quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Al Gore é acusado de furar a própria campanha

O ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, foi acusado de hipocrisia após ser noticiado que o consumo de energia de sua casa é 20 vezes maior que a média do país. Al Gore tem comandado uma grande campanha para reduzir as emissões de gases efeito estufa e controlar o aquecimento global.

O filme estrelado pelo político, parte de sua campanha, rendeu o Oscar de "Melhor Documentário", no último domingo, e uma indicação para o prêmio Nobel da Paz. Ele vive em uma mansão de 20 quartos em Nashville, no Estado do Tennesee e sua conta de luz ficam em média em US$ 1,25 mil (cerca de R$ 2,6 mil) por mês, conforme o jornal britânico Mirror. De acordo com os arquivos públicos, Al Gore consumiu 220 mil quilowatts-hora em 2006, quando a média nacional do EUA foi de pouco mais de 10 quilowatts-hora. Drew Johnson, que descobriu os dados, declarou: "Ele diz aos outros como viver, mas não está seguindo as próprias regras". Johnson trabalha no Centro de Pesquisas Políticas do Tennesee.

O porta-voz de Al Gore rebateu as críticas dizendo que tanto o ex-vice quanto sua mulher, Tipper, trabalham em casa e estão tomando medidas para aumentar a eficiência energética. Além disso, painéis solares estão sendo instalados no local.

Fonte: Terra

Ensinar persistência é positivo para os bebês

Incentivar os bebês a ser persistentes e oferecer estímulos pode ajudar a melhorar a capacidade de aprendizado das crianças. Muitos pais já usam brinquedos educacionais, vídeos especialmente produzidos e cartões com ilustrações para ajudar os cérebros das crianças a se desenvolver. Mas cientistas dos Estados Unidos descobriram que as mães que ensinam aos bebês tarefas simples e que os incentivam a persistir colaboram com seu desenvolvimento cognitivo. "A persistência parece ser uma qualidade estável que pode ser medida desde cedo, e tanto a persistência do bebê como o ensinamento da mãe são caminhos diretos para a situação da cognição no início do segundo ano de vida", disse Poonam Nina Banerjee, da Universidade de Columbia, em Nova York.

Num estudo publicado na revista Infant Behavior and Development, Banerjee e Catherine Tamis-LeMonda, da Universidade de Nova York, observaram 65 mães de baixa renda que moravam em áreas urbanas com seus bebês. As mães foram orientadas a ensinar a seus bebês de 6 meses a puxar um carro por uma corda, a virar a página de um livro, a fazer um barulho com um brinquedo e a transferir um bloco de uma mão para outra. Quando as crianças tinham 1 ano e 2 meses, elas foram ensinadas a identificar partes do corpo e a empilhar blocos formando uma torre. As pesquisadoras mediram a persistência das crianças gravando seu comportamento e usaram uma escala padrão de teste para avaliar sua memória, sua capacidade de solucionar problemas e outras habilidades.

Fonte: Reuters

Brasil defende comércio internacional de jacaré

O Brasil propôs à ONU que uma espécie de jacaré que atualmente é protegida internacionalmente seja liberada para o comércio internacional

A proposta brasileira relativa ao jacaré-açu (Melanosuchus niger) foi divulgada nesta quarta-feira no site da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagem (Cites, na sigla em inglês), que regula o comércio de espécies ameaçadas em todo o mundo. Segundo a proposta brasileira, o jacaré, que hoje é listado no apêndice 1 das regras da Cites - que prevê o máximo de proteção, com a proibição total do comércio, a não ser em casos especiais - passaria a ser incluído no apêndice 2, que prevê a liberação do comércio internacional da espécie seguindo parâmetros rigorosos da própria Cites.

O Brasil também propôs que outras três espécies : o pau-brasil (incluindo todos os seus derivados) e dois tipos de lagosta, tenham a proteção aumentada. As propostas serão discutidas pelos países signatários da Cites em uma conferência que deve ocorrer entre 3 e 15 de junho em Haia, na Holanda.

Leopardo e enguia

A ONU recebeu um total de 40 propostas de diversos países, incluindo as brasileiras, prevendo mudanças na Cites. Entre as outras propostas, está uma de Uganda para transferir o leopardo (Pantera pardus) do apêndice 1 para o apêndice 2 "para o propósito exclusivo de caça esportiva, para troféus e peles de uso pessoal" e "com uma cota de exportação anual de 50 leopardos em todo o país".
A Alemanha está propondo a inclusão no apêndice 2 da enguia européia (Anguilla anguilla), uma espécie muito usada na culinária do norte da Europa. Atualmente, 530 espécies animais e 300 espécies vegetais são listadas no Apêndice 1. O Apêndice 2 lista 4.460 animais e 28 mil plantas.

Fonte: BBC Brasil

Aumento nos casos de dengue faz governo federal tratar problema como epidemia

Cleide Lopes Vieira

A diretora técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Sônia Brito, disse hoje (28) que o governo federal já trata e considera os casos de dengue no Brasil como uma epidemia. Segundo ela, o momento agora é de juntar esforços para controlar o avanço da doença."A gente está tratando como se uma epidemia fosse, mesmo que não seja em níveis alarmantes, mas a gente pode considerar. E, assim, todas as iniciativas que temos feito junto ao estado e ao município tem sido para controlar essa situação, em especial em Campo Grande, onde está o maior número de registros”, explica a diretora.

Nos dois primeiros meses deste ano, o número de casos da doença no Brasil aumentou 17% em relação ao mesmo período do ano passado Foram confirmados 53 mil casos de dengue, dos quais 52,8 % estão em Campo Grande, capítal do Mato Grosso do Sul (30 mil casos e duas mortes).Em segundo lugar, vem o Mato Grosso, com 4,3 mil casos, seguido por Minas Gerais, com 3,3 mil, e ainda Paraná e Goiás. Cerca de 64% dos casos estão concentrados na região Centro-Oeste. De acordo com o Ministério da Saúde, no início do ano, houve um repasse adicional de R$ 326 mil para contratação de agentes de controle de endemias. Campo Grande recebeu um verba extra de R$ 330 mil."Fizemos ainda a contratação de um consultor permanente, para dar suporte técnico, além de levar dez carros para fazer ações de controle do vetor e ainda mais equipamentos como carros e motos, e mais inseticida para ajudar os municípios no controle da doença”, afirma a diretora da Secretaria de Vigilância em Saúde.

Ela aconselha a popuplação a usar repelentes de mosquito em regiões de risco, tomar cuidados domiciliares para evitar a infestação e não dificultar a entrada de agentes para aplicação de inseticida nas propriedades."Por mais ações que nós façamos, se não houver uma ação conjunta entre estado, município e sociedade, nós jamais conseguiremos os efeitos desejados.

Fonte: Agência Brasil

Operação defeso da piracema apreende quase duas toneladas de peixes no oeste do Pará

Foto: Antônio Zildomar

Christian Dietrich

A Divisão de Fiscalização e Controle (DICOF) da Gerência Executiva do Ibama em Santarém, no oeste do Pará, desencadeou, na semana de Carnaval, uma operação de fiscalização do período de defeso da piracema, nos municípios de Juruti, Óbidos e Santarém. Foram lavrados três Autos de Infração que totalizaram R$ 21.000,00 em multas.

Houve apreensão de 1942 kg de peixes de espécies com a pesca e a comercialização proibidas. Os pescados apreendidos, a maior parte da espécie Mapará, foram doados para o Conselho Tutelar, a Polícia Militar, Igreja Adventista e para a Secretaria de Assistência Social do município de Óbidos. Também foram apreendidos quase cinco quilômetros de redes malhadeiras, com a malha fora das medidas permitidas, sendo que uma delas media mais de dois mil metros. Foram atendidas denúncias feitas através da Linha Verde do Ibama, e também foram realizadas fiscalizações de rotina, abrangendo alguns lagos nos municípios onde houve a operação, como o Lago Grande do Curuai, além de áreas de várzea da região do baixo Amazonas, onde houve a abordagem de diversas embarcações de pesca.

A colaboração das Colônias de Pescadores dos municípios é de grande importância para o sucesso do defeso. Os pescadores flagrados na atividade ilegal, além de serem multados, terem os peixes, petrechos e embarcações apreendidos, podem perder o direito de receber o seguro defeso, remuneração paga pela Secretaria Nacional de Pesca para complementar a renda dos pescadores profissionais durante o defeso da piracema. Segundo o chefe da DICOF do Ibama em Santarém, Manoel Costa Filho, as operações de fiscalização do defeso da piracema vão continuar em toda a região.

Fonte: Ibama/PA

Inpa realiza expedição em unidade de conservação ambiental

O Parque Estadual do Rio Negro – setor Sul, a 40 quilômetros de Manaus (AM), terá ainda neste ano um Plano de Gestão, para nortear as atividades contempladas por esta unidade de conservação ambiental, como, por exemplo, o ecoturismo. Durante doze dias, de 3 a 15 deste mês, pesquisadores e técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e membros do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS) estiveram a bordo do barco Maíra I fazendo levantamentos da flora, fauna e socioeconomia na região do rio Cuieiras.

Fauna

Entre trinta pequenos mamíferos (roedores e marsupiais) coletados nas margens do rio Cuieiras, os pesquisadores do Inpa identificaram os gêneros Isothrix, Micoureus, Proechimys, Didelphis, Marmosops, Metachirus, Oecomys e Neacomys. Os animais foram capturados por meio de 352 armadilhas em três trilhas (ou transectos) – duas localizadas em floresta de terra firme, nas margens esquerda e direita do rio, e uma em área de campina, paisagem caracterizada por vegetação de baixo porte e aberta e que ocorre sempre em solos arenosos e de baixa fertilidade. "Nosso objetivo foi fazer um inventário rápido da fauna para determinar a diversidade de pequenos mamíferos e propor medidas de conservação e manejo que auxiliarão na gestão da área", comenta Eduardo Schimidt Eler, biólogo e mestrando em genética de pequenos mamíferos não-voadores no Inpa. No barco Maíra I foi improvisado um pequeno laboratório de genética e de triagem do material biológico. Os pesquisadores verificaram os dados biométricos (peso e medidas corporais) e reprodutivos dos animais capturados nas armadilhas.

Em seguida foram feitos o preparo de suspensão celular a partir da medula óssea retirada do fêmur dos mamíferos, a amostragem de tecido (um pedaço de músculo e outro de fígado) para estudos de seqüência de DNA, e a taxidermia, com a preparação da pele e a retirada do crânio para limpeza e posterior análise detalhada. "As diferenças são muitos sutis entre os roedores, externamente eles são muito parecidos, o que torna necessária a utilização de técnicas de citogenética para identificar as espécies", explica a geneticista do Inpa, Maria Nazareth da Silva. "Nós esperávamos encontrar todos os gêneros que foram capturados no Cuieiras, pois são bem conhecidos na Amazônia. No entanto, ainda precisamos refinar o conhecimento sobre o número e a distribuição das espécies, pois na região deste rio as informações ainda são escassas sobre pequenos mamíferos", complementa. O grupo de pesquisadores de herpetofauna, que inclui os répteis e os anfíbios, deparou-se, durante parte da expedição, com a escassez de chuvas, o que nos primeiros dias dificultou a captura de animais. Mesmo assim, diversas espécies foram encontradas e identificadas. Um total de 52 armadilhas foi disposto nas margens esquerda e direita do rio Cuieiras, sendo que diferentes paisagens foram amostradas, entre floresta de igapó, terra firme, e campina.

Estudos comprovam que a região amazônica possui uma grande diversidade de anfíbios e répteis, chegando a mais de trezentas espécies de serpentes, 89 de lagartos e 163 de anfíbios. A rã Leptodactylus riveroi, a falsa coral Drepanoides anomalus e o lagarto Kentropyx calcarata são alguns exemplos de espécies capturadas pelos pesquisadores do Inpa. "Na região do Cuieiras já foi realizado um trabalho sobre a composição da herpetofauna. Então, faremos uma comparação do que encontramos nesta expedição com as espécies catalogadas e os ambientes amostrados no passado", comenta o biólogo Vinicius de Carvalho. Ele conta que foram encontradas algumas espécies de lagartos e serpentes que vivem embaixo da terra (chamadas fossoriais) e em meio às folhas e embaixo de cascas de árvores, troncos e cupinzeiros (semi-fossoriais), além de um lagarto semi-aquático e um jacaré-tinga (Caiman crocodylus), espécie ameaçada e que vive em igarapés, no interior da floresta. Enquanto os pesquisadores de herpetofauna e pequenos mamíferos torciam para que chuvas caíssem sobre o Cuieiras, o grupo que ficou com a incumbência de estudar quelônios afirmava que o ideal é o período da seca para avistar e coletar esses animais. A expedição foi realizada durante período chuvoso, quando ocorre a cheia dos rios. Em razão disso, as armadilhas compostas por tremmel nets (malhadeiras), hop traps (funis) e fike nets (funis intercalados por barreiras) não obtiveram sucesso na captura dos animais.

Assim, o mergulho foi escolhido como principal método, idéia que partiu de um morador local, Raimundo Alencar Ribeiro, 26, da comunidade Nova Canaã. Segundo Rafael Beinhard, pesquisador do Inpa que trabalha desde 1999 com ecologia de quelônios, para que se obtenha sucesso com este método é preciso ser um bom mergulhador e saber onde os animais ficam escondidos nos igapós. "Apesar de o rio estar cheio e os bichos estarem espalhados pelo igapó, conseguimos pegar muitas irapucas através do mergulho. Num único dia, em poucas horas, capturamos de 13 a 15 animais", afirma o pesquisador. Beinhard explica que em toda a Amazônia brasileira existem apenas 17 espécies de quelônios, e que, normalmente, uma área amostrada apresenta entre cinco e oito espécies. No Cuieiras foram capturadas especialmente irapucas (Podocnemis erytrhrocephala), além de um cabeçudo (Peltocephalus dumerilianus), um lala (Rhinemys rufipes), um jabuti piranga (Geochelone carbonaria) e dois jabutis (Geochelone denticulata). "É importante propor planos de manejo para as espécies que são muito abundantes, como as irapucas e os cabeçudos. Para tanto, precisamos entender a estrutura populacional dessas espécies, como, por exemplo, se existem mais indivíduos adultos ou juvenis, fêmeas ou machos", avalia o pesquisador do Inpa. Para ler toda a matéria, clique aqui.

Fonte: Assessoria de Comunicação do INPA

Prefeito de Londres lança plano para cortar 60% do CO2

Plano prevê cortes em emissões por meios de transporte

O prefeito de Londres, Ken Livingstone, anunciou nesta terça-feira um plano para reduzir emissões de dióxido de carbono na cidade em 60% nos próximos vinte anos. O plano inclui tornar as casas londrinas mais eficientes no uso de energia, convencer empresas a desligar luzes e computadores à noite, buscar sistemas mais eficientes de suprimento de energia para a capital e reduzir emissões por meios de transporte. Livingstone disse que, se nada for feito, as emissões de carbono na cidade vão crescer de 44 milhões de toneladas por ano para 52 milhões em 2025.

Se ele alcançar seu objetivo, em 2025 a cidade estará produzindo 18 milhões de toneladas, menos dióxido de carbono do que emitia em 1990. "Os londrinos não precisam reduzir sua qualidade de vida para combater a mudança climática, mas nós precisamos mudar a forma como vivemos", disse Livingstone. "O modelo atual, de grande produção e grande desperdício de energia, é altamente ineficiente."

Mudança de comportamento

Segundo a prefeitura de Londres, a maioria das medidas anunciadas nesta terça-feira vai economizar dinheiro, principalmente por meio de reduções em gastos com combustível e energia. As autoridades calculam que o corte requerido nas emissões de carbono possa ser feito por meio de simples mudanças de comportamento. Os londrinos vão ser ensinados a adotar estilos de vida menos agressivos ao meio ambiente e vão receber material para isolamento térmico de suas casas a preços subsidiados. A prefeitura de Londres disse que as grandes cidades do planeta têm papel essencial no combate às mudanças climáticas, já que geram 75% do dióxido de carbono produzido no mundo. A iniciativa londrina coloca a capital britânica como uma das líderes no movimento. Os planos de Ken Livingstone, no entanto, podem ser prejudicados pelas emissões produzidas por aviões - um problema que, segundo as autoridades londrinas, foge ao controle do prefeito. Um aumento esperado nos vôos em aeroportos da cidade deve elevar as emissões por aviões em mais de 50% até 2025.

Fonte: BBC Brasil

Vitaminas "podem encurtar a vida", diz estudo

Tomar determinados suplementos de vitaminas pode encurtar a vida das pessoas, sugerem pesquisadores. Milhões de pessoas ingerem suplementos de antioxidantes tais como as vitaminas A e E, e betacaroteno

Ao analisar dezenas de estudos anteriores, especialistas da Universidade de Copenhagen sugerem que estas substâncias aparentemente, ao contrário do que se espera delas, aumentam, e não diminuem, o risco de morte. Um especialista da indústria de suplementos, entretanto, disse que o estudo da Journal of the American Medical Association "é rídiculo".

Dieta balanceada

Mas nutricionistas dizem que o estudo reforça a necessidade de que as pessoas adotem uma dieta balanceada ao invés de depender de suplementos. Embora suplementos de vitaminas sejam populares há várias décadas, não se sabe ao certo se oferecem benefícios, e quais seriam, apesar de centenas de projetos de pesquisa sobre o assunto. Teorias mais recentes sugerem que determinadas vitaminas consumidas como parte de uma dieta saudável - e talvez tomadas na forma de suplementos - podem prevenir danificações em tecidos no organismo ao eliminar as moléculas conhecidas como "radicais livres", que seriam a causa do fenômeno conhecido como "estresse oxidativo". Estes danos foram relacionados a vários males como doenças cardíacas e câncer, mas a implicação de que suplementos de vitamina podem proteger as pessoas contra essas doenças seja controvertida.

Estudo

A equipe de Copenhagen revisou mais de 815 testes clínicos sobre os benefícios das vitaminas A, E e C, de betacaroteno e selênio - todos muito usados em suplementos. Eles selecionaram 68 testes cujos métodos tinham maior probabilidade de produzir um quadro preciso dos benefícios das vitaminas, depois juntaram seus resultados para formar um estudo de larga escala. Esta análise sugeriu que tomar suplementos antioxidantes não aumenta ou reduz o risco de morte. Mas, quando os pesquisadores eliminaram mais 21 estudos considerados levemente tendenciosos, o quadro mudou bastante. O risco de morte não mudou entre consumidores de selênio e vitamina C, mas um aumento estatisticamente significativo de risco foi detectado em outros três suplementos. O betacaroteno resultou em um aumento de risco de aproximadamente 7%, vitamina E, 4% e vitamina A, 16%.
Os pesquisadores escreveram: "Nossos resultados contradizem os de estudos de observação que afirmam que antioxidantes melhoram a saúde." "Levando em conta que, de 10% a 20% da população adulta na Europa e América do Norte pode consumir os suplementos, as conseqüências para a saúde pública podem ser substanciais."Eles disseram que há várias explicações diferentes para este aumento do risco - e sugeriram que eliminar "radicais livres" pode, na verdade, interferir com um mecanismo de defesa antural dentro do organismo. A equipe pediu mais pesquisas sobre os efeitos dos suplementos de vitamina sobre a saúde.

"Dieta balanceada"

Frankie Phillips, um nutricionista da Associação Dietética Britânica, disse que os alimentos contem uma matriz complexa de diferentes componentes que não podem ser copiados por suplementos. "Nossa recomendação é comer uma ampla gama de alimentos em uma dieta balanceada que pode fornecer todos os nutrientes de que o organismo necessita para se proteger e combater doenças." Ella Mason, da Fundação Britânica do Coração, disse: "Nós recomendamos que sejam consumidas substâncias para proteger contra doenças cardíacas, sejam suplementos dietéticos ou drogas, que tenham comprovação em testes clínicos bem feitos." Mas Ann Walker, do Serviço de Informações de Suplementos para a Saúde, disse que as conclusões do estudo são "inúteis". Segundo ela, alguns dos estudos examinados pela equipe de Copenhagen envolveram pacientes que já estavam muito doentes. "Como cientistas conscientes podem sugerir que uma intervenção modesta de um único suplemento antioxidante possa ter um grande efeito na reversão de uma patologia letal, onde pacientes já estão em um estágio avançado de doença cardiovascular, é ridículo." "Suplementos de vitaminas, minerais e dietéticos não apenas se provaram benéficos para a saúde, mas são essenciais para a manutenção da boa saúde e podem cobrir a defasagem nutricional para muitas pessoas na Grã-Bretanha em cujas dietas costumam faltar nutrientes essenciais."

Fonte: BBC Brasil

Projeto avalia impacto ambiental de oleaginosas

Cristina Tordin

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolve o projeto “Gestão Ambiental Territorial da Produção de Óleos Vegetais para Obtenção de Biocombustíveis”.

Esse projeto dedica-se à avaliação de impactos ambientais da cadeia produtiva, envolvendo duas abordagens complementares: o entendimento dos impactos sob o alcance dos elos da cadeia, de um lado, e a gestão ambiental de estabelecimentos rurais dedicados à produção de oleaginosas, de outro. Os Estados do Piauí e da Bahia destacam-se no cenário nacional de produção de biodiesel de óleos vegetais, com a mamona, e o Estado do Pará na produção de palma (dendê), com a inserção da produção familiar, que constituem pontos importantes para esse estudo.De 26 de fevereiro a 9 de março, a equipe do projeto realiza treinamentos e avaliações de estabelecimentos rurais dedicados à produção de mamona e dendê em três regiões produtoras distintas em Anísio de Abreu e São Raimundo Nonato (PI), em Belém (PA) e em Irecê (BA).

Gestão ambiental

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e um dos coordenadores da atividade, Cláudio Buschinelli, explica que a metodologia desse estudo envolve dois sistemas complementares de avaliação. "Inicialmente, esclarece, realiza-se a avaliação de impactos ambientais da cadeia produtiva das oleaginosas utilizando o Sistema Eco-Cert.Rural, com consulta dos atores sociais diretamente envolvidos, como administradores e gestores municipais, instituições de pesquisa e apoio, ONGs, agroindústrias, usinas de biodiesel, cooperativas, associações, produtores, sindicatos rurais e cooperativas". De maneira complementar, avalia-se a gestão ambiental de estabelecimentos rurais produtores de oleaginosas representativos da situação regional, pelo sistema Apoia Novo-Rural. O Eco-Cert.Rural é um sistema simplificado de planilhas eletrônicas que integram 24 indicadores de sustentabilidade agrupados nas dimensões

Desempenho Ecológico e Desempenho Socioambiental

O pesquisador explica que o sistema é de fácil e rápida aplicação e vem sendo usado na avaliação de impactos ambientais de atividades e tecnologias em estabelecimentos rurais de variada natureza com resultados bastante expressivos.“Quanto ao Sistema APOIA-NovoRural”, diz Buschinelli, “é mais complexo por abranger um conjunto de planilhas eletrônicas que integram 62 indicadores de sustentabilidade das atividades produtivas agrupados nas dimensões Ecologia da Paisagem, Qualidade dos Compartimentos Ambientais (atmosfera, água e solo), Valores Socioculturais, Valores Econômicos e Gestão e Administração. O Sistema destina-se à gestão ambiental de atividades rurais, indicando os pontos críticos para correção do manejo, bem como os aspectos favoráveis para o fortalecimento da atividade”. Durante os eventos os pesquisadores locais e membros do projeto serão capacitados nestas metodologias, para utilização nas avaliações que se seguirão nos próximos dois anos. São parceiros do projeto, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Embrapa Meio Norte (Teresina, PI), a Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus,AM) e a Embrapa Algodão (Campina Grande, PB).

China pode se tornar maior emissor de CO2 em 2008

A China pode se transformar no principal emissor de dióxido de carbono (CO2) do mundo, ultrapassando os EUA em 2008, dois anos antes do previsto, segundo cálculos divulgados hoje.
"Talvez possa acontecer no próximo ano, segundo nossos estudos", disse hoje em Pequim, Yang Fuqiang, vice-presidente da Fundação para a Energia, uma ONG americana que dá apoio ao governo chinês em questões energéticas e de poluição.

Segundo a Fundação, no próximo ano a China emitirá 6 gigatoneladas de CO2 - contra as menos de 3 da década de 90 -, mesma quantidade que os EUA. No entanto, as emissões de CO2 per capita da China em 2008 representarão 60% da quantidade que, segundo previsões, será produzida pelos países da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCED) em 2030. "O governo chinês terá de responder a muitas perguntas da comunidade internacional e está preocupado em formas de enfrentar a questão", afirmou Yang em um encontro com a imprensa estrangeira. Pequim planeja reduzir as emissões em cerca de 20% em 2010, quando termina o atual plano qüinqüenal, mas em 2006 a emissão de poluentes aumentou cerca de 1,5%. "Em 2006, o objetivo não foi alcançado, mas deve-se dar tempo ao governo chinês", declarou Yang.

Outros dois objetivos relacionados são a redução da intensidade energética (quantidade de energia necessária para produzir US$ 1 do Produto Interno Bruto - PIB) em cerca de 20% nesta data e aumentar a segurança da Terra. Segundo informações publicadas hoje pelo Birô Nacional de Estatísticas, a intensidade energética da China diminuiu 1,23% em 2006. A eficiência energética será um dos aspectos-chave a serem debatidos na próxima semana no plenário anual do legislativo chinês. A Fundação para a Energia apóia a criação de uma lei de energias renováveis no marco do legislativo chinês, e Yang prevê que o governo aplicará um imposto sobre o combustível antes de 2010, além de uma série de políticas fiscais preferenciais para reduzir o consumo de recursos.

Os três objetivos apresentados por Pequim (redução do consumo energético, diminuição de gases poluentes e segurança da Terra) "são três ferramentas muito poderosas para enfrentar a mudança climática", disse Yang. No entanto, se o crescimento do PIB chinês continuar superando os 8% ou 9% (em 2006 foi de 10,7%), "não haverá forma de reduzir o consumo de energia", prevê Yang. Ele acrescentou que um dos principais obstáculos na redução das emissões em cerca de 20% são os governos locais, já que algumas regiões da China são tão pobres que não podem prescindir facilmente das indústrias para sua subsistência.

Fonte:EFE

Centro de estudos paulista busca voluntários para testar vacina contra HIV

Marli Moreira

Pesquisadores do Centro de Referência e Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (CRT-DST/Aids), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, realizarão testes de mais uma vacina experimental contra o vírus HIV, que vem sendo avaliada em conjunto com os Estados Unidos.

Para isso, eles estão em busca de 12 voluntários. As primeiras aplicações do produto já foram feitas pelos norte-americanos e indicaram “resultado seguro”, segundo Gabriela Calazans, psicóloga e educadora comunitária do Centro de Referência. Ela assegurou não existir nenhum risco de os voluntários contraírem a doença. Os candidatos têm de ser saudáveis, com idade entre 18 e 50 anos e residentes na capital paulista ou em um dos 38 municípios restantes da região metropolitana de São Paulo. A localização da moradia é apenas para facilitar o acompanhamento em torno de eventuais efeitos colaterais das cinco doses a serem aplicadas."Não há qualquer possibilidade de o voluntário se infectar com o vírus HIV”, disse Calazans.

Segundo ela, o material utilizado na vacina é uma cópia sintética (produzida em laboratório) de parte do gene do vírus que “imita um fragmento genético do vírus". Para completar o ciclo da resposta do sistema imunológico, sua aplicação recebe o reforço de substâncias retiradas de moléculas de gordura do próprio corpo humano. O estudo é um dos cinco em andamento no Centro de Referência no sistema de parceria com redes internacionais de cientistas. Nesse caso, trata-se do HVTN 063, desenvolvido pelo laboratório norte-americano Wyeth e patrocinado pela Divisão de Aids do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (Niaid). Nessa pesquisa, são estudados a vacina de DNA gag do HIV-1 e dois tipos de adjuvantes (substâncias combinadas com antígenos para fortalecer a reação imunológica). A vacina de DNA gag do HIV-1 é uma substância natural do organismo com a função de orientar a produção de proteínas.“As proteínas são substâncias naturais que o organismo usa para se construir e se manter, bem como para se proteger de doenças. Na vacina que está sendo testada, o DNA manda o organismo construir com apenas parte de uma proteína chamada gag, encontrada no vírus HIV. O sistema imunológico do corpo pode responder a essa proteína, produzindo células que reconhecem e lutam contra esse tipo de proteína do HIV”, diz o texto de divulgação do Centro de Referência.

No auxílio do combate aos germes, são utilizadas substâncias a partir de um gene humano modificado com a missão de memorizar a necessidade de lutar contra a agressão do vírus e de fazer com que as células imunológicas trabalhem juntas. De acordo com Gabriela Calazans, a expectativa é de que o Centro de Referência consiga o número de voluntários necessários para os testes em curto espaço de tempo. Durante um ano e meio, essas pessoas serão acompanhadas em 15 visitas. Pelas experiências, já realizadas nos Estados Unidos, ela acredita que os efeitos sejam apenas de dor localizada no ponto de aplicação das injeções, nos primeiros dias, e de um aspecto avermelhado. A próxima fase da pesquisa, será a de testar a eficácia do produto, o que deve demorar ainda pelo menos mais sete anos. Os interessados em participar ou tirar dúvidas poderão visitar a página eletrônica do centro ou telefonar para os números (11) 5082-3954 ou 5573-1696. Segundo os dados estatísticos do Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 600 mil pessoas já tenham contraído o vírus HIV no país. O número de doentes em tratamento atinge a 180 mil e o total de notificados desde o surgimento da aids, na década de 80, soma a 433 mil. Metade dos casos já diagnósticos refere-se à soropositivos que perderam a vida.

Fonte: Agência Brasil

Siderúrgicas de Carajás farão reflorestamento para atender demanda por carvão vegetal

Produtores de ferro gusa da região de Carajás (PA) lançaram em Brasília, o Fundo Florestal Carajás, que financiará o plantio de florestas produtivas ao longo da ferrovia. As siderúrgicas do Pólo de Carajás (Pará e Maranhão) respondem atualmente por mais de 60% da exportação brasileira de ferro gusa, principal matéria-prima para produção de aço.

A produção de ferro gusa depende do carvão vegetal, o que provoca consumo de biomassa florestal. Por ano, mais de 3 milhões de toneladas de ferro-gusa são exportados, o que representa cerca de US$ 1 bilhão em divisas. Após o lançamento, a cada tonelada exportada serão enviados US$ 3 para o Fundo Florestal, registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e dirigido por um Comitê de Fiscalização. Os recursos enviados para esse fundo só poderão ser resgatados se a empresa comprovar que cumpriu o plantio de florestas produtivas.
A empresa deve plantar, no mínimo, 833 mudas de espécies florestais por hectare, em área mínima de 500 hectares. O investidor poderá realizar o plantio de mudas de qualquer espécie florestal (nativa ou não) que tenha como objetivo a formação de um estoque de biomassa para produção de carvão vegetal. Com isso, as siderúrgicas esperam garantir que o reflorestamento atenda a 100% da demanda de carvão vegetal das empresas instaladas ao longo da ferrovia Carajás.

Fonte: Agência Brasil

Droga que estimula cérebro pode tratar síndrome de Down, diz estudo

Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram uma droga que pode aliviar as dificuldades de aprendizado causadas por síndrome de Down. A droga pentylenetetrazole (PTZ) melhora a capacidade de aprendizado e a memória em ratos com Down quando administrada uma vez por dia, por um curto período.

A droga foi desenvolvida inicialmente há 50 anos, como um tônico para melhorar a atividade cerebral em idosos, mas teve sua produção suspensa porque causava ataques epilépticos.
O estudo foi realizado pelo Centro de Pesquisa da Síndrome de Down da Escola de Medicina da Universidade de Stanford e publicado na revista Nature Neuroscience. “Tantas outras drogas foram testadas sem nenhum efeito. Nossas descobertas abrem uma nova avenida para o tratamento da disfunção cognitiva em indivíduos com a síndrome de Down”, disse Craig Garner, co-autor da pesquisa, ao jornal britânico The Daily Telegraph. “Basicamente nós temos algo que poderá ser parte de várias intervenções médicas e ambientais para permitir que crianças com síndrome de Down vivam de forma mais normal”, disse.

Ratos

A síndrome de Down causa deficiência mental, além de ser ligada com outras condições como doenças cardíacas, leucemia e mal de Alzheimer em crianças. Ela ocorre quando uma criança possui três cópias do cromossomo 21, ao invés das duas usuais. O estudo descobriu que, quando aplicada em ratos com Down, a droga PTZ melhora a capacidade de identificar objetos e realizar tarefas que simulam as dificuldades enfrentadas por crianças e adultos com a síndrome. Os efeitos foram observadoas após 17 dias de tratamento.

Os cientistas acreditam que a droga bloqueia a ação de um mensageiro químico chamado GABA, que prejudica a atividade cerebral. Acredita-se que os pacientes com Down sofram de um excesso de atividade dessa substância. A droga deverá passar agora por testes clínicos para determinar se tem o mesmo efeito em seres humanos.

Fonte: BBC Brasil

Pernambuco produzirá 400 mil toneladas de resina PET

Será inaugurada nesta quarta-feira (28) a primeira fábrica de resina PET - utilizada para fabricar garrafas e embalagens - no estado de Pernambuco. A fábrica do grupo M&G terá capacidade produtiva de 400 mil toneladas ao ano. O objetivo é suprir o mercado interno e exportar o excedente.

Hoje, a produção total no Brasil é de 274 mil toneladas, sendo que o consumo nacional chega a 411 mil toneladas, o que leva o País a importar 137 mil toneladas. Portaria assinada entre os ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan - que especifica o Processo Produtivo Básico (PPB) para o produto pré-forma de resina PET industrializado na Zona Franca de Manaus - obriga a aquisição de 50% de resina no mercado nacional. Antes portaria interministerial em 2005, os fabricantes da Zona Franca de Manaus podiam adquirir o produto no mercado nacional ou internacional. Foi então que o grupo M&G solicitou a edição do PPB de resina. O processo durou, aproximadamente, dois anos, considerando que os usuários de resina PET instalados na Zona Franca de Manaus foram contra a instituição de cotas para a aquisição de resina no mercado nacional, recorrendo ao Judiciário com um Mandado de Segurança contra os efeitos da Portaria.

O Ministério Público Federal, entretanto, considerou legal a Portaria. A cerimônia de inauguração da fábrica resina PET da M&G será às 11h da manhã e contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT

Aprovada MP que regulamenta plantio de transgênicos

Augusto Castro

O Plenário do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (27) o projeto de lei de conversão (PLV 29/06), proveniente da Medida Provisória 29/06, que dispõe sobre o plantio de organismos geneticamente modificados (OGMs, também chamados transgênicos) em unidades de conservação. O projeto veda a pesquisa e o cultivo de transgênicos nas terras indígenas e áreas de unidades de conservação, exceto nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Vários senadores votaram contra o projeto, entre eles Sibá Machado (PT-AC), Aloizio Mercadante (PT-SP), José Nery (PSOL-PA) e Serys Slhessarenko (PT-MT), o que expôs uma divisão na base de apoio do governo federal. A matéria segue para sanção presidencial.

Além de impedir a pesquisa e o cultivo de transgênicos em terras indígenas e nas áreas de unidades de conservação, com exceção das APAs, a medida provisória foi editada com a finalidade de estabelecer regras para o plantio dos organismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades de conservação, até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu respectivo Plano de Manejo. A proposição modifica a lei que trata dos organismos geneticamente modificados (Lei 11.105/05), para permitir que as decisões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) sejam tomadas pelo voto favorável da maioria absoluta (14 votos) dos seus membros (são 27 membros). Atualmente são necessários os votos de dois terços dos integrantes da CTNBio. Esse quórum é necessário, por exemplo, na análise técnica e na aprovação dos pedidos para plantio de transgênicos.

O relator-revisor da matéria, senador Delcídio Amaral (PT-MS), ofereceu parecer favorável à aprovação do projeto de lei de conversão e das emendas apresentadas pelos deputados federais. Delcídio explicou que o projeto também autoriza o beneficiamento e a comercialização das fibras de algodoeiro geneticamente modificados colhidos em 2006. "Os caroços de algodão oriundos do beneficiamento da colheita. Quando não utilizados para a produção de biodiesel, deverão ser destruídos nos termos de parecer técnico da CTNBio. A utilização dos caroços para produção de biodiesel deverá ser precedida de informação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ocasião em que o detentor do produto deverá informar a quantidade que será utilizada e o local de processamento. A biomassa, resultante da produção de biodiesel, deverá ser destruída", esclareceu Delcídio. O relator disse que, apesar de a Lei nº11.105 estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a importação e a exportação, entre outras normas, dos transgênicos, não foi capaz de regular a pesquisa e o cultivo desses organismos nas terras indígenas e nas áreas de unidades de conservação.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) lembrou ter sido o Congresso Nacional que instituiu a Lei da Biossegurança e a CTNBio. Ele disse que essa entidade é composta por cientistas de várias disciplinas, de seis áreas diferentes, para estudarem os organismos geneticamente modificados. Mercadante destacou que a CTNBio teve uma intensa produção em apenas um ano de existência. Ele defendeu a aprovação da medida provisória original enviada pelo Executivo. Mercadante disse ser contrário à emenda da Câmara que autoriza a utilização do algodão transgênico que foi plantado e "está sendo comercializado irregularmente, sem autorização da CTNBio". "Acho que as emendas que foram acrescentadas na Câmara não poderiam constar desse relatório e considero um erro o Senado Federal e o Congresso Nacional autorizarem e legalizarem o plantio de organismos geneticamente modificados, transgênicos, que é o algodão, que não teve a autorização da CTNBio, que já definiu que esse plantio deveria ser destruído e não poderia ser permitido", disse Mercadante.

O senador Osmar Dias (PDT-PR) afirmou que a CTNBio "não apresentou resultados concretos". Para ele, "o Brasil está perdendo tempo, está ficando à margem desse processo de desenvolvimento". Ele defendeu que 14 votos na CTNBio são suficientes para a aprovação de matérias. Osmar Dias disse que a aprovação do parecer de Delcídio significava mais autonomia para a entidade decretar o que pode e o que não pode ser plantado e comercializado. "Se a CTNBio disser que o algodão pode [ser plantado], com certeza ela se baseou em estudos científicos, técnicos e não em discursos que, muitas vezes, são feitos apenas para a mídia - afirmou Osmar Dias.

O senador José Agripino (PFL-RN) disse que o Brasil importa, por ano, 400 mil toneladas de algodão transgênico dos Estados Unidos. A Índia, continuou Agripino, também produz algodão transgênico. "Por que vamos ficar contra? Para ficar na contramão do mundo, fazer com que os empregos que aqui são gerados com esse tipo de cultura sejam gerados lá fora? Não!", defendeu Agripino.

A senadora Kátia Abreu (PFL-TO) também defendeu a maioria simples para as decisões da CTNBio. "Será a morte dos produtores rurais do país se nós não conseguirmos viabilizar e aprovar o algodão transgênico. Nós estamos hoje na contramão da História. Eu quero aqui lembrar que esse produto vai reduzir enormemente a aplicação de herbicidas, isso vai ser bom para o meio ambiente, nós vamos reduzir custos na produção", afirmou Kátia Abreu.

O senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) disse que o projeto não feria em nada a proposta do Executivo. Destacou que as emendas da Câmara dos Deputados procuraram corrigir o problema decorrente do veto presidencial ao quórum estabelecido pelo Congresso. Para Pinheiro, o relatório do senador Delcídio Amaral representa um "meio termo" entre a Lei de Biossegurança e o decreto 5.891 do Executivo, que fixou o quórum em dois terços.

O senador Sibá Machado (PT-AC) manifestou-se contrariamente a qualquer alteração ao quórum atual. O parlamentar disse que "não se pode conviver com o fato consumado", numa crítica aos agricultores que plantaram produtos transgênicos de forma ilegal e, agora, exercem pressão sobre o Congresso para regulamentar a matéria.

O senador José Nery (PSOL-PA) citou o escritor Eduardo Galeano para justificar ampla argumentação contrária ao lobby de empresas transnacionais pela legalização dos transgênicos, que teriam pressionado pela introdução de duas "emendas danosas" à MP.

Já o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) apresentou voto favorável à MP 327, salientando que o relatório do senador Delcídio Amaral e suas emendas seriam necessários à agricultura brasileira.

A líder petista Ideli Salvatti (SC) liberou a bancada, porém admitiu que a maioria votaria a favor do projeto original e contrária às emendas. Liberou, também, o bloco de apoio do governo a votar conforme sua preferência.

Fonte: Agência Senado

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Defesa britânica fez estudo sobre poderes psíquicos

Testes foram realizados em 2002 e ficaram sob segredo até agora

O Ministério da Defesa britânico defendeu nesta sexta-feira sua decisão de realizar testes para descobrir se poderes psíquicos poderiam ser usados para detectar objetos escondidos.
Os testes, anteriormente secretos, foram realizados em 2002 e envolviam vendar voluntários e perguntá-los sobre o conteúdo de um envelope fechado. A maioria dos voluntários falhou consistentemente em descobrir o que havia nos envelopes. O Ministério da Defesa disse que o estudo serviu para analisar argumentos feitos em círculos acadêmicos e descobriu que essas teorias tinham “pouco valor”.

Documentos liberados

Revelações sobre as pesquisas secretas foram feitas em documentos liberados ao público de acordo com o Ato de Liberdade de Informação, que permite acesso a informações públicas.
Durante os testes, especialistas em defesa tentaram recrutar 12 “renomados” psíquicos que haviam anunciado suas habilidades na internet. Porém eles se recusaram a participar da pesquisa, e voluntários “novatos” acabaram sendo utilizados. Durante o estudo, pesquisadores comerciais foram contratados ao custo de 18 mil libras (cerca de R$ 73,4 mil) para testá-los e verificar se a habilidade psíquica existia e poderia ser usada para propósitos de segurança.

Palpites

Cerca de 28% das pessoas testadas fizeram palpites que chegaram próximo ao conteúdo dos envelopes, que incluíam fotos de uma faca, de Madre Teresa de Calcutá e de um “indivíduo asiático”. Porém a maioria dos participantes fizeram palpites que não chegavam nem perto do conteúdo do envelope, e um dos voluntários até mesmo adormeceu ao tentar se concentrar. O Ministério da Defesa se recusou a discutir as possíveis aplicações das técnicas psíquicas, mas disse que o estudo concluiu que não valeria a pena usar “visão remota” na defesa da nação. “O estudo da visão remota foi conduzido para analisar afirmações feitas em alguns círculos acadêmicos e para validar pesquisas realizadas por outras nações sobre habilidades psíquicas”, disse uma porta-voz do ministério. “O estudo concluiu que essas teorias têm pouco valor para o Ministério da Defesa, e não foi adiante”, afirmou a porta-voz.

Fonte: BBC Brasil

Greenpeace pede ajuda da primeira-dama para barrar liberação do milho transgênico

Clara Mousinho

Integrantes da organização não-governamental Greenpeace fizeram na manhã de hoje (27) uma manifestação em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, formado por cerca de 20 pessoas, queria chamar a atenção da primeira-dama, Marisa Letícia, para os perigos da liberação do milho transgênico.

A Medida Provisória 327, de 2005, altera as regras brasileiras sobre o plantio de transgênicos. O dispositivo legal foi aprovado em dezembro do ano passado pela Câmara dos Deputados. O Senado federal vota hoje à tarde se o milho transgênico poderá ser liberado ou não.“A gente sabe que depois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ter que sancionar a lei. Por isso, a gente veio pedir diretamente para primeira-dama para ela salvar o prato preferido dela que é a rabada com polenta”, disse a coordenadora da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, Gabriela Vuolo. Segundo ela, uma pesquisa feira pela organização LatinPanel, em 2004, mostra que as decisões de compra de supermercado são feitas em 80% das vezes pelas mulheres. “Então a gente achou que era o momento de apelar para Marisa.”

O Greepeace é contra a liberação dos transgênico por temer um descontrole das mutações genéticas. “Estamos falando de ser vivo que se reproduz, uma vez que você libera o milho e a soja, eles liberam sementes e espalham pólen", argumenta Gabriela Vuolo. "O perigo está justamente nisso, não saber exatamente para onde foram as sementes. Aí você perde o controle inclusive dos efeitos sobre o solo, o ecossistema e saúde.” Os integrantes do Greenpeace mandaram à primeira-dama uma cesta de café da manhã com quitutes feitos de milho como: broas, pamonhas, cuzcuz e a polenta.

Fonte: Agência Brasil

Pesquisadores da Fiocruz se unem ao IML do Rio para investigar mortes violentas



Agente de trânsito do Distrito Federal testa aparelho de bafômetro para medir o nível de álcool no sangue (Foto: Gervásio Baptista/ABr)


Rafael Cavadas

Uma pesquisa da Fiocruz em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro revelou que as drogas de abuso estão presentes em cerca de 40% dos casos de mortes causadas por violência, como lesão corporal e acidentes de trânsito. A análise foi feita a partir de 12 mil laudos do Instituto Médico Legal (IML) e o resultado é uma base de dados disponível no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), vinculado ao Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) da Fiocruz.

O Cict e a Escola Nacional de Saúde Pública são as duas unidades da Fundação que acabam de assinar um acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro para investigar essas mortes violentas. O convênio visa ao desenvolvimento de programas, projetos e atividades no campo da pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção, informação técnico-científica e assistência à saúde. É a primeira vez no país que dados referentes aos exames toxicológicos feitos pelo Serviço de Toxicologia do IML ficam disponíveis para os interessados.

A análise demonstrou que o álcool causa nove vezes mais mortes de homens que de mulheres. A desigualdade entre gêneros também se repete nas demais substâncias tóxicas (maconha, cocaína, anfetaminas, medicamentos e agrotóxicos). Enquanto 3.290 exames mostraram a presença de alguma substância tóxica em homens, apenas 822 detectaram a ação desses produtos em mulheres. As pessoas entre 30 e 39 anos são as maiores vítimas das drogas de abuso (15,5%). Separando por municípios, o Rio de Janeiro concentra 70% das ocorrências no estado. Os dados apresentados pelo Sinitox correspondem ao período de 1998 a 2003. De acordo com a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, a parceria é uma iniciativa inédita no Brasil. “A divulgação desses dados amplia o acesso a informações que nos ajudam a compreender a realidade do estado”, afirma a coordenadora.

Mas para os pesquisadores envolvidos no projeto ainda é preciso avançar em alguns obstáculos para aumentar o mapeamento dos casos. A liberação de laudos provisórios que nem sempre são atualizados após o término da investigação ainda esconde a verdadeira causa morte no sistema. Para conhecer outras informações sobre a parceria entre Fiocruz e IML basta acessar o site do Sinitox.


Fonte: Fiocruz

Núcleo de Fauna do Ibama/RS recebeu este ano 378 animais silvestres vítimas do tráfico

Maria Helena Firmbach Annes

O Batalhão da Polícia Ambiental da Capital entregou ontem (26/02) no Núcleo de Fauna do Ibama/RS pássaros silvestres, resultado de duas apreensões realizadas em Gravataí. As duas apreensões foram feitas em residências.

Na primeira, foram encontrados cinco pássaros (dois trinca-ferro, dois coleiro papa-capim e um cardeal) e na segunda, oito pássaros (um trinca-ferro, quatro canários da terra e três coleiro papa-capim). Além destes 13 pássaros, foram apreendidos em Mostardas, em cumprimento de um mandado de busca e apreensão no dia 17/02 e entregues hoje (26/02) no Núcleo de Fauna, quatro cardeais e um canário da terra. O número isolado pode parecer pouco expressivo, mas a realidade prova o contrário. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, já passaram pelo Núcleo de Fauna do Ibama/RS, 378 animais silvestres (pássaros em sua grande maioria), apreendidos em todo o Estado por não possuírem registro de procedência que comprove sua origem e serem produtos do tráfico. Os animais chegam estressados, sedentos e famintos e em gaiolas sujas e mal conservadas.Os animais serão encaminhados para criadouros conservacionistas credenciados pelo Ibama.

Fonte: Ibama/RS

Consumidores de vinho se alimentam melhor

Os consumidores de vinho tendem a comprar comida mais saudável do que os bebedores de cerveja, segundo um estudo dinamarquês publicado nesta terça-feira no site de um semanário médico. De acordo com a pesquisa, as pessoas que compram vinho são mais propensas a levar para casa azeitonas, frutas, verduras, peixe, carnes magras e laticínios do que as que compram cerveja.

Os consumidores de cerveja são mais propensos a comprar comida congelada, carne de porco, de carneiro, doces, manteiga, margarina e refrigerantes. O estudo, publicado na revista dinamarquesa Ugeskrift for Laeger, foi realizado por quatro cientistas do Instituto Nacional de Saúde Pública durante seis meses. Os pesquisadores especializados em álcool, Erik Skovenborg e Morten Groenbaek e outros dois médicos coletaram 3,5 milhões de recibos de compras de 98 mercearias durante o período entre 30 de setembro de 2002 a fevereiro de 2003. Segundo eles, os consumidores de mercearias representam uma grande amostragem da população dinamarquesa. "Nossos resultados confirmam estudos internacionais que demonstram que os consumidores de vinho são mais inclinados a comer frutas, verduras e peixe e raramente usam gorduras saturadas, em comparação com aqueles que preferem outros tipos de bebidas alcoólicas", concluíram. Os consumidores de vinho também costumam ter um nível educacional mais alto, maiores salários e melhor saúde psicológica, acrescentaram.

Fonte: Terra

Obras em Angra 3 podem ser aprovadas ainda este ano, diz presidente da Cnen

Alana Gandra

O Programa Nuclear Brasileiro previa, inicialmente, a inauguração da terceira usina nuclear do país, Angra 3, em 2013. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, acredita na possibilidade dessa meta ser cumprida. Para isso, a construção da unidade precisa ser aprovada no início deste ano pelo governo federal. “A gente acha que ainda é possível”, disse Gonçalves, em entrevista à Agência Brasil. “Tudo vai depender do fluxo de investimentos.”

Os equipamentos da usina nuclear já foram comprados pelo governo brasileiro, que desembolsou cerca de US$ 750 milhões. Para concluir as obras, paralisadas há cerca de 20 anos, seriam necessários mais U$ 2 bilhões. A manutenção dos equipamentos pela Eletronuclear, estatal que construiu e opera as usinas nucleares no Brasil, tem um custo anual estimado em torno de U$ 20 milhões. O presidente da Cnen defende que a retomada de Angra 3 não custaria nada ao governo. “Claro que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] sempre ajuda, mas o Tesouro não teria que entrar praticamente com nada. O próprio sistema de tarifação hoje vigente permitiria o investimento na construção de Angra 3." Segundo Odair Gonçalves, grandes companhias internacionais já teriam manifestado interesse em participar do empreendimento.

As usinas de Angra 1 e 2 têm capacidade para abastecer 60% da energia consumida no município do Rio de Janeiro. Com Angra 3, o presidente da Cnen acredita que poderia ser suprida 100% da necessidade de energia da capital fluminense. Embora ainda não haja data marcada para a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a expectativa de Odair Dias Gonçalves é de que a pauta incluirá a construção da usina nuclear de Angra 3, no sul fluminense. Segundo ele, a reunião do conselho está prevista para março. Em novembro do ano passado, a Justiça Federal determinou a suspensão do processo de licenciamento ambiental para implantação da usina, sob a resposabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com o texto da liminar, permitir a continuidade do licenciamento ambiental de Angra 3 sem a lei aprovada pelo Congresso Nacional seria temerário, “pondo em risco a população próxima e negando a esta o direito de ter a localização de tal empreendimento definida em lei editada por seus representantes eleitos.”

Fonte: Agência Brasil

MMA analisa estudos sobre mudanças do clima para orientar políticas públicas

O Ministério do Meio Ambiente divulga nesta terça-feira (27), durante reunião da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), em Brasília, os resultados de oito projetos preliminares de pesquisa sobre Mudanças Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira. No conjunto, os estudos analisaram o perfil evolutivo do clima no País e desenharam possíveis cenários do clima nos próximos 100 anos (de 2010 a 2100). Os pesquisadores avaliaram ainda os efeitos da elevação do nível do mar na costa brasileira e identificaram indicadores para aferir com maior sensibilidade as mudanças climáticas.

Desenvolvidas de 2004 a 2006, as pesquisas foram selecionadas pelo MMA por meio de cartas-consulta, em atendimento à determinação da Conabio. A série de estudos, encomendada em 2004, faz parte da estratégia do MMA de se antecipar aos problemas. Com base nas pesquisas, o governo poderá dar continuidade à estruturação de políticas públicas adequadas (além das que estão em curso, como a utilização de combustíveis renováveis) para enfrentar o problema do aquecimento global e seus múltiplos efeitos sobre a biodiversidade, a saúde, a agricultura e a economia.

Fonte: MMA

Picadas inofensivas

Após caracterizarem imunológica e molecularmente uma proteína não-tóxica presente no veneno do escorpião, pesquisadores mineiros tentam produzir vacina capaz de neutralizar efeitos das picadas do animal (foto: Tityus serrulatus/Instituto Butantan)

Thiago Romero

Experimentos que têm como objetivo levar ao desenvolvimento de uma vacina contra a picada do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) estão sendo realizados em Belo Horizonte por pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Carlos Chávez-Olórtegui, professor da UFMG e coordenador dos trabalhos, destaca que não existe no mundo uma vacina contra picadas de escorpião. No caso brasileiro, o alvo foi o amarelo. “O Tityus serrulatus é a espécie responsável pela maioria dos envenenamentos por picadas do animal no Brasil, sobretudo em São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, este último responsável por mais de 50% dos casos notificados. No total, são mais de 20 mil casos por ano em todo o país, sendo que a mortalidade atinge cerca de 1,5% desse total”, disse à Agência FAPESP.
Atualmente, a Funed e o Instituto Butantan, em São Paulo, produzem soros para tratar pessoas picadas pelo animal. O objetivo dos estudos feitos em Minas Gerais é desenvolver anticorpos protetores in vivo (vacinas) com potencial de uso terapêutico, visando a aplicações preventivas. “O indivíduo teria anticorpos no organismo antes de ser picado, que neutralizariam os efeitos das toxinas”, explicou Chávez-Olórtegui.

No estudo, o veneno do escorpião amarelo foi dividido em componentes letais, tóxicos e não-tóxicos. Apesar de apresentar características que a assemelham dos componentes tóxicos, os pesquisadores se concentraram na proteína TsNTxP (Tityus serrulatus non-toxic protein), após a comprovação, por meio de análises farmacológicas, de que ela não é tóxica. “A TsNTxP é muito parecida com toxinas do veneno do escorpião, mas alguns aminoácidos, que não estão presentes na proteína, fazem com que ela perca seu grau de toxicidade”, disse Chávez-Olórtegui. Os pesquisadores injetaram doses da TsNTxP em camundongos, que não morreram após receberem uma quantidade da proteína equivalente a duas picadas do escorpião amarelo. “Quando purificamos a TsNTxP na mistura do veneno e a injetamos em camundongos, os camundongos produziram anticorpos que neutralizaram as toxinas do veneno”, explicou o pesquisador. O veneno do escorpião tem cerca de 100 proteínas que podem ser tóxicas.

Caminhos alternativos

Como a TsNTxP nativa (purificada do veneno) representa cerca de apenas 1% do veneno do escorpião, para se ter uma caraterização imunológica mais eficiente seria preciso uma grande quantidade do veneno total do escorpião, o que é muito difícil conseguir. A solução foi partir para a produção dessa proteína em bactérias, usando técnicas de engenharia genética. Chávez-Olórtegui explica que, depois de produzida, a única questão era ter certeza de que a proteína recombinante também seria capaz de induzir anticorpos com a mesma eficiência da proteína nativa. “Comprovamos que as duas têm característica molecular e grau de imunogenicidade semelhantes”, disse.
Com um litro da substância proveniente da cultura de bactérias foi possível produzir de 5 a 15 miligramas da proteína. Em seguida, os pesquisadores identificaram partes das moléculas da TsNTxP responsáveis pela indução de anticorpos. “Após a conclusão dessa fase, que chamamos de mapeamento de epítopos, conseguimos construir quimicamente a proteína sintética em laboratório, a partir da estrutura primária da molécula de interesse. O grande avanço é que agora temos três maneiras de obter antígenos da proteína TsNTxP em quantidade satisfatória, o que torna mais próxima a possibilidade de termos uma vacina contra o veneno do Tityus serrulatus”, afirma Chávez-Olórtegui.

Atualmente, os pesquisadores fazem testes com diferentes esquemas de imunização em camundongos com a TsNTxP em sua formas nativa, recombinante e também com peptídeos sintéticos identificados na estrutura molecular da protéina. “Os resultados têm sido extremamente promissores. O próximo passo será fazer testes em animais intermediários entre humanos e camundongos, seguindo as recomendações dos organismos competentes brasileiros e da Organização Mundial da Saúde”, contou Chávez-Olórtegui. O trabalho tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Fonte: Revista Fapesp

Aquecimento global preocupa senadores

Augusto Castro e Nelson Oliveira

Recém-chegada de um seminário parlamentar em Washington acerca das mudanças climáticas globais, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse ter voltado com a impressão de que a consciência ambiental cresceu bastante, inclusive entre os empresários. O encontro foi promovido pelo G8+5 (grupo dos oito países mais desenvolvidos e cinco emergentes): Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Rússia Brasil, China, Índia, México e África do Sul.

A parlamentar elogiou a iniciativa - segundo ela a primeira a reunir parlamentares para o debate de um tema que a cada dia fica mais urgente -, e sugeriu um amplo debate no Brasil preparatório aos próximos encontros (na Alemanha, em junho, e no Japão, em janeiro de 2008), de modo que os parlamentares brasileiros compareçam às discussões com propostas concretas.
A senadora defendeu a aplicação de medidas de conservação necessárias ao desaquecimento global, e observou que mesmo dentro dos Estados Unidos, o país que mais emite gases causadores do efeito-estufa, mudanças importantes estão se operando: o estado da Califórnia, por exemplo, está adotando políticas independentes do governo federal, que se recusa a assinar o protocolo de Kyoto, documento internacional com as metas de emissão. Serys, que foi aparteada pelos senadores Heráclito Fortes (PFL-PI) e Sibá Machado (PT-AC), disse ter ficado bastante impressionada com o entusiasmo dos participantes do fórum em relação à capacidade brasileira na área de biocombustíveis, especialmente o etanol (álcool). Há entre os participantes do G8+5 um grande interesse em discutir o potencial que esses biocombustíveis têm para o controle do clima. Além de Serys, estiveram em Washington o senador Renato Casagrande (PSB-ES) e o deputado Antonio Palocci (PT-SP).

Relatório da ONU sobre aquecimento global prevê futuro dramático, alerta Simon

Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (26), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) alertou para as graves conseqüências do chamado aquecimento global. Ele comentou a divulgação, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, que apontou o aquecimento global como o principal problema ambiental do planeta. Pedro Simon disse ainda que a imprensa já apontou os países mais poluidores da atmosfera, os integrantes do chamado G7: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

O documento demonstra, disse Pedro Simon, que as temperaturas médias globais devem aumentar entre 1,8 e 4 graus Celsius nas próximas décadas. Uma das conseqüências dessa elevação, "num futuro nem tão longínquo", avaliou o senador, será a elevação dos níveis dos mares e oceanos. Ou seja: cidades litorâneas seriam inteiramente devastadas, incluídas cidades costeiras do Nordeste e Sudeste brasileiros. O aquecimento global também afetará a agricultura, disse Simon. A produção diminuirá e culturas, como os cafezais paulistas e mineiros e a soja gaúcha, poderão desaparecer. Outras conseqüências apontadas pelo relatório da ONU, sublinhou Simon, serão o aumento das ondas migratórias pelo mundo; grandes secas e enchentes; aumento da favelização nos centros urbanos e conseqüente elevação da miséria, da fome e da violência.
- É uma situação que, se nada for feito, será vivida por nós e, principalmente, pelos nossos filhos e nossos netos. É palpável, é sentida, é presente - alertou. Entretanto, para Simon, a humanidade já enfrenta catástrofe semelhante: a fome. A mesma ONU, informou o senador, já divulgou que quase um bilhão de seres humanos passam fome atualmente. - Uma em cada seis pessoas, as que não morreram ainda hoje, dormirá, na próxima noite, com fome crônica. A mesma fome que mata um ser humano a cada intervalo menor que quatro segundos - lamentou.

De acordo com o senador, quase metade da população mundial (três bilhões de pessoas) sobrevive com menos de dois dólares por dia, a metade disso com apenas um dólar por dia. Informou que, no exato momento em que falava, 130 milhões de crianças passavam fome ao redor do mundo. E quase um bilhão de pessoas moram em favelas. - Não haverá humanidade, no seu verdadeiro sentido, enquanto a morte pela fome continuar seguindo o ritual dos ponteiros dos segundos - afirmou Simon. Apesar da "dimensão de tais catástrofes", o senador disse ainda ser um otimista. Para ele, a discussão do relatório da ONU pode ajudar na busca de soluções para a devastação ambiental e para a fome mundial. Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) elogiou o discurso do colega e disse que o aquecimento global é causado principalmente "pela forma equivocada de produzir dos países ricos". Para o líder do PSDB, "o desafio é começarmos a produzir de maneira diferente e começarmos a viver de maneira mais solidária".

Agência Senado

OMS: um bilhão sofrem de problemas neurológicos

Quase um bilhão de pessoas sofrem no mundo de problemas neurológicos que vão da epilepsia até o Mal de Alzheimer, segundo um informe da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta terça-feira

Cinqüenta milhões de pessoas têm epilepsia e 24 milhões Mal de Alzheimer e outros transtornos mentais. As enfermidades neurológicas incluem acidentes vasculares cerebrais, dores de cabeça, traumatismos cerebrais, neuro-infecções, escleroses e Mal de Parkinson, segundo o estudo.

A OMS calcula que 6,8 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa desses problemas. Segundo a organização, o custo das doenças atingiu na Europa cerca de 139 bilhões de euros. Pessoas de todas as idades, independente do sexo, nível de educação ou rendimentos, estão afetadas em todo o mundo, mas o acesso aos tratamentos é muito desigual, segundo a OMS. "Na África, quase nove em cada dez pessoas que têm epilepsia não recebem tratamentos", lamentou a diretora-geral da organização, Margaret Chan, em um comunicado. A OMS quer integrar os cuidados neurológicos aos tratamentos primários, que para os doentes de muitos países são o único acesso à medicina.

Fonte: Terra

Serra critica ação de lula contra Aquecimento Global

"O Brasil não tem política consistente", diz governador. Crítica foi feita após exibição de documentário ganhador do Oscar

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou nesta segunda-feira (26) o governo federal de não ter uma política ambiental 'consistente' para enfrentar o aquecimento global. A crítica foi feita após uma sessão de cinema no Palácio dos Bandeirantes para cerca de 400 convidados, para o lançamento do filme "Uma Verdade Inconveniente" em DVD.
O filme ganhou o Oscar de melhor documentário no domingo. Protagonizado por Al Gore, ambientalista e candidato derrotado à Presidência dos EUA em 2000 pelo Partido Democrata, ele faz um alerta sobre os perigos do aquecimento global. "O Brasil não tem nenhuma política consistente que possa receber este nome", criticou Serra em discurso, logo depois da exibição do filme, no auditório principal da sede do governo. O governador ressaltou que, diante do problema, o que São Paulo pode fazer é muito pouco, mas contribuirá. "Não vamos deixar de dar nossa contribuição por São Paulo."

O tucano classificou as queimadas promovidas no interior do Estado para o corte da cana-de-açúcar como um dos principais problemas a serem resolvidos para reduzir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e o aquecimento global é. "Somos os campeões em emissão de CO2 devido às queimadas", lamentou. A apresentação do filme foi encerrada com palmas pela platéia, formada em sua maioria por ambientalistas. Vários secretários de Serra também prestigiaram a iniciativa. Entre os convidados ilustres estava o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor. Serra assistiu ao filme ao lado da primeira-dama, Monica, e do secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano.

Fonte: Globo.com

Analgésicos podem aumentar risco de hipertensão

O consumo regular de analgésicos ou antiinflamatórios convencionais, como a aspirina, o paracetamol ou o ibuprofeno, pode aumentar os riscos de hipertensão nos homens, segundo um estudo divulgado na segunda-feira pela revista americana Arquivos de Medicina Interna. O estudo foi realizado com uma mostra de 16 mil homens com idade média de 64,6 anos que não sofriam hipertensão no início do teste, que teve duração de quatro anos.

As conclusões mostram que as pessoas que consumiram paracetamol comercializado sob o nome de Tylenol seis ou sete vezes por semana tinham 34% mais probabilidades de desenvolver hipertensão. Os homens que consumiram regularmente aspirina registraram um aumento do risco de 26%. Os antiinflamatórios sem esteróides, como o ibuprofeno e o naproxeno, aumentam as probabilidades de desenvolver hipertensão em 38%, segundo o mesmo estudo.
Os homens que consumiram pelo menos 15 comprimidos de analgésicos sem esteróides por semana tinham 48% a mais de probabilidades de sofrer de hipertensão em comparação ao grupo de controle que não ingeriu nenhum destes medicamentos, advertem os autores da pesquisa, entre eles John Forman, do Hospital Brigham and Women e da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.

Estes analgésicos podem inibir a dilatação dos vasos sanguíneos e provocar retenção de sódio, dois fatores que contribuem para disparar a tensão arterial, explicam os médicos. "Os resultados deste estudo corroboram a hipótese de que os analgésicos não esteroidais aumentam por si só o risco de hipertensão", afirmam os coordenadores da pesquisa. "Dado o consumo muito freqüente destes analgésicos e a presença elevada de hipertensão na população, nosso estudo pode ter efeitos significativos na saúde pública e indicar que estes medicamentos devem ser administrados com muito mais prudência", acrescentam. Dois estudos anteriores haviam avaliado a relação entre este tipo de analgésicos e a hipertensão nas mulheres.

Fonte: AFP

Sistema avalia gestão ambiental de atividades rurais

Claudio Morões

No Brasil, a diversificação de atividades alternativas agrícolas e não agrícolas, implementadas paralelamente aos tradicionais usos da terra, configura o que tem sido denominado recentemente de “Novo Rural”.

Diante dessa nova perspectiva de desenvolvimento rural sustentável, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, desenvolveram um Sistema de Avaliação Ponderada do Impacto Ambiental de Atividades Emergentes (APOIA-NovoRural) e, também um sistema de avaliação da qualidade do solo – “Módulo Complementar – Capacidade Produtiva do Solo”. O sistema APOIA-Novo Rural desenvolvido por Geraldo Stachetti Rodrigues e Clayton Campanhola, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, em 2003, integra 62 indicadores de sustentabilidade, aplicado à gestão ambiental de estabelecimentos rurais. A sua aplicação permite melhorar a gestão ambiental de atividades do meio rural, indicando os pontos críticos para correção do manejo, bem como os aspectos favoráveis das atividades, que contribuem para o desenvolvimento local sustentável. Os indicadores estão incorporados em diferentes aspectos, que passam pela preservação dos recursos naturais, pela gestão da propriedade e até pela geração de empregos no campo. Tudo é registrado e analisado pelo software em conjunto com os indicadores que compõem o sistema e que pode ser utilizado em qualquer área e tanto em produções orgânicas quanto convencionais.

De acordo com os resultados obtidos para o compartimento ambiental Solo, percebeu-se que apenas a análise química não foi suficiente para distinguir a qualidade do solo entre manejo orgânico e convencional. Por isso, foi desenvolvido em 2004, pelos pesquisadores Geraldo Stachetti Rodrigues, Pedro José Valarini e Clayton Campanhola, o Módulo Complementar para avaliação da qualidade do solo baseado em indicadores físicos e biológicos.“A partir daí, um novo projeto foi elaborado para validação desses indicadores, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para o período 2006 a 2008, que complementa a avaliação das propriedades químicas do solo”, diz o pesquisador, Pedro Valarini, coordenador desse estudo, realizado em duas microregiões do estado de São Paulo: Ibiúna e Socorro. Esses dois sistemas de avaliação da sustentabilidade do estabelecimento rural e da qualidade do solo, permitem fazer algumas recomendações ou cuidados de manejo adequado.O pesquisador, depois de aplicar ambos os sistemas em várias propriedades, constatou várias maneiras de se melhorar a gestão ambiental dessas propriedades rurais.Gestão ambiental adequada

Solo

Antes de estabelecer qualquer medida de preparo, correção da fertilidade e da estrutura do solo, é aconselhável realizar pelo menos uma vez ao ano, uma análise mais completa envolvendo indicadores químicos, físicos e biológicos. Assim, pode-se evitar desperdícios e reduzir custos de produção na lavoura. A erosão pode ser evitada por meio da cobertura vegetal(viva) como a adubação verde (plantio de leguminosas e gramíneas no inverno), pois as raízes dessas plantas tornam o solo mais arejado e com aumento da macro e microvida. Por outro lado, a cobertura morta (palhas, capins e serragens, por exemplo) também pode ser utilizada para esse fim porque protege a ação direta dos raios solares, da chuva e do vento. Além disso, a cobertura do solo reduz a irrigação, diminuindo os custos de produção.O plantio precisa respeitar a declividade do terreno evitando a erosão. Se preciso, deve-se fazer curvas de nível na propriedade. Nas curvas, aconselha-se plantar arbustos como quebra-vento e, assim, evitar a entrada e disseminação de doenças e pragas.É aconselhável plantar espécies com diferentes sistemas radiculares. Elas diversificam a matéria orgânica, evitam e auxiliam na descompactação do solo, aumentam a micro e macrovida e colaboram para a fertilidade da terra.A rotação de cultura proporciona a diversidade de sistemas radiculares e o equilíbrio do sistema de produção, pois garante a ele maior capacidade para reduzir ou mesmo evitar doenças e pragas.Não se deve revolver o solo a mais do que 20cm para não eliminar ou reduzir a população dos microrganismos pela exposição à luz solar e altas temperaturas. Por essa razão, é recomendado o cultivo mínimo do solo ou o plantio direto, com a semeadura feita em sulcos ou covas abertas num terreno coberto de palha e/ou resíduos da cultivo anterior.É importante manter diferentes áreas arborizadas em meio às pastagens. Elas proporcionam descanso para os animais e ajuda a fertilidade do solo e aumenta a biodiversidade do sistema.

Água

A preservação e recuperação das nascentes, dos rios, dos lagos e represas, com mata ciliar, cuja proteção é exigida por lei, é fundamental para que a água não seque ou não seja contaminada. A conservação do solo auxilia à preservação das nascentes, pois sem a erosão não há escorrimento de terra (matéria orgânica, adubos, metais pesados) para a água. A análise periódica da água para determinação de elementos indesejáveis a saúde (excesso de sais minerais, metais pesados, nitratos, fosfatos) é fundamental uma vez que dependendo do uso que se faz dela pode causar problemas na saúde do homem e do campo. As fossas sépticas tratam os resíduos domésticos e evitam a contaminação das fontes de água existentes na propriedade por coliformes fecais e outros agentes maléficos à saúde humana. A cobertura do solo e as plantas com função de quebra-vento ajudam a reter a umidade da terra e, por isso, auxiliam a economizar água e reduz o custo da propriedade.

Gases tóxicos

A queima de materiais ou de restos de culturas na propriedade rural é proibida uma vez que produzem gases tóxicos para o ser humano e para a natureza. Por isso, materiais sólidos (plástico, metal e vidro) devem ser reciclados. E a matéria orgânica pode ser usada como compostagem. A redução do uso de máquinas pesadas evita a produção de ruídos excessivos, a compactação do solo e a emissão de poeira e gases que provocam e disseminam doenças e pragas e ocasionam a perda da qualidade de vida.

Paisagem

Deve-se conservar os habitats naturais, como as áreas de proteção permanente (APP) - encostas, morros, mananciais e as áreas de Reserva Legal (RL) estabelecidas por lei (20%), que são as matas nativas que abrigam espécies de animais em riscos de extinção, amparadas em lei governamental e proibidos de serem explorados. O plantio de árvores melhora a qualidade do ar, o bem-estar dos animais, a fertilidade do solo e a qualidade de vida da zona rural. A preservação da mata ciliar recupera a paisagem natural e protege a fauna, a flora e fontes naturais de água.Um ambiente equilibrado favorece a permanência das famílias no meio rural. A paisagem recuperada ou intacta proporciona a implantação do turismo rural, que é receita complementar no campo. O plantio de árvores na propriedade, no sistema agrossilvopastoril, que integra floresta com a produção vegetal e animal, favorece simultaneamente o ambiente (qualidade do ar, do solo, da água, do animal e da produção de alimentos) e a qualidade de vida.

Valores socioculturais e econômicos

As melhorias que são realizadas na propriedade, como reforma das moradias, atividades de lazer com o estímulo de caminhadas ao longo das florestas, das cachoeiras, dos rios favorecem a fixação do homem do campo e melhora a qualidade de vida. Este fenômeno conhecido como turismo rural ou agroturismo surge como nova alternativa de renda, atraindo consumidores para visitas técnicas, atividades pedagógicas e de promover maior interação entre produtor e consumidor. Além de ser atividade econômica e de lazer, significa maior valorização (valor agregado) e “marketing” do produto oferecido, isto é, há uma fidelização do consumidor (compromisso e conscientização) para com o produtor. Assim, há um aumento de opções de mercado para o produto, seja orgânico ou convencional. Finalmente, é importante ressaltar que todos esses cuidados estão, de um modo geral, integrados e são complementares no processo de conservação dos recursos naturais e na produção de alimentos mais saudáveis, e além de tudo, promovem melhorias para a qualidade de vida dos produtores que se sentem mais felizes e dos consumidores que aprendem a valorizar o alimento e o homem do campo.

Fonte: Embrapa

Ministério da Ciência e Tecnologia e GDF vão criar Biblioteca Nacional Digital

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e o governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda, assinam hoje (27), às 16 horas, no Centro Administrativo do Governo do DF, um termo de cooperação técnico-científico para a implantação da Biblioteca Nacional Digital.
O Complexo Cultural João Herculino (Museu Nacional), inaugurado recentemente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, vai abrigar uma biblioteca nacional, com acervo virtual e digital.

Fonte: Agência Brasil

Aprendendo a cantar

Fábio de Castro

Um pássaro que o naturalista inglês Charles Darwin (1809–1882) utilizou para estudar a evolução das espécies é, até hoje, um importante modelo experimental para o estudo do aprendizado do canto, que equivale, em humanos, à base do aprendizado da fala e da linguagem.

De acordo com o pesquisador Claudio Mello, do Instituto de Ciências Neurológicas da Universidade de Saúde e Ciências do Oregon, nos Estados Unidos, a partir de março a comunidade científica internacional terá à disposição a primeira versão do seqüenciamento dos genes do Taeniopygia guttata, conhecido como mandarim ou zebra-finch. Mello, que também é um dos idealizadores do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN), coordena em Portland um laboratório que estuda o mecanismo de aprendizagem e memória em suas bases moleculares e genéticas. “O modelo que utilizamos, e que estamos desenvolvendo há alguns anos, é a aprendizagem do canto pelos pássaros canoros. Por isso, fazemos parte do consórcio que está seqüenciando o genoma do zebra-finch”, disse à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, o aprendizado vocal é uma propriedade rara no reino animal, compartilhada apenas por humanos, golfinhos, baleias e três grupos de pássaros. “Além dos pássaros canoros, apenas o papagaio e o beija-flor são capazes de aprender a vocalização. Por terem uma característica tão especial de humanos, são um ótimo modelo para estudar o aprendizado da fala”, disse Mello, que é formado em medicina pela Universidade de Brasília e fez doutorado e pós-doutorado na Universidade Rockfeller. “Uma criança precisa ouvir a fala, memorizar o som e depois tentar imitar. Esses pássaros são os únicos que fazem algo semelhante”, disse. Cita como outros exemplos de pássaros canoros brasileiros o bicudo, o curió, o tico-tico, o sabiá e o canário. Mello explica que os comportamentos em humanos e mamíferos em geral envolvem áreas extensas do cérebro, cujo envolvimento com cada aprendizado é ainda pouco conhecido. “O grande interesse no nosso modelo, é que, no caso do zebra-finch, sabemos muito sobre a estrutura do cérebro e o circuito responsável está todo mapeado. O mapeamento genético virá complementar os estudos de forma decisiva”, afirmou.

Uma série de comportamentos dos pássaros canoros está associada à vocalização. Eles comunicam a presença do indivíduo e as fêmeas selecionam os machos de acordo com o canto, por exemplo. “Mas o mais impressionante é que eles desenvolvem dialetos. Como o canto é aprendido, cada indivíduo acaba com uma versão um pouco diferente. Essa diferenciação funciona como se fossem nossos sotaques regionais. É uma transmissão cultural”, contou.
As áreas associadas à fala e ao canto correspondem a vários núcleos definidos, interconectados e já mapeados pelo grupo de pesquisadores. Os circuitos são dimorfos, isto é, apresentam diferenças entre machos e fêmeas. Nas décadas de 1960 e 1970, os estudos sobre pássaros resultaram no primeiro exemplo claro de dimorfismo sexual.

Contribuição para a neurociência

O estudo do cérebro das aves deu outra contribuição ainda mais decisiva para a neurociência: ajudou a derrubar o dogma de que não se formam células novas no cérebro adulto. O macho canta durante a primavera, mas durante as migrações de outono não precisa do canto e os circuitos cerebrais correspondentes diminuem de tamanho, voltando ao normal sazonalmente. “Quando eles voltam a cantar, partes do cérebro tornam a crescer. Quando isso foi observado nos anos 80, constatou-se que as células aumentavam de tamanho, mas que também havia novas células no cérebro, ou seja, gênese neuronal”, disse Mello. Como a neurogênese ocorre de forma abundante no cérebro de pássaros, o modelo poderá servir para estudar as bases moleculares e a possibilidade de regeneração do cérebro após uma lesão. Os pesquisadores querem fazer estudos comparativos, aproveitando o mapeamento genético. “Em março, ficará pronta a primeira versão da recomposição do seqüenciamento. Mas a seqüência já está depositada em banco de dados de acesso público e estamos estudando as bases moleculares do processo, ou seja, que genes são ativados no cérebro e como essa maquinaria funciona”, contou Mello.

Convergência biológica

Os três grupos de aves que desenvolveram o aprendizado vocal o fizeram, aparentemente, de forma independente, de acordo com Claudio Mello. “É um caso claro de convergência biológica. Ao compreender a organização dos circuitos saberemos mais sobre o que é necessário para aprender a fala. Isso pode dar pistas muito importantes para entender o mesmo processo em humanos”, explicou. Segundo o cientista, antes de se conhecer a circuitaria neuronal associada com o aprendizado do canto, acreditava-se que cérebro de pássaro era primitivo, reduzido apenas à estrutura equivalente aos gânglios da base no cérebro humano. Nos humanos, embora reduzida, essa parte é importante por estar envolvida em doenças como Parkinson e Huntington – a degeneração dessa área leva a deficiências. Mas se o cérebro da ave se reduzisse a isso, ele não seria capaz de aprendizado. “Hoje, sabemos que se trata de uma porção pequena do cérebro, tanto em humanos quanto em aves. Cerca de 80% do cérebro de aves corresponde ao córtex, que é a mesma estrutura dos humanos. Esses circuitos de aprendizado estão relacionados a circuitos do córtex humano, o que abre perspectivas para estudar as correlações com o aprendizado do pássaro”, disse.
Nas conexões entre gânglios da base e o córtex dos pássaros foi descoberto um pequeno núcleo, essencial para o aprendizado vocal. É uma indicação de que provavelmente existe no cérebro humano um núcleo, no gânglio da base, que recebe projeções do córtex e que é importante para o aprendizado vocal. “Esta hipótese nunca tinha sido testada em humanos. Mas podemos usar o modelo em pássaros para realizar experimentações. Podemos fazer lesões, tornar inativo, fazer manipulação gênica, ligar um gene, desligar e entender circuitos responsáveis pelo aprendizado da fala”, disse Mello.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Transporte cresce na UE e ameaça metas de Kyoto

O crescimento do setor de transporte na União Européia está ameaçando as metas de corte nas emissões de gases-estufa, disse na segunda-feira a Agência Ambiental Européia (EEA).

A emissão de gases prejudiciais pelos transportes, principalmente por causa do tráfego aéreo, que quase dobrou, cresceu em média 25% entre 1990 e 2004, embora a maioria dos países-membros da UE tenha conseguido cortar as emissões de outros setores, como o industrial e o agrícola. "A performance ambiental do setor de transporte ainda não é satisfatória", disse a EEA num levantamento sobre os países da UE, que também incluía dados sobre a Turquia, a Suíça, a Noruega, a Islândia e Liechtenstein. "Essa tendência ameaça tanto o progresso da Europa como o dos países-membro individualmente para atingir suas metas" sob o Protocolo de Kyoto, disse a agência em seu relatório de 44 páginas. "Portanto, são necessárias mais iniciativas e instrumentos."

O transporte, que se baseia principalmente na queima de combustível, responde por cerca de um quinto das emissões européias de gases que causam o efeito estufa. Carros e caminhões representam mais de 90% das emissões dos transportes, à frente de navios, aviões e trens.
Entre 1990 e 2003, o volume de passageiros na Europa cresceu 20%, disse a agência. Mais gente possui carros e muitas vezes percorre distâncias maiores, como por exemplo para ir a centros de compras afastados dos centros das cidades. Só o transporte aéreo cresceu 96%, incentivado pela queda no preço das passagens. Pelo Protocolo de Kyoto, a União Européia tem de cortar, até 2008-12, as emissões de gases-estufa para 8% a menos que os níveis de 1990. Em 2004, as emissões estavam 0,6% abaixo do nível de 1990. O relatório da agência disse que o transporte rodoviário está poluindo menos, mas que a qualidade do ar ainda está acima dos limites da UE. Um em cada quatro cidadãos da UE mora a menos de 500 metros de uma rodovia com um tráfego de pelo menos 3 milhões de veículos ao ano, disse o estudo.

Segundo o levantamento, os países em que as emissões do transporte mais cresceram foram Luxemburgo, Irlanda, República Tcheca, Portugal e Romênia, com mais de 90% de aumento entre 1990 e 2004. No mesmo período, as emissões só caíram na Lituânia, na Bulgária e na Estônia.
As emissões de vôos internacionais estão excluídas do Protocolo de Kyoto, mas a Comissão Européia quer que elas entrem no esquema de comercialização de licenças de emissão.

Fonte: Terra

Cientistas vão pesquisar aquecimento sobre pólos

Milhares de cientistas de todo o mundo vão unir forças nesta semana para investigar os efeitos do aquecimento global sobre as placas de gelo do Ártico e da Antártida.

O gelo das duas regiões polares vem derretendo mais rápido do que em qualquer outro lugar, provocando a elevação do nível dos oceanos e, possivelmente, mudanças dramáticas no regime de correntes oceânicas e nas cadeias alimentares. O Ano Polar Internacional, que se estenderá até 2009, deve envolver 50 mil pessoas de 63 países em 228 projetos de pesquisa sobre o gelo, os oceanos e a temperatura. Esse é o maior estudo coordenado dos últimos 50 anos sobre as regiões polares. "A realidade é que conhecemos muito pouco disso. A diferença agora é que sabemos o quanto isso é importante," afirmou Martin Siegert, da Universidade Edimburgo, em um evento realizado em Londres, um dos vários previstos para ocorrerem no mundo todo antes do lançamento oficial do projeto, em Paris, na quinta-feira.

Uma previsão sugere que, se a grande camada de gelo da Groenlândia desaparecer, o nível dos oceanos no mundo todo subiria cerca de 7 metros, deixando grandes áreas do planeta cobertas pelas águas. Esse dado, no entanto, perde importância diante da previsão de que o nível dos oceanos se elevaria em 200 metros caso todo o gelo da Antártida derreta. "O aquecimento global é o problema mais grave já enfrentado por nossa sociedade," disse David King, cientista-chefe da Grã-Bretanha. "O gelo é o canário na mina de carvão do aquecimento global."

Esquentando

Cientistas de várias partes do mundo previram neste mês que as temperaturas médias da Terra devem subir entre 1,8ºC e 4ºC neste século, e isso devido ao gás carbônico liberado na queima de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes e na geração de eletricidade e calor. Essa, no entanto, é a média global. A elevação das temperaturas nos pólos deve ser muito maior. Corinne Le Quere, cientista que participa do projeto Pesquisa Britânica sobre a Antártida, afirmou que a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera flutuou entre 180 e 280 partes por milhão (ppm) durante 650 mil anos.
Desde 1850, essa concentração elevou-se para 380 ppm. "Estamos trilhando um caminho insustentável", afirmou. A camada de gelo da Antártida possui até 4,8 quilômetros de espessura em alguns pontos e é responsável por armazenar 90 por cento da água doce do mundo. Ela também é crucial para a circulação das correntes oceânicas e, portanto, para a circulação das massas de ar no planeta.

Fonte:Reuters

Vômito de estudantes bêbados faz Cambridge vacinar contra hepatite

A Universidade de Cambridge começou a vacinar seus funcionários da limpeza para evitar que se contagiem com o vírus da hepatite B enquanto lidam com o vômito dos estudantes.

Em um e-mail enviado aos alunos pela junta de administração do Gonville and Caius College, de Cambridge, onde leciona o famoso cientista britânico Stephen Hawking, o reitor, Tor Garnett, denunciou o aumento do número de jovens que se excedem com a bebida, segundo o jornal "Daily Mirror"."Embora os vômitos (após as bebedeiras) não sejam uma novidade, nunca tinham ocorrido em tal quantidade como agora", critica Garnett, que atribui o crescimento do número de alunos que abusam do álcool aos jogos vinculados à bebida, proibidos em algumas faculdades de Cambridge.

A vacinação dos funcionários da limpeza na universidade começa uma semana depois de um estudante que estava bêbado morrer ao cair em um rio e apenas um dia depois de umo universitário de 20 anos, de Bristol, morrer ao se jogar de uma varanda durante uma bebedeira coletiva.

Fonte: EFE

Brasil deve superar ainda em 2007 a produção de biodiesel necessária para mistura obrigatória

Lana Cristina

O Brasil deve alcançar e superar em mais de 60%, ainda no primeiro semestre deste ano, a produção dos 800 milhões de litros de biodiesel necessários ao país para suprir a demanda gerada pela obrigatoriedade de mistura de 2% do biocombustível ao diesel normal.

A previsão é do coordenador do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, Arnoldo de Campos. Segundo Campos, a capacidade de produção anual de 1,3 bilhão de litros de biodiesel deve ser alcançada com a conclusão das obras de 13 usinas, que devem se juntar às 11 já em operação no país. “Isso é quase o dobro do que é necessário para cumprir os 2% de biodiesel a ser adicionado ao diesel, previstos para janeiro de 2008", diz ele. "Ou seja, um ano antes, nós estamos conseguindo uma capacidade mais que suficiente para atender a meta estabelecida." Ainda segundo o coordenador, essa escala de produção é que possibilitará que a meta de antecipar a obrigatoriedade da mistura de 5% para 2010. "Como a produção está num ritmo crescente, isso nos coloca num horizonte de antecipar a meta de 5% que deveria ser alcançada em 2013 para 2010”, calcula Campos.

Além de produzir um combustível menos poluente, o programa de biodiesel deverá permitir também que o Brasil deixe de importar diesel derivado de petróleo. Hoje, o consumo anual de diesel no Brasil é de cerca de 40 bilhões de litros, e 5% disso, ou seja, 2 bilhões de litros, são importados.“Hoje, estamos perto da metade do que importamos que já pode ser substituída pelo biodiesel e, em breve, quando chegarmos aos 5% de biodiesel na composição do diesel, vamos substituir 100% da importação de diesel”, diz Campos. Até o fim do ano, quando o programa de biodiesel estiver com 24 usinas em operação e com mais um leilão para compra do produto realizado, ele estima que 60% da produção do biocombustível será proveniente da soja, e 20%, da mamona.Os 20% restantes terão como matéria-prima oleaginosas como a palma, o dendê, o amendoim, a canola, o girassol, o algodão e ainda o sebo bovino. “A mamona e o girassol vão entrar com maior força a partir do segundo semestre, quando vamos colher a segunda grande safra de mamona e a primeira de girassol, que está sendo plantada neste início de ano.”

Para o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), empresa que presta consultoria em economia da indústria energética, a soja é a melhor oleaginosa para compor o biodiesel. Ele acredita que outras culturas tendem a ter uma participação marginal na produção do biocombustível.“A principal matéria-prima tem que ser plantada em grande escala, o resto vai ser sempre uma contribuição marginal. Agora, diferente do programa do álcool, que só aceita a produção a partir da cana-de-açúcar, a planta do biodiesel é flex, ou seja, aceita outras fontes e sempre vai ter um pouco delas”, analisa Pires.

Fonte: Agência Brasil