou pelo Brasil, responsabilizando-se pelas coleções de plantas.

Em 1917, Hoehne foi convidado pelo diretor do Instituto Butantan, Vital Brazil (1865-1950), para criar um horto botânico para estudos de plantas medicinais em São Paulo, onde se instalou. Em 1928 responsabilizou-se pela implantação de um novo horto botânico na Zona Sul da capital paulista. Ali nasceu o Jardim Botânico de São Paulo, fruto de um projeto de sua autoria.

Entre 1938 e 1941, Hoehne foi diretor-superintendente do Departamento de Botânica do Estado de São Paulo. Em 1942 , tornou-se o primeiro diretor do Instituto de Botânica, cargo que manteve até 1952.

Em sua trajetória, Hoehne publicou cerca de 117 trabalhos científicos, 478 artigos em jornais e revistas e proferiu inúmeras palestras, conferências e cursos nas diversas áreas de botânica, além de editar quatro livros infantis.

 Serviço: * Iconografia de Orchidaceas do Brasil
                 Autor: Frederico Carlos Hoehne
                 Lançamento: 2010
                 Preço: R$ 200
                 Páginas: 640
                Mais informações: (11) 5073-6300 – Ramal 313.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Molusco com superarmadura

da Agência Fapesp

Os coletes à prova de bala e as armaduras dos soldados do futuro poderão ser baseados em um molusco com menos de 5 centímetros de comprimento que vive nas profundezas oceânicas.  A novidade está em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

“Exoesqueletos biológicos, em particular aqueles com propriedades multifuncionais e inusitadamente robustas, têm potencial enorme para o desenvolvimento de materiais protetivos e mais resistentes”, destacaram os autores.

Christine Ortiz, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e colegas estudaram o molusco da espécie Crysomallon squamiferum, descoberto recentemente próximo a fossas abissais no Oceano Índico. O grupo analisou em nanoescala as propriedades mecânicas das camadas individuais da carapaça do molusco, que é muito rica em ferro, e usaram os dados para montar um modelo computacional do exoesqueleto do animal.

Simulações feitas em computador dos sistemas protetivos encontrados na natureza permitem a pesquisadores e engenheiros explorar como os animais se defendem ao mesmo tempo que mantêm os movimentos e a regulação das funções corporais.

Os autores examinaram como a concha protege o molusco contra ataques de predadores e verificaram que cada uma das suas três camadas é responsável por um aspecto particular da eficiência da armadura natural. A camada do meio é mais flexível e está localizada entre duas mais resistentes.

A camada mais externa leva mais ferro em sua composição e tem cerca de 30 micrômetros de espessura. A camada média, que chamaram de orgânica, tem até 150 micrômetros. A camada interna é mais espessa, com 250 micrômetros, e é altamente calcificada.

A análise mostrou que o arranjo por camadas, a combinação de diferentes materiais e as microestruturas e geometrias peculiares resultam em um conjunto que protege de forma notadamente eficiente contra a penetração, além de melhorar a dissipação de energia e resistir a dobras e fraturas.

O artigo Protection mechanisms of the iron-plated armor of a deep-sea hydrothermal vent gastropod, de Christine Ortiz e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.


Mudança climática: Situação do Haiti assusta pequenas ilhas

Por Thalif Deen, da IPS

A devastação causada pelo terremoto no Haiti pôs sobre a mesa a ameaça de outro possível desastre natural: o aumento do nível dos mares pode apagar do mapa os pequenos Estados insulares, desatando emigrações em massa. Contrariamente aos informes iniciais, Maldivas, país formado por um arquipélago no Oceano Índico, não tem planos de reassentar seus 300 mil habitantes nem de comprar terra em países vizinhos.

“Maldivas não planeja reassentar e nunca consideramos a realocação em outro país, nem em um vizinho ou em outra área”, disse terminantemente à IPS o representante permanente dessa nação na Organização das Nações Unidas. Abdul Ghafoor Mohamed. Porém, os Pequenos Estados Insulares e em Desenvolvimento do Pacífico (PSIDS), que inclui nações como Fiji, Palau, Ilhas Marshall, Nauru e Tuvalu, não descartam a possibilidade de reassentar seus habitantes diante de um desastre. O embaixador de Palau, Stuart Beck, disse que o deslocamento para um terceiro país “poderia ser a única opção se a mudança climática continuar no ritmo atual ou aumentar, sem uma significativa e urgente mitigação por parte da comunidade internacional”.

Por outro lado, centenas de haitianos buscam refúgio na vizinha República Dominicana. O terremoto pode ter matado centenas de milhares de pessoas. Consultado sobre isto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse a jornalistas que está ciente de que o governo dominicano “tenta alojar a maioria possível de pessoas” e que os funcionários de Santo Domingo “são muito generosos”.

Pouco depois de ser eleito, em outubro de 2008, o presidente de Maldivas, Mohamed Nasheed, propôs a criação de um fundo soberano para comprar terras destinadas à realocação de seus compatriotas no caso de um desastre provocado pelo aquecimento global. Mas seu enviado na ONU explicou que, na realidade, Nasheed só queria mostrar claramente a gravidade da situação para países como Maldivas. Desde então, o mandatário reiterou várias vezes que Maldivas “não deseja e nem planeja uma recolocação”.

“Com sua declaração sobre a criação de um fundo soberano, o efeito desejado era o de aumentar a conscientização na comunidade internacional sobre a dura realidade que Maldivas, e muitos outros pequenos países insulares, enfrenta com a infinidade de desafios da mudança climática”, afirmou Mohamed. A Organização Internacional para as Migrações prevê que, no pior cenário, pelo menos 50 milhões de 350 milhões de pessoas teriam que migrar de seus países insulares para sobreviverem a uma catástrofe causada pelo aquecimento global.

O embaixador Beck, de Palau, citou uma análise do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, dizendo que, embora o direito internacional não seja claro, algumas pessoas obrigadas a migrar devido à mudança climática poderiam ser protegidas pela Convenção das Nações Unidas sobre o Status dos Refugiados, de 1951. “Entretanto, outras poderiam não se qualificar para essa proteção”, reconheceu. “Há pouco interesse em expandir a Convenção para explicitamente incluir os refugiados da mudança climática”, acrescentou.

Houve informes não confirmados de que países como Austrália ou Nova Zelândia estariam considerando fornecer abrigo a habitantes dos PSIDS, considerando-os “refugiados ambientais”. Porém, o enviado de Maldivs disse à IPS não saber de nenhum Estado insular que tenha assinado acordo com um país vizinho. “Mesmo com a assinatura de um acordo entre uma nação insular e outro país, isto apresentaria várias questões referentes ao direito internacional, soberania, status, integrar a ONU, etc.”, afirmou.

“Estas pessoas seriam reassentadas como uma nação ou como refugiados individuais submetidos a uma nação anfitriã como seus próprios cidadãos, ou gozariam de direitos soberanos? Continuariam tendo direito sobre o território que abandonaram? Se não, quem teria?”, perguntou. O destino destes pequenos países insulares estará na agenda de duas importantes conferências internacionais, destinadas a elaborar o rascunho de um acordo legalmente vinculante contra a mudança climática: a primeira em junho, na Alemanha, e a segunda em novembro, no México. 

Fonte: IPS/Envolverde

Crimes ambientais na Amazônia poderão se tornar inafiançáveis

Por Laura Fonseca, da Agência Senado


Os crimes ambientais cometidos contra a flora da Amazônia poderão se tornar inafiançáveis e imprescritíveis caso seja aprovado projeto de lei do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) que tramita na Comissão do Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA), com a relatoria a cargo do senador Jefferson Praia (PDT-AM). 

Pelo PLS 460 de 2008, crimes ambientais, já punidos com pena de detenção e multa pela legislação em vigor, serão tratados como crimes que não prescrevem nunca e tampouco permitem que os acusados respondam por eles em liberdade, através do pagamento de fiança.

Entre esses crimes estão os de danificar floresta de preservação permanente, até mesmo corte seletivo de árvores ou extração de pedra, cal ou minerais nessas unidades de conservação sem autorização da autoridade competente.  Provocar incêndio em mata ou floresta e adquirir madeira ou carvão sem exigir licença autorizada do vendedor também são crimes previstos na proposta de lei.

Em sua justificação, Artur Virgílio argumenta que a enorme extensão territorial abrangida pelo bioma amazônico, aliada à sensação de impunidade diante de penas de detenção menores que quatro anos, prazos prescricionais reduzidos e facilmente substituídos por multas ou serviços à comunidade, tornam inócua a tentativa de punir os crimes ambientais na Amazônia.

Para o senador, a punição mais severa dos crimes como a impossibilidade de fiança ou de prescrição, poderá dissuadir potenciais criminosos, resultando na diminuição da ocorrência de delitos ambientais, infelizmente prática cotidiana contra o bioma amazônico nos dias de hoje, destaca Arthur Virgílio.

A matéria tramita na CMA e, posteriormente, segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Comunicação Ambiental será tema de oficina no 3ºCBJA

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Assessoria CBJA





Os jornalistas Efraim Neto e Fabrício Ângelo realizarão no dia 18 de março, das 08 às 12h, durante o primeiro dia de atividades do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, uma oficina sobre Comunicação Ambiental. Durante a atividade serão abordados temas como jornalismo científico, ambiental, juventude e meio ambiente, democratização da informação ambiental, acrescido de debates atuais sobre a comunicação e a sustentabilidade.


Centrado no debate sobre a questão da comunicação e da participação da sociedade na tomada das decisões ambientais, a Oficina tem entre seus objetivos ser uma espaço de intercâmbio de experiências entre profissionais de comunicação e jovens estudantes de jornalismo. Temas como mudanças climáticas, águas, desenvolvimento sustentável, além da história do jornalismo em ciência e meio ambiente, serão apresentados durante a oficina.


O 3º CBJA
Entre os dias 18 e 20 de março, Cuiabá será a sede da terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que será realizado no Centro de Eventos do Pantanal. Desde a criação do Congresso, realizado em Santos- SP em 2005 pela Rede Brasileira de Jornalistas Ambientais – RBJA e Núcleo Paulista de Jornalismo Ambiental, as faculdades de comunicação começaram a olhar mais para questão ambiental e o tema começou a ser tratado com mais maturidade pela mídia brasileira.


Nesta terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o Núcleo de Ecomunicadores dos Matos – NEM, organização não governamental criada em 2005 por jornalistas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz o congresso para Mato Grosso, no centro do país, numa região que concentra ao mesmo tempo três importantes biomas (Cerrado, Pantantal e Amazônia) mas que luta para tirar o estigma de estado que mais desmata no país. Com a crise econômica global e num cenário cada vez mais utente de soluções e alternativas ambientais, que conciliem também o aspecto social e econômico, o 3CBJA se propõe a fazer análises sobre a suposta dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente, do ponto de vista jornalístico.


Siga no twitter: http://twitter.com/cbja2010 ou aqui no site do Congresso

Cenários de um novo mundo

Por Vilmar Sidnei Demamam Berna*


Nem todos agem da mesma forma diante dos problemas. Uma boa parte das pessoas tende a continuar vivendo como se nada estivesse acontecendo, como se os problemas só afetassem aos outros, ou como se a responsabilidade pela solução dos problemas fosse dos outros, do vizinho, das autoridades, dos
empresários.

Outros preferem fugir e a maneira mais comum de fazer isso é negando a existência do problema ou minimizando sua importância através de piadinhas e ironias que inclusive desqualifiquem os denunciantes! A inteligência humana é brilhante para encontrar soluções quando quer fazer,
mas também pode ser brilhante para encontrar desculpas para não agir quando não quer.

Não é novidade para ninguém que nosso estilo de vida consome mais recursos naturais do que a natureza consegue repor e que usamos o Planeta como se fosse uma enorme lixeira para descartar os nossos restos. Entre as muitas conseqüências, assistimos o agravamento das mudanças climáticas que já afetam a vida e os bens de milhões de pessoas em todo o Planeta.

E este é só o começo dos novos tempos. Alguns falam em processo de extinção de nossa espécie. Não acredito. Nossa maior característica é o de nos adaptar. Estamos presentes desde os desertos às florestas, dos locais mais frios aos mais quentes, dos mais alagados aos mais secos, sobrevivemos a terremotos, vulcões, tsunamis, tigres dente-de-sabre, vírus e bactérias!

Nossa espécie está pronta para continuar, doa a quem doer! Outra característica nossa é a violência. O amor, a generosidade, a solidariedade fazem parte de nossos sonhos, de nossos ideais, inspiram artistas, religiosos, ideólogos, mas a realidade é bem outra! A história da presença humana sobre este Planeta tem sido uma história de sucessivas guerras contra a natureza, contra os deuses, contra os animais, contra nós
mesmos. Ainda hoje, em nossas cidades, e também no trânsito, se mata mais gente que nas guerras! Não deveríamos, mas aprendemos a conviver e a aceitar como naturais uma sociedade organizada na base da exploração de um pelo outro, que submete a natureza não para atender às necessidades de muitos,
mas aos desejos e ganância de uns poucos.

Quem hoje domina o poder de usar dos recursos naturais para enriquecer não irá ceder facilmente quando este domínio for ameaçado por qualquer razão. A tendência será ‘cravar mais fundo os dentes’ para assegurar suas fontes de recursos e poder, como fazem os parasitas quanto o hospedeiro tenta removê-los!

Com o agravamento das secas e inundações e a intrusão da água salina nos lençóis de água subterrânea, devido o aumento dos oceanos, os prejuízos para a agricultura serão enormes e um dos resultados além da fome será a migração de populações de famintos do campo para a cidade, inchando ainda mais as
favelas e pressionando os empregos e salários, demandando serviços de saúde, educação, etc. Se no campo, essas pessoas eram braços e pernas para produzirem alimentos, nas cidades, serão bocas a mais para serem
alimentadas.

Nossa espécie conhece bem o problema e a tendência é aumentar a vigilância sobre as fronteiras e adotar soluções como a dos EUA para impedir a migração de mexicanos. Um mundo mais aquecido será também a de ser um mundo mais dividido, menos solidário, e com mais conflitos!

Existem outras pessoas que, diante de problemas, tendem a enfrentá-los. Primeiro buscando manterem-se bem informadas sobre a real dimensão dos problemas, separando fantasia da realidade. Segundo, capacitando-se para os novos desafios com cursos e treinamentos adequados. Pessoas com visão
empreendedora saberão identificar oportunidades na crise e continuarão produzindo riquezas e gerando empregos, pagando impostos! Em poucos anos, por exemplo, os oceanos estarão maiores e invadirão mais terras, pressionando as infra-estruturas nas cidades.

Os conhecimentos e tecnologias de povos que vivem abaixo do nível do mar, como os holandeses, serão importantes nessa nova fase. E a vida continuará, como sempre, apenas num mundo diferente deste.

* Vilmar é escritor e jornalista, editor da Revista e do Portal do Meio Ambiente. Mais informações: www.escritorvilmarberna.com.br

Ministra Eliana Calmon se destacou no julgamento de questões ambientais

Assessoria do STJ

A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que pedido de reparação de danos causados ao meio ambiente é imprescritível, seguindo o voto da ministra Eliana Calmon. A decisão, dentre outras relatadas pela ministra em 2009, ocorreu no julgamento de recurso especial em ação civil pública com pedido de reparação por prejuízos materiais causados por particulares à comunidade indígena Ashaninka-Kampa do rio Amônia, no Acre. Os danos materiais e morais decorreram da extração ilegal de madeira (mogno e cedro) da área indígena.

A ministra Eliana Calmon ressaltou que a Constituição Federal de 1988 tratou de conferir natureza especial ao direito ao meio ambiente, uma vez que seu dano oferece grande risco a toda humanidade. Assim, o direito ao pedido de reparação de danos ambientais está protegido pela imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial a afirmação dos povos, independentemente de estar expresso ou não em texto legal.

Tanto o Tribunal de Justiça do Acre quanto o STJ mantiveram a condenação estabelecida em primeiro grau. Os dois particulares devem pagar indenização no valor de R$ 4,46 milhões que serão aplicados em benefício da comunidade indígena pela Funai. Também devem pagar R$ 5,92 milhões ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos a título de custeio de recomposição ambiental. O pedido de redução desses valores foi negado porque os recorrentes fizeram apenas alegações genéricas de que a quantia era excessiva, sem atacar especificamente os fundamentos adotados pelo juízo de primeiro grau.

Em outra ação civil pública, a primeira instância decidiu que o novo proprietário de imóvel que sofreu dano ambiental também é responsável pela reparação do dano, mesmo que ele tenha sido causado pelo antigo proprietário. A ação foi movida pelo Ministério Público de Goiás contra Furnas Centrais Elétricas S/A e Alvorada Administração e Participações S/A. O objetivo era recuperar a área degradada pela construção de usina hidrelétrica e obter indenização pelos danos causados ao meio ambiente.

Furnas recorreu ao STJ alegando que seria parte ilegítima no processo porque não foi a causadora do dano. A relatora, ministra Eliana Calmon, em mais um voto que se destacou em 2009, ressaltou que a responsabilidade por danos ao meio ambiente além de ser objetiva, é também solidária. Além disso, ficou comprovado que Furnas foi responsável pelo ato lesivo ao meio ambiente, apesar de o imóvel já ser de propriedade de outra pessoa jurídica. Com essas considerações, a Turma manteve a condenação das duas empresas, que devem reparar o dano.

Tortura no regime militar
Depois de muito debate, a Primeira Turma decidiu por maioria, em 2007, que direito à indenização por tortura e prisão ilegal sofridas durante o regime militar é imprescritível. Em 2009 o caso voltou ao STJ. A ministra Eliana Calmon foi relatora dos embargos de divergência na Primeira Seção. A União questionou o prazo prescricional das ações para reparar a violação de direitos humanos ou direitos fundamentais da pessoa humana, bem como os danos materiais.

A ministra destacou que a tese da imprescritibilidade das ações de reparação por danos morais em razão de ofensa aos direitos humanos, apesar de majoritária, não é unânime. Na minuciosa pesquisa jurisprudencial, a relatora observou que danos morais e materiais nesses casos eram tratados da mesma forma, embora na maioria dos processos buscava-se apenas a reparação do dano moral.

Após análise da legislação nacional e internacional sobre o tema, a relatora reconheceu como imprescritível o pedido de indenização por danos, sejam morais ou materiais, decorrentes dos atos de tortura praticados durante o regime ditatorial brasileiro. Essa foi a posição adotada por unanimidade na Primeira Seção.



Plantação para biocombustível cresce sem desalojar alimento, diz estudo

Ricardo Mioto, da Folha de S. Paulo

A ideia de que há uma guerra por espaço acontecendo no interior do Brasil entre o plantio de comida e a produção de biocombustíveis é errada, dizem especialistas. A expansão do cultivo de cana-de-açúcar para para produzir etanol não afetou, até hoje, áreas de cultivo de alimentos, segundo os estudos.

"Até aconteceram mudanças localizadas de cultura, mas no todo não foi significativo. Existem 200 milhões de hectares de pasto no Brasil. Não são os cinco milhões que a cana ocupa que vão fazer falta", diz Roberto Schaeffer, especialista em energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de um trabalho sobre o assunto na última edição da revista científica "Renewable Energy".

O Brasil tem 60 milhões de hectares dedicados à agricultura.
Segundo cientistas como Schaeffer ou José Goldemberg, físico da Universidade de São Paulo e um dos pais do Proálcool (que também publicou um estudo recentemente sobre o tema na revista "Energy Policy") é justamente para cima dos pastos --e não dos cultivos de alimentos-- que a cana avança, com algumas exceções nos anos 1970 e em alguns poucos locais atualmente.

Os dados mostram que os plantios de café, laranja ou feijão não se alteraram com o crescimento das plantações de cana mesmo em São Paulo, grande produtor nacional de etanol.

Monitoramento de chuvas na Serra do Mar

Por Fabio Reynol, da Agência Fapesp

Um sistema de monitoramento em tempo real das condições climáticas da Serra do Mar poderá se tornar uma ferramenta importante para prever riscos de desastres ambientais provocados pelas chuvas.

O Sistema de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Sismaden) é uma ferramenta desenvolvida no âmbito do Projeto Temático “Estudos da previsibilidade de eventos meteorológicos extremos na Serra do Mar”, coordenado por Chou Sin Chan, pesquisadora do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e apoiado pela FAPESP.

Segundo Chou, a função principal do Sismaden é receber, processar automaticamente informações coletadas de diversas fontes, analisar todos os dados, inclusive aqueles gerados pelo projeto, e caracterizar o nível do risco em diferentes regiões.

“As informações que chegam ao Sismaden são: chuvas e suas trajetórias detectadas por radar ou estimadas por satélite; localização dos relâmpagos; previsões numéricas de chuva; probabilidade da previsão de chuvas intensas; e índices de severidade das tempestades, além de leituras vindas de dez estações meteorológicas e cinco hidrológicas instaladas com recursos do projeto e espalhadas no trecho paulista da Serra do Mar, entre os municípios de Itanhaém e Ubatuba”, explicou.

As estações enviam leituras em tempo real e automaticamente por meio do Satélite de Coleta de Dados (SCD-1) do Inpe, ou por sistema de telefonia por celular. “Essas informações são utilizadas para alimentar o modelo matemático de previsão de tempo e para o monitoramento das condições meteorológicas e hidrológicas. Em situações de risco, o envio das medidas de chuva em tempo real é crucial para tomada de ação”, disse.

As informações meteorológicas são cruzadas com o mapeamento de áreas de riscos. A ferramenta Sismaden verifica a iminência de extremos de chuvas em locais suscetíveis a deslizamento sobre áreas ocupadas. Se a resposta for positiva, o sistema emite um alerta categorizado por cores no qual vermelho significa estado de alerta máximo. As categorias de alerta vão de “observação”, “atenção”, “alerta” e “alerta máximo”. A partir do estado de “atenção” equipes treinadas são enviadas ao local para vistoria de campo.

“É por causa dessa última fase que o sistema é considerado semiautomático”, disse a coordenadora do Temático. A avaliação humana no local, de acordo com a pesquisadora, ainda é imprescindível para que ações de evacuação, por exemplo, possam ser tomadas.

Esses técnicos visitariam os locais indicados pelo sistema e analisariam os sinais. “Nos deslizamentos de Angra dos Reis (RJ) do início do mês, por exemplo, houve relatos de moradores afirmando haver lamaçal e pedras descendo do morro antes da tragédia”, lembra a pesquisadora. Esse seria um dos sinais que poderiam ser detectados por técnicos.

“O sistema pode ser utilizado para a detecção de outros tipos de riscos. Já a previsão de inundação, como a que ocorreu em São Luiz do Paraitinga (SP), exigiria, por exemplo, um levantamento topográfico bem detalhado da serra, mapa de distribuição da vegetação, do solo, de um modelo hidrológico bem calibrado, além de uma previsão acurada das chuvas, o que ainda não existe”, ressaltou Chou.

Os dados das estações hidrológicas, que leem informações como o nível do rio e as precipitações, não são suficientes para delimitar as áreas que serão atingidas por inundações. Mesmo para outros tipos de desastres naturais, a acurácia e o detalhamento da previsão são limitados. “Não prevemos deslizamentos, apenas indicamos os riscos”, disse.

Os dados geotécnicos e o mapeamento das áreas de risco utilizados no trabalho foram levantados por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Para o diretor-presidente do instituto, João Fernando Gomes de Oliveira, é preciso aumentar o grau de detalhamento das respostas para que um trabalho de contenção de emergências possa ser eficiente.

“Não adiantaria alertar que um município iria sofrer fortes chuvas, não há como esvaziar uma cidade inteira”, disse. Oliveira defende um sistema detalhado com maior resolução dimensional para que possa apontar as regiões mais críticas.

Além disso, para ser operacionalizado, o trabalho precisaria contar com muito mais do que um sistema de monitoramento climático. “É preciso uma cadeia completa de operações que inclui planos de evacuação, construção de rotas de fuga e treinamento de equipes, entre outros pontos”, afirmou.

Estações e contingência
Para complicar, a Serra do Mar conta com eventos climáticos extremamente heterogêneos, segundo explica o pesquisador do IPT, Agostinho Tadashi Ogura, que também participou do Projeto Temático.

“Pode estar fazendo sol na estação climática e uma chuva forte estar caindo a 1 quilômetro dali”, disse. Também podem ocorrer diferenças no clima do pé da serra, na meia encosta e em seu topo. Instalar uma estação para cada trecho a ser considerado seria inviável, segundo o pesquisador.

Ogura sente falta de estações geotécnicas para completar os dados do Sismaden. Elas mediriam informações como a movimentação do solo e a quantidade de água absorvida, dados importantes para uma análise de risco.

O IPT levou ao projeto o coeficiente de precipitação crítica (CPC), um índice desenvolvido pelo instituto que avalia os riscos de deslizamento. O CPC baseia-se em análises de índices de chuvas e os níveis que provocaram desastres em ocorrências passadas. Um CPC menor do que 1 é considerado estado normal; 1,2 já indica possibilidade de escorregamento induzido, quando a ação humana alterou o perfil da encosta.

No entanto, essas leituras têm de ser adaptadas para cada região. Para Ogura, seria importante que o CPC fosse calculado com base em características locais. “Um tipo de solo mais profundo, por exemplo, pode ser mais resistente a um índice de precipitação que em outro lugar provocaria deslizamentos”, disse.

Além do Inpe e do IPT, o Projeto Temático teve a participação de pesquisadores de outras instituições, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Teve ainda colaboração de outras organizações como a Subcomissão Especial de Restauração da Serra do Mar, Instituto Agronômico de Campinas, Instituto Florestal, prefeituras municipais de Cunha e Itanhaém, Sabesp, Companhia Docas do Estado de São Paulo, Defesa Civil, National Centers for Environmental Prediction e a Universidade Norte Fluminense.