sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Livro vermelho da riqueza verde


Instituto de Botânica lança publicação com 1.086 espécies vegetais ameaçadas de extinção em São Paulo para auxiliar na conservação e restauração dos principais biomas do estado (foto: divulgação)

Thiago Romero

O Instituto de Botânica acaba de lançar o Livro Vermelho das Espécies Vegetais Ameaçadas do Estado de São Paulo, publicação que destaca 1.086 espécies vegetais ameaçadas de extinção e que precisam de medidas urgentes para sua preservação. A obra, resultado de estudos realizados de 1998 a 2004 por cerca de 400 pesquisadores vinculados à Secretaria do Meio Ambiente, universidades e institutos de pesquisa, deverá auxiliar na conservação e na restauração dos principais biomas do estado.

A lista foi elaborada de acordo com critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e adaptada para a flora paulista durante encontros de pesquisadores realizados no Instituto de Botânica. Entre as espécies ameaçadas do livro, cuja relação foi publicada em setembro de 2004 no Diário Oficial de São Paulo, estão nomes conhecidos como a cabreúva ( Myroxylon peruiferum), o xaxim (Dicksonia sellowiana) e a araucária (Araucaria angustifolia). “A lista oficial, que está em vigor até hoje, contava apenas com o nome das espécies e suas respectivas categorias de ameaça, como plantas em perigo crítico ou vulneráveis, por exemplo”, disse Maria Candida Mamede, pesquisadora da Seção de Curadoria do Herbário do Instituto de Botânica e uma das organizadoras da obra, à Agência FAPESP.

“O Livro Vermelho traz comentários e informações adicionais, como critérios utilizados para a inserção das espécies nas diferentes categorias e textos científicos escritos pelos pesquisadores que incluem medidas para a conservação, além de uma nova listagem com espécies quase ameaçadas que estão próximas de integrar a lista oficial das ameaçadas”, explicou. A obra, segundo ela, deverá contribuir ainda para o planejamento ambiental de São Paulo na orientação dos processos de licenciamento de novos empreendimentos, planos de manejo em unidades de conservação e expedição de laudos de desmatamento. “Com a divulgação da metodologia utilizada para a elaboração da listagem, a obra auxiliará no aperfeiçoamento dos critérios de seleção das espécies, o que será útil para as próximas avaliações de plantas ameaçadas. A metodologia utilizada deve ser questionada para ser melhorada”, afirmou a pesquisadora.
O livro traz ainda informações sobre a distribuição geográfica das espécies e, em muitos casos, bioma de ocorrência, local e ano da última coleta registrada.

Segundo Maria Cândida, das 1.086 espécies ameaçadas, 407 estão no grupo das “presumivelmente extintas”, considerado a última categoria antes de elas desaparecerem por completo. “Por isso, além de indicar novas diretrizes de pesquisas para que os cientistas tenham mais condições de avaliar o estado de conservação das espécies, o livro também servirá como parâmetro de fiscalização por parte de órgãos públicos como o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais”, disse. A publicação está à venda no Instituto de Botânica por R$ 30. Mais informações: (11) 5073-6300, ramal 313.

Fonte: Agência Fapesp

Reciclagem mais barata

Fabíola Bezerra

Novo método reaproveita material metálico de pilhas e baterias e ajuda a preservar o meio ambiente

Uma nova técnica de reciclagem de pilhas e baterias pode reduzir o descarte desses materiais nos lixos e aterros das cidades e contribuir para a diminuição da poluição ambiental. Uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criou um método simples e mais barato que o convencional para reaproveitar os metais presentes em pilhas e baterias, o que deve reavivar a discussão sobre a separação do lixo no Brasil. “Nosso objetivo é criar um novo jeito de tratar qualquer tipo de pilha ou bateria”, afirma um dos coordenadores do projeto, o engenheiro químico Marcelo Mansur, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG. Ele explica que existem as pilhas primárias, como as de zinco-carbono e zinco-manganês, e as baterias secundárias ou recarregáveis (como as usadas em telefones celulares), que podem ser de níquel-cádmio, níquel metal-hidreto ou de íons de lítio. “Essas baterias têm composição química metálica específica, logo, devem ser tratadas separadamente”, ressalta. E acrescenta: “As de níquel-cádmio e as de níquel metal-hidreto eram as mais utilizadas em celulares e hoje constituem grande parte do material descartado, pois estão sendo substituídas pelas de íons lítio, mais modernas e eficientes.”

O novo método de reciclagem, desenvolvido por alunos da UFMG, consiste em retirar a carcaça metálica e de plástico que envolve as pilhas e baterias – que são enviadas para reaproveitamento – e dissolver os compostos metálicos presentes dentro desses dispositivos em uma solução ácida – processo chamado de lixiviação. Depois, os compostos são separados em função do tipo de bateria tratada, para que metais como níquel, cobalto, zinco e manganês, obtidos sob a forma de sais purificados, sejam reaproveitados. Hoje em dia, há empresas responsáveis por reciclar os metais residuais de pilhas e baterias usadas por grandes corporações. No entanto, o método usual de eliminação dos resíduos é caro. “As pilhas e baterias usadas são colocadas em fornos operados a elevadas temperaturas, onde os metais são transformados em gases, que depois são condensados”, conta Mansur.

Não jogue fora no lixo

Grande parte das baterias descartadas atualmente é de níquel-cádmio e níquel metal-hidreto. Elas eram as mais usadas em celulares e estão sendo substituídas pelas baterias de íons lítio, que são mais modernas e eficientes. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) permite o descarte de pilhas no lixo comum e seu despejo em aterros sanitários, se elas apresentarem baixos teores de mercúrio, cádmio e chumbo. Esse é o caso das pilhas de zinco-carbono e zinco-manganês, e de baterias como as de níquel metal-hidreto e de íons de lítio. Já as de níquel-cádmio requerem tratamento especial, pois contêm elevados teores de cádmio, metal tóxico que não pode ser liberado no ambiente. Para Mansur, a legislação é insuficiente para tratar o assunto. “Verificamos em estudo recente que baterias de níquel-cádmio são rotuladas indevidamente como se fossem de níquel metal-hidreto. Logo, o descarte desse material pode representar sério problema ambiental.” O pesquisador alerta que, mesmo distribuídas por todo o país, as pilhas e baterias tornam-se um agente poluidor importante. “É enorme a quantidade de unidades descartadas. Estimamos que mais de um bilhão de pilhas e baterias sejam consumidos a cada ano no Brasil.” Mansur acredita que ainda é preciso insistir na separação do lixo para tratá-lo. “O problema seria resolvido se as pessoas criassem o hábito de juntar as pilhas e baterias, para que elas fossem levadas até estações de tratamento especializadas.” E acrescenta: “Na Europa, o indivíduo que chega a uma loja para comprar pilhas novas e entrega certa quantidade de pilhas usadas ganha desconto na compra. Talvez esse incentivo esteja faltando por aqui.”

Fonte: Ciência Hoje

Pesquisa busca novas substâncias para combater Aedes aegypti

Vilma Homero

Ele tem apenas de 5 a 7milímetros e listras brancas bastante características, mas se tornou um desafio às autoridades de saúde do país. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, foi o responsável por 536.519 casos da doença registrados no país entre janeiro e novembro de 2007, 1.275 deles na forma hemorrágica. Ou seja, 200 mil a mais do que em 2006, com o maior número de casos registrados na região Sudeste. Apesar desses dados, divulgados em dezembro pelo Ministério da Saúde, a boa notícia é que houve uma redução das áreas críticas de disseminação do vírus em comparação a anos anteriores. Resultado que se pode atribuir às campanhas que têm sido feitas para eliminação dos focos do inseto.

É uma luta sem tréguas, que se desenvolve em várias frentes. Enquanto de um lado permanece o combate aos possíveis criadouros do Aedes aegypti, nos laboratórios, os pesquisadores buscam conhecer cada vez mais as características do vetor para melhor combatê-lo. É exatamente o que faz a bióloga Denise Valle, do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em sua pesquisa "Dengue no estado do Rio de Janeiro, monitoramento e determinação dos mecanismos de resistência aos inseticidas químicos usados no programa de controle do Aedes aegypti", ela tem estudado diferentes populações de mosquito de diversos municípios brasileiros e o papel das enzimas responsáveis pela detoxificação de inseticidas, incluindo as enzimas esterases e GST (sigla para glutationa-s-transferase), na resistência aos inseticidas atualmente usados. O estudo de Denise e sua equipe se soma às pesquisas desenvolvidas por especialistas de diferentes áreas – epidemiologistas, médicos, entomologistas, biólogos –, que subsidiam o Ministério da Saúde para traçar as estratégias do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD).

Isso inclui trabalhos que buscam entender as características e o comportamento do vetor, as formas de melhor monitorar seus criadouros e, naturalmente, identificar as substâncias mais eficazes para eliminá-los. Especialmente neste último caso, de resistência a inseticidas químicos, seu laboratório é referência nacional para o Ministério da Saúde e um dos integrantes da Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas (MoReNAa) – o mais amplo programa mundial do gênero. No momento, a equipe finaliza uma pesquisa de produtos que neutralizam o inseto por atuar sobre seu metabolismo, tornando-o inofensivo. Produtos que estão em fase final de testes, antes de entrar na rotina do ministério para o combate à dengue.
"Fazemos uma integração entre pesquisa acadêmica e prestação de serviços para o Ministério da Saúde, na definição de um programa de gestão integrada, que tem servido como modelo não só para o combate ao Aedes aegypti como também para aplicação contra outros vetores, no Brasil e em outros países do Mercosul".

Ao analisar, entre 2001 e 2004, as populações de mosquito de vários municípios brasileiros, o grupo de Denise pôde identificar as variações nas diversas regiões do país, o que levou a Rede MoReNAa a sugerir estratégias específicas a cada uma delas. "A constatação, no começo do verão, de índices elevados de infestação pelo mosquito é um indicador de risco de surto de dengue. Por isso mesmo, o Ministério da Saúde costuma fazer levantamentos de infestação a cada dois meses, e especialmente antes do verão (em geral no mês de outubro). O controle é feito principalmente voltado para a eliminação das larvas, evitando-se que cheguem às formas adultas, passíveis de transmitir a doença", fala a pesquisadora.

Confira a entrevista em que a pesquisadora analisa a realidade do combate à dengue e as alternativas atualmente em estudo.

FAPERJ – Pelos resultados de sua pesquisa "Dengue no estado do Rio de Janeiro: monitoramento e determinação dos mecanismos de resistência aos inseticidas no programa de controle do Aedes aegypti" e pelos mapeamentos já feitos dos focos e tipos de mosquito predominantes em determinadas regiões, a senhora tem sugerido medidas específicas a cada área do país. No caso do Rio de Janeiro, quais os tipos de mosquito prevalentes e quais seriam as medidas mais adequadas à realidade fluminense? E o que considera como os resultados mais importantes ou surpreendentes de sua pesquisa?

Denise Valle – Basicamente só há uma espécie de mosquito vetor de dengue no país, o Aedes aegypti (já que o Aedes albopictus ainda não foi incriminado como vetor no país). O que varia são as populações do mosquito, mais ou menos numerosas e com características fisiológicas distintas em função das condições existentes de cada região e da pressão que se faz para combatê-lo. Dos quatro sorotipos do vírus, existem três no Brasil. Mas a circulação desses sorotipos é bastante dinâmica. No início da epidemia de 2002, por exemplo, circulavam na cidade do Rio de Janeiro principalmente os tipos 1 e 2, mas no decorrer do surto, o tipo 3, detectado pela primeira vez no Rio em 2000, se disseminou e passou a ser responsável pela maioria dos casos. Nosso temor agora é a entrada no país do vírus tipo 4, já presente em alguns países da América Latina. O combate ao vetor, no caso o Aedes aegypti, é uma das medidas mais importantes dessa luta e precisa ser efetivada durante todo o ano. O importante é eliminar os criadouros de larvas, evitando, assim, que elas se transformem em mosquitos adultos e possíveis transmissores da doença. No Rio, é preciso um empenho maior e integrado das várias secretarias, à semelhança do que foi feito em Belo Horizonte, onde se criou um comitê de combate à doença, que reuniu, semanalmente, os secretários municipais de Política Urbana, Saúde, Planejamento etc. Foi como eles abortaram uma epidemia no verão passado.

FAPERJ – Apesar dos esforços para controlar os focos de mosquito, a dengue tem ressurgido aparentemente em formas cada vez mais danosas ao homem, com o aumento dos casos de dengue hemorrágica. Que fatores, na sua opinião, levam a essa situação?

Denise Valle – A questão é que só se contrai uma única vez cada sorotipo do vírus. Isso porque ao ter a doença pela primeira vez, o indivíduo fica imunizado para sempre contra aquele sorotipo, mas apenas temporariamente contra os demais. Numa segunda vez, se vier a ser contaminado por um sorotipo diferente, é provável que o episódio seja mais grave. Em outras palavras, embora ainda não se conheça todos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de dengue para a forma hemorrágica, de modo geral, quantos mais episódios da doença, maiores as chances de contrair a do tipo hemorrágico. Temos que trabalhar para não ter no país um perfil da doença semelhante ao asiático. Lá a dengue se transformou em doença de criança, o que quer dizer que não há mais muitos adultos suscetíveis.

FAPERJ – Um dos focos de sua pesquisa é a resistência do Aedes aegypti aos efeitos dos inseticidas usados. Como atua esse mecanismo de resistência e qual a importância da enzima GST nessa atuação?

Denise Valle – Os principais inseticidas atualmente usados atuam sobre o sistema nervoso central do mosquito. Eles exercem a pressão de seleção sobre as populações de mosquito: sobrevivem os mais resistentes. Até 2000, os únicos inseticidas usados em todo o país contra larvas e mosquitos adultos eram à base de organofosforados. Naquele ano, a Rede MoReNAa verificou que as populações de mosquito estavam resistentes a essa classe de inseticidas. Passou-se então a empregar piretróides no controle de mosquitos adultos, nacionalmente. Hoje, no entanto, já observamos resistência também aos piretróides. Por isso, o mais importante é o combate contínuo aos focos de larvas. Já a GST, assim como as esterases e as monooxigenases, são enzimas detoxificantes, responsáveis pela resistência metabólica do mosquito. Nosso laboratório adaptou metodologia que quantifica a atividade dessas enzimas em grande escala. Este trabalho foi validado pelo Centers for Disease Control americano e publicado sob a forma de livro (em parceria entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz) e de artigo, em revista científica internacional. Para cada população, são avaliadas seis enzimas simultaneamente, em 120 mosquitos individuais. Encontramos maior atividade nas enzimas GST e esterases, e temos procurado relacionar esse resultado à resistência a organofosforados e a piretróides.

FAPERJ – Alguns pesquisadores sugerem o uso de pesticidas com princípio ativo extraído de plantas. Pelo que tem testado em seu laboratório, que outras substâncias poderiam substituir com eficácia os inseticidas atuais, e mais especificamente contra os tipos de mosquito encontrados na região do Rio de Janeiro?

Denise Valle – No Brasil, só usamos inseticidas aprovados pela Organização Mundial de Saúde. Há diversos estudos para desenvolver pesticidas extraídos de plantas. Mas como o Aedes aegypti é um mosquito urbano que põe seus ovos na água, o maior problema com relação a inseticidas alternativos é poder usá-los em água potável, o que reduz a gama de possibilidades. O outro requisito é que esses produtos possam ser produzidos em escala comercial. Atualmente, o ministério tem considerado a possibilidade de usar, para o controle de larvas, inseticidas alternativos do grupo dos Reguladores do Desenvolvimento de Insetos (IGR, do inglês Insect Growth Regulator). Estas substâncias impedem que os insetos alcancem a fase adulta. Algumas, como os análogos de hormônio juvenil (AHJ) atuam no sistema endócrino das larvas, fazendo com que mudem sempre para outra larva, jamais atingindo a fase adulta. Outras dessas substâncias são os inibidores da síntese de quitina (ISQ), que interferem com a elaboração do exoesqueleto do inseto, tornando-o vulnerável. Atualmente, representantes dessas substâncias estão aprovadas para uso em água potável, ou seja, não têm efeitos tóxicos para os humanos. Nossa equipe agora observa até que ponto haverá resistência cruzada dos inseticidas químicos com essas substâncias.

Fonte: Agência Faperj

História evolutiva do Marajó

Thiago Romero

Uma dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-graduação em Botânica Tropical, mantido pelo Museu Paraense Emilio Goeldi (Mpeg) e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), concluiu que a planície costeira da porção leste da Ilha do Marajó (PA), ao norte da floresta amazônica, era formada por áreas de manguezais há cerca de 2,7 mil anos.
Lívia Rodrigues, autora do trabalho, e a orientadora Cristina Senna identificaram tal mudança a partir de análises palinológicas – o estudo da estrutura de grãos de pólen semifossilizados, encontrados no solo da região costeira leste da ilha.

Elas analisaram amostras sedimentares do período geológico Holoceno Superior, datadas de 2.730 anos atrás e extraídas da Fazenda Bom Jesus. As análises microscópicas foram feitas no Laboratório de Palinologia e Paleoecologia da Amazônia do Mpeg. Segundo a paleontóloga Cristina Senna, pesquisadora da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Mpeg, por ser um órgão reprodutor masculino cuja função é atingir o órgão feminino das plantas para gerar frutos, o pólen tem características genéticas e evolutivas, relacionadas, por exemplo, à sua forma, estrutura e ornamentação, que os tornam extremamente resistentes às intempéries ambientais. “Esse é um material fantástico, em termos de preservação, para contar a história da vegetação dos ecossistemas”, disse Cristina à Agência FAPESP. “Apesar de perder seu conteúdo interno, normalmente analisamos a membrana externa dos grãos de pólen semifossilizados por meio de técnicas e protocolos de classificação mundiais, utilizados na identificação e comparação de grãos de diferentes espécies botânicas.”

Um grão de pólen tem menos de 200 micrômetros – milésima parte de milímetro. “Mesmo sendo tão pequenos, o interessante é que esses grãos chegam a se preservar melhor do que restos vegetais como folhas, troncos e raízes”, explicou Cristina. As pesquisadoras descobriram a existência de mangues na região após identificarem, nos grãos de pólen colhidos das amostras sedimentares do Holoceno Superior, características de plantas pertencentes aos gêneros Rhizophora e Avicennia, indicadores de florestas de mangue. “Por ainda estar em processo de fossilização, os grãos estudados guardam relações ambientais com suas plantas de origem, que, no caso das espécies dos gêneros Rhizophora e Avicennia, são comumente encontradas em áreas de mangue da costa norte amazônica”, disse Cristina.

O trabalho evidenciou forte tendência de colonização de ambientes de manguezais por campos de várzeas. “Isso significa que as planícies aluviais, caracterizadas pela formação de campos inundáveis, estão avançando sobre os sistemas de mangue na planície costeira interna da ilha de Marajó”, afirmou. Cristina está prestes a orientar uma tese de doutorado que, com base em novas amostras sedimentares da Ilha do Marajó, tentará desvendar as causas do desaparecimento ou redução periódica de parte dos manguezais da região, evento que, segundo ela, provavelmente está relacionado a variações climáticas, como períodos de seca e processos erosivos do solo.

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Ocupação do litoral de São Paulo ameaça serpentes

Pesquisadores brasileiros realizaram o primeiro inventário de serpentes que vivem no litoral paulista e descobriram que boa parte delas corre o risco de desaparecer por causa da invasão dos seus habitats. Os pesquisadores Marcelo Duarte, do Instituto Butantan, e Paulo Cicchi, da Unesp de Botucatu, registraram a existência de 36 espécies em 18 ilhas de São Paulo. O inventário foi publicado na revista Biota Neotropica.

Segundo Cicchi, ainda há muitas ilhas a ser estudadas e existe o risco de algumas espécies desaparecerem antes mesmo de serem conhecidas pela ciência. "Nós conhecemos muito pouco da maior parte da fauna, não só das serpentes, mas de forma geral", afirma o pesquisador.
Segundo ele, a ocupação humana do litoral "leva a uma extinção mais rápida" de serpentes porque as ilhas onde elas vivem são ambientes peculiares e "totalmente vulneráveis" à ação do homem. São locais como o arquipélago de Ilhabela, ilha Anchieta e ilha do Cardoso. Cicchi e Duarte analisaram as coleções de serpentes de todo o Estado de São Paulo, inclusive a do Instituto Butantan, uma das maiores do mundo. A partir desse levantamento, os pesquisadores foram a campo identificar onde elas vivem naturalmente. O pesquisador da Unesp diz que por falta de recursos a equipe se limitou a ilhas com melhor infra-estrutura, mas ressalta que ainda há muitas a ser estudadas em locais onde possivelmente ocorrem outras espécies. Cicchi diz que não é possível saber quantas espécies exatamente correm o risco de extinção justamente porque se sabe muito pouco sobre elas e outras que não foram sequer descobertas. Sabe-se, porém, que pelo menos as espécies endêmicas estão seriamente ameaçadas. Mas o pesquisador diz acreditar que o perigo exista mesmo para espécies que ocorrem em abundância hoje, como a jararaca ilhoa.

Cicchi defende que as áreas onde vivem as serpentes sejam protegidas pela legislação ambiental - atualmente apenas três das 18 ilhas estão sob proteção. "Essas áreas deveriam ser transformadas em áreas de proteção integral porque são importantes para a biodiversidade", afirma Cicchi. O pesquisador também destaca que as serpentes só representam perigo para as pessoas quando têm seu ambiente invadido. Ele distingue também espécies mais agressivas como a jararaca de outras como a coral verdadeira - que embora seja bastante peçonhenta dificilmente ataca. É o caso da jararaca ilhoa, que, segundo Cicchi, só ocorre na Ilha de Queimada Grande. O pesquisador alerta ainda que o desaparecimento dessas espécies pode gerar "um desajuste no ecossistema ou levar outras espécies à extinção".

Fonte: BBC Brasil

Austrália vigiará baleeiros japoneses na Antártida

O governo australiano vigiará com navios e aviões a próxima campanha dos baleeiros japoneses na Antártida, onde mais de mil de baleias devem ser mortas sob o pretexto de "fins científicos", que para a Austrália são simplesmente atividades comerciais. O ministro de Relações Exteriores da Austrália, Stephen Smith, disse em entrevista coletiva que a operação será comandada pelo Oceanic Viking, um navio de vigilância aduaneira. Durante 20 dias ele gravará com equipamentos de vídeo e fotografia a atividade dos baleeiros japoneses. Smith esclareceu que o navio não contará com armamento. Mas vai comunicar ao governo o comportamento dos baleeiros e o número e tipo de baleias abatidas. O chanceler australiano acrescentou que o governo trabalhista do primeiro-ministro Kevin Rudd pode pedir a adesão de outros países a uma campanha internacional contra a caça de baleias, que poderia ser lançada no começo de 2008. "Todas as opções estão em estudo, inclusive utilizar a Convenção Baleeira e a Convenção sobre Espécies em Perigo, e até mesmo recorrer à Corte Internacional de Justiça e ao Tribunal Internacional da Lei do Mar", disse Smith.

Ele acrescentou que Canberra emitirá um protesto formal a Tóquio, contra a campanha dos baleeiros na Antártida. Um diplomata será enviado ao Japão para tentar convencer o governo japonês a suspender a caça com "fins científicos". O Japão deve matar neste verão 935 baleias minke, 50 baleias fin e, pela primera vez em 40 anos, 50 baleias corcundas. O governo japonês afirma que o objetivo é desenvolver um programa de pesquisa. O programa sofre também a oposição de organizações ambientalistas como o Greenpeace. Hoje, 34 ativistas do grupo zarparam de Auckland (Nova Zelândia) a bordo do navio Esperanza, para atrapalhar os baleeiros e impedir a caça. Porta-vozes do grupo explicaram que o objetivo não é atacar os baleeiros, mas sim proteger as baleias, usando lanchas infláveis. O Esperanza deverá se encontrar com um navio da Sea Shepard Conservation Society. O grupo ambientalista, com base nos Estados Unidos, já foi acusado de adotar meios violentos contra os baleeiros japoneses.

Segundo o Greenpeace, o Japão caçou pelo menos 7.650 baleias "com pretextos científicos" entre 1987 e 2006. A Comissão Baleeira Internacional (CBI) só permite a caça com esses fins. A CBI havia solicitado em junho que o Japão suspendesse seu programa de "capturas com fins científicos", após uma resolução não vinculativa promovida pela Austrália, um dos maiores adversários da caça. A Comissão ratificou a moratória em vigor desde 1986 contra a caça de baleias com fins comerciais, apesar das pressões japonesas para permitir a pesca em pequena escala. A Noruega é o único país do mundo que permite a pesca comercial de baleias. Japão e Islândia caçam mais de 2 mil por ano com fins "científicos". Segundo as organizações ambientalistas, essa é uma forma de encobrir a caça comercial.

Peter Garrett, ministro de Meio Ambiente da Austrália e ex-integrante do grupo de rock Midnight Oil, declarou que a argumentação japonesa é um "engano". "Não é preciso arpoar baleias para extrair informação científica sobre elas. Todos os australianos concordam que o massacre de baleias não é científico. É cruel, bárbaro e desnecessário", disse Garrett.

Fonte: EFE

Produção orgânica de hortaliças é tema de livro

Anelise Macêdo

Quem é do ramo agronômico – estudante, pesquisador, extensionista, produtor rural ou apenas interessados no assunto - não deve perder o livro "Produção Orgânica de Hortaliças". Fruto de um trabalho conjunto dos pesquisadores Gilmar Paulo Henz, Francisco Vilela Rezende, e Flávia Aparecida Alcântara, da Embrapa Hortaliças, situada no Distrito Federal, o livro responde à grande demanda por informações na área de produção de hortaliças pelo sistema orgânico.

Através do sistema, é possível utilizar recursos naturais disponíveis, com vistas à sustentabilidade econômica e ecológica do planeta.Segundo Gilmar, o tema abordado não constitui novidade, mas é o primeiro a tratar da questão nacionalmente. "O pesquisador Jecimar Luís de Souza, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) produziu um livro sobre hortaliças orgânicas, mas tratando especificamente de sua esperiência no Espírito Santo", informa.Na mesma linha de pensamento, o também autor Francisco acrescenta que o grande mérito do "Produção Orgânica de Hortaliças" é que a iniciativa retrata a experiência de pessoas de várias regiões do Brasil, seus avanços e conquistas. "Durante três anos, andamos por esse Brasil a fora, colhendo material para o livro. Dessa forma, ele reflete perfeitamente a nossa realidade nos aspectos técnicos, ambientais e socioeconômicos da produção orgânica de hortaliças", resume o pesquisador.

Fonte: Embrapa

Mato Grosso vai reflorestar todas as áreas de rios

Roberto do Nascimento

O rio Cuiabá, um dos mais importantes do cerrado brasileiro, vai receber 5 milhões de mudas de plantas nativas para recompor a proteção das matas ciliares, colocadas abaixo pela ocupação desordenada, quando não ilegal, dos últimos anos. O projeto prevê a recuperação de 400 hectares por ano até 2013, superando os 2 milhões de hectares.

O Estado, um dos campeões brasileiros de desmatamento, com 2.476 quilômetros quadrados de florestas colocadas abaixo em 2006/2007, quer entrar para o noticiário como a região que vai recuperar todas as matas ciliares de sua rica bacia hidrográfica até 2020. Dos 903.357,9 quilômetros quadrados de Mato Grosso, 50% estão na Amazônia, o cerrado vem em seguir, e depois a área do pantanal. "Será um trabalho de fôlego", afirma o gerente do Instituto Ação Verde, engenheiro florestal Paulo Borges, responsável pelo projeto. Por trás do instituto não estão ONGs ou entidades ambientalistas, mas nada menos do que as principais entidades dos setores produtivos do Mato Grosso: Federação das Indústrias do Mato Grosso, Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Associação de Produtores de Soja (Aprosoja), Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Associação de Criadores (Acrimat). Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindálcool), Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira (Cipem) e o Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia. O presidente da Fiemt, Mauro Mendes Ferreira, afirma que a iniciativa é inédita e busca o desenvolvimento sustentável do Estado.

Paulo Borges antecipa que os desafios para concretizar o programa são inúmeros, desde a obtenção dos milhões de mudas de vegetação nativa necessária até o convencimento de populações ribeirinhas, que dependem economicamente dos grandes rios. Mas confia no esforço das grandes entidades envolvidas e na compreensão da população, que terá vantagens com a recuperação dos rios, hoje mais sujeitos à poluição e ao assoreamento. Borges observa que, apesar das notícias sobre o alto índice de desmatamento em seu Estado, Mato Grosso ainda tem áreas de florestas a serem legalmente derrubadas, preservando os 80% obrigatórios de reservas.

Um dos objetivos é acabar com o desmatamento até 2014, mas Borges diz que o principal entrave é o econômico. "Um hectare de floresta vale R$ 1 mil, a mesma área desmatada e pronta para plantio ou criação sobe para R$ 6 mil. Temos de buscar mecanismos econômicos de compensação e assim agir ao mesmo tempo nas duas frentes, a da recuperação das matas ciliares e a da manutenção da vegetação existente", informa.

Fonte: DiárioNet

Primeiro lote da transposição será anunciado amanhã, afirma Geddel

Priscilla Mazenotti

O primeiro lote da licitação para as obras de transposição do Rio São Francisco será anunciado amanhã (20), informou o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima."Vou anunciar o vencedor do primeiro lote da licitação que vai trazer a empresa privada para as obras", disse hoje ao sair de almoço de confraternização de seu partido, o PMDB. Geddel Vieira Lima avaliou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a continuação do empreendimento não significa "vitória de ninguém sobre ninguém". O STF cassou hoje a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1-1) que havia suspendido as obras de transposição.

Segundo o ministro, o governo está aberto à sugestões "que possam aprimorar o projeto". Ele afirmou que não se sente pressionado pelo protesto do bispo Luiz Flávio Cappio, que há 23 dias está em greve de fome contra a transposição de águas."O Estado não pode estar sujeito a esse tipo de pressão, por mais comovente que seja", argumentou. Ele acrescentou que governos existem para ser legítimos, "mas sem estar sujeito à posições imperativas do 'ou faz desse jeito ou nós agimos de outro'".Geddel concluiu que, com a decisão do STF, haverá tranqüilidade necessária para dar agilidade às obras. "Ficou demonstrado no STF que esse projeto é ambientalmente correto, economicamente sustentável e socialmente justo", disse.

Fonte: Agência Brasil

Biólogo projeta impacto provocado por mudanças climáticas na Mata Atlântica


Raquel do Carmo dos Santos

A área de ocupação de 37 espécies arbóreas da Mata Atlântica brasileira seria reduzida em média 25%, nos próximos 50 anos, caso a temperatura aumentasse em torno de 2º C em razão do aquecimento global. Se for considerado um aumento maior da temperatura, de 4ºC, por exemplo, a perda calculada seria em média de 50%. O cenário é apresentado pelo biólogo Alexandre Falanga Colombo em sua dissertação de mestrado desenvolvida no Instituto de Biologia (IB). Trata-se do primeiro estudo feito no país na área de modelagem preditiva relacionada às mudanças do clima para a Mata Atlântica.

Estudo é o primeiro do gênero feito no país

O biólogo foi orientado pelo professor Carlos Alfredo Joly. Colombo lançou mão de ferramentas como mapas e algoritmos com o objetivo de dimensionar as probabilidades de redução de áreas das espécies como conseqüência do aquecimento global. Ele estudou 37 espécies e, para cada uma, traçou três cenários diferentes: a situação atual e as previsões otimistas e pessimistas para os próximos 50 anos. “É provável que haja uma real diminuição da área potencial de ocorrência dessas espécies, mas a idéia é contribuir para mostrar o tamanho do problema e propor algumas soluções possíveis para minimizar as conseqüências”, analisa o biólogo. Segundo ele, os resultados apontam um deslocamento das áreas de vegetação para áreas mais frias, entre as quais, por exemplo, a Região Sul. A questão, no entanto, é que a fragmentação impede esse deslocamento natural. “Em razão da grande fragmentação dos remanescentes florestais e da modificação do uso do solo pelo homem, a tendência é que o problema se agrave ainda mais nos próximos anos”.

Colombo defende várias ações que poderiam evitar a redução das áreas verdes remanescentes. Algumas dessas propostas seriam o estabelecimento de corredores de vegetação, o aumento das áreas de proteção ambiental e melhor fiscalização da devastação, além de programas de manejo para as matas ciliares. O biólogo acredita que este tipo de ação poderá minimizar o impacto das mudanças climáticas. “Não que o quadro seja de fim do mundo, mas é necessária a adoção de políticas que contemplem os fenômenos mais recentes”, avalia.

Fonte: Jornal da Unicamp


Etanol e bactérias são matérias-primas utilizadas por empresas para fabricar produtos substitutos dos derivados de petróleo (foto: Eduardo Cesar)

Dinorah Ereno

O forte aquecimento do mercado consumidor e a pressão nos custos das matérias-primas originadas do petróleo têm levado as indústrias de plástico a buscar, em fontes renováveis, matérias-primas substitutas para seus produtos. Plásticos feitos a partir do etanol de cana-de-açúcar, que podem ser reutilizados num processo de reciclagem, além de polímeros biodegradáveis produzidos por bactérias alimentadas por sacarose e outras substâncias estão na linha de frente de pesquisas e investimentos anunciados por gigantes petroquímicas como Dow Química, Braskem e Oxiteno, fabricantes de resinas plásticas feitas a partir da nafta e de outras matérias-primas derivadas do petróleo.A Braskem, líder latino-americana em produção de resinas, investiu US$ 5 milhões em pesquisa e desenvolvimento para chegar a um polietileno certificado a partir de álcool da cana, chamado de “polímero verde”. As pesquisas que resultaram no novo produto tiveram início em 2005, embora desde 1998 a empresa já avaliasse as propriedades de outros polímeros de matérias-primas renováveis existentes no mercado.

Como naquela época não havia ainda um mercado efetivo interessado em um produto desse tipo, o assunto não prosperou. “Ao retomar as discussões, avaliamos as opções existentes e começamos a trabalhar com o polietileno verde a partir do álcool de cana”, relata Antônio Morschbacker, gerente de tecnologia de Polímeros Verdes do Pólo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, responsável pelo desenvolvimento do projeto. As informações disponíveis apontavam que a empresa poderia chegar a um produto competitivo. “Ao longo de 2005, depois de estimativas de custos, vimos que seria viável fabricá-lo e, em 2006, decidimos construir a planta piloto e paralelamente fizemos um estudo mais aprofundado do mercado mundial”, diz Morschbacker. “O processo, bastante eficiente, transforma 99% do carbono contido no álcool em etileno, matéria-prima do polietileno.” O principal subproduto é a água, que pode ser purificada e reaproveitada. Clique aqui para ler o texto completo na edição de dezembro de Pesquisa FAPESP.

Fonte: Agência Fapesp

De ‘Homo sapo’ a Homo sapiens Integrar pesquisa ao setor industrial é urgente para mitigar aquecimento global, apontam especialistas

Mariana Ferraz

Um sapo está dentro de uma panela sobre o fogo. A água aquece lentamente e o animal não percebe o aumento da temperatura até não ser mais capaz de sair da panela e se livrar da morte. A história sobre o sapo foi usada no 1º Encontro do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) na América Latina, ocorrido em outubro no Rio de Janeiro, para ilustrar o comportamento da humanidade em relação às mudanças climáticas.

Para os pesquisadores reunidos na ocasião, é preciso agir antes que estejamos ‘cozidos’. A inclusão das mudanças climáticas na agenda de governantes e empresários foi o centro das discussões. De acordo com o economista e físico cingalês Mohan Munasinghe, vice-presidente do IPCC, houve uma mudança nos relatórios apresentados pelo grupo, que deixaram uma abordagem essencialmente climática no primeiro deles (lançado em 1990) para adotar uma visão mais ligada ao desenvolvimento. “Percebemos que fazendo o caminho do desenvolvimento mais sustentável podemos agir sobre as mudanças climáticas. Caminhamos para soluções integradas”, afirmou Munasinghe durante a mesa-redonda ‘Desenvolvimento Sustentável, Adaptação e Mitigação’ (leia a entrevista que Munasinghe deu à CH On-line durante o evento). O economista apresentou um programa computacional denominado Matriz de Impacto da Ação (Action Impact Matrix, no original) que alia parâmetros como uso de solo para agricultura, nível de pobreza e metas econômicas do país aos dados sobre as mudanças climáticas, gerando um quadro com os impactos em cada setor. “Esse programa permite que vejamos quais serão as áreas mais afetadas em nível nacional. No Sri Lanka essa abordagem revelou, por exemplo, que os pequenos produtores das áreas úmidas serão seriamente afetados.” Apesar de programas como esse ainda não terem sido usados no Brasil, planos para a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas começam a ser traçados no contexto nacional.

De acordo com o engenheiro Israel Klabin, presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), já existem estimativas sobre o custo econômico tanto de nada se fazer para frear as mudanças em curso, quanto de agir para evitar e se adaptar a elas. “O Brasil terá, em breve, em cerca de 10 meses ou um ano, um documento como o Stern Report”, disse, referindo-se ao relatório lançado em 2006 pelo economista inglês Sir Nicholas Stern, que buscou calcular o impacto das mudanças climáticas na economia mundial.

Economia verde

Ações hoje vistas como mitigadoras das mudanças climáticas começaram no Brasil motivadas por questões econômicas e não ambientais. Exemplos são o Programa Nacional do Álcool, Proálcool, criado em 1975 para diminuir a dependência do petróleo, e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que desde 1985 busca promover a racionalização do uso de energia elétrica. Graças a esses programas, as emissões de gás carbônico (CO2) do país serão 14% menores em 2020 do que seriam se eles não tivessem sido implantados. “Até 2020 teremos deixado de emitir 71 milhões de toneladas de CO2”, disse Emilio La Rovere, engenheiro elétrico do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do grupo III do IPCC. E essa redução pode ser ainda maior se houver envolvimento de outros setores de produção. Segundo os dados apresentados pelo pesquisador durante o grupo de trabalho ‘Construção de Cenários para América Latina’, medidas como o aumento do uso de carros flex (cujos motores podem receber tanto álcool quanto gasolina), o uso do bagaço da cana para geração de energia e o aumento do percentual de resíduos no cimento, podem fazer com que o país atinja 365 milhões de toneladas de carbono emitidas em 2020, uma redução de cerca de 29% – sem essas medidas, estima-se uma emissão de 512 milhões de toneladas.

Mas é necessário que os dados se tornem mais precisos, de forma a subsidiar as novas ações dos empresários e governantes. Segundo o bioclimatologista francês Jean-Pascal van Ypersele, vice-presidente do grupo II do IPCC, hoje as informações são obtidas, em sua grande maioria, a partir de dados coletados nos países desenvolvidos. Além disso, usam-se diferentes modelos para analisá-los – em que os resultados nem sempre são equivalentes ou mesmo próximos. Por isso, em sua opinião, enquanto as metodologias não forem aprimoradas, os governantes precisarão ser flexíveis. “Devemos considerar todos os futuros possíveis e manter a flexibilidade. Temos que levar em conta eventuais surpresas”, disse. Cooperação Sul-Sul. O climatologista peruano Eduardo Calvo, vice-presidente da Força Tarefa para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do IPCC, concorda. Segundo ele, os governos de países em desenvolvimento como os da América Latina deveriam investir mais na geração de dados sobre as mudanças climáticas no contexto local. “Temos problemas com essas informações. Precisamos aumentar a infra-estrutura e o número de pessoas qualificadas para desenvolver modelos específicos para a região.” Para isso o pesquisador crê que a melhor saída é o investimento na colaboração entre países do Sul, a chamada cooperação Sul-Sul. “Nos cenários feitos por países desenvolvidos, a América Latina é estereotipada. Considera-se que a população crescerá nos próximos anos de forma elevada e contínua, esquecendo que medidas de educação podem mudar esse quadro. Também pouco se diferencia entre a população rural e a urbana, e praticamente não se consideram os investimentos que serão feitos para a integração física do continente.”

Pensar novas formas de explorar a biodiversidade e incluir medidas de adaptação no planejamento do uso da terra também devem ser objetivos dos países em desenvolvimento. O tema foi debatido no grupo de trabalho ‘Oportunidades setoriais, medidas de adaptação e mitigação – florestas e agricultura’, presidido pelo meteorologista José Marengo, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma das oportunidades citadas foi o aumento das áreas de florestas plantadas. O reflorestamento é visto pelos pesquisadores não apenas como uma forma de mitigar emissões de gás carbônico e proteger a biodiversidade, mas também de gerar empregos e renda. De acordo com os dados apresentados por André Guimarães, secretário-executivo do Instituto Bio Atlântico, cada hectare reflorestado custa hoje entre US$ 1.000 e US$ 3.000 e estima-se que essa área absorva três toneladas de carbono por ano. Com o preço do carbono variando entre US$ 7 e US$ 25 a tonelada, o reflorestamento mostra-se como um bom negócio. “Se 10% da mata atlântica fosse reflorestada com espécies nativas seriam seqüestrados 1, 26 bilhão de toneladas de CO2, gerando em torno de US$ 27 milhões”, observou Guimarães.

Outras propostas foram apresentadas pelos pesquisadores reunidos em diferentes grupos de trabalho. Entre elas encontram-se o incentivo ao uso do asfalto feito de pneus; a adoção de novos mecanismos de mercado para ‘forçar’ as empresas a adquirirem práticas ambientalmente sustentáveis; o aumento do uso de biocombustíveis e a discussão mais ampla sobre o estabelecimento de metas (internas ou externas) para a redução de emissão de gás carbônico no caso do Brasil. Um documento com todas as conclusões do encontro foi levado para a reunião da Conferência das Partes – órgão que reúne representantes dos mais de 180 países signatários da Convenção da Biodiversidade –, que ocorre em Bali, na Indonésia, em dezembro, com o objetivo de discutir metas e políticas para a redução da emissão de gases do efeito estufa após o fim da vigência do Protocolo de Kyoto, em 2012. Durante a seção de encerramento do encontro, Leo Meyer, membro da Unidade de Suporte Técnico do Grupo de Trabalho III do IPCC, salientou que essas propostas, como dito por um integrante da platéia durante as discussões de um dos grupos de trabalho, servem para que passemos de ‘Homo sapo’ a Homo sapiens, utilizando de forma racional os recursos naturais do planeta. Leia mais textos do Especial Meio Ambiente em Foco

Fonte: Ciência Hoje

E para onde vai a garrafa PET?


Experimentos com placas de polímeros e amido: solo e microorganismos degeneram compostos

Roni Filgueiras

"Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo". A máxima do filósofo grego Heráclito, repetida pelo químico Lavoisier ("Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma") séculos depois, nunca esteve tão atual. Para a engenheira química Dilma Alves Costa, isso é uma espécie de sacerdócio que ela prega há mais de 15 anos. E segundo ela mesma acredita, um dia o bom hábito de reutilizar descartes e sucatas será duplicado pelo exemplo. Dilma acredita tanto nisso que cita o caso da mãe. “Depois de aposentada, minha mãe, que trabalhou toda a vida como funcionária pública, se dedica agora à jardinagem. E é um tal de falar em compostagem, reciclagem”, conta, bem-humorada.

Professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro há 23 anos, ela está à frente de três projetos sobre reciclagem. “Desenvolvimento de novos compósitos de polietileno, carepa e e-cat para aplicação de pavimentação”, “Produto de limpeza ecológico: do óleo ao sabão” – estes dois financiados pela FAPERJ –, e “Degradação microbiológica de mistura de polietileno e amido”, com investimento do CNPq.“Para onde olharmos, veremos polímeros”, diz Dilma, que brinca que o maior problema da humanidade não é a violência, mas a garrafa PET (politereftalato de etila, um poliéster, polímero termoplástico, ou plástico, usado na indústria de embalagens e tecelagem). "Já não é possível descartar o plástico na natureza, é preciso descobrir e popularizar um meio fácil de reaproveitá-lo", incentiva a engenheira. Uma dessas formas, ela, que há quase duas décadas se especializou na reutlização de polímeros (longas cadeias orgânicas basicamente compostas de carbono, sendo o mais conhecido o plástico), descobriu ainda na época em que cursava o doutorado ao defender a tese sobre reciclagem de polímeros. “Se eu quebrasse a cadeia orgânica de polímeros usando um determinado catalisador de refinaria degradaria este polímero e produziria um combustível. A tese foi comprovada, mas até hoje só há uma única fábrica na Alemanha que faz isso. Ainda é economicamente inviável”, diz a coordenadora da graduação de engenharia química da UFRRJ. “Conseguimos que o polímero tivesse uma grande resistência, obtivemos um produto tão bom que não sabemos o que fazer com ele hoje”, exemplifica.

Tornar a reciclagem um processo ao alcance de todos é um mantra que ela quer ver aplicado na prática pelos brasileiros. “Os brasileiros ainda resistem, mas para que isso funcione tem de ser simples e barato.”Na pesquisa intitulada “Degradação microbiológica de mistura de polietileno e amido”, Dilma e seus alunos conseguiram comprovar que é possível que um objeto fabricado a partir de polietileno com amido seja decomposto por um determinado microorganismo. “Separamos cinco tipos de solos e enterramos a amostra e o deixamos ao ar livre, sob sol e chuva.” Com a experiência, a pesquisadora e os estudantes observaram que duas amostras de solo com um determinado microorganismo degradava o material, ao contrário dos outros três. “Isso prova que é possível degradar o polietileno com amido e reintegrá-lo ao meio ambiente, o que evitaria a contaminação de solo e leitos de rios." Em janeiro de 2008, o Departamento de Solos da UFRRJ vai testar a composição dos solos dos experimentos. “Nesta fase, vai-se isolar o microorganismo e identificá-lo; até agosto, a pesquisa estará concluída”, prevê Dilma.

A pesquisa “Desenvolvimento de novos compósitos de polietileno, carepa e e-cat para aplicação de pavimentação” surgiu de uma conversa com um professor, que estava de visita marcada à Gerdau Cosigua, no pólo siderúrgico de Santa Cruz. “Acabei me convidando”, lembra-se Dilma. Na unidade do maior grupo do ramo no país, ela observou a grande quantidade de resíduos gerados nas diversas fases da transformação de sucata em arame, arame farpado e pregos. “No processo, eles usam todo tipo de sucata, de carcaças de carros a geladeira velha e vimos que tudo é beneficiado com grande quantidade de resíduo”, enumera. Há dejetos como a carepa (óxido de ferro que se forma na superfície do aço laminado a quente); e o e-cat, um catalisador à base de alumínio silicato, produto fornecido pela Fábrica Carioca de Catalisadores S.A. (única empresa de catalisadores para refino de petróleo do Brasil, formada pela Albemarle Catalysts e Petrobras), que só é usado duas a três vezes na indústria e depois desprezado. “A partir dessa visita, comecei a pensar como esses resíduos poderiam ser reaproveitados. Isso seria um ganho para a Gerdau, que ainda teria lucro na transformação desses dejetos em produtos comercializáveis”, afirma Dilma.

O projeto “Desenvolvimento de novos compósitos de polietileno, carepa e e-cat para aplicação de pavimentação” visa agregar esses dejetos à argila e fabricar uma cerâmica mais resistente. “Seria uma cerâmica plástica, pois o polietileno não deixaria o material quebrar tão facilmente, e ainda o tornaria impermeável, isolando os tóxicos do e-act”, explica Dilma. Além da engenheira, fazem parte da pesquisa o químico Hélio Fernandes Jr. e as arquitetas Liliana Fay e Emília Martins Ribeiro, todos da UFRRJ. Já o estudo “Produto de limpeza ecológico: do óleo ao sabão”, que recebeu recursos do edital “Apoio à Melhoria do Ensino nas Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro”, da Fundação, quer dar um destino simples ao velho óleo de cozinha. “Esta pesquisa é um desdobramento de meus trabalhos, ainda estamos no estágio inicial, mas hoje já existem ONGs que se especializaram em recolher em domicílio o óleo de cozinha usado para transformá-lo em sabão em barra”. É uma forma, como prega a pesquisadora, de ajudar o meio ambiente e ainda ter uma renda extra.

Fonte: Agência Faperj

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Integrantes da Via Campesina invadem sede da Aneel

Cerca de 300 integrantes da Via Campesina - organização sem fins lucrativos que luta pelos direitos de camponeses no mundo inteiro, enfocando questões como a reforma agrária, agroecologia e o fim de pesquisas e comercialização de transgênicos - invadiram na manhã de hoje, por volta das 6h15, a sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que realizará, a partir das 10 horas, o leilão para a construção da primeira usina hidrelétrica no Rio Madeira. A Polícia Militar já está no local e afastou a imprensa para retirar os manifestantes. O protesto é contra o leilão e, segundo o movimento, faz parte da "jornada de lutas nacional contra a privatização das águas e a atuação das transnacionais no Brasil".

Entenda o leilão

O leilão da Usina de Santo Antônio será realizado pela Aneel pelo sistema eletrônico, na sede do órgão em Brasília. Ganha quem oferecer a menor tarifa para a venda da energia, cujo preço teto é definido pelo Ministério de Minas e Energia. O complexo hidrelétrico do Rio Madeira compreende, ainda, a construção de outras quatro usinas: a Usina Hidrelétrica de Jirau, também próxima a Porto Velho, capital do estado de Rondônia; uma usina binacional, chamada de Guajará-Mirim, na fronteira entre Brasil e Bolívia; e a usina Cachuela Esperanza, em território boliviano. O leilão da segunda usina brasileira, de Jirau, está previsto para o início de 2008, em data ainda não confirmada pelo Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Agência Estado

Ratinho brasileiro desaparecido há mais de 180 anos é reencontrado


Primo do rato saiuá, o Phyllomys pattoni é muito parecido com ele (Foto: Leonora P. Costa)

Rato saiuá havia sido visto apenas uma única vez, em 1824. Agora, uma equipe de biólogos encontrou espécie escondida na mata do sul da Bahia

Um ilustre brasileiro, desaparecido há nada menos que 180 anos, foi reencontrado por pesquisadores escondido no que restou de floresta no sul da Bahia. O rato saiuá (Phyllomys unicolor) pode não ser o bichinho mais bonito da fauna brasileira, mas com certeza é um dos mais raros. O achado foi comemorado por cientistas, que acreditam que mais exemplares da espécie devem estar por ali. O roedor que vive em árvores, da família dos ratos-de-espinho, é a segunda maior espécie do gênero e pode chegar aos 30 cm de comprimento, sem contar a cauda. Ele só tinha sido visto uma única vez antes, em 1824, quando o alemão Andreas Wagner o encontrou, levou para o museu Senckenburg, em Frankfurt, e descreveu. Não fosse esse encontro, o mundo não saberia sequer que o bicho existia.

Quase dois séculos se passaram e muitos pesquisadores já acreditavam que o rato sauiá era coisa do passado. Ele entrou na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção, mas muitos já tinha perdido as esperanças e consideravam o animal extinto. Até que o biólogo Yuri Leite e seu grupo deram de cara com ele, no sul da Bahia, perto da cidade de Nova Viçosa. O animal encontrado pelos pesquisadores era ainda um filhote, que sobreviveu por pouco tempo. Tempo suficiente, no entanto, para encher os cientistas de expectativa. “Ele era um filhote e tinha uma mãe, um pai e toda uma população por trás”, afirmou Leite, da Universidade Federal do Espírito Santo, ao G1. A espécie, explica o cientista, é difícil de ser capturada. Como se alimenta de folhas, não é atraída por iscas. “É difícil saber o quão raro ele é. É preciso um grande esforço e um pouco de sorte para encontrar esse bicho. Acho que tivemos um pouco de ambos”, diz o pesquisador, que divulgou seu achado na revista especializada “Zootaxa”. Segundo o revisor anônimo da revista que avaliou o estudo, o achado é importantíssimo. “Este artigo descreve a redescoberta de um dos mamíferos mais raros do planeta”, disse o pesquisador, que afirma que se tivesse sido um macaco ou um pássaro encontrados, o assunto teria tido bem mais atenção. Yuri Leite concorda: “basta ver o estardalhaço que foi a suposta redescoberta do pica-pau-bico-de-marfim nos Estados Unidos há dois anos, através de uma filmagem. Alguns especialistas ainda questionam se o filme seria mesmo desse pica-pau, mas a notícia repercutiu como se tivessem encontrado Elvis vivo,” diz o brasileiro.

Para Leite, o rato saiuá não é nem um pouco menos importante para a biodiversidade brasileira que qualquer outro animal e seu achado deve ser muito comemorado. Ele espera que a redescoberta do bicho chame a atenção para a importância de se preservar a região. O rato saiuá aparentemente vive apenas nas matas alagadas do extremo sul baiano, em uma área que não é coberta por nenhuma unidade de conservação. O pesquisador recomenda mais estudos sobre a espécie. “Primeiro é preciso conhecê-lo melhor: saber onde ele vive na região, que tipo de ambiente ele prefere. Suspeito que sejam áreas alagadas, como a que estudamos, mas pode ser que ele não ocorra só nesse tipo de ambiente,” diz o pesquisador. A equipe de Leite tentou buscar um financiamento de pesquisa para fazer exatamente isso, mas não conseguiu aprovação do projeto.

Fonte: Globo.com

Mapa divulga zoneamento para plantio da mamona

Dalmo Oliveira

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou na semana passada, no Diário Oficial da União, cinco portarias aprovando o zoneamento de risco climático para a cultura de mamona (ano safra 2007/08). As cultivares desenvolvidas pela Embrapa Algodão, BRS Nordestina e BRS Paraguaçu continuam sendo recomendadas para o cultivo na região Nordeste.

Denominado de Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o estudo oferece aos produtores as características agronômicas, as regiões de adaptação e a disponibilidade de sementes das cultivares de mamona. Na Paraíba os municípios com maiores produtores são Pocinhos e Cuité, que somados não chegam a 1.500 hectares. Para o pesquisador Napoleão Beltrão, Campina Grande é um dos cinco melhores municípios do país para sediar uma mega-usina processadora de biodiesel a partir da mamona, haja vista estar rodeada por uma região agrícola zoneada para a cultura, sua proximidade com o litoral e possuir centro de pesquisa especializado no cultivo dessa oleaginosa.

Viável em outros estados

Ele diz que as usinas de grande porte conseguem processar até 350 mil toneladas por ano. “Existe um projeto de se implantar uma espécie de Usina-Escola em Pocinhos, mas ainda não foi viabilizado”, informa o pesquisador da Embrapa Algodão . Para 2007, segundo dados do IBGE para a produção agrícola municipal e Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a produção agrícola nacional da Mamona, em baga será de 169 mil toneladas. Além da Paraíba, a recomendação do Ministério aponta que o cultivo da mamona é viável nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Destes, o Ceará está na vanguarda, com cinco usinas já em funcionamento, principalmente na região polarizada por Quixeramobim. Napoleão diz que a Embrapa Algodão é parceira do MAPA no Zoneamento de Risco Climático, com 80 % de sucesso (probabilidade) para as culturas do algodão herbáceo e da mamona na região Nordeste do Brasil. “O Zoneamento é feito todo ano pois podem surgir novos municípios, com desmembramentos, e ocorrer alterações nas cultivares recomendadas e registradas no MAPA , ou seja novas cultivares, caso por exemplo da BRS Energia de mamona para a próxima safra e que foi recentemente lançada”, acrescenta o especialista.

Solos adequados

Ele diz que o papel da Embrapa na Paraíba é fornecer subsídios ao MAPA sobre os sistemas de produção atuais para cada cultura e as cultivares oficiais recomendadas para cada região e tipo de sistema de produção. “A Embrapa Algodão fornece as informações sobre a cultura, os limitantes do clima (altitude, temperatura, chuvas, etc ) e os solos mais adequados para o cultivo das cultivares recomendadas”, datalha Beltrão. Nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, são recomendadas as cultivares “Guarani”, “IAC-226” e “IAC-2028”, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas. A cultivar “AL Guarany 2002”, desenvolvida pela CATI tem sido recomendada para o Acre, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. O zoneamento agrícola é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura, sob a responsabilidade da Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário, subordinada ao Departamento de Gestão de Risco Rural, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ferramenta indispensável

Divulgado pela primeira vez na safra de 1996, o zoneamento vem sendo gradativamente ampliado e utilizado em larga escala no País, consolidando-se como ferramenta indispensável de auxílio à gestão de riscos climáticos na agricultura. Diferentemente de outros zoneamentos existentes, que foram elaborados com base nos conceitos de potencialidade e aptidão, para o zoneamento agrícola de risco climático, além das variáveis analisadas (solo, clima e planta), aplicam-se funções matemáticas e estatísticas (freqüencistas e probabilísticas) com o objetivo de quantificar o risco de perda das lavouras devido à ocorrência de eventos climáticos adversos, principalmente a seca. Com isso, identifica-se para cada município, a melhor época de plantio das culturas nos diferentes tipos de solo e ciclos dos cultivares. Além disso, é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, extensionistas, agentes financeiros, seguradoras e demais usuários. O MAPA diz que essa ferramenta técnico-científica, resultante do trabalho de equipe técnica multidisciplinar de especialistas, utiliza metodologia desenvolvida pelas diversas instituições federais e estaduais de pesquisa agrícola, como a Embrapa, o IAPAR, a Epagri, o IAC, Fundações e Universidades, visando indicar datas ou períodos otimizados de plantio por município, correlacionados ao ciclo da cultura e ao tipo de solo, de modo a minimizar a chance de que adversidades climáticas coincidam com a fase mais sensível das culturas.

Esse trabalho é revisado anualmente e divulgado pelo MAPA em portarias publicadas no Diário Oficial da União a cada ano-safra e por estado da federação, servindo de orientação para o crédito de custeio agrícola oficial, bem como o enquadramento no seguro rural privado e público (PROAGRO). Por ser um pacote tecnológico de gestão de riscos climáticos, as portarias que divulgam zoneamento agrícola de risco climático também indicam anualmente as cultivares adaptadas às diversas regiões e que possuem disponibilidade de sementes certificadas, de acordo com informações encaminhadas pelos produtores de sementes (obtentores ou mantenedores) à Coordenação-Geral de Zoneamento Agropecuário. Para indicação no zoneamento, é necessário que as cultivares estejam devidamente registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA. As informações do zoneamento agrícola de risco climático são divulgadas na forma de portarias publicadas no Diário Oficial da União e também por meio eletrônico, através da rede mundial de computadores, no http://www.agricultura.gov.br, na área de "Serviços", e podem ser enviadas por e-mail para bancos, seguradoras, cooperativas, secretarias de agricultura, produtores rurais e demais usuários.

Fonte: Embrapa

Seminário para o segundo inventário do efeito estufa apresenta balanço do carbono

Alana Gandra

A Comissão Interministerial do Clima, do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizou o primeiro seminário para subsidiar o Segundo Inventário das Emissões de Efeito Estufa na semana passada, quando a organização da sociedade civil de interesse público Economia e Energia (E&E) apresentou o Balanço de Carbono nas Atividades Energéticas do Brasil. O estudo foi encomendado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

O secretário executivo da comissão, José Domingues Miguez, informou que baseado na experiência do primeiro inventário, a comissão está tentando, nesse segundo trabalho, melhorar as partes onde foram notadas imperfeições. Miguez explicou que no caso do balanço energético nacional, a parte referente ao metanol está misturada com álcool no primeiro inventário. A idéia da comissão, nesse novo documento, é separar os dois produtos, porque o etanol é renovável e o metanol vem do gás natural, e por isso é considerado um combustível fóssil. O segundo inventário, de acordo com Miguez, vai incluir a parte denominada de “fugitivas de emissão” dentro do setor energético, tanto na parte de petróleo e gás natural, como na produção de carvão. Por emissões fugitivas entende-se quaisquer poluentes lançados no ar ambiente, sem passar primeiro por alguma chaminé ou duto projetados para dirigir ou controlar seu fluxo.
Miguez explicou que essas emissões fugitivas serão calculadas com base em informações da Petrobras e do setor de carvão mineral.

Outro assunto que constará do inventário de emissões de efeito estufa é o uso da terra e florestas. Os dados serão elaborados pela Fundação Nacional de Ciências, Aplicações e Tecnologia Espacial (Funcat), ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), enquanto a parte agrícola será coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Do acordo com Miguez, será dada ênfase também à parte de tratamento de resíduos. O secretário disse que além de todos esses estudos, as emissões que não são ligadas a energia em setores como alumínio, cimento e indústria química, serão calculadas diretamente junto a cada segmento. “O trabalho mais difícil para nós é a parte de uso da terra e florestas. Este ano, no segundo inventário, nós estamos tentando usar todas as imagens de satélite do Brasil, que são 460. No primeiro inventário, foi feita a sobreposição de imagens de satélites de desmatamento com as imagens de mapas de vegetação. Nesse agora, a gente vai tentar fazer a sobreposição com mapas de solo, além de vegetação e desmatamento”.

Fonte: Agência Brasil

Governo britânico quer energia eólica em todo país

Praticamente todas as residências britânicas podem ter sua energia gerada apenas pelo vento até 2020. O anúncio foi feito pelo secretário de Energia, John hutton. Segundo ele, a idéia é utilizar integralmente os ventos originários do mar em todo o país. A Grã-Bretanha tem uma das melhores condições do mundo para usar o vento para gerar eletricidade livre de carbono. No entanto, o alto custo de construção das plantas de energia eólica tem limitado o crescimento, informou a agência Reuters.

Hoje, a Grã-Bretanha é capaz de gerar até 8 gigawatts a partir dos vesntos, mas o governo pensa que outros 25 gigawatts podem ser adicionados até o ano de 2020. "Essa energia gerada na nossa costa poderia suprir a necessidade de todas as residências do país", disse Hutton.
"O desafio para o governo e para a indústria é tornar esse potencial em uma realidade viável em relação ao custo/benefício", continuou. As autoridades britânicas recentemente mudaram o suporte das energias renováveis para favorecer os ventos costeiros.

Fonte: Redação Terra

Reunião retira meta de corte de poluentes até 2020

As conversas sobre clima lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Bali abandonaram nesta segunda-feira um rígido alvo para que nações ricas cortassem até 2020 os gases causadores do efeito estufa, seguindo-se à oposição dos Estados Unidos, disse um delegado presente ao evento.

A mais recente versão de um acordo para a reunião de 190 países deixou de lado o objetivo de cortar as emissões dos gases poluentes em entre 25% e 40% abaixo dos níveis de 1990 até 2020. A cúpula de Bali busca lançar negociações de dois anos sobre um novo pacto para reduzir o aquecimento global. "Os números estão fora do texto", disse o delegado, acrescentando que os EUA lideraram a oposição junto com países como Japão e Canadá. O objetivo de 2020 para os países ricos estava presente em uma proposta de texto no sábado.

Fonte: Reuters

Clima: Amazônia vive "sangria", diz jornal espanhol

Uma reportagem do jornal espanhol El País descreve nesta segunda-feira o que chama de "sangria" da Amazônia brasileira. O texto, publicado em meio à conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para mudança climática em Bali - que discute temas como aquecimento global e combate ao desmatamento - afirma que, "nos últimos 30 anos a Amazônia foi mais devastada que em 450 anos de colonização". "Os destruidores são bem conhecidos: o comércio de madeira, a pecuária e a agricultura. E o último grande carrasco da Amazônia está começando a rondá-la: o plantio de soja."

Para o El País, "o mundo tem os olhos postos" sobre as riquezas da floresta. A Amazônia fornece "não apenas madeira preciosa, mas também o maior conjunto de minerais do mundo em seu subsolo, desde diamantes até caulim, a matéria-prima que serve para fabricar cerâmica, cosméticos e medicamentos". A reportagem alerta que, se o desmatamento não for combatido, grande parte da Amazônia "está ameaçada de desaparecer". Esta hipótese é reforçada, segundo o jornal, pelo aquecimento global, que pode transformar um quinhão da Amazônia em savana.

Fonte: BBC Brasil

Empresas brasileiras defendem limite para emissões

As empresas brasileiras apostam em um maior compromisso que o fixado pelo Protocolo de Kyoto e o governo brasileiro defende o estabelecimento de limites para as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, disse o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). "Não temos limites máximos para suavizar a mudança climática no Brasil, mas as empresas estão dispostas a se comprometer, dentro de suas possibilidades, para reduzir os impactos ambientais que elas mesmas geram, porque entendem que isto é um problema global", disse à Agência Efe Marina Grossi, coordenadora da Câmara Técnica de Energia e Mudança Climática do CEBDS. "O setor privado é imprescindível para a luta contra a mudança climática e no Brasil as empresas estão cada vez mais conscientizadas", indicou Grossi.
As 50 maiores empresas do Brasil fazem parte do CEBDS, e as companhias representadas por este organismo geram 40% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Sua postura na 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática é de que "é necessário fixar objetivos de redução de emissões de gases do efeito estufa". Além disso, pedem em Bali o estímulo aos programas de eficiência energética, a expansão do uso de energias renováveis e o apoio ao desenvolvimento de um mercado nacional de energias limpas, como a solar e a eólica.

Fonte: EFE

Brasil quer coalizão de países contra desmatamento

Luana Lourenço

Na segunda semana de negociações da 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), o Brasil vai tentar formar uma coalizão de países em desenvolvimento - grande parte com patrimônio florestal - para buscar mecanismos financeiros de estímulo à redução do desmatamento, de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que se reuniu ontem (9) com a delegação brasileira em Bali.

A proposta brasileira - que em linhas gerais prevê a criação de um fundo de "incentivos positivos" para reduções de desmate mensuráveis e verificáveis - até agora parecia isolada, de acordo com a própria delegação. A secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, chegou a afirmar que a idéia só era apoiada pela delegação de Tuvalu. "A maioria dos países da América Latina e grande parte dos países africanos estão com o Brasil. A própria União Européia vê com olhos positivos", contrapôs o ministro. A principal divergência entre a idéia brasileira e as demais propostas dizem respeito à inclusão de mecanismos de mercado. O Brasil é contra a geração de créditos de carbono para compensar a redução do desmatamento. Já países como Indonésia, Papua Nova Guiné e Costa Rica, grandes proprietátios de florestas tropicais, defendem alternativas de mercado para compensar a redução de desmatamento.

Na avaliação de Amorim, a questão principal diz respeito à viabilização de recursos, o que é uma demanda comum dos países independente do teor das propostas."A ausência de recursos acaba gerando uma distorção, uma corrida para os mecanismos comerciais. Mas, se não houver impulsos financeiros novos, livres desse mecanismo de mercado, você, na realidade não estará contribuindo para a redução das emissões, porque haverá um abatimento daquilo que eles [países em desenvolvimento] podem emitir. Pode até gerar uma transferência de renda, pode até contribuir para preservção de florestas, mas não resolve o problema das emissões", avaliou. A "missão" de articular a coalizão, segundo Amorim, vai ficar a cargo dos negociadores brasileiros na conferência, coordenados pelo subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Everton Vieira Vargas. O chanceler, entretanto, assume que será trabalhoso conciliar posições sobre o desmatamento. "Não será uma tarefa fácil. Se fosse, o presidente nem tinha me pedido para vir aqui". Amorim passa o dia de hoje (10) em viagem oficial ao Timor Leste e, na quarta-feira (12), de volta a Bali, falará em nome do Brasil na abertura da etapa ministerial da COP.

Fonte: Agência Brasil

Coréia vai declarar área de vazamento de petróleo como zona catastrófica


Ostras cobertas com o petróleo que foi parar no mar após o acidente de sexta-feira envolvendo um petroleiro e um cargueiro, que provocou o vazamento de toneladas de petróleo. Mais de 6.600 pessoas, 90 barcos e seis aviões foram mobilizados para a missão, segundo autoridades locais. (Foto: Jo Yong-Hak/Reuters)

Governo sul-coreano considerará vazamento como desastre ambiental.Ostras foram completamente cobertas por óleo.

O governo da Coréia do Sul vai declarar em breve como "zona especial de desastre" a região de Taean, onde um petroleiro acidentado na sexta-feira (7) passada verteu ao mar mais de 10.000 toneladas de petróleo, informou nesta segunda-feira (10) a agência sul-coreana "Yonhap". O vertido já se estendeu por 20 quilômetros em direção ao nordeste e por cerca de 30 quilômetros rumo ao sudeste, e até agora 8.200 hectares foram contaminados, segundo a "Yonhap". Em uma visita à zona afetada, o ministro do Interior, Park Myung-jae, indicou que após os procedimentos necessários e em um prazo de um ou dois dias a área será declarada zona catastrófica. Park se reuniu no domingo com o primeiro-ministro, Han Duck-soo, e com outras autoridades sul-coreanas para criar as medidas que buscam atenuar o pior desastre meio ambiental ocorrido na história do país.

No sábado (8), o governo da Coréia do Sul declarou o "estado de desastre" na área atingida, a fim de facilitar as ajudas pessoais e materiais. A declaração da zona catastrófica nos próximos dias implicará num envio de ajuda financeira para atenuar os danos provocados pelo desastre. O acidente aconteceu na sexta-feira quando o petroleiro de Hong Kong o Hebei Spirit colidiu com um cargueiro sul-coreano no mar ocidental da Coréia do Sul e verteu ao mar mais de 10.000 toneladas de petróleo.

Fonte: Globo.com

4º Encontro Nacional de Química Ambiental

A data limite para submissão de trabalhos para a quarta edição do Encontro Nacional de Química Ambiental, que será realizada de 11 a 14 de março, em Aracaju (SE), é 15 de janeiro.
O tema central dó evento será "Água, energia, alimentos: desafios de sustentabilidade para um mundo em mudanças".

A promoção é do Departamento de Química e do Programa de Pós-graduação em Química, ambos da Universidade Federal de Sergipe, em parceria com o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe e a Divisão de Química Ambiental da Sociedade Brasileira de Química. Mais informações: www.enqamb.com.br

Fonte: Agência Fapesp

domingo, 9 de dezembro de 2007

Diesel menos poluente esbarra na baixa demanda

A quase um ano do início das novas metas do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), o Brasil parece distante de cumprir as normas mais rígidas de emissões de gases poluentes e particulados. As fabricantes de veículos no País ainda não se preparam para lançar motores a diesel que permitam o cumprimento dos limites estabelecidos na nova etapa do programa. Por outro lado, a Petrobras só garante para as distribuidoras o diesel melhorado, com baixa emissão de enxofre, caso haja demanda. Assim, no entendimento da estatal, isso requer que a frota de veículos brasileira rode com motores de última geração. Está criado o impasse.

As novas metas do Proconve, que existe desde 1986, foram estabelecidas pela resolução nº 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ligado ao Ministério do Meio Ambiente. A norma estabelece novos limites máximos de emissão de particulados e gases de veículos a partir do primeiro dia de janeiro de 2009, mas pouco foi feito efetivamente por fabricantes, distribuidoras, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Petrobras para o cumprimento da exigência. O primeiro indício foi a demora da especificação do combustível que contribuirá para o cumprimento da meta, o diesel 50 ppm (partes por milhão). A ANP levou praticamente cinco anos para especificar o produto, tendo divulgado no último dia 16 de outubro a norma com as características técnicas do novo diesel. A demora na regulamentação, inclusive, foi alvo de ação judicial da organização social Movimento Nossa São Paulo contra a agência no Ministério Público Estadual de São Paulo. Segundo a estatal, a produção nacional de diesel 50 ppm só deve ocorrer entre 2010 e 2011. No último dia 27 de novembro, o diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, ponderou que não basta apenas o combustível de melhor qualidade. É necessário também que a frota de veículos brasileira esteja equipada com motor da categoria Euro IV, cuja tecnologia ainda não é produzida no Brasil.

Estatal diz que cumpre metas

O executivo, porém, negou que a companhia tenha ficado de braços cruzados durante os últimos cinco anos. De acordo com Costa, a Petrobras trabalha há três anos no tema e até 2012 investirá R$ 9 bilhões na melhoria da qualidade do diesel. Ele ainda lembrou que a companhia vem cumprindo todas as metas do Proconve, alegando que no início da década de 1990 o diesel comercializado no País era de 13 mil ppm e hoje é de 500 ppm. É verdade que o diesel 500 ppm está disponível, porém apenas nas regiões metropolitanas, enquanto o resto do País ainda consome o produto de 2 mil ppm de teor de enxofre. A expectativa da Petrobras é de que não comercialize mais o diesel 2 mil ppm até o ano de 2013. Nesse sentido, há pouco a comemorar quando se observa que nos Estados Unidos e no Japão o padrão é o diesel 10 ppm. Os fabricantes de veículos, por sua vez, alegam que antes de desenvolverem o motor Euro IV no Brasil era necessário conhecer as especificações técnicas do diesel 50 ppm. Isso já deveria ser de conhecimento do mercado com três anos de antecedência do início das novas metas de emissões, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com base na lei federal nº 8.723/1993, que dispõe sobre a redução de emissões dos veículos. Se essas empresas cumprirem à risca esse prazo, o País só passará a produzir internamente a nova categoria de motores a partir do início da próxima década.

Custo para consumidor

Do ponto de vista econômico, o cumprimento das novas metas de emissão não deverá sair barato para os consumidores. Além dos motores mais sofisticados, o diesel 50 ppm exige adaptações dos postos de distribuição para o recebimento do produto, como um tanque de armazenamento próprio e uma bomba específica. Além disso, demanda também um tanque exclusivo para uréia, componente químico adicionado no motor que é responsável pela redução dos gases e particulados. Cada litro de diesel demanda 50 mililitros de uréia. Por último, a Petrobras já sinalizou que o diesel em si será mais caro que o vendido atualmente. Esses são alguns dos motivos que explicam o pouco interesse dos agentes envolvidos no processo. Diante do tamanho do Brasil, é pouco provável que toda infra-estrutura necessária para distribuir o diesel esteja concluída até 2009. Contribui negativamente também o preço mais caro do combustível e o valor mais elevado do veículo Euro IV, o que deve dificultar a adesão dos consumidores ao modelo no momento da renovação da frota. A uréia, fundamental para reduzir as emissões, também precisará ser importada porque a oferta nacional é insuficiente para atender a atual demanda, puxada pelos setores de fertilizantes e pecuária.

Após a publicação da resolução da ANP, a Petrobras passou a adotar o discurso de que o Brasil contará com o diesel 50 ppm em 2009 se houver demanda do mercado. A estatal diz que, no primeiro momento, até importaria o produto para o atendimento do consumo local, mas isso exige que os veículos equipados com motor Euro IV já estejam rodando, porque a utilização do novo combustível em modelos atuais resultaria em benefícios limitados. Segundo estudo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), a redução das emissões seria de apenas 15%, enquanto no Euro IV o porcentual alcançado é de quase 100%.

Fonte: Yahoo

Construir e Preservar

Nesta segunda-feira, às 9h30, será realizado, em Volta Redonda, na Região do Médio Paraíba, o Seminário "Construir e Preservar", uma parceria entre a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)/RJ e a Prefeitura. Na oportunidade, será inaugurado o "Auditório Verde" do Jardim Zoológico municipal, onde o evento acontece.

O seminário – que conta com o apoio da Secretaria de Obras, da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Clube de Engenharia e da Associação de Prefeitos do Estado do Rio – tem o objetivo de conscientizar o público ligado à construção civil sobre a responsabilidade do setor com o desenvolvimento sustentável. Serão apresentadas e debatidas as novas tecnologias e materiais de construção de baixo impacto ambiental que viabilizam a construção sustentável, através da eficiência energética. O evento contará com a participação do vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, do prefeito de Volta Redonda, Gothardo Lopes Netto, e do presidente da Emop, Ícaro Moreno Júnior. Engenheiros e arquitetos especializados no tema também participarão das palestras e mesas-redondas.

O auditório onde se realizará o evento foi construído com madeira tratada e certificada. O espaço se destina a estudantes que visitam o zoológico e também será usado para palestras, exibição de filmes e encontros. Ele possui a curiosa forma de um navio, semelhante a uma "Arca de Noé". O seminário é gratuito e destinado a estudantes, profissionais, professores, técnicos e demais interessados no tema. Serão emitidos certificados de participação. O Jardim Zoológico fica na Rua 93 C, 1.171, Vila Santa Cecília, Volta Redonda.

Fonte: O Fluminense

Em Bali, debates espinhosos sobre o desmatamento e o aquecimento global

Ser pago para não desmatar as florestas: este conceito original vem suscitando fortes esperanças e vivas controvérsias na Conferência sobre o clima da ONU, que acontece desde segunda-feira em Bali.

Especialistas e delegados encarregados de encontrar uma solução para conter o aquecimento global lamentam contatar que o mundo está fracassando na tentativa de conter o desmatamento, responsável por 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2). Aproximadamente 13 milhões de hectares de floresta são destruídos a cada ano, principalmente nos trópicos, para vender madeira e transformar terrenos em áreas de cultivo. As liberações de CO2 são causadas por incêndios voluntários nas zonas exploradas e a oxidação das turfeiras antes protegidas pelas árvores.

A Indonésia, que possui as maiores reservas mundiais de florestas naturais com o Brasil e a Bacia do Congo, promove com outros países um mecanismo por enquanto teórico chamado REDD (Redução das emissões decorrentes do desmatamento e da degradação). A idéia consiste em dar a uma árvore um preço correspondente não a seu valor uma vez que ela é cortada, mas ao carbono que ela estoca enquanto está viva. Uma tonelada de carbono preservada seria recompensada por um crédito que pode ser revendido no mercado global de carbono. "Esperamos que a capacidade de absorção do CO2 da floresta obtenha um valor e que garanta assim uma renda extra aos moradores dos vilarejos, que passarão então a ver a floresta não como uma coisa a ser cortada para a obtenção de terras, mas como algo precioso", explicou Emil Salim, chefe da delegação indonésia em Bali. O mercado potencial de créditos de carbono derivado do REDD ficaria entre US$ 2,3 e US$ 23 bilhões por ano, segundo o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor).

Mas a proposta gera muito ceticismo entre especialistas e estudiosos. "Como calcular a redução do índice de desmatamento?", questionaram Alain Karsenty e Romain Pirard, dois economistas especialistas em florestas. Extrapolar a partir das tendências históricas? Basear-se num cenário de previsões? Qualquer que seja o método, ainda há muitas incertezas sobre as estimativas das reduções de emissão. Além disso, esta não é a única questão difícil de ser resolvida para a contenção do aquecimento global. O secretário executivo da Convenção sobre o Clima da ONU, Yvo de Boer, indicou neste sábado que espera que a conferência de Bali consiga lançar projetos pilotos sobre o desmatamento. Segundo ele, é preciso desenvolver trabalhos metodológicos para melhor compreender como medir as emissões evitadas. Segundo ele, o problema é que os ministros do mundo inteiro encarregados de analisar até a próxima semana em Bali questões cruciais para o clima do planeja correm o risco de ter assuntos demais para abordar.. "Os delegados, que estão trabalhando no tema desde segunda-feira, ainda não falaram sobre diversos assuntos de debate, nem avançaram o bastante nas metas a serem traçadas e alcamçadas", destacou, em entrevista à imprensa. "O que me preocupa um pouco é que muitos assuntos vão ser transferidos ao alto nível das negociações e que os ministros vão ter muito o que fazer, num tempo muito limitado, para chegar a conclusões", declarou Yvo de Boer.

Fonte: AFP

Governo SP faz mutirão contra uso de sacolas plásticas

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente realizou ontem, na capital e no interior de São Paulo, um mutirão de conscientização sobre o problema causado pelo uso de sacolas plásticas. Segundo estimativa do governo, 66 milhões de sacolas são utilizadas no Estado por ano, o que aumenta o volume de lixo coletado e diminui a vida útil dos aterros sanitários. Das 12 mil toneladas de lixo geradas diariamente na capital, mil são de materiais plásticos, conforme os dados da secretaria. Como é impermeável, esse tipo de embalagem demora até 300 anos para se decompor. Além disso, por ser maleável e leve, o saco plástico contribui para entupir bueiros e facilitar enchentes nas cidades.

No mutirão de ontem, a secretaria distribuiu folhetos para conscientizar a população e também houve a participação de grupos teatrais. Na capital, o evento ocorreu nas imediações dos shoppings Eldorado, Center Norte, Iguatemi e em frente ao Teatro Municipal. No interior, o mutirão aconteceu em cerca de 100 municípios. A secretaria sugere que o consumidor leve sua própria sacola de pano para carregar as compras no comércio e dispense a embalagem na aquisição de pequenos itens.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Vale vai investir R$ 5 bilhões em ações ambientais

Roberto do Nascimento

Numa tarde atipicamente chuvosa de primavera carioca, o terceiro andar da terceira maior instituição industrial brasileira, em pleno centro do Rio, acolheu uma pequena mostra de biomas nacionais. De forma harmônica espécies da Mata Atlântica e da Amazônia conviveram por todo o dia. O ambiente especialmente estruturado deu o tom que a Vale, a maior empresa do País ao lado da Petrobrás, quis empreender ao encontro anual de sua direção com a imprensa. É claro que não faltaram números, e tudo numa empresa desse porte se conta aos milhares, milhões, bilhões. Investimentos, aquisições no Brasil e no mundo, bilhões de toneladas de minerais para lá, bilhões de dólares para cá. Mas o primeiro gesto de Roger Agnelli, presidente da Vale, antes de participar do almoço-entrevista, foi plantar uma árvore virtual no Second Life, o que todos os presentes também fizeram. As plantas ganharão vida na dimensão real entre os 3 bilhões de pés que a empresa ajuda a preservar em todo o mundo. O cenário reproduzia o que a mineradora faz em sua reserva em Linhares, Espírito Santo.

A Vale vai investir US$ 2,8 bilhões em meio ambiente até 2012, o que representa um aumento de 48% anuais na comparação com os US$ 375 milhões estimados agora para 2007. Os planos incluem recuperação de florestas nativas no Pará, plantio de 346 milhões de árvores em oito anos, das quais 165 milhões de eucaliptos, usados, por exemplo, para fabricação dos dormentes que são usados na rede ferroviária da própria empresa. A empresa vai doar 1 milhão de mudas para a área de proteção ambiental do Guandu e de recuperação da Ilha Grande, ambos no Rio. A mineradora tem uma série de projetos elegíveis para o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) previsto no Protocolo de Kyoto, de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) ou outros gases que provocam o aquecimento global. Mas ainda não decidiu se vai incluir esse processo entre as suas estratégias de ação ambiental. O interesse na questão do efeito estufa, porém, é prioritário, tanto que a Vale patrocinou a primeira reunião do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) no Brasil, realizada no Rio de Janeiro em outubro, e enviou um observador para a Conferência do Clima em Bali, na Indonésia, que vai até o dia 14.

Fonte: DiárioNet

Bahia adota o documento de Origem Florestal

O documento de Origem Florestal – DOF substitui já a partir deste mês o Carimbo Eletrônico da Bahia no controle de transporte de produtos e subprodutos florestais. Os detentores de matéria-prima florestal devem realizar a Declaração de Estoque no sitre do Ibama. Isso inclui as pessoas que possuam autorizações de exploração concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente. “A adoção do DOF pelo Estado da Bahia faz da integração ao Sistema Nacional prevista na Resolução Conama 379 de 2006. A integração é a única forma de as informações dos estados passaram a ficar disponíveis no Portal da Gestão Florestal, em atendimento à Resolução”, diz Antônio Hummel, Diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Floresta – DBFLO

Essa resolução do Conama e o Decreto 5.975/06 estabelecem que a geração, emissão e controle dos documentos de transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa devem ser emitidos por sistema eletrônico integrado ao Sistema Nacional que permita aferir sua autenticidade e validade. Segundo José Humberto Chaves, Coordenador de Gestão de Recursos Florestais do Ibama, a partir do dia 01 de janeiro a fiscalização do Ibama passará a apreender as cargas que não estiverem acompanhadas por documento eletrônico integrado. A adequação do Estado da Bahia mostra a disposição no atendimento dessa obrigação, além de mostrar que o DOF é um sistema robusto e eficaz no combate ao transporte ilegal de madeira, lenha e carvão, afirma Chaves.

Com a integração do Estado da Bahia, faltam apenas os Estados do Ceará e Minas Gerais integrarem o seu sistema. Para os Estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Maranhão ainda falta à integração das informações de comercio interno de produtos florestais. “Acreditamos que no dia 01 de janeiro 100% do controle florestal no país estará informatizado e integrado. Será

um grande passo no combate à exploração ilegal”, afirma Hummel.

Fonte: Ibama

Europa: protestos pedem ação contra aquecimento

Milhares de manifestantes marcharam em Londres e Estocolmo no sábado pedindo que os governos em todo o mundo tomem medidas urgentes para lidar com o aquecimento global.
Carregando faixas com slogans como "corte o carbono, não as florestas" e "ações falam mais que palavras", manifestantes em Londres marcharam em meio à forte chuva e passaram pelo antigo Parlamento até chegar à embaixada dos Estados Unidos. Alguns carregavam foto do presidente norte-americano, George W. Bush, com as palavras "Procurado por crimes contra o planeta". Os EUA são o maior emissor de gás carbônico do mundo.

A polícia britânica disse que cerca de duas mil pessoas participaram do protesto. Organizadores disseram que eram sete mil. Na Suécia, a polícia informou que mil pessoas participaram da marcha em Estocolmo. "Eu nunca vi tanto gente em uma manifestação em Estocolmo", afirmou Susanna Ahlfors, 34 anos, que participou da marcha com seus dois filhos. "Se não fizermos nada agora, as coisas vão ficar realmente ruins. Eu estou preocupada com o futuro deles". As marchas em Londres e Estocolmo fazem parte de um total de 50 passeatas ao redor do mundo programadas para acontecer ao mesmo tempo em que é realizado um encontro de autoridades de meio-ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU) e ministros, na ilha de Bali, na Indonésia. No encontro da ONU, as autoridades discutem um sucessor para o protocolo de Kyoto, que prevê o corte nas emissões de carbono.

Fonte: Reuters

Bali: GEF investirá US$ 30 milhões na Amazônia

O maior órgão de financiamento do meio ambiente do mundo, Global Environmental Facility (GEF), anunciou hoje em Bali, na Indonésia, um programa de financiamento de US$ 30 a 40 milhões para conservar a Amazônia, as florestas da bacia do Congo e as ilhas de Nova Guiné e Bornéu. A linha de financiamento "Iniciativa de Conta para as Florestas Tropicais" vai custear o salvamento dos ecossistemas florestais nas principais zonas verdes do planeta, declarou à Efe o brasileiro Gustavo Fonseca, chefe da seção de Recursos Naturais do GEF. "O desmatamento provoca 20% das emissões de gases nocivos. Por isso, 20% da solução da mudança climática passam pela conservação das florestas tropicais", disse Fonseca, os projetos financiados pelo programa poderão beneficiar 17 países. "A janela para salvar as últimas extensões de florestas tropicais que restam, que produzem serviços ambientais cruciais, está se fechando rapidamente", declarou Monique Barbut, diretora do GEF, ao apresentar a iniciativa, em Bali.

A iniciativa do GEF pretende também conservar a biodiversidade, explicou. "O futuro das florestas tropicais está ligado ao futuro da biodiversidade. Estas florestas são o lar de mais da metade da biodiversidade do planeta", disse Barbut. Ela acrescentou que as perdas do habitat de florestas tropicais ameaçam 74% dos mamíferos, 44% das aves, 57% dos anfíbios e 67% dos répteis em risco de extinção. O GEF é a maior organização internacional dedicada a financiar projetos ambientais em países em vias de desenvolvimento. Ele investe seus fundos em promover um desenvolvimento sustentável, conservar a biodiversidade, mitigar a mudança climática e prevenir a degradação da terra e a destruição da camada de ozônio, entre outros.
Desde a sua criação, em 1991, o fundo dedicou US$ 7,4 bilhões a subvenções e US$ 28 bilhões a programas de co-financiamento, com 1.800 projetos em 150 países.

Fonte: EFE