quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cientistas criam material que gera energia limpa

Um novo material à base de estruturas nanométricas fabricado por especialistas espanhóis pode impulsionar o uso de pilhas de combustível de energia "limpa" por combustão de hidrogênio a temperaturas moderadas, que poderia ser usada em alimentação elétrica de computadores, frigoríficos e outros utensílios.

O material, descrito na última edição da revista Science, foi fabricada por uma equipe de físicos da Universidade Complutense de Madri e sua caracterização foi realizada em colaboração com pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri e do Laboratório Nacional Oak Ridge, dos Estados Unidos.

Composto de estruturas nanométricas, o material melhorou "em dezenas de milhões de vezes a condutividade iônica à temperatura ambiente dos materiais usados hoje em dia em pilhas a combustível de óxido sólido". Atualmente, é necessário temperatura da ordem de 800°C para obter valores de condutividade iônica suficientemente elevados, enquanto o novo material precisaria de 80°C "para garantir uma condução elétrica eficiente", explicou Jacobo Santamaría, um dos responsáveis pela pesquisa.

As pilhas a combustível permitem diretamente a geração de energia elétrica a partir da combustão de hidrogênio de forma "limpa, eficiente e sustentável", constituindo uma alternativa ao petróleo e ao carvão em muitas aplicações. Desta forma, segundo o cientista, o hidrogênio se transforma em uma fonte de energia "verde", pois é obtido da água, que é, por sua vez, o único resíduo de sua combustão.

As altas temperaturas requeridas até agora para obter condução energética eficiente a partir de pilhas a combustível não poluentes representavam "um sério problema para a universalização desta tecnologia". Um importante setor científico comandou as pesquisas em campos como a busca e a síntese de novos materiais. No entanto, este grupo de físicos se centrou na fabricação de heteroestruturas de película fina de alguns materiais conhecidos como óxidos complexos para projetar "materiais artificiais" (que não existem na natureza), com a estrutura adequada para otimizarem suas propriedades físicas. Para a pesquisa, foi utilizado um microscópio eletrônico de transmissão de varredura de última geração.

Fonte: EFE

Praia é fechada nos EUA após morte de peixes

A praia de Ben T. Davis, em Tampa beach, no Estado americano da Flórida, foi fechada pelas autoridades por tempo indeterminado depois que centenas de peixes foram encontrados mortos ao longo da costa, informou a agência AP. Biólogos ainda estão investigando a área para identificar o que teria matado tantos peixes.

Segundo o biólogo Jan Landsberg, do Instituto de Pesquisa da Vida Selvagem da região, a proliferação de algas na área poderia ter causado o extermínio.
Por enquanto, a hipótese de maré vermelha (excessiva proliferação de micro-algas no mar) ainda está descartada. Os especialistas aguardam pelo resultado de mais alguns testes para saber o que realmente originou a matança.

Fonte: Redação Terra

Falta de dados dificulta estudo do clima na Antártida

Como um iceberg que só revela sua ponta, alguns efeitos da mudança climática na Antártida permanecem ocultos em zona poucos estudadas, desafiando os cientistas.

O desabitado "continente branco", com cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados, tem a maior reserva de água doce do mundo, na forma de uma espessa capa de gelo, cujo derretimento total elevaria o nível dos oceanos em até 60 metros. Há dados sobre o degelo na Península Antártica, a parte do continente que se estende em direção à América do Sul. Mas muitos especialistas acham que faltam mais informações para especular sobre um degelo completo ou sobre outros efeitos imediatos da mudança climática.

De acordo com a entidade científica British Antarctic Survey, a temperatura da Península Antártica aumentou mais do que em nenhum outro lugar da Terra nos últimos 50 anos.
Os cientistas são praticamente unânimes em afirmar que o aquecimento global das últimas décadas é provocado principalmente por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, ao lado de fatores naturais. Na Antártida, várias plataformas de gelo diminuíram de tamanho nos últimos 30 anos, e seis delas desabaram totalmente. Embora isso não provoque um aumento significativo da água do mar ¿ já que os blocos de gelo bóiam ¿ o fenômeno acelera o avanço das geleiras que estão sobre o continente.

Imagens de satélites revelam que nos últimos anos aproximadamente 415 quilômetros quadrados da capa de gelo da banquisa de Wilkins caíram. "As banquisas de Wilkins, Larsen e outras menores já desabaram e não existem mais, então aí não há dúvidas sobre o que aconteceu", disse à Reuters o pesquisador Hernán Sala, do Instituto Antártico Argentino.
Na opinião dele, a falta de registros históricos em parte da Antártida impedem a generalização de conclusões sobre o continente. "Alguns acham que vai derreter todo, outros que não derrete, e na realidade o que se teria de dizer é que não existe muita informação", explicou Sala, que num recente relatório escreveu que a região central da Antártida é a parte do planeta com menor quantidade de dados disponíveis para análise.

O ambiente hostil, com temperaturas de até -40C, e a distância em relação a centros de abastecimento dificultam a instalação de estações de medição na região do Pólo Sul, e por isso os dados só podem ser colhidos por satélites e sensores remotos. Sala disse que só seria possível avaliar o que acontece no centro da Antártida se houvesse 30 anos de registros contínuos.
Para tentar preencher tais lacunas, as várias bases internacionais na Antártida buscam dados sobre o passado do continente. Retirando cilindros de gelo, os cientistas encontram pistas sobre como era o clima há várias décadas. Eles chamam esses blocos de "testemunhas". "Junto com brasileiros e norte-americanos, estamos tentando extrair uma testemunha profunda da área da Península Antártica. Já tiramos 130 metros de uma testemunha de gelo e queremos tirar uns 300 metros, o que nos daria uns 200 anos de antiguidade de comportamento climático", disse Ricardo Jaña, cientista do Instituto Antártico Chileno.

Fonte: Reuters

Delegação de Botsuana chega ao Brasil para conhecer experiência com MDL

Rafael Godoi

Os procedimentos adotados no Brasil para análise, avaliação e aprovação de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) poderão nortear as ações da Autoridade Nacional Designada (AND) de Botsuana. Na próxima semana, representantes da nação africana chegam ao Brasil para conhecer o trabalho realizado pela Autoridade Nacional Designada, que é exercida no País pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC), em relação a qual o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) exerce a Presidência e a Secretaria Executiva. A Comissão é responsável por apreciar e emitir pareceres sobre projetos que resultem em diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa.

A visita técnica começa por Brasília (DF), onde a comitiva conhecerá o trabalho realizado pela Cordenação-Geral de Mudança Globais de Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia e pela CIMGC. A comitiva será recebida pelo chefe de Assessoria de Assuntos Internacional (Assim/MCT), José Monserrat Filho, pelo secretário-executivo da Comissão Interministerial de Mudanças Globais do Clima, José Domingos Miguez e por representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Meio Ambiente e Minas e Energia.

Após o acompanhamento dos trabalhos em Brasília (DF), o que acontece entre os dias 5 e 6, a delegação segue para o Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Nos dias 7 e 8, eles desembarcam no Rio de Janeiro onde acompanham o trabalho de análise de projetos. Em São Paulo, serão realizadas visitas técnicas em duas unidades que tem projetos de MDL aprovados pela Autoridade Nacional, um aterro sanitário e uma área de reflorestamento. Os integrantes da comitiva também vão analisar o modelo de aprovação, as resoluções e procedimentos adotados internamente, o sistema de aprovação de propostas e o funcionamento da ADN brasileira.

MDL

O MDL é um instrumento desenvolvido para reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa. Por meio desse processo, é possível registrar projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e, em seguida, vender essas reduções certificadas para países desenvolvidos, que dessa maneira podem cumprir suas metas de diminuição de emissão desses gases. Para que um projeto resulte em redução certificada de emissões (RCEs), as atividades precisam ser aprovadas pela Autoridade Nacional Designada.

Fonte: MCT

Descarte adequado de pneus e baterias é tema de campanha

Patrícia Sullivan

A Superintendência do Ibama no Amapá realizou no final deste mês, o lançamento da Campanha “Pneus e Baterias: retorne a favor da vida”. A ação tem como objetivo sensibilizar e estimular a consciência da sociedade amapaense quanto à importância do descarte seletivo e adequado de pneus e baterias e, ao mesmo tempo, incentivar o desenvolvimento das boas práticas ambientais referentes ao uso, destinação, reutilização e reciclagem de pneus e baterias por empresas privadas e públicas, com adequação de procedimentos em cumprimento da legislação ambiental.

A iniciativa pretende ainda promover o engajamento das instituições públicas, iniciativa privada e sociedade civil para a problemática do uso, reutilização e descarte inadequado de pneus e baterias e seus impactos à saúde pública e ao meio ambiente, estimular a devolução de pneus e baterias aos fornecedores, e fomentar a criação de um banco de dados. Para alcançar tais objetivos, a ação será desenvolvida em etapas distintas, utilizando materiais para divulgação de informações sobre a legislação e atitudes ambientalmente corretas de uso, coleta e destinação final desses produtos, e promovendo ações educativas envolvendo parceiros e colaboradores, no intuito de ampliar o conhecimento da sociedade sobre o tema.

Posteriormente, serão realizadas palestras direcionadas a públicos específicos, acerca da necessidade e importância de reduzir, reutilizar e reciclar pneus e baterias, com visitas técnicas nos locais de atuação dos parceiros e colaboradores da iniciativa privada. Ao final, serão intensificadas ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais, com avaliação da campanha, inicialmente prevista para seis meses de duração. Participaram do evento representantes de instituições públicas e da iniciativa privada, incluíndo as empresas apoiadoras da iniciativa.
Problema ambiental

Os pneus e baterias são hoje um problema ambiental que merece maior reflexão por partes dos diversos setores da sociedade. Assim como as pilhas, as baterias possuem elementos classificados como resíduos perigosos, por apresentar em suas composições metais pesados como cádmio, chumbo e mercúrio, altamente tóxicos e não-biodegradáveis. O descarte incorreto - em geral, no lixo doméstico, aterros sanitários e lixões a céu aberto -, contribui para a contaminação do meio ambiente por esses metais, que podem provocar doenças neurológicas. As baterias de uso veicular e portáteis, em especial, as utilizadas em aparelhos de telefonia móvel, são o foco inicial da campanha. Segundo dados da Teleco.com.br, o Estado do Amapá registra cerca de 345 mil aparelhos celulares, aproximadamente 7 celulares por grupo de 10 pessoas, sendo que a cada mês aproximadamente 5 mil novos aparelhos entram em circulação no mercado local.

No caso dos pneus, além do aspecto ambiental, o descarte inadequado pode se converter em problema de saúde pública, dada a possibilidade desse material se tornar um possível criadouro para mosquitos transmissores de doenças como a dengue e a febre amarela. Existem aproximadamente 75 milhões de pneus usados no país que não foram destruídos de acordo com a legislação em vigor, por serem de degradação natural muito demorada. De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Macapá, existem atualmente, aproximadamente, 200 mil pneus inservíveis na lixeira pública, com acréscimo de cerca de 300 unidades por dia.

Outro dado importante, diz respeito à atual frota de veículos (carros, caminhões, motos, etc) circulando no Estado do Amapá. Segundo dados do DENATRAN de março deste ano, são mais 78 mil veículos, com um crescimento de cerca de 500 unidades por mês. Esses dados são representativos para ilustrar o quantitativo de pneus e baterias existentes, com o agravante que a vida média de uma bateria gira em torno de 1,2 anos.

Maiores informações:
Ibama/AP - Núcleo de Licenciamento e Qualidade Ambiental - (96) 2101 9003 - Núcleo de Educação Ambiental - (96) 2101 9024.
Base legal - Lei nº 6.938/81 e Lei nº 9.605/98 e Resoluções CONAMA nº 258/99, nº 301/2002 - que alterou a nº 258/99 - e nº 257/99

Fonte: Ibama

Prorrogadas as inscrições para o Prêmio de Reportagem


As inscrições para o Prêmio Embrapa de Reportagem 2008 foram prorrogadas. O novo prazo para envio de matérias é até 1º de setembro de 2008. Também foi modificado o período de veiculação do material: podem participar reportagens publicadas entre os dias 16 de agosto de 2007 e 31 de agosto de 2008. As inscrições podem ser entregues pessoalmente ou por correio e devem ser acompanhadas de ficha de inscrição devidamente preenchida, além de cópia do registro profissional do autor da reportagem.A temática escolhida para esta edição são “os desafios da pesquisa agropecuária frente às mudanças climáticas”.


Nesta edição, também podem participar correspondentes estrangeiros. No caso deles, a cópia do registro profissional pode ser substituída pela do visto 6 (visto de correspondente). As reportagens veiculadas em jornais, revistas, sites de notícias ou emissoras de rádio e TV no exterior têm que haver sido realizadas no Brasil e versar sobre a experiência brasileira com a temática do prêmio.A data de divulgação dos resultados também foi modificada. Os vencedores serão conhecidos até o dia 19 de setembro, bem como local, data e horário de entrega do prêmio, que será feita em solenidade pública promovida pela Embrapa.


Edição Comemorativa


Em homenagem aos 35 anos da Embrapa, a edição 2008 do prêmio teve o valor da premiação dobrado. Serão distribuídos R$ 80 mil, divididos entre os vencedores de Impresso, TV, Rádio e Internet. Os autores das reportagens escolhidas em cada categoria receberão o valor bruto de R$ 20 mil, sobre o qual será descontada a parcela referente ao Imposto de Renda.A 11ª edição do premio é promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Associação Brasileira de Agribusiness – ABAG, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA/SENAR, a Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB e a Embaixada do Reino Unido no Brasil.


Fonte: Embrapa

Serviço Florestal amplia prazo do edital de concessão na Flona de Saracá-Taquera

O Serviço Florestal Brasileiro ampliou para até 15 de agosto o prazo para o envio de sugestões ao edital do processo de licitação das áreas de manejo sustentável na Floresta Nacional Saracá-Taquera (PA).

A extensão do prazo atende às solicitações feitas pela população local e por representantes da sociedade civil organizada durante as audiências públicas realizadas nos municípios paraenses Terra Santa (15/7), Faro (16/7) e Oriximiná (18/7). A ampliação do prazo vai permitir que governo do Pará, prefeitos dos municípios de Terra Santa, Faro e Oriximiná, representantes da sociedade civil organizada e população local discutam melhor os termos do edital de licitação e apresentem suas propostas. "Para que o edital garanta os direitos dos setores envolvidos é preciso que eles participem da elaboração do texto," afirma Tasso Azevedo, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro. "Por isso, se algum setor pede mais tempo para estudar melhor o texto, precisamos atender prontamente o pedido", afirma.

Segundo Azevedo, até agora chegaram mais de 80 contribuições para o edital, vindo dos mais diferentes setores da sociedade. "Isso mostra o envolvimento deles com o processo de concessões florestais", afirma Azevedo. "O que, sem dúvida, contribui para aperfeiçoar o processo", garante. As sugestões recebidas serão apreciadas pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelos membros da Comissão Nacional de Florestas Públicas (CGFLOP). O edital final deverá ser publicado no início de setembro.

Audiências públicas

A Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06) exige a realização de audiências públicas sobre os editais licitatórios em todos os municípios que abrigarem áreas destinadas às concessões de florestas públicas. Essas audiências devem ocorrer, necessariamente, antes da publicação dos editais. O Serviço Florestal abre espaço também na internet para receber sugestões.

Saracá-Taquera

A Floresta Nacional de Saracá-Taquera é uma unidade de conservação de uso direto. Possui 429.6 mil hectares e um grande potencial de recursos naturais renováveis (madeira, castanha-do-pará e outros produtos não madeiráveis), além de minérios (bauxita) e importância ecológica significativa. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é o responsável pela Flona. O Serviço Florestal Brasileiro será o responsável pela gestão do lote submetido à concessão florestal, cerca de 215 mil hectares (cerca de 50% da área total).
Unidades de manejo - Na Flona Saracá-Taquera as unidades de manejo foram dividas da seguinte forma: uma unidade de manejo pequena com 19,7 mil hectares, duas médias: uma de 25,5 mil ha e outra de 33,4 mil ha e uma grande de 137 mil ha. As áreas onde estão as comunidades locais, assim como as áreas quilombolas são excluídas dos lotes de concessão.

Regras do edital

A Lei de Gestão de Florestas Públicas traz uma inovação: toda licitação deve levar em conta os critérios "preço X técnica" para a escolha da melhor proposta; sendo que a técnica que inclui aspectos sociais e ambientais e deve, sempre, ter peso maior do que o preço. Segundo o edital o critério preço possui o valor máximo de 400 pontos, já para o critério de técnica a pontuação máxima é de 600 pontos. Tais critérios técnicos são divididos em quatro temas: (i) maior benefício social; (ii) menor impacto ambiental; (iii) maior eficiência; e (iv) maior agregação de valor local. Eles servirão para eliminar, classificar ou bonificar as propostas.

Arrecadação

Uma parcela de até 30% do montante que for arrecadado com a licitação será, segundo previsto na lei, destinada à fiscalização, monitoramento e controle das áreas licitadas. O restante, pelo menos 70%, será divido entre o Instituto Chico Mendes -- o gestor da unidade --, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, o estado do Pará e os municípios onde se localizam as áreas manejadas. Esses recursos compartilhados deverão, obrigatoriamente, ser aplicados em ações de conservação e uso sustentável das florestas.

Fiscalização e Monitoramento

Durante a execução do manejo da área licitada, o concessionário será fiscalizado pelo Ibama e pelo Serviço Florestal Brasileiro. Além de ser obrigatória uma auditoria independente, a ser realizada pelo menos uma vez a cada três anos por entidade previamente credenciada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Para o monitoramento, o Serviço Florestal se utilizará, entre outras ferramentas, do Sistema de Detecção de Exploração Seletiva (Detex), que permite detectar a exploração florestal por sensoriamento remoto, como o sistema de rastreamento de veículos por satélite r o controle de origem de produtos florestais.

Manejo florestal sustentável X desmatamento

Uma das mais importantes inovações da Lei de Gestão de Florestas Públicas é a valorização do manejo florestal sustentável - modelo de conservação e desenvolvimento, por meio do qual a própria floresta gera sua conservação. Trata-se de uma atividade oposta ao desmatamento.
No desmatamento, a floresta é totalmente retirada para que a terra tenha outra finalidade. Já no manejo florestal sustentável, só é retirada da floresta uma quantidade de produtos que não prejudiquem sua recuperação (em geral, cinco a seis árvores - das mais de 500 presentes em um hectare de floresta - a cada 30 anos). A manutenção da capacidade produtiva da floresta ao longo do tempo caracteriza a sustentabilidade.

Minuta do edital

O pré-edital para a concessão da Flona do Saracá-Taquera está disponível desde o dia 2 de julho na página eletrônica do Serviço Florestal Brasileiro (www.florestal.gov.br).
Interessados poderão enviar sugestões e dúvidas sobre o texto até o dia 15 de agosto para o e-mail: concessão@florestal.gov.br. Para acessar a minuta do edital, clique aqui. O edital definitivo deverá ser publicado no início de setembro. Mais informações (61) 3307-7204 ou 9968-5900.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/MMA

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pantanal ganha primeiro guia de campo sobre sapos

Ana Maio

O primeiro guia de campo sobre sapos, rãs e pererecas do Pantanal foi pré-lançado na semana passada, durante o 8º Intecol (Conferência Internacional sobre Áreas Úmidas), realizado de 20 a 25 de julho em Cuiabá (MT).Numa linguagem atualizada e de fácil acesso, o “Guia de Campo dos Anuros do Pantanal e Planaltos de Entorno” descreve o ambiente físico do Pantanal e seu entorno, introduz o tema da biologia reprodutiva dos anuros e faz recomendações sobre a conservação das espécies. São mais de 50 espécies descritas em inglês e português, seguindo as últimas modificações relevantes da literatura científica.

Para cada espécie há um texto descritivo e uma foto auxiliando o leitor nas identificações. No final do guia há um glossário que auxilia os não-especialistas a entender termos técnicos relevantes.Zilca Campos, pesquisadora da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Domingos de Jesus Rodrigues, professor da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) são dois dos autores que realizaram o pré-lançamento. Também assinam a publicação o professor Masao Uetanabaro, do Departamento de Biologia da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), e os biólogos Cynthia Prado, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Marcelo Gordo, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

Na década de 1980, o professor Masao iniciou a pesquisa sobre as espécies nas regiões de Bodoquena e Miranda, no Mato Grosso do Sul. Nos anos de 1993 e 1994, os autores percorreram todo o Pantanal sul concluindo o levantamento.O resultado de anos desta pesquisa está reunido neste guia, pioneiro no Pantanal, que atende pesquisadores, biólogos, estudantes, especialistas em turismo e demais interessados. A pesquisadora Zilca se lembra da trajetória do trabalho, das dificuldades e da persistência de toda a equipe. “O guia é um sonho que se torna realidade”, afirma. Domingos, que liderou a organização do livro, disse que, além de disseminar o conhecimento e auxiliar na conservação, o trabalho tem como intuito fomentar o turismo regional. Em relação a sua importância ecológica, o autor destaca que, por meio das espécies apresentadas no guia, é possível elaborar planos de manejo. “O mapeamento é realizado desde a década de 1980 e informa sobre a distribuição das espécies, sua importância, os habitats específicos.” Outra importância é a capacidade de bioprospecção (técnica utilizada para localizar e calcular o valor econômico de recursos naturais) destas espécies nas áreas da medicina e da bioquímica.

Uma espécie de perereca presente no guia, por exemplo, tem capacidade de sobreviver tranqüilamente a uma temperatura de 40 graus exposta ao sol.Os autores prestam uma homenagem ao professor Masao, pioneiro nos estudos com anfíbios do Pantanal sul-mato-grossense. Disseram que são privilegiados pela oportunidade de conviver com ele para a produção deste guia. Walfrido Tomás, também pesquisador da Embrapa Pantanal, recebeu um livro autografado no pré-lançamento e declarou que um dos maiores problemas do Brasil é a deficiência de informação para o público, e até mesmo para os cientistas, pela falta de guias de campo. “Este livro é um modelo a ser seguido, pode ser consultado por qualquer pessoa interessada em conhecer a biodiversidade. Esse guia quebra exatamente essa deficiência de informação e vai mudar a forma como os brejos, as lagoas e os riachos são vistos até agora.”

O livro recebeu apoio financeiro da Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso), Conservação Internacional, UFMS e UFMT.O lançamento oficial do Guia de Campo dos Anuros do Pantanal e Planaltos de Entorno será realizado em Manaus, durante o 6º Congresso Mundial de Herpetologia, de 17 a 27 de agosto. O livro já está disponível para venda pela editora da UFMT e também estará à venda durante o congresso em Manaus.

Fonte: Ibama

Centros de pesca especializados voltarão ao Ibama

Sandra Sato

O presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, anunciou hoje que os centros de fauna aquática, à exceção do Cepta, que haviam sido incorporados à estrutura do Instituto Chico Mendes retornarão ao Ibama. Os centros ficarão subordinados à Diretoria de Biodiversidade e Florestas.

O retorno de cinco centros especializados é uma vitória, pois reforçarão a tarefa do Ibama de regular a pesca no Brasil para garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros.
Outra novidade em relação à pesca saiu no Diário Oficial de hoje. Por medida provisória, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criou mais um ministério: o da Pesca. A MP transforma a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República no novo ministério.

A mudança, segundo Messias Franco, fortalece o fomento e não comprometerá as ações de pesca que o Ibama vem desenvolvendo. “O ministério ficará responsável pela área de fomento da pesca sem que, entretanto, o Ibama perca o grande e fundamental papel de regulamentar e fiscalizar a atividade”, assegura.

Fonte: Ibama

Cientistas buscam compreender estímulos químicos utilizados por insetos

Renata Moehlecke

Compreender os estímulos químicos que os insetos utilizam para conseguir se alimentar de sangue tem sido o objetivo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Fiocruz Minas Gerais. Em artigo publicado no último volume da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, os cientistas apresentam os resultados de uma pesquisa que avaliou os efeitos de um odor humano sintético, o BGML, e da substância octenol em armadilhas para flebotomíneos, insetos transmissores das leishmanioses.


O BGML é uma mistura de ácido lático, ácido capróico e amônia, enquanto o octenol é bastante utilizado por insetos da ordem Diptera para 'caçar' seus hospedeiros vertebrados e também conhecido por constituir o cheiro humano. Muitas são as substâncias liberadas por vertebrados, como galinhas, cachorros, cavalos e humanos, que atraem diferentes espécies de insetos. E essas substâncias têm sido desenvolvidas de forma sintética por cientistas em laboratórios.

A pesquisa apresentada no artigo se concentrou em duas espécies de flebotomíneos, Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia intermedia. Esse tipo de pesquisa pode ser uma boa alternativa para capturar insetos de importância médica e veterinária, assim como para elaborar formas de prevenção de picadas que acarretem doenças. “O presente estudo relata pela primeira vez uma resposta de espécies de flebotomíneos do Novo Mundo a armadilhas com iscas de octenol, ácido capróico e amônia sob condições de campo”, dizem os pesquisadores no artigo.

Para o estudo, 25 armadilhas foram instaladas durante cinco noites, sendo que a montagem era alternada entre áreas urbanas e de florestas na cidade de Varzelândia e no distrito de Brejo do Mutambal, ambos em Minas Gerais, em abril e maio de 2005. Nessas regiões, a leishmaniose tegumentar é uma doença endêmica.

Os resultados mostraram que, conforme cresciam as doses de octenol, aumentava a captura de fêmeas da espécie L. intermedia, mas a substância não demonstrou nenhum efeito sobre a captura de L. longipalpis. “A resposta ao octenol parece ser específica por espécie e ele pode servir como um atrativo para alguns insetos e como um repelente para outros”, explicam os autores. “No entanto, sua presença nas armadilhas não inibiu a captura de ambas as espécies”.

Já as armadilhas com BGML coletaram um grande número de L. longipalpis quando comparadas com as que apresentavam os componentes ácido lático, ácido capróico e amônia separadamente ou com as do grupo de controle (sem nenhuma substância). “Entretanto, quando banhadas com octenol, foi observada um decréscimo na captura de L. longipalpis”, afirmam os pesquisadores. “Isso sugere que o octenol é uma parte do odor humano que não funciona como atrativo para essa espécie”.

Os pesquisadores comentam, ainda, que o gás carbônico é o mais importante atrativo liberado por vertebrados, usado por insetos hematófagos para localizar seus hospedeiros, mas seu estudo em condições de campo é bem limitado e, por essa razão, não foi verificado. “Mais estudos para avaliar a eficácia de diferentes concentrações e combinações de ácido capróico e amônia para atrair flebotomíneos devem ser realizados”, concluem.

Fonte: Fiocruz

Programa de Pesquisas em Biodiversidade amplia estrutura na Amazônia Oriental

Criado em 2004 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) está desenvolvendo um sistema integrado de informação sobre biodiversidade, para facilitar a gestão do patrimônio natural e fortalecer ações de pesquisas que apóiem o desenvolvimento sustentável dos biomas brasileiros. Na Amazônia Oriental, o Programa é articulado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT).

Por intermédio do MPEG, o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá, a Universidade do Estado do Maranhão, a Universidade do Estado de Mato Grosso e a Embrapa Amazônia Oriental vão receber, em agosto, equipamentos de informática, GPS, desumificadores de ar, medidores de oxigênio e PH, paquímetro, dinamômetro, entre outros equipamentos.

O Programa de Pesquisa em Biodiversidade está estruturado em três componentes: Coleções , Inventários e Projetos Temáticos. Um dos principais objetivos do PPBio é a formação de uma rede de pesquisa para a geração de dados que permitam avaliar a riqueza, a diversidade local e a compreensão dos processos que influenciam a distribuição das espécies na Floresta Amazônica. Com um modelo descentralizado de gestão, o programa estabeleceu Núcleos Regionais de pesquisa (NR) em todos os estados da Amazônia Oriental, com sítios de pesquisa associados. Esses NRs agregam grupos de pesquisa que replicam, por sua vez, protocolos padronizados de coleta em todos os sítios escolhidos.

Na porção oriental da Amazônia, existem quatro NRs implantados: no Pará (o MPEG acumula o papel de Núcleo Executor do PPBio e a liderança do NR); no Amapá (a coordenação é do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas); no Maranhão (é a Universidade do Estado do Maranhão); e no Mato Grosso (a direção é da Universidade do Estado de Mato Grosso). A Embrapa Amazônia Oriental é uma das instituições que compõem a rede de parceiros no Pará.

Os sítios escolhidos para desenvolvimento dos trabalhos de coleta de dados são as florestas Nacionais de Caxiuanã (PA), Nacional do Amapá (AP), a Reserva Biológica do Gurupi (MA) e o Parque Nacional Juruena (MT).

Fonte: Agência Museu Goeldi

MPF denuncia ex-proprietário de "bois piratas" por desmatamento

Luana Lourenço

Depois de perder cerca de 3 mil cabeças de gado da raça nelore, que serão leiloados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na próxima terça-feira (5), o ex-proprietário dos chamados “bois piratas”, Lourival Novaes Medrado dos Santos, terá que responder ação criminal, apresentada hoje (30) pelo Ministério Público Federal (MPF). O MPF no Pará encaminhou à Justiça Federal ação em que o fazendeiro é acusado pela destruição de 5 mil hectares de floresta na Estação Ecológica Terra do Meio, região central do estado.

De acordo com o procurador da República Alan Rogério Mansur Silva, autor da ação, foram destruídos 50,4 quilômetros quadrados de floresta nativa, área equivalente a 25 vezes o território do Principado de Mônaco, na Europa. A ação de hoje complementa uma série de denúncias do MPF contra Medrado dos Santos e outros fazendeiros, que ocupavam irregularmente a Estação Ecológica da Terra do Meio, e que resultaram em determinações judiciais de desocupação do local. Em junho, a região foi alvo da Operação Boi Pirata do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que resultou na apreensão do rebanho.

O procurador pede a condenação de Medrado dos Santos por dano a uma unidade de conservação. A pena para o crime pode chegar a cinco anos de reclusão.

Fonte: Agência Brasil

ONU: roupas leves para economizar energia

A ONU recomendou hoje a seus funcionários e ao seu corpo diplomático que deixem de usar a roupa que tradicionalmente vestem para trabalhar e a substitutam por um traje informal que se adapte melhor ao novo plano de economia de energia que a organização adotará.A iniciativa, que ganhou o nome de "Cool UN" ("Uma ONU descontraída", em tradução livre) prevê um aumento na temperatura do ar condicionado nas instalações das Nações Unidas.
No caso da sede do Secretariado da ONU, o termostato passará a funcionar marcando de 22,2°C a 25°C, ao passo que, no anexo que abriga as salas de conferências da organização, o termômetro vai subir para entre 21,1°C e 23,9°C graus centígrados.

Por conta disso, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, autorizou a flexibilização do código de vestimenta para que os cerca de 5.000 empregados da organização possam se adaptar ao aumento da temperatura ambiente. "Não vamos montar 'esquadrões da moda', mas o que buscamos é que as pessoas se vistam com roupas mais leves", disse em entrevista coletiva Michael Adlerstein, responsável pelo projeto de modernização da sede da ONU. Adlerstein deu o exemplo escolhendo para a ocasião uma camisa branca e uma calça cáqui, no lugar do tradicional terno com gravata que o renomado arquiteto nova-iorquino costuma usar.

A ONU calcula que a diminuição do consumo do ar condicionado reduzirá em até US$ 100 mil a conta de luz do edifício. Além disso, evitará a emissão de 300 toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa. Adlerstein disse que, se a iniciativa der bons resultados, sua duração poderá se estender para além de agosto, devendo ser aplicada até durante o inverno, embora, nesse caso, a recomendação será para as pessoas usarem peças que conservem o calor do corpo. A ONU lembrou que os participantes da conferência internacional sobre mudança climática realizada em dezembro na ilha indonésia de Bali já aceitaram adotar um traje mais adequado a temperaturas amenas.

Fonte: EFE

Expedição acha espécies diferentes na Amazônia

Uma expedição na floresta amazônica da Guiana descobriu espécies de peixes, sapo e morcegos que podem nunca ter sido catalogadas.
Uma equipe de cientistas e cineastas passou seis meses observando animais na floresta para um documentário da BBC chamado Lost Land of the Jaguar (Terra Perdida do Jaguar, em tradução literal).

A equipe acredita ter encontrado duas espécies novas de peixes, uma de sapo e várias de morcegos. Após capturar os animais, os estudiosos estão agora verificando em laboratório se eles são de fato novos. Uma das espécies que pode não ter sido catalogada é um pequeno peixe listrado, que foi capturado próximo do acampamento da expedição. A outra seria um pequeno peixe-gato parasita, que foi encontrado nas escamas de outro peixe-gato.
"Em pouco tempo, nós capturamos centenas de espécies, 10% das quais podem ser novas para a ciência. Era irreal, inacreditável", disse o zoólogo George McGavin, um dos apresentadores do documentário. "Pegá-los é a parte fácil, a parte difícil é voltar para o laboratório e examinar as espécies, comparando-as com as coleções e os livros - vendo se elas são novas para os cientistas. Uma hora de trabalho de campo pode significar centenas de horas no laboratório."

A expedição também filmou uma sucuri - a mais pesada cobra do mundo, "que parece uma pilha de pneus de tratores", segundo McGavin - e a maior espécie de águia do mundo.

Fonte: BBC Brasil

Canto das baleias azuis intriga especialistas

Os chamados vêm caindo firmemente de freqüência já há sete ciclos populacionais de baleias azuis em todo o mundo, nos últimos 40 anos, de acordo com pesquisadores do Instituto Scripps de Oceanografia, da Administração Nacional da Atmosfera e Oceano norte-americana (NOAA)e da WhaleAcoustics, uma empresa privada de pesquisa.

Os cientistas analisaram dados recolhidos com hidrofones e outras ferramentas e constataram que as canções, que acreditam serem uma forma com a qual os machos procuram por parceiras, tiveram uma queda de freqüência de até 30% em determinadas populações. Boa parte das canções são entoadas em freqüências graves demais para que ouvidos humanos sejam capazes de detectá-las. O estudo, ainda não publicado, foi revisado por diversos especialistas nesse campo de estudo, que em entrevistas definiram a tendência como "dramática", "significativa", "convincente" e "irrebatível".

Os cientistas não conseguem explicar porque as baleias azuis de lugares distantes entre si, como o Pacífico Norte e o Oceano Antártico, começariam a emitir chamados em freqüências mais baixas. Cada população de baleias azuis tem um tempo e tom característicos para seus cânticos.
John Hildebrand, professor de oceanografia no Scripps e um dos autores do estudo, disse que a queda de freqüência poderia significar uma recuperação na população de baleias azuis desde que a proibição à exploração comercial de baleias foi adotada nos anos 70. Os cientistas acreditam que apenas as baleias azuis cantem. As fêmeas da espécie escolhem parceiros com base em tamanho, um processo seletivo que deu origem às dimensões monumentais da espécie. E talvez sons mais graves sejam indicativos de tamanho maior.

Quando as populações eram menores, as baleias talvez tivessem tido que cantar mais alto a fim de que seus chamados fossem ouvidos. Agora, os machos podem estar competindo para produzir chamados mais graves, disse Sarah Mesnick, ecologista comportamental do serviço de pesca da NOAA e uma das autoras do estudo. "A idéia é que, à medida que a densidade populacional cresce e mais indivíduos precisam competir por parceiras, é esperado que os chamados de acasalamento se alterem", ela afirmou. "Podemos estar assistindo a essa tendência em ação de duas maneiras, no caso das baleias azuis: os sons estão se tornando mais graves e o volume também se reduziu".

Os sons mais graves tipicamente percorrem maiores distâncias. "Mas, na faixa de alcance vocal das baleias azuis, que fica entre os 10 e os 100 hertz", disse Mark McDonald, diretor científico do estudo e físico especializado em acústica submarina, "não existe diferença prática nas propriedades de transmissão sonora do oceano profundo". Roger Bland, especialista em acústica submarina da Universidade Estadual de San Francisco, diz que "é mais fácil gerar um som poderoso em freqüências elevadas". Mas as populações de baleias azuis podem estar crescendo em 5% ao ano, diz Trevor Branch, especialista em fauna marinha da Universidade de Washington e estudioso das baleias.

No entanto, é difícil confirmar números e eles variam em qualidade a depender da população, porque as baleias azuis, ao contrário das corcundas, são tímidas e raramente se aproximam da costa. Branch, que não participou do estudo, estima que hoje existam cerca de 25 mil baleias azuis no planeta, ante 300 mil antes que a espécie começasse a ser caçada. As estimativas são de que a população total de baleias azuis chegou a cair a 10 mil espécimes.

A explicação da recuperação populacional, embora especulativa, convence David Mellinger, professor do Centro Hatfield de Ciência Marinha, na Universidade Estadual do Oregon, e estudioso das baleias azuis há 16 anos. Mellinger, que não tomou parte do estudo, disse que "é difícil ver o que mais poderia ter afetado todas essas populações e gerado a queda de freqüência, além do aumento da população".

Fonte: The New York Times

Previsões mais precisas

Thiago Romero

Um modelo computacional para representação de superfícies urbanas em modelos atmosféricos de previsão de tempo e de tempestades foi desenvolvido por Hugo Abi Karam, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).

Batizado como t-TEB, a ferramenta, que fornece condições micrometeorológicas de ruas, paredes e telhados de cidades de clima tropical, foi criada para ser incorporada ao modelo de previsão de tempestade conhecido como ARPS (The Advanced Regional Prediction System, na sigla em inglês), criado pela Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, e que, por ter código livre, atualmente é utilizado pelo Grupo de Hidrometeorologia do IAG para a região metropolitana de São Paulo. “A superfície das cidades no ARPS é representada como se fosse uma camada de areia, que pode ser umedecida por causa da precipitação, sem qualquer tipo de construção ou ruas asfaltadas. O nosso modelo, desenvolvido em colaboração com pesquisadores franceses, permite a substituição dessa superfície de areia por elementos computacionais que lembram uma metrópole, fazendo com que as ilhas de calor urbanas sejam simuladas e representadas com maior precisão”, disse Karam à Agência FAPESP.

“Essas adaptações ao modelo ARPS permitirão uma melhor previsão de tempestades em até 24 horas, primeiro na cidade de São Paulo e posteriormente no Rio de Janeiro”, explicou o também professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O t-TEB, que faz o diagnóstico dos fluxos de calor e energia trocados entre a atmosfera e as superfícies urbanas, terá outras importantes aplicações. “Temos necessidade de fazer boas previsões da precipitação nas áreas urbanas para o manejo dos reservatórios de água potável que normalmente estão em volta das cidades, além da melhor caracterização do conforto ambiental das cidades com a simulação da distribuição de ondas de calor ao longo da malha urbana”, disse Karam.

Um artigo sobre o modelo computacional foi submetido à revista Theoretical and Applied Climatology. “Só estamos esperando essa publicação para que o código-fonte do t-TEB possa ser divulgado para livre acesso dos pesquisadores interessados”, disse o pesquisador. Cânions urbanos. Segundo Karam, entre as possibilidades de pesquisa com o t-TEB estão estudos da estrutura dos grandes turbilhões da camada-limite atmosférica sobre áreas urbanizadas tropicais e a investigação do papel da camada-limite urbana na dispersão de poluentes atmosféricos e no desenvolvimento de tempestades. “O tipo de modelagem proporcionado pelo t-TEB representa para as áreas urbanas o que os modelos de vegetação, desenvolvidos nos Estados Unidos no fim da década de 1970, representaram para superfícies vegetadas. Esses últimos levam em conta características como temperatura das folhas e o bombeamento de umidade do solo pelas raízes das árvores. Nosso modelo, no entanto, é particularmente dedicado para a simulação das condições encontradas somente em cidades tropicais”, destacou.

O t-TEB calcula os componentes do balanço de radiação e energia de superfícies urbanas por meio de um conjunto de “cânions urbanos”. “Os cânions urbanos são definidos pelo volume de ar entre as superfícies da rua, as paredes verticais dos prédios e o espaço aéreo que se abre do topo dos edifícios para a esfera celeste. O modelo é forçado pelas condições meteorológicas medidas em estações com sensores instaladas sobre o telhado de um prédio da área de interesse”, explicou. Os cânions apresentam condições microclimáticas particulares, que são associadas a fatores como geometria, largura da via, altura das paredes, presença de vegetação, sombras, ventilação, emissão antrópica de calor, umidade e poluentes atmosféricos. “A geometria dos cânions urbanos, definida pela razão entre a altura dos edifícios e a largura da rua, permite que a capacidade e difusividade térmica dos materiais superficiais sejam empregadas na determinação das temperaturas das superfícies urbanas”, disse Karam.

O modelo permite ainda a determinação das condições de incidência, emissão, reflexão múltipla e absorção de radiação solar e infravermelha dos cânions urbanos. O t-TEB foi desenvolvido em parte no IAG-USP e em parte em estágio de Karam no Centro Nacional de Pesquisas Meteorológicas, na França, durante pós-doutorado com bolsa da FAPESP.

Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 29 de julho de 2008

Reprovado no bafômetro

Animal encontrado em florestas no Sudeste Asiático se alimenta de um néctar fermentado com graduação alcóolica semelhante à da cerveja (divulgação)

Um pequeno roedor encontrado no Sudeste Asiático obviamente não dirige automóvel, mas, se fosse submetido a um bafômetro, poderia ser preso, caso tivesse que respeitar as leis de trânsito dos humanos.

O motivo é que o animal, que lembra um esquilo, ingere álcool em níveis que para o homem seriam alarmantes. Apesar de se acreditar que o homem é o único animal que consome álcool, cientistas acabam de descobrir que o Ptilocercus lowii subsiste há 55 milhões de anos com uma dieta composta por um equivalente da cerveja.

A espécie da ordem Scandentia, da qual fazem parte as tupaias, também conhecidas como musaranhos-arborícolas, é encontrada na Malásia e foi estudada por um grupo de cientistas do país e da Alemanha. Os resultados serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Os pesquisadores apontam que o pequeno mamífero placentário é muito semelhante ao último ancestral comum de todos os primatas, o que implicaria que a sensibilidade humana ao álcool seria um componente evolucionário.

O Ptilocercus lowii se alimenta do néctar produzido por flores de uma palmeira (da espécie Eugeissona tristis), que é fermentado a uma graduação alcoólica de até 3,8%, semelhante à da cerveja. O alemão Frank Wiens, da Universidade Bayreuth, e colegas gravaram imagens em vídeo do roedor, que tem hábitos noturnos, e fizeram análises da concentração alcoólica encontrada em seu organismo. Segundo eles, em qualquer noite, a probabilidade de o Ptilocercus lowii estar bêbado, de acordo com os padrões humanos, é de 36%.

Apesar do consumo considerado elevado, não foi encontrado qualquer sinal de intoxicação. Segundo os cientistas, uma explicação é que o animal contaria com um sistema de degradação alcoólica mais eficiente do que o dos humanos. O artigo Chronic intake of fermented floral nectar by wild treeshrews, de Frank Wiens e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org/.


Fonte: Agência Fapesp

Vila Itororó

Um vídeo da série do Outro Olhar sobre moradia que mostra os habitantes de Vila Itororó, um cortiço da cidade de São Paulo, eles contam histórias típicas de cidades que crescem sem planejamento urbano.

Nova espécie de macaco já corre risco de extinção

Uma espécie de macaco, descoberta há apenas três anos em uma pequena floresta da Tanzânia, poderá se extinguir em pouco tempo, informaram cientistas da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS, na sigla em inglês) ao LiveScience. Batizada de kipunji (Rungwecebus kipunji), a espécie foi descoberta em 2005 na região montanhosa do sul do país africano. Em 2006, análises genéticas identificaram que o Kipunji representa um novo gênero de primata, o primeiro desde 1923. A WCS publicou um estudo em Nova York, nos Estados Unidos, reconhecendo o risco de extermínio.

Atualmente, a espécie é encontrada em apenas duas regiões isoladas de florestas, com menos de 18 km² de extensão, vivendo em apenas 38 grupos, cada um com 15 a 39 membros.
O kipunji, bastante visto em galhos e árvores, tem uma faixa esbranquiçada que vai da cabeça às costas e possui uma comprida pelagem marrom que aparece nos lados e no alto de sua cabeça. A característica mais conhecida da espécie é um estranho som que emite para se comunicar em grupos. O diretor da WCS, Tim Davenport, afirmou que tudo que estiver ao alcance deve ser feito enquanto é tempo para proteger esta espécie "extremante rara e pouco conhecida". Segundo ele, os pesquisadores descobriram que grande parte do habitat do macaco é gravemente destruído pela exploração madeireira ilegal. Além disso, a caça sem limites também é um dos problemas que colocam em risco a sobrevivência da espécie.

A organização propõs que o Kipunji seja considerado pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês) como "criticamente ameaçado", ou seja, espécie que exige medidas imediatas de preservação para que não desapareça.

Fonte: Redação Terra

Recifes de Abrolhos são maiores do que se imaginava

Cientistas anunciaram que o sistema de recifes dos Abrolhos, que já é o maior e mais biodiversificado do Atlântico Sul, tem quase duas vezes o tamanho que se imaginava anteriormente. Isso porque o coral zoanthus do arquipélago, incorpora a areia à sua estrutura de construção de recifes. "Tínhamos algumas pistas oferecidas pelos pescadores locais, quanto à existência de alguns recifes, mas não na escala que viemos a descobrir", anunciou em comunicado Rodrigo de Moura, um especialista em vida marinha da Conservation International Brazil, uma organização sem fins lucrativos. Ele afirmou que "é altamente incomum descobrir uma estrutura de recife dessas dimensões e abrigando tamanha abundância de peixes".

Usando varreduras laterais de sonar para produzir um mapa tridimensional do leito do mar, os pesquisadores encontraram recifes anteriormente desconhecidos com coral pilqueta e de outras variedades, a uma profundidades de entre 20 e 73 metros, bem ao largo da costa sul da Bahia, Brasil. "Os recifes recentemente descobertos apresentam grande abundância de vida, em alguns locais abrigando densidade de vida marinha 30 vezes superior à dos recifes mais conhecidos e mais rasos", afirmou Guilherme Dutra, diretor do programa marinho da Conservation International Brazil. Apenas uma fração dos habitats marinhos localizados na região dos Abrolhos estão protegidos, agora.

Espécies marinhas que só existem no Brasil ¿ entre as quais corais macios, moluscos e peixes- encontram abrigo em Abrolhos, que apresentam também os corais M. caverosa.
No Simpósio Internacional de Recifes de Coral de Fort Lauderdale, Flórida, no começo de julho, cientistas da Universidade Federal do Espírito Santo e da Universidade Federal da Bahia, bem como representantes da Conversation International Brazil, anunciaram que o sistema de recifes dos Abrolhos é quase duas vezes maior do que se estimava anteriormente. Peixes como o caranho, existente em Abrolhos, ao longo da costa brasileira, dependem dos recifes de coral para alimentação e abrigo.

Mas os corais estão sofrendo em função das alterações climáticas. A acidez crescente do oceano está alterando a química das águas marinhas a ponto de gerar a possibilidade de que, por volta de 2050, animais marinhos como corais, moluscos e lagostas venham a deixar de produzir suas cascas protetoras, de acordo com um estudo publicado este mês pela revista "Science".
A ilha de Santa Bárbara é a maior do arquipélago brasileiro dos Abrolhos, sede do maior sistema de corais do planeta, no Atlântico Sul. Pesca excessiva, poluição, presença de sedimentos gerados pelo desenvolvimento da costa, fazendas de camarões, prospecção de petróleo e conversão de terras ao uso agrícola em larga escala estão entre as ameaças locais aos recifes de corais da região, dizem cientistas da Conservation International Brazil.

Uma recente expedição constatou que os recifes da área cobrem duas vezes a área estimada previamente, o que gerou apelos por proteção mais ostensiva aos habitats. Os cientistas planejam agora estudar a vida das novas estruturas de recifes.

Fonte: The New York Times

Blocos de gelo gigantes se desprendem no Ártico

Dois imensos blocos de gelo, totalizando quase 20 km², se desprenderam na semana passada da maior plataforma de gelo do Ártico, informaram responsáveis canadenses.

Uma ilha de gelo flutuante de 4 a 5 km² e outra de 14 km² se formaram depois de seu desprendimento da plataforma de gelo Ward Hunt, contígua à ilha de Ellesmere, no extremo norte do Canadá, declarou Luc Desjardins, do Serviço canadense do gelo.

"A primeira teria se desprendido no dia 22 de julho, e a segunda na madrugada de 24 de julho", destacou, acrescentando que vários pedaços menores também se desprenderam da plataforma e estão à deriva. Sua presença no Ártico não prejudica, por enquanto, a circulação marítima nestas águas, garantiu Desjardins.

Trata-se da maior ruptura de gelo no Ártico desde o desprendimento, em 2005, da "ilha de gelo Ayles", de 66 km², uma superfície equivalente à de Manhattan.

Fonte: AFP

Ações do MMA pressionam queda da taxa de desmatamento na Amazônia

Gisele Teixeira

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta terça-feira (29) que os reforços do governo nas ações de fiscalização, controle e ordenamento territorial na Amazônia começaram a surtir efeito sobre a redução do desmatamento. "Não foi sorte, foi trabalho", afirmou Minc ao comentar os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Embora o índice tenha caído significativamente, não há o que comemorar, acrescentou o ministro. "Este desmatamento é inaceitável".

De acordo com o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe, houve redução de 21% no desmatamento na região na comparação de maio para junho deste ano. No total, 870 km2 da floresta foram mapeados como corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de junho, período em que 28% do território esteve coberto por nuvens.
Na comparação com o desmatamento registrado em junho do ano passado, os dados apontam uma queda de 35%. Em junho de 2007, a área degradada apontada pelo Inpe foi de 1.350 quilômetros quadrados. No mês passado, a área desmatada foi de 870 quilômetros quadrados. "Isso demonstra nosso trabalho e as ações desenvolvidas pelo Ibama e pela Polícia Federal", disse o ministro.

Minc exemplificou que na região de São Félix do Xingu, no Pará, onde foi realizada a Operação Boi Pirata, a área desmatada caiu de 15.665 hectares registrados entre janeiro e junho de 2007 para 3.100 hectares no mesmo período deste ano. O estado do Pará, no entanto, apresentou aumento de 91% - 499 km2 em junho versus 262 km2 em maio. Este acréscimo, segundo o Inpe, pode ser explicado pela maior capacidade de observação neste mês - enquanto em maio apenas 41% do Pará pôde ser visto pelos satélites, em junho a observação aumentou para 75% da área do estado.

De acordo com o Inpe, Mato Grosso apresentou redução de 70% quando comparado ao mês de maio. Do total detectado em junho, 197 km2 foram verificados no Mato Grosso, contra 646 km2 no mês anterior. Já os demais estados da Amazônia Legal apresentaram desmatamento pouco significativo. "Os números demonstram que a tendência de alta do desmatamento, registrada desde o final do segundo semestre de 2007, começa a declinar. O dado geral não é mal, mas está ainda muito elevado", disse. O ministro lembrou que de janeiro até agora, o Ibama embargou 606 propriedades rurais (cerca de 115 mil hectares no total) porque os proprietários não cumpriram as exigências de preservação da área na Amazônia Legal. Outros 1.066 Certificados de Cadastro de Imóveis Rurais (CCIRs) foram inibidos porque os produtores não fizeram o recadastramento de suas terras junto ao Incra.

Tanto o embargo quanto a negação dos CCIRs foram aplicados em terras dos 36 municípios que fazem parte de uma lista formulada pelo governo para apontar aqueles que são responsáveis por metade do desmatamento da Amazônia. Minc disse ainda que 86 frigoríficos foram notificados por comprar animais dessas propriedades. Por fim, o ministro destacou que 45 operações de fiscalização estão em andamento deste mês até o final de agosto na Amazônia, principalmente em Unidades de Conservação, envolvendo 527 agentes do Ibama e 645 agentes de instituições parceiras.
Apresentação sobre redução de desmatamento - Avaliação Deter junho 2008

Fonte: MMA

Esquistossomose: estudo destaca necessidade de trabalho de vigilância


Estudo alerta para a importância do monitoramento dos caramujos (Foto: Bruna Cruz/Fiocruz)

Catarina Chagas

Em seu trabalho de conclusão do curso de especialização em malacologia de vetores no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, o guarda de endemias André Ricardo Valoura de Oliveira coletou caramujos vetores de esquistossomose em três distritos do município de Mangaratiba (RJ), a fim de verificar os riscos de transmissão da doença na região. Embora os espécimes coletados não estivessem infectados pelo helminto Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, o estudo ressalta a importância de um trabalho constante de vigilância em saúde naquele município.

Os locais escolhidos para a pesquisa foram uma cachoeira natural em Conceição de Jacareí; um córrego em Itacuruçá; e uma vala de drenagem e uma piscina artificial formada por barragem de cachoeira em Muriqui. Enquanto a cachoeira e a piscina são regularmente freqüentadas por moradores e turistas, o córrego e a vala apresentam risco porque, em épocas de chuva, transbordam e atingem áreas residenciais.


De outubro de 2007 a fevereiro de 2008, foram coletados por Valoura e agentes de saúde locais 735 espécimes de caramujo, sendo 724 da espécie Biomphalaria straminea – o principal molusco hospedeiro do S. mansoni no estado do Rio – e o restante da espécie Biomphalaria tenagophila, mais comum na Região Nordeste do país. Entre as regiões estudadas, as proximidades da vala de drenagem em Muriqui foram as mais habitadas por moluscos. Isso acontece porque elas têm condições ideais à colonização, como abundância de matéria orgânica, vegetação ou limo nas margens; fluxo de água passando em baixa velocidade – ao contrário do que acontece na cachoeira –; e despejo de dejetos das várias casas do distrito, que se tornam fonte de alimento constante para os moluscos.

“Nenhum caramujo que encontramos estava parasitado, mas isso é normal em áreas não endêmicas, como o estado do Rio”, explica o pesquisador. Em todo caso, o monitoramento das populações dos moluscos hospedeiros do S. mansoni e a pesquisa da helmintofauna associada são indicadas como medidas preventivas pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Esta medida é ainda mais importante nos ambientes onde há contato freqüente da população com a água, via de transmissão da esquistossomose. “Controlar a população de moluscos é muito difícil, pois eles têm características biológicas muito favoráveis à reprodução e facilidade de se adaptar a áreas poluídas e períodos de seca”, enfatiza Valoura, responsável pelo Programa de Controle da Esquistossomose no município e cuja monografia foi realizada junto ao Laboratório de Malacologia do IOC, sob a orientação da pesquisadora Monica Ammon Fernandez.

O especialista adverte que focos de esquistossomose podem surgir em áreas onde não há uma rede de saneamento adequada: residências despejam esgoto nos rios e cachoeiras que servem de áreas de lazer. “As atividades de vigilância são imprescindíveis porque, uma vez inserido no ambiente o helminto causador da doença, torna-se fácil a contaminação dos moradores”, justifica. Outro fator que justifica a necessidade da vigilância é a presença de áreas turísticas na região, como cachoeiras e praias. A população do município, então, sofre grande aumento nas altas temporadas, como o verão. Entre os turistas recebidos em Mangaratiba estão moradores de áreas endêmicas de esquistossomose, como Minas Gerais, estado responsável por 70% dos casos no país.

Fonte: Fiocruz

Ana Clara Marinho

O Ibama fez a maior apreensão de aves do ano em Pernambuco. A equipe de fiscalização do órgão apreendeu ontem 400 aves que estavam com traficantes na cidade de Belo Jardim, há 180 quilômetros do Recife, no Agreste do Estado. Esta foi a maior operação do ano realizada pelo Instituto.

Os animais foram localizados na feira livre do município e nas residências dos infratores, que foram autuados em flagrante e conduzidos para a delegacia. Ao todo o Ibama aplicou 29 mil reais em multas e os traficantes foram enquadrados na Lei de Crime Ambiental pelo comércio irregular e por maus tratos a animais.

Os pássaros eram comercializados por valores que variam de 50 centavos, a unidade, a 50 reais, dependendo da espécie, mas estes valores podem ser ainda maiores. Entre as aves também foi identificado um Carduelis yarrelli, conhecido popularmente como pintassilgo, que está na lista de espécies ameaçadas de extinção e pode valer mais de mil reais.

Os animais estão na sede do Instituto recebendo os cuidados da equipe da Fauna, que conta com dez pessoas, entre biólogos, veterinários e estagiários. As aves recebem tratamento e alimentação. Os pássaros avaliados como selvagens são devolvidos na natureza. “A soltura destes animais é atividade que dá o maior prazer para quem executa”, avaliou Alberto Rodrigues, Coordenador de Operações do Ibama-PE. Os animais que estão domesticados são doados para criadores autorizados pelo órgão.

Os números desta operação superam as apreensões de todo o ano no Estado e fazem crescer, de forma significativa, a estatística em Pernambuco. No período de janeiro a junho foram apreendidas 245 aves e o Ibama recebeu a doação 66 pássaros de outros órgãos, como Polícia Militar e particulares, o que soma 309 animais apreendidos. Com a operação desta semana este número subiu para 709 neste ano de 2008. Durante todo o ano passado foram apreendidas 119 aves.

Fonte: Ibama

Agricultura familiar é fundamental para crise dos alimentos

Dalízia Aguiar

A agricultura familiar terá um papel primordial na “crise dos alimentos” que vem sendo abordada por todo o mundo, segundo o pesquisador da Embrapa Sede, de Brasília-DF, Marcelo Gastal, mestre em Sociologia e doutor em Desenvolvimento Sustentável. O pesquisador esteve em Dourados (MS), na 2ª Semana da Agricultura Familiar, para abordar o tema “A agricultura familiar, a crise dos alimentos e o desenvolvimento territorial sustentável”.

Marcelo apresentou os cenários que a Embrapa vem construindo para a agricultura familiar no Brasil levando em consideração principalmente as mudanças climáticas, a produção de forma sustentável, a exploração e conservação da biodiversidade, a integração lavoura-floresta-pecuária-agroenergia e o aumento do consumo e da qualidade dos alimentos.

Nos estudos da Empresa, que faz uma previsão da agricultura familiar até o ano de 2023, os pesquisadores analisam as influências da agricultura para os próximos anos, com missão de viabilizar pesquisas, desenvolver e transferir tecnologias e inovação, valorizando o ambiente produtivo, social e ambiental. “E o processo se dá por finalizado quando a população adota a tecnologia, por isso a Embrapa vem atuando no enfoque territorial, da sustentabilidade, de gestão social e organização participativa”, enfatizou o pesquisador.

A Embrapa possui uma linha de investimento específica dentro do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal, que prevê contratação de pessoal, desenvolvimento de pesquisa e investimentos em infra-estrutura. Para o Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fermando Lamas, a agricultura familiar é prioridade dentro do Plano Diretor da Embrapa que, nos últimos anos, tem intensificado a geração de tecnologia, avaliação técnica e econômica das pesquisas, com foco também para a agroecologia e para o desenvolvimento social.

“Mas deve haver esforços de parcerias. A Embrapa vem avançando em outros modelos de produção como agroecológico, na substituição dos insumos, no modelo orgânico menos dependente e, na média, a agricultura familiar contribui de maneira significativa para a diversificação que agora se torna uma atividade interessante e que favorece a redução da concentração de renda e o acesso de mais pessoas ao consumo de alimentos", comentou.

Apesar dos desafios colocados para o setor que, só em Mato Grosso do Sul possui 60 mil famílias, sendo 60% dessas localizadas na região da Grande Dourados, a agricultura familiar pode melhorar a produtividade através das informações disponibilizadas pela pesquisa. “A demanda por alimento já é maior no Brasil e no mundo, e à medida que a agricultura familiar se torna diferenciada, integrada, estável, organizada se torna também rentável e pode servir como poder de barganha para esse novo momento”, destacou Fernando Lamas.

Fonte: Embrapa

Terminam dia 4 de agosto as inscrições para o Prêmio Mercosul de C&T

Quem quiser participar do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia tem até o dia 4 de agosto para fazer a inscrição. Organizado pelos países-membros e associados do Mercosul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), o tema deste ano é a produção de biocombustível de origem biológica, originado por meio da utilização de uma ou mais espécies vegetais, tais como cana-de-açúcar, mamona, soja, cânhamo, canola, babaçu, lixo orgânico e resíduos da agroindústria, entre outras possibilidades.

O Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia tem por finalidade reconhecer e premiar os melhores trabalhos de estudantes, jovens universitários, jovens pesquisadores e equipes de pesquisa que representem potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico dos países-membros e associados ao Mercosul. Visa, ainda, incentivar a realização de pesquisa científica e tecnológica orientada para o Bloco e contribuir para o processo de integração regional entre os países-membros e associados ao Mercosul, mediante incremento na difusão das realizações e dos avanços no campo do desenvolvimento científico e tecnológico.

Para participar, os candidatos devem estar vinculados ao Mercosul, seja pela nacionalidade, naturalidade ou residência nos países-membros e associados ao Bloco. A premiação está dividida em quatro categorias: "Iniciação Científica" (individual ou por equipes de estudantes do Ensino Médio com no máximo 21 anos de idade – US$ 2 mil); "Jovem Universitário" (individual e destina-se a estudantes do Ensino Superior que tenham no máximo 28 anos – US$ 3,5 mil); "Jovem Pesquisador" (individual e destina-se a pesquisadores graduados que tenham no máximo 35 anos – US$ 5 mil); e "Integração" (equipes de pesquisadores graduados, sem limite de idade – US$ 10 mil).

As informações sobre a inscrição e a participação no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia podem ser obtidas pela internet, no seguinte endereço eletrônico:

http://www.unesco.org.br/areas/ciencias/premiomercosul/pt/objetivos/mostra_padrao.

Fonte: MCT