quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

FAO adverte para "perda alarmante" de mangues no mundo todo

O planeta perdeu cerca de 3,6 milhões de hectares de mangues desde 1980, o que equivale a "uma perda alarmante" de 20% da área total, segundo um estudo de avaliação feito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
O relatório "Os Mangues do Mundo 1980-2005" indica que a área total deste tipo de vegetação caiu de 18,8 milhões de hectares em 1980 para 15,2 milhões em 2005.

A Ásia sofreu as maiores perdas desde 1980, com mais de 1,9 milhão de hectares destruídos, fundamentalmente devido a mudanças no uso da terra. As Américas do Norte e Central e a África também contribuíram significativamente para o desaparecimento, com a eliminação de 690 mil e 510 mil hectares, respectivamente. Em nível nacional, Indonésia, México, Paquistão, Papua Nova Guiné e Panamá registraram as maiores perdas de mangues durante os anos 80, totalizando um milhão de hectares, extensão comparável à da Jamaica.

Entre 1990 e 2005, Vietnã, Malásia e Madagascar foram os países que mais sofreram com o desmatamento, embora outros, como o Paquistão e o Panamá, tenham conseguido reduzir sua taxa de perda de mangues. O estudo da FAO assinala como causas principais do desmatamento a pressão demográfica, a conversão de zonas de grande escala para a criação de peixes e camarões, a agricultura, as infra-estruturas e o turismo. A poluição e os desastres naturais figuram também entre essas causas. "A taxa de perda de mangues é significativamente mais alta que a perda de qualquer outro tipo de vegetação", disse Wulf Killmann, diretor da Divisão dos Produtos e Economia Florestais da FAO. Brasil, Indonésia, Austrália, Nigéria e México representam conjuntamente 50% da área total de mangue de todo o planeta.

Fonte: EFE

Americano descobre nova espécie de 'rato-elefante' na África

Conheça a nova espécie de musaranho-elefante (Montagem: Editoria de Arte G1)

Reinaldo José Lopes

Animal vive nas montanhas da Tanzânia e é o maior de seu tipo, com quase 1 kg.Parente relativamente próximo dos elefantes, criatura se alimenta de insetos.

Dificilmente um mamífero fica mais esquisito do que isso: corpo de roedor, tromba de elefante. A definição se aplica aos sengis, ou musaranhos-elefantes, estranhos habitantes da África que acabam de ganhar uma nova espécie em seu grupo. O bichinho, batizado de Rhynchocyon udzungwensis, foi apresentado ao mundo nesta quinta (31) por cientistas americanos e italianos.

A descrição da criatura, coordenada por Galen Rathbun, da Academia de Ciências da Califórnia, e Francesco Rovero, do Museu de Ciências Naturais de Trento (Itália), está na revista especializada "Journal of Zoology". Digamos que, entre nanicos, o bicho é um gigante: os adultos chegam a ter 750 gramas, enquanto a maior das 15 espécies conhecidas de sengis não passa dos 500 gramas. "Ainda não sabemos por que ele é tão grande perto de seus parentes. Infelizmente, quando uma espécie é nova, sempre há mais perguntas do que respostas", afirmou Rathbun ao G1, por e-mail.

O animal foi encontrado nas florestas úmidas das montanhas de Udzungwa, na Tanzânia (África Oriental). É uma das regiões africanas mais ricas em espécies endêmicas -- ou seja, que só ocorrem ali e em nenhum outro lugar do mundo. Tudo indica que as florestas ficaram isoladas em fragmentos no alto das montanhas ao longo de milhões de anos, o que favoreceu o surgimento dessas espécies únicas. Capturar e descrever o bichinho, cujo nome popular deverá ser sengi-de-cara-cinzenta, não foi moleza. Os pesquisadores tentaram usar redes e armadilhas especiais para pegar exemplares da espécie, mas os bichos eram tão grandes em comparação com seus primos que acabavam escapando. Depois de algumas adaptações nas técnicas de captura, Rathbun e Rovero tiveram êxito.

Primo dos trombudos

O mais maluco é que, brincadeiras à parte, os sengis são realmente primos mais ou menos próximos dos elefantes. Análises recentes de DNA comprovam que tanto os paquidermes quanto os bichinhos pertencem ao grupo dos afrotérios, um conjunto de mamíferos que surgiu na África há dezenas de milhões de anos. Além de elefantes e sengis, os afrotérios também incluem entre seus membros os peixes-bois e os hiraxes (mamíferos africanos que lembram vagamente esquilos ou marmotas), entre outros animais.

Ao longo de milhões de anos, ao se adaptar a diferentes tipos de vida, cada bicho foi assumindo formas muito específicas, mas a genética ainda denunciaria o parentesco entre eles. E a "tromba" do musaranho-elefante? Rathbun diz que, pelo visto, ele a "inventou" independentemente do seu primo grandalhão. "Os cientistas já especularam sobre o fato de que vários dos afrotérios têm narizes bem desenvolvidos -- até os peixes-bois mostram isso em certo grau --, mas parece que cada um desses narizes surgiu devido a pressões seletivas diferentes", afirma ele.

Os sengis se alimentam principalmente de pequenos invertebrados, sendo ajudados pela "trombinha" nessa tarefa. "O focinho é usado principalmente como um instrumento de sondagem nas folhas caídas no chão da floresta, associado a um agudo sentido do olfato", explica o especialista. E como um bicho tão bizarro se comporta na "vida real"? "Eu costumo dizer às pessoas que eles parecem uma combinação de um antílope em miniatura, um pequeno tamanduá e um rato. Comem cupins, formigas e outros pequenos invertebrados, como os tamanduás; com suas pernas longas, são animais corredores muito rápidos, como os antílopes; e superficialmente sua cauda longa e seus olhos e suas orelhas grandes lembram os roedores", compara Rathbun.

Fonte: Globo.com

Crise mundial derruba mercado de carbono

Roberto do Nascimento

A crise provocada pela especulação financeira a partir dos Estados Unidos, tendo como base a valorização irreal de imóveis financiados, se espalhou pelas bolsas de todo o mundo, e, nesta semana, atingiu também o mercado de carbono. O preço da tonelada evitada de dióxido de carbono (CO2) entre os países europeus (allowance) com vencimento em dezembro caiu de 23 para 20 euros. A tonelada de CO2 não emitida por países em desenvolvimento, caso do Brasil, as chamadas reduções certificadas de emissões ou créditos de carbono, também sentiu os efeitos da recessão norte-americana e seu impacto nos preços das commodities energéticas. Também para entrega em dezembro, os créditos de carbono caíram de cerca de 18 para 15,5 euros por tonelada, informam os especialistas em vendas do setor no Banco Real Maurik Jehee e Desiree Hanna.

No longo prazo, segundo o informe do Real, os analistas dizem não haver fundamento para tanta preocupação, mas o preço mais baixo da energia e a desaceleração econômica terão efeitos sobre o mercado de carbono no curto prazo. "Há outros fatores, contudo, que não são influenciados por isto. Lembramos que a diferença de preço entre gás natural e carvão é um dos fatores predominantes, mais do que o nível em si destes combustíveis. E um inverno rigoroso pode aumentar muito a demanda pelos allowances", afirmam. Jehee e Desiree destacaram ainda a decisão da Comissão Européia de reduzir as emissões de CO2 em 21% até 2020, em relação aos níveis de 2005, além da meta de uso mínimo de 20% de fontes renováveis. Outra medida importante é que as companhias energéticas terão de pagar pelos allowances a partir de 2013 (atualmente, são gratuitos). "Enquanto os ambientalistas reclamaram que não será suficiente, pedindo uma redução unilateral de 30%, as indústrias reclamaram que o plano pode levar a suicídio econômico, correndo o risco de transferências massivas de empregos para países como China, Índia e Estados Unidos, onde as restrições às emissões são bem menos severas.

Porém, segundo a Comissão, os custos serão reduzidos: espera-se um aumento do custo de energia elétrica de 10% a 15% e um custo total do pacote de medidas de menos de 0,5% de PIB em 2020." E se os outros países não seguirem o exemplo, há sempre a possibilidade de taxar a importação de produtos com altas emissões de carbono, comentam. "A nossa análise é bem mais positiva. Avaliamos, assim como a Comissão Européia, que as medidas darão uma vantagem para a indústria européia na criação de uma economia com baixas emissões de carbono, com a expectativa de uma onda grande de inovações e criação de novos empregos nas tecnologias limpas. Esta é uma tendência que já está em andamento e deve acelerar com a aprovação destas medidas", dizem Jehee e Desiree. "Em nossa visão, a Europa está mostrando que as mudanças climáticas trazem não apenas problemas, mas geram muitas oportunidades de novos negócios também."

Fonte: DiárioNet

Energias alternativas serão discutidas em seminário na UFF

Com o objetivo de levar a pesquisadores, profissionais e alunos outras informações sobre a produção de energias alternativas, a UFF realizará o Seminário Fluminense de Biocombustíveis e Biomassa no dia 17 de abril. O evento será promovido no auditório da Escola de Engenharia, Rua Passo da Pátria, 156, sala 330, São Domingos, Niterói. A entrada é franca.

O encontro antecipa o Congresso Pan-Americano em Biocombustíveis e Biomassa (Panambio) 2008. O evento abordará temas como processos industriais de produção de biodiesel, aspectos agrícolas, viabilidade econômica, alcance social do programa de biodiesel, legislação, dentre outros. Outras informações podem ser obtidas na coordenação do seminário, no Instituto de Química (Labcon), pelo telefone (21) 2629-2360 ou pelos e-mails damascen@vm.uff.br e mariabeatriz@vm.uff.br.

Panambio

A UFF promoverá o Congresso Pan-Americano em Biocombustíveis e Biomassa (Panambio), no segundo semestre de 2008. Além de realçar o desenvolvimento científico e tecnológico que a UFF obteve, o congresso reunirá o que existe de mais representativo nas Américas sobre o setor de biomassa e biocombustíveis. O encontro visa ao intercâmbio de conhecimento entre acadêmicos, pesquisadores, formadores de opinião, empresários e representantes do terceiro setor que atuam nessa área e está aberto a todos que desejam colaborar para seu pleno sucesso.

Fonte: UFF

Operação Arco de Fogo vai combater desmatamento na Amazônia

Leandro Martins

O governo federal vai lançar em fevereiro a Operação Arco de Fogo para patrulhar a Amazônia e deter o desmatamento na região. Os trabalhos terão a participação da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo o delegado-chefe de Crimes Ambientais da Polícia Federal, Álvaro Palharini, a idéia é instalar dez postos móveis de fiscalização nos nove estados da região. "Nesses postos, a Polícia Federal vai fazer um trabalho de polícia judiciária, o Ibama vai fiscalizar e a Senasp vai fornecer segurança. E não vai ser simplesmente barreira. Nós vamos fazer trabalhos de inteligência em toda essa região, que é praticamente desprovida de atuação estatal". O delegado afirmou ainda que, além de frear o desmatamento da floresta, essas ações podem contribuir para inibir outros problemas na região, como a grilagem de terras e a pistolagem. "Vai fazer com que outros delitos deixem de acontecer, como pistolagem, tráfico de drogas, grilagem, matador de aluguel. Com a polícia no local, investigando e atuando, seguramente haverá um declínio desses crimes".

Vão participar da Operação Arco de Fogo cerca de 800 agentes dos órgãos envolvidos. A previsão é de que as ações sejam permanentes e não só por um determinado período. A medida pretende combater o aumento do desmatamento da Amazônia, divulgado no último dia 24 pelo Ministério do Meio Ambiente.

Fonte: Agência Brasil

Governador de Mato Grosso quer revisão dos números do desmatamento

Luana Lourenço e Marco Antônio Soalheiro

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou ontem(30) que vai pedir uma revisão dos números de desmatamento de 19 municípios do estado, apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como alguns dos maiores responsáveis pelo avanço do desmate nos últimos meses de 2007. O governador sobrevoou hoje a região centro-norte do estado, junto com os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da Justiça, Tarso Genro; e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Em entrevista à Agência Brasil, Maggi afirmou que órgãos ambientais do estado verificaram discordâncias entre a situação do desmatamento e os números apontados pelo Inpe. “Até no sobrevôo hoje ficou muito evidente que algumas anomalias com incêndios em florestas foram consideradas como desmatamento, por isso têm aparecido essas diferenças”, apontou. Em entrevista coletiva após o sobrevôo, a ministra Marina Silva avaliou a situação do desmate no estado como “preocupante”. Maggi afirmou que em 2007 o Inpe errou nas estimativas de desmatamento entre os meses de abril e agosto, o que justificaria o pedido de revisão para o período entre agosto e dezembro. Na avaliação do governador, após a revisão, a configuração da lista de principais desmatadores deverá mudar. “Em que posição eles [municípios de Mato Grosso] vão se encaixar eu não sei, não estou dizendo que não houve desmatamento na região; eu sei que houve tanto desmatamento autorizado como, certamente, também desmatamento não autorizado. Mas precisamos aproveitar esse momento para fazer uma análise profunda de como é que os dados estão sendo trabalhados”, afirmou.

Em entrevista à TV Brasil, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, reconheceu o erro do instituto em 2007 e afirmou que os dados foram corrigidos. As divergências, segundo Câmara, ocorreram pela contagem de áreas que não foram desmatadas e de regiões que já haviam sido contabilizadas. “Corrigimos os dados para toda a Amazônia, os números que estão disponíveis na internet são os corrigidos”, reiterou.

Fonte: Agência Brasil

Estudo: aquecimento faz furacões aumentarem 40%

O aumento das temperaturas das águas de superfície do Oceano Atlântico Norte é a origem do aumento de 40% no número de furacões registrados nos últimos anos, indica um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista britânica Nature.

Este estudo, que engloba os anos 1996 a 2005, permite pela primeira vez quantificar a contribuição do aumento das temperaturas da água na zona tropical do Atlântico Norte na multiplicação de furacões, ressaltam seus autores, Mark Saunders e Adam Lea, do University College London, no Surrey (Inglaterra). O número de furacões no Atlântico aumentou principalmente depois de 1995 e ainda não se sabe ao certo a origem deste fenômeno: ciclo natural ou aquecimento global. Para compreender as causas da formação de furacões, os dois pesquisadores utilizaram um modelo estatístico baseado em dois fatores ambientais: a temperatura das águas de superfície, localmente, e as correntes atmosféricas.

Eliminando o fator atmosférico, descobriram que um aumento da temperatura na superfície do oceano de apenas 0,5ºC foi responsável por 40% do aumento do número de furacões entre 1996 e 2005. Notaram também que "a atividade ciclônica registrada no período 1950-2000 aumentou 16% entre os anos 1970-1994, e 82% entre 1995-2005". Este fenômeno, segundo os autores do estudo, provém "seja da oscilação atlântica multidecenal, seja de uma alta relacionada ao aquecimento global. No primeiro caso, registra-se uma atividade ciclônica abaixo da normal em vinte anos, e no segundo, esta atividade aumentaria durante todo o século XXI".

Fonte: AFP

EUA: enterros ecologicamente corretos viram moda

Muitos conhecem a máxima "do pó viemos e ao pó voltaremos", mas nos Estados Unidos cada vez mais pessoas acreditam que este processo de voltar à terra deveria ser muito mais respeitoso com o meio ambiente.

Os enterros naturais - aqueles que procuram eliminar a utilização de caixões e de produtos químicos nas técnicas de embalsamamento - estão ganhando popularidade nos EUA graças ao auge da "febre" verde. "A demanda está aumentando à medida que as pessoas se informam mais sobre a questão", disse Joe Sehee, presidente da organização Green Burial Council, dedicada à promoção dos enterros ecológicos. Sehee afirma que os cidadãos americanos estão percebendo que podem conseguir o tipo de enterro que eles querem, sem gerar poluição.

Uma recente pesquisa da Associação de Aposentados dos EUA (AARP), um grupo com mais de 35 milhões de membros, indica que 21% das pessoas com mais de 50 anos prefere um tipo de enterro ecologicamente correto. Segundo dados do Green Burial Council, nos enterros tradicionais dos EUA são usados a cada ano 82 mil toneladas de aço, cerca 2.500 toneladas de bronze e cobre e 1,4 milhão de toneladas de cimento - usado para manter o formato dos túmulos.
Os processos de embalsamamento representam resíduos de até 3,1 milhões de litros de fluídos de formol, substância que a Agência para a Proteção do Meio Ambiente dos EUA (EPA) qualificou de "provável agente cancerígeno". Este componente pode acabar se infiltrando até nas águas subterrâneas e também representa um risco para os trabalhadores das funerárias, afirma o "Green Burial Council".

A alternativa é voltar à terra da forma mais natural possível, sem caixão ou embalsamamento, uma opção que, por enquanto, só é possível em alguns cemitérios americanos.
"Estamos trabalhando com os responsáveis dos cemitérios, mas atualmente menos de 5% do total oferece a opção de um enterro ecológico", disse Sehee. Um enterro "verde" pode ser também muito mais econômico para os parentes dos mortos. Enquanto em um funeral tradicional apenas um caixão pode custar cerca de US$ 8 mil, os enterros ecologicamente corretos custam entre US$ 300 e US$ 4 mil, dependendo do preço do solo onde se decida repousar eternamente. Segundo Sehee, este tipo de enterro é também mais lucrativo para os cemitérios do que as cremações, alternativa preferida por muitos. Para aqueles que acreditam que ser enterrado sem caixão seja muito frio, uma boa opção são os modelos biodegradáveis, que acabam de ser colocados à venda no mercado americano.

A Natural Burial Company é uma empresa dos EUA que importa caixões biodegradáveis da Europa - como o "Ecopod", construído com papel reciclado, ou o modelo de madeira "Everybody Coffin", cuja simplicidade lembra os caixões dos camponeses da Idade Média. "Atualmente estamos nos concentrando no 'Everybody Coffin', pois o consideramos uma solução sensível para as necessidades dos enterros verdes e das cremações limpas", explicou Cynthia Beal, porta-voz da Natural Burial Company. Embora não apresentem números concretos, a empresa diz que espera vender este ano um grande número de caixões biodegradáveis, como os modelos em madeira, papel reciclado e vime.

Fonte: EFE

Pesquisador apresenta pesquisas com herbicidas

Antonio Luiz Cerdeira

Durante 18 meses Antonio Luiz Cerdeira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esteve na Universidade do Mississippi, EUA, para estudar e comparar a eficiência e os efeitos de herbicidas tradicionais e do glifosato, atualmente o herbicida mais utilizado no mundo em plantas geneticamente modificadas.

Construiu 30 gráficos com o potencial efeito do herbicida em diferentes espécies de plantas daninhas e doenças. Apesar de toda polêmica que cerca o assunto, Cerdeira explicou que existem algumas vantagens no uso de sementes transgênicas, como a eficiência, o custo, a necessidade de apenas uma ou duas aplicações de herbicidas e a flexibilidade de plantio. Além disso, o glifosato substituiu uma lista de produtos que são muito mais tóxicos ao meio ambiente e ao homem, como arsenicais, dinitroanilinas, triazinas, cloroacetamidas e bentazon em algodão, milho e soja. Existem vários problemas potenciais, esclarece o pesquisador. “A resistência das plantas daninhas ao próprio herbicida aumentou”, enfatiza. “Atualmente, ele não é mais tão eficiente. Além disso, algumas espécies que não apareciam com freqüência, aumentaram sua incidência devido a falta de seus competidores naturais controlado pelo herbida. É preocupante a possibilidade de alguns cruzamentos do gene da planta transgênica com a erva daninha relativa, tornando a erva também resistente, o chamado fluxo gênico”.

Embora controversos, nos EUA existem casos de danos do glifosato no cultivo do algodão. Pode também ocorrer injúria do herbicida na soja transgência em condições adversas de temperatura e umidade, que supostamente não deveria acontecer, diz Cerdeira. “Além disso, pode haver a deriva do herbicida para outras culturas”. O pesquisador explica que se o gene de uma planta transgênica se mover e se expressar em outra, essa que recebeu o gene poderá ter algumas vantagens de adaptação ao meio ambiente, principalmente se tiver mais de um fator de transgenia como resistência a insetos e ao próprio herbicida, enfatiza. “Isso aumenta a viabilidade de alguma planta daninha virar um problema sério no meio ambiente”. Ele conclui que muitos parâmetros ainda precisam ser avaliados, como os riscos, benefícios, economia e aceitação pelo consumidor.

O pesquisador apresentou esses trabalhos, em setembro de 2007 no V Congresso Brasileiro de Biossegurança e no V Simpósio Latino Americano de Produtos Transgênicos, na Universidade Federal de Ouro Preto, MG. O evento contou com a participação de especialistas brasileiros e internacionais, vindos da Europa, Estados Unidos, Canadá, Oriente Médio, África e América Latina. Órgãos internacionais também enviaram especialistas em biotecnologia, incluindo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização Mundial de Saúde (WHO) e o Departamento de Pesquisa do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, o USDA. Paralelamente, foi realizado também o V Simpósio Latino-Americano de Produtos Transgênicos, assim como o Simpósio Preparatório à 4ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP4) e à 9ª Conferência das Partes para a Convenção de Biodiversidade (COP9), organizados pelo PRRI, Fundação de Pesquisa Pública e Regulatória que reúne 26 países de todos os continentes.

Fonte: Embrapa

Pará tem novo instituto de pesquisa

A produção de conhecimento no Pará ganhou um impulso na semana passada, com a instalação oficial do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) e a posse do seu primeiro presidente, Peter Mann de Toledo.

O órgão estratégico e especializado na produção de estudos e pesquisas socioeconômicas aplicadas foi recriado pelo governo do Estado após nove anos de sua extinção em 1999.
A cerimônia de instalação contou com a presença de representantes de instituições de ensino e pesquisa da região e de setores produtivos, e foi seguida de conferência magna do economista Francisco de Assis Costa, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), sobre “Conhecimento e desenvolvimento regional sustentável”. Também marcaram o evento o lançamento de edição especial da Revista de Estudos Paraenses e do site do novo instituto. Foram assinados convênios de cooperação técnica para recomposição da biblioteca do Idesp, dispersa com a extinção do órgão. Pelo convênio, o Banco do Estado do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi vão doar exemplares de publicações especializadas.

Para 2008, o Idesp conta com um orçamento de R$ 4 milhões e prevê a realização de concurso público para o preenchimento de mais de cem vagas. “A primeira tarefa que se coloca é o macrozoneamento econômico-ecológico, uma atividade que se iniciou no antigo instituto. É natural que voltemos a ter papel preponderante nesse processo, principalmente na tradução dos relatórios técnicos produzidos pela academia, sua disseminação e construção de documentos, com aplicação eficaz como políticas públicas”, disse Mann de Toledo.

Peter Mann de Toledo é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem graduação em licenciatura em ciências biológicas pela Universidade Federal do Paraná, é mestre em geociências e doutor em geologia. No Inpe, atuou na Coordenação de Observação da Terra e na chefia de gabinete da direção. Foi diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi de 1999 a 2004. Mais informações: www.idesp.pa.gov.br

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Estudo relaciona aumento do desmatamento com créditos financeiros

Sabrina Craide

Brasília - Após avaliar durante quatro anos o crescimento da pecuária na região amazônica e a sua relação com os financiamentos concedidos pelo Banco da Amazônia (Basa), o pesquisador sênior do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Paulo Barreto chegou à conclusão de que as facilidades de crédito podem ter influenciado no crescimento do desmatamento na região. “Esse dinheiro que vai para a pecuária, pela legislação, não deveria ser utilizado para desmatamento de novas áreas. Porém, como é um dinheiro subsidiado, tem uma tendência que ele leve ao aumento dessas atividades mais do que o normal”, explica Barreto.

De acordo com o pesquisador, de 2003 a 2007 o banco destinou R$ 1,9 bilhão em 14 mil contratos de empréstimos para os estados da Amazônia. “É muito dinheiro”, diz. Ele também ressalta os baixos juros cobrados no empréstimo: de 1% a 4% para pequenos produtores, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e de 5% a 9% para produtores rurais não-familiares. Os recursos vêm do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO).

O FNO foi estabelecido na Constituição Federal de 1988 para o desenvolvimento econômico e social da Região Norte, em bases sustentáveis. “A idéia é ter taxas de juros mais baratas para favorecer o desenvolvimento dessas regiões. Só que, no caso da pecuária, em que há um grande interesse, o fundo indiretamente tem causado o desmatamento”, avalia Barreto. Segundo o pesquisador, para que esse dinheiro contribuísse para o desenvolvimento da região sem causar desmatamento, os recursos teriam de ser destinados a áreas de conservação e à produção sustentável de madeira. Ele também defende que os empréstimos deixem de ser concedidos à pecuária na região e diz que é necessário maior controle da ocupação ilegal de terras públicas na Amazônia. Para o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniran Peraci, não existe uma relação entre o incremento do Pronaf na região amazônica e o aumento do desmatamento. Segundo ele, a devastação caiu 59% na região nos últimos três anos e aumentou em 2007, enquanto o número de contratos do Pronaf cresceu 26% entre 2005 e 2006 e caiu 40% em 2007.

“Os anos em que o Pronaf aumentou foram os anos em que ocorreu uma diminuição maior do desmatamento”, afirma. Peraci lembra também que todos os créditos do Pronaf só podem ser liberados após licenciamento ambiental. O Banco da Amazônia não se manifestou sobre o assunto.

Fonte: Agência Brasil

Projeto monitorará atmosfera da floresta amazônica

Um projeto internacional, desenvolvido em parceria por cientistas brasileiros, norte-americanos, alemães e suecos, dá início, nesta semana, ao monitoramento atmosférico da floresta amazônica. Está prevista a construção de duas bases na floresta, em áreas pertencentes ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), uma das instituições envolvidas na ação.
Aproximadamente 30 t de equipamentos serão utilizados na construção de estações que irão mostrar como a região interfere nas mudanças climáticas globais e nos processos biológicos, químicos e físicos responsáveis pela emissão de gases que regulam o ciclo hidrológico na Amazônia. As estações funcionarão, inicialmente, por um período de dois anos.

Segundo o pesquisador do Núcleo de Modelagem Climática e Ambiental do Inpa, Teotônio Pauliqueves, as estações serão capazes de caracterizar, do ponto de vista físico e químico, as partículas em suspensão na atmosfera, ou seja, a poeira e a fuligem geradas pelos carros e a fumaça de queimadas, por exemplo. Com isso, será possível entender as diferenças existentes entre uma região natural - sem influência de emissões de poluentes - e uma região poluída, disse ele, em entrevista à Agência Brasil. "Hoje existe um grande esforço mundial no sentido de contabilizar o efeito dessas partículas nas mudanças climáticas futuras, porque elas interagem com o clima por meio da luz solar e das nuvens, por exemplo. O clima da terra é todo interligado e, por isso, essa pesquisa será importante", afirmou Poliqueves, ressaltando que as partículas de aerossol também participam do balanço radiativo, da formação de nuvens e da química atmosférica.

A primeira base de monitoramento está instalada na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, no km 44 da BR-174, e a segunda, no sítio Experimental do Programa Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), no km 50 da BR-174, ambos do Inpa.
Os equipamentos pertencem às instituições parceiras e entraram no Brasil por um processo de importação temporária que permite a utilização conjunta pelos cientistas envolvidos. "Todos os dados coletados na floresta serão compartilhados por todos os cientistas. Eles poderão usar os dados que vamos medir, assim como vamos usar os dados experimentais de nossos parceiros também. Cada um com seu foco principal, com sua pergunta científica", informou. Perguntado sobre a segurança no compartilhamento das informações, Poliqueves disse que não há motivo para preocupação, porque não haverá dados estratégicos. Além disso, por serem coletados com dinheiro público, os dados também serão públicos. "Não há por que temer isso. Não é o tipo de coisa que tem influência direta no desenvolvimento do país. Isso é estratégico para entendermos o clima e a influência da Amazônia no clima mundial, que não é pequena. Conhecer a floresta amazônica, nesse modo de ciência básica, não tem problema nenhum", destacou.

Também participam do experimento o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Universidade de São Paulo (USP). Terminadas asatividades de monitoramento, serão realizadas reuniões científicas e conferências para discussão, consolidação e organização dos dados coletados. "Esse é um trabalho coletivo, que começa depois que o experimento acaba. Não basta gerar o dado, tem que analisar, refletir, pensar sobre o tipo de medida que se fez e cruzar esses dados", concluiu Poliqueves.

Fonte: Agência Brasil

Ensaios permitem desenvolvimento de tomate mais livre de agrotóxicos

Pablo Ferreira

Em breve, os consumidores poderão contar com uma variedade de tomate com redução significativa nos níveis de agrotóxicos. É o chamado tomate ecologicamente cultivado (Tomatec), produzido por agricultores orientados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), com a parceria do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz, que analisou a presença dos agrotóxicos no produto. O Tomatec só não chegou aos supermercados ainda por contar com número muito pequeno de produtores, quantidade que se pretende ampliar logo.

O tomate é muito suscetível a pragas, o que faz com que tradicionalmente seu cultivo seja cercado de cuidados e exigências extremas. Desse modo, é comum a aplicação excessiva de agrotóxicos (também chamados no meio científico de “ingredientes ativos”). “Para que se tenha uma idéia, até o momento, em torno de cem deles são permitidos no plantio do tomate”, complementa Armi Wanderley Nóbrega, engenheiro químico e coordenador do grupo do INCQS participante do projeto. Tal aplicação gera diferentes problemas de saúde pública: por exemplo, é comum, entre os agricultores, o surgimento de alergias, alterações imunológicas, genéticas, malformações congênitas, câncer, efeitos sobre o sistema nervoso, entre outros desdobramentos à saude. Também pode ocorrer a contaminação do meio ambiente – sobretudo do solo e da água – nos arredores de onde se planta o tomate, o que afeta a vida de insetos que não são pragas e de animais que são seus predadores. Por fim, o fruto que chega ao consumidor pode apresentar níveis residuais de agrotóxicos.

Dado esse quadro, ambientalistas têm valorizado alternativas como a cultura orgânica, que não utiliza produtos químicos. O tomate orgânico, no entanto, apresenta alto custo na produção, sendo de duas a três vezes mais caro que o tradicional. “O Tomatec deverá ter um preço intermediário entre o tomate tradicional e o orgânico”, esclarece Nóbrega. Em função desse quadro, pesquisadores da Embrapa, coordenados pelo agrônomo José Ronaldo de Macedo, foram ao município de São José do Ubá, um dos principais produtores de tomate do Estado do Rio de Janeiro, onde entraram em acordo com alguns agricultores para começar a empregar a nova técnica de plantio do tomate. Esta, entre numerosas outras ações, prioriza a conservação do solo e da água, pratica o chamado manejo integrado de pragas (técnica que somente lança mão de produtos, naturais ou químicos, quando a infestação da praga atinge o chamado “nível de dano econômico”) e faz o ensacamento das pencas de tomate. “Essa é a grande inovação: os sacos isolam o fruto, protegendo-o quando há a necessidade de aplicação de agrotóxicos”, diz Macedo.

Testes na Fiocruz

Para comprovar o sucesso da nova técnica, os profissionais da Embrapa pediram ajuda ao INCQS, que averiguou a presença de resíduos de agrotóxicos em amostras do novo tomate. Para tanto, foi acionado o Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos, sob orientação da química Lucia Helena Pinto Bastos. Esta afirma que “a tarefa foi facilitada pelo fato da Embrapa nos listar quais agrotóxicos foram utilizados”.

Para as análises, a Embrapa enviou tomates de quatro produtores participantes do projeto. Utilizando-se de técnicas apropriadas, equipamentos caros e substâncias químicas de referência importadas (chamadas de SQRs), o INCQS não detectou resíduos de agrotóxicos dentro dos limites dos aparelhos do laboratório. “Nunca dizemos que não há resíduos de ingredientes ativos, pois um instrumento mais moderno pode surgir e revelar algo que não vimos; no entanto, não há dúvidas que o Tomatec foi eficiente no que diz respeito à diminuição dos agrotóxicos no fruto”, conclui Lucia, completando que, ao experimentar o tomate da Embrapa, este lhe pareceu “mais macio e saboroso” que o tradicional. Em seguida, pesquisadores do Instituto foram então a São José do Ubá visitar a plantação, participar de reunião com os agricultores e discutir os resultados obtidos.

O projeto Tomatec continua em andamento. Além de pretender que o produto esteja em breve nas prateleiras dos supermercados, a Embrapa também quer criar um selo de qualidade para diferenciar seu fruto do tradicional. A Embrapa buscou o INCQS não só por sua excelência, mas também por este ter acesso às chamadas SQRs para agrotóxicos. Elas servem como uma espécie de padrão para os laboratórios e são necessárias para se quantificar a presença de resíduos de produtos químicos nas amostras analisadas. Sua disponibilidade, porém, é um problema nacional, pois geralmente são importadas, caras, e quando compradas levam muito tempo para chegar ao Brasil. Como conseqüência, laboratórios públicos nacionais, que priorizam a qualidade de seus serviços, têm dificuldades em conseguí-las, o que torna extremamente árduo o monitoramento e o controle da qualidade de produtos a eles submetidos.

Devido a esse panorama, o INCQS pretende, no futuro, produzir e distribuir tais substâncias para os demais laboratórios do Brasil. Nas análises laboratoriais do Instituto, só uma parte é usada, podendo o restante ser fornecido aos outros: “Para tanto, queremos diluir esse restante e com isso criar novos frascos com concentrações mais baixas, que serão empregados por nós ou distribuídos para quem necessita”, explica Nóbrega. No INCQS, já existe a estrutura física para esse projeto, com um laboratório recém inaugurado em agosto deste ano, que trabalha exclusivamente com SQRs para agrotóxicos.

Lixo pode render R$ 490 milhões para São Paulo

Roberto do Nascimento

O lixo continua sendo uma grande dor de cabeça para as cidades, mas algumas iniciativas já representam alento e geram recursos que podem ser aplicados no desenvolvimento de tecnologias capazes de resolver o problema. A cidade de São Paulo, por exemplo, poderá arrecadar cerca de meio bilhão de reais com a venda de créditos de carbono provenientes de um projeto em seus dois maiores aterros sanitários, o São João e o Bandeirantes, que deve evitar, até 2012, a emissão de 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O CO2 é o principal gás de efeito estufa, fenômeno que causa o aumento da temperatura do planeta.

Além dos créditos, o lixo gera energia suficiente para abastecer 800 mil pessoas, quase 60% da população de uma cidade como Porto Alegre, por exemplo. As usinas instaladas transformam em energia elétrica a maior parte do gás produzido pela decomposição natural das 27 milhões de toneladas de resíduos sólidos depositados no aterro São João entre 1992 e 2007, mais a operação no aterro Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo. "Este projeto nos ajuda a ter uma cidade mais limpa, porque aqui temos a convergência de dois importantes programas da Prefeitura voltados para a melhoria da qualidade do meio ambiente e para a geração de energia limpa e barata", afirma o prefeito Gilberto Kassab, segundo sua assessoria.

A usina termoelétrica inaugurada na semana passada é abastecida por gás captado por 126 poços espalhados em 80 hectares do aterro São João. O gás será bombeado por 30 km de tubos até os 16 motores capazes de gerar 200 mil Mwh por ano. No ano passado, com sistema semelhante utilizado no aterro Bandeirantes, 2 milhões de toneladas de dióxido de carbono de carbono deixaram de ser lançadas na atmosfera. O projeto, chamado de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), atende as normas do Protocolo de Kyoto e permite a venda dos créditos aos países desenvolvidos que têm metas de redução de emissão de gases-estufa. Com isso, a prefeitura pode vender seus créditos em um leilão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que rendeu cerca de R$ 34 milhões.

O aterro São João recebeu cerca de 6 mil toneladas de lixo urbano por dia, o correspondente à metade do total coletado na cidade. Entrou em operação em dezembro de 1992 e operou até outubro de 2007, quando formava uma montanha de lixo com quase 150 metros de altura. Desde a data da ativação até o final da vida útil, recebeu 27,9 milhões toneladas de lixo. A média diária de resíduos recebidos nos últimos anos foi de mais de 5 mil toneladas e a geração de chorume transportado por carretas para o tratamento pela Sabesp ultrapassa os 1.800 metros cúbicos por dia. O aterro Bandeirantes possui 140 hectares de área e recebe 6.700 toneladas de resíduos por dia. Cerca de 60% destes resíduos são de origem orgânica e produzem 1.500 metros cúbicos de chorume diários, o equivalente a 50 carretas de 30 mil litros cada uma.

Fonte: DiárioNet

5º Congresso Nacional de Engenharia Mecânica

A quinta edição do Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, que terá o tema central “Engenharia e inovação para o desenvolvimento sustentável”, será realizada de 18 a 21 de agosto, em Salvador. As inscrições estão abertas.

Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas e pela Universidade Federal da Bahia, o encontro pretende contribuir para a divulgação das pesquisas em engenharia e o favorecer a troca do conhecimento entre pesquisadores, alunos e profissionais da área. Mais informações: www.abcm.org.br/conem2008

Fonte: Agência Fapesp

Ar mais limpo

Thiago Romero

Um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que a utilização de uma mistura de diesel e etanol na frota de ônibus de São Paulo poderia gerar não apenas ganhos econômicos como também benefícios ambientais e de saúde pública.

Para chegar a essas conclusões, a autora do trabalho, Simone El Khouri Miraglia, pesquisadora do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental (LPAE) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fez uma série de simulações a partir de resultados de um amplo estudo elaborado pelo laboratório. A combinação analisada pela engenheira foi constituída por 91,8% de diesel comum, 7,7% de etanol e 0,5% de aditivo. As estimativas tiveram como base uma frota de 180,7 mil caminhões – sendo 50% utilizando a mistura e o restante o diesel comum – e 42,5 mil ônibus, sendo 29 mil (cerca de 70% da frota) circulando com a mistura. “Trata-se de um estudo de valoração econômica ambiental que se baseia em funções dose-resposta de estudos epidemiológicos realizados pela FMUSP. As funções dose-resposta são estimativas que associam concentrações de poluentes atmosféricos com indicadores de mortalidade por doenças respiratórias e cardiovasculares”, explicou Simone, que também é professora do mestrado em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente do Centro Universitário Senac, à Agência FAPESP.

Partindo do pressuposto de que, quanto menores as concentrações de poluentes, menores serão os problemas de saúde da população local, a pesquisadora fez uma avaliação dos impactos ambientais com base em dados sobre poluentes atmosféricos coletados na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). “A estimativa é que, devido à diluição proporcionada pelos três componentes, a mistura reduza em cerca de 10% a emissão de poluentes, especialmente monóxido de carbono e outros materiais particulados inaláveis, quando comparada ao diesel comum. Com a mistura seria possível melhorar a qualidade do ar na cidade sem alterar o desempenho dos motores dos veículos”, apontou. Simone, que também é professora responsável pela disciplina de Valoração Econômica Ambiental no Curso de Especialização em Gestão e Tecnologias Ambientais, oferecido pela Escola Politécnica da USP, explica que a metodologia de valoração econômica, utilizada no estudo em análise, caracteriza-se pela atribuição de valores monetários aos recursos ambientais.

Segundo ela, a análise custo-benefício do estudo resultou em uma economia de cerca de US$ 2,8 milhões por ano. “Esse valor se refere principalmente à economia que os veículos teriam com a adição do etanol, que é mais barato, ao diesel comum, considerando o consumo por litro dos caminhões e ônibus estudados, além da economia associada, devido a menor emissão de poluentes, com mortes e internações hospitalares evitadas pela diminuição da incidência de doenças na população”, explicou. Os dados sobre preços aproximados dos combustíveis comercializados nos municípios brasileiros e sobre o consumo de combustíveis nas capitais foram coletados, respectivamente, na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e na Petrobras. Para ler o artigo Avaliação dos custos econômicos, ambientais e de saúde pública devido ao uso de mistura diesel/etanol estabilizada por um aditivo comercial na cidade de São Paulo, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Fonte: Agência Fapesp

INB vai produzir o milésimo Elemento Combustível

As Indústrias Nucleares do Brasil (INB/MCT) iniciaram a fabricação da sexta recarga para a Usina Nuclear de Angra 2, quando será produzido o milésimo Elemento Combustível na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) em Resende (RJ). A equipe da usinagem da FCN trabalha nesta produção desde outubro. O urânio enriquecido em forma de gás (UF6) chegou ao Brasil no início deste mês e já foi encaminhado para as fábricas de Reconversão - transformação do gás em pó - e de Pastilhas de UO2.

Para a sexta recarga de Angra 2 serão produzidos na FCN 56 Elementos Combustíveis (EC), que representam 34 toneladas de UO2 - com grau de 4% de enriquecimento - ou seja, mais de quatro milhões de pastilhas. Esta recarga significa 30% do núcleo da usina, que é formado por 193 EC. Embora a produção da sexta recarga tenha começado em outubro, a Assessoria de Planejamento e Controle da Produção (APCP) da FCN trabalha nesta recarga há pelo menos 11 meses, quando começou o processo de aquisição de matéria-prima importada. A equipe é responsável pelo controle e acompanhamento do cronograma da recarga. "Se necessário, faz-se uma reprogramação. O importante é cumprir o prazo de entrega da recarga" afirma o superintendente de Produção do Combustível, Arlindo Coelho Fragoso Júnior.

A equipe da APCP tem realizado reuniões semanais de acompanhamento da produção. "Estamos sempre voltados para a qualidade e segurança, pois nossos produtos não podem apresentar falhas", acrescenta Fragoso.

Novos Equipamentos

Além da fabricação do milésimo EC, outra novidade na produção da recarga é a inclusão dos equipamentos adquiridos recentemente pela INB - um investimento de cerca de R$ 15 milhões - na linha de produção do combustível nuclear. Modernizar as instalações da FCN e provê-la de equipamentos de última geração tem sido uma preocupação da direção da INB. "Estes novos equipamentos eliminam antigos gargalos na produção, melhoram a segurança operacional, garantem o cumprimento da meta e reduzem o custo da produção", afirmou o superintendente.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da INB

Lula afirma que houve "alarde" em anúncio sobre desmatamento

Presidente diz que números do Inpe serão investigados. Dados detectaram aumento de desmatamento nos últimos meses do ano passado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não acreditar que o país esteja passando por um novo surto de desmatamento e que houve "alarde" na divulgação dos números do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), na semana passada. Sem citar a ministra Marina Silva, Lula criticou o Ministério do Meio Ambiente e as organizações não-governamentais, e disse que não se pode culpar a agropecuária, os produtores de soja e os sem-terra assentados pelo aumento do desmatamento na Amazônia . "Não dá para culpar ninguém", afirmou.

Ao criticar o Ministério do Meio Ambiente, que divulgou na quarta-feira (24) os dados do Inpe, o presidente admitiu que os números do desmatamento estão "sob investigação" e anunciou ter pedido à ministra Marina Silva para convidar os governadores para uma reunião em Brasília, ainda sem data definida. Para Lula, o aumento do desmatamento no último trimestre do ano passado, comparado ao último trimestre de 2006, não quer dizer que, na conta do ano inteiro, o desmatamento de 2007 tenha crescido em relação ao ano anterior. "A questão é que a Amazônia não permite descuido", disse.

Dados do desmatamento

A ministra Marina Silva anunciou na semana passada que o Inpe havia detectado uma expansão do desmatamento nos últimos cinco meses do ano passado. Pelos cálculos dela, o desmatamento pode ter atingido cerca de 7 mil quilômetros quadrados no período. Essa área foi projetada a partir dos dados do Inpe, recolhidos pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que registrou 3.233 quilômetros quadrados de mata derrubada entre agosto e dezembro.

Em entrevista concedida no Itamaraty ao presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, o presidente Lula rejeitou a associação direta entre a ampliação da fronteira agrícola e o desmatamento. "É preciso investigar. Mas todos que promoveram queimadas ilegais devem receber um duro processo, perder inclusive a propriedade", disse. Ele afirmou ainda que "vai comprar briga" com as organizações não-governamentais se elas insistirem em ligar o crescimento da agricultura ao desmatamento. Segundo ele, há dados que mostram que a soja cresce "sem precisar derrubar árvores".

Fonte: Globo.com

Comitiva interministerial sobrevoa área desmatada na Amazônia

Os ministros Marina Silva, do Meio Ambiente, Tarso Genro, da Justiça, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário e Enzo Martins, interino da Defesa e o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Silas Ribeiro, sobrevoam, na manhã desta quarta-feira, a região do município de Marcelandia, no Mato Grosso, para verificar a situação do desmatamento na área.
O governador do Mato Grosso Blairo Maggi integra a comitiva, que é composta também por autoridades do IBAMA, INPE, INCRA, Casa Civil e Polícia Federal. O sobrevôo parte da Base Aérea da Serra do Cachimbo, divisa dos estados do Pará e Mato Grosso. O retorno da comitiva a Brasília está previsto para o início da noite.

Fonte: MMA

Satélites: linha de frente no combate ao aquecimento global

Informações providas por satélites serão essenciais para subsidiar políticas públicas

O aquecimento do Planeta pela ação do homem já é uma realidade, segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC). A taxa de elevação tem sido de 0,2ºC por década, o que parece pouco perto das variações de temperatura que uma pessoa enfrenta durante o dia. No entanto, não se deve esquecer que apenas 5ºC nos separam da última era glacial. As conseqüências para o meio ambiente não serão das mais animadoras.

Prevêem-se o aumento do nível dos oceanos e alterações na linha costeira, desertificação da Amazônia, maior incidência de furacões e toda sorte de fenômenos influenciados pela temperatura no Planeta. Entre os especialistas, diz-se que mesmo que as emissões cessem imediatamente, o mundo sentirá os efeitos de todo o gás carbônico que já foi despejado na atmosfera. Se o marco limite para se retornar já foi ultrapassado, como estar preparado para enfrentar os desafios que se apresentarão nas próximas décadas? A resposta pode estar nos “olhos” que o homem conseguiu colocar no espaço para vigiar a Terra: os satélites. Segundo o chefe da Divisão de Sistemas e Satélites Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), Luiz Augusto Machado, os satélites atuam em duas frentes fundamentais: a previsão climática e o monitoramento.

Enquanto a previsão analisa as condições meteorológicas e as tendências da temperatura, pressão, precipitação, nuvens, aerosóis, vento, ou seja, o clima em si, o monitoramento inclui a observação das conseqüências na superfície, principalmente na vegetação. “O satélite é a ferramenta que permite fazer medições contínuas de todo o globo terrestre; ele espacializa a informação, além de ter resolução temporal constante”, diz. Para o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), em São José dos Campos (SP), isso é um sinal de que os dados fornecidos por esses artefatos se tornarão cada vez mais importantes. “Nós precisamos ter sensores de monitoramento ambiental que possam nos ajudar a responder às grandes questões referentes ao Brasil: como o clima está mudando, como a vegetação está mudando, como o nível do mar está mudando, como a linha costeira está mudando”, afirma. “Em um país tão grande como o nosso, a melhor ferramenta para monitorar a variabilidade na paisagem são as plataformas orbitais”.

Três satélites nacionais em operação contribuem tanto para a previsão do tempo quanto para o estudo do território brasileiro. Aliado à nossa tecnologia de observação da Terra, o Brasil também faz uso de diversos artefatos estrangeiros. Dois dos equipamentos nacionais são os Satélites de Coleta de Dados (SCDs), lançados em 1993 e 1998. Os SCDs compõem o Sistema de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA), que recolhem dados de cerca de 700 plataformas automáticas de superfície, instaladas de Norte a Sul. Esses satélites registram informações agrometeorológicas, meteorológicas, hidrológicas e oceanográficas. Para o responsável pelo SBCDA no Inpe, Wilson Yamaguti, a aquisição de dados ambientais “in-situ” por meio de plataformas de coleta de dados é uma ferramenta importante para a observação e o conhecimento do nosso Planeta, com reflexos na calibração de modelos de diversos fenômenos naturais e conseqüente melhora das previsões de tempo e clima.

Mas, na sua opinião, mesmo com o número de plataformas já instaladas e em operação no Brasil, há necessidade de incrementar esse número face às dimensões continentais do País, bem como investir na reposição dos SCDs para permitir a continuidade dos serviços de coleta de dados. Por outro lado, a parte de monitoramento ambiental tem grande auxílio do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers). As imagens geradas pelo Cbers cobrem todo tipo de estudo que envolva uso ou alteração na superfície, seja vegetação, cidades, plantações ou cursos d´agua, por exemplo. “Uma das principais funções das câmeras do Cbers é a detecção de alterações na vegetação, particularmente aquelas mais drásticas, como remoção, mudanças fortes de uso, alterações sazonais. Como uma das variáveis importantes nas componentes das mudanças globais é o uso do território, conclui-se que os satélites como o CBERS são fundamentais no acompanhamento desses processos”, observa o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa Cbers, José Carlos Epiphânio.

Floresta

Nobre, que redigiu, em conjunto com outros pesquisadores, um artigo publicado na revista científica Science sobre a possibilidade de savanização da Amazônia em decorrência das mudanças climáticas, confirma a relevância do satélite sino-brasileiro. “O Cbers é uma ferramenta fantástica, tem permitido o monitoramento da floresta amazônica com grande precisão e tem mostrado ser um instrumento da vegetação nativa. É desse tipo de satélite que nós precisamos ter um compromisso para comparar o que já temos e expandir”. Nobre acredita que os dados obtidos pelos satélites e os estudos decorrentes dessas informações vão subsidiar decisões políticas de combate às causas e às conseqüências do aquecimento global. “São vários os componentes antes de propor políticas públicas: analisar, acompanhar os dados, e aí, sim, nós teremos a condição de criar políticas públicas ou de adaptação ou de redução dos riscos associados. E, para isso, os satélites são essenciais”, justifica. Para tanto, Nobre defende a constância de ações nesse campo. “É importante que o Brasil faça uso de sensores de monitoramento ambiental em um programa de longo prazo, para que haja comparabilidade entre os dados”, o que compreenderia um período de, pelo menos, 20 a 50 anos. Sem uma sequência de satélites que dêem informações sobre um determinado fator, quebra-se a continuidade da sequência histórica, fundamental para permitir a comparação. Assim como os desafios impostos pelo aquecimento global devem crescer nos próximos anos, os satélites terão de acompanhar cada vez mais de perto novos parâmetros. Para contribuir com essa demanda, o Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) prevê o lançamento de mais três Cbers, o satélite Amazônia-1, além do Mapsar - um satélite radar que enxerga a superfície mesmo à noite ou coberta por nuvens.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social da AEB

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cientistas lançam o 1º censo marinho da Antártida

Cientistas da Nova Zelândia e da Itália começaram nesta semana uma viagem de dois meses pela costa norte da Antártida para realizar o primeiro censo da biodiversidade marinha da região. O projeto envolverá 23 países durante 11 expedições exploratórias ao continente gelado.
Os 26 cientistas a bordo do navio de pesquisa irão coletar amostras da vida marinha e captar imagens do fundo do mar a cerca de 4 mil metros de profundidade em áreas nunca antes exploradas, afirmou a premiê da Nova Zelândia, Helen Clark, nesta terça-feira, segundo informações da AP.

"Os dados coletados pelos cientistas vão auxiliar na tomada de decisões a respeito de assuntos ambientais, como o aquecimento global e suas conseqüências na parte sul dos oceanos", disse Helen. O ministro do Exterior da Nova Zelândia, Winston Peters, confirmou a importância da viagem. Para ele, informações essenciais sobre preservação da biodiversidade do ecossistema do Mar de Ross (região norte da costa da Antártida) serão coletadas. O trabalho faz parte do Ano Polar Internacional, uma iniciativa global para obter maiores conhecimentos das regiões ártica e antártica.

Fonte: Redação Terra

Piauí faz a maior apreensão de peixe por pesca predatória

Verbena Fé

Fiscais da Superintendência do Ibama no Piauí apreenderam ontem (28) 3.500 kilos de peixes originários da pesca predatória. Após receber denúncia os agentes acionaram a Polícia Rodoviária Federal para interceptar o veículo que transportava o pescado irregular. Havia mais de dez espécies diferentes de peixes.

Os peixes estavam sendo transportados de Remanso na Bahia com destino ao Maranhão. “Esta foi a maior apreensão de peixe realizada no Piauí durante o período da piracema” afirma Romildo Mafra, superintendente do Ibama no estado. Os infratores foram autuados e pagarão multa de R$ 700 reais pela infração, mais R$ 10 reais por kilo de peixe apreendido. Os peixes foram doados a instituições de caridade. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal do estado.

Fonte: Ibama

Software pode ajudar a reflorestar represas em SP

Marcelo Pedroso

Um software para calcular a absorção de CO2 (Dióxido de Carbono) pelas florestas é a aposta de um grupo de pesquisadores para viabilizar o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) como impulsionador de pólos de sustentabilidade ambiental.

Pelo MDL, os países industrializados podem comprar reduções certificadas de emissões de poluentes geradas por projetos nos países em desenvolvimento e utilizá-las no cumprimento de suas metas. Um dos leques desta proposta está focado no mapeamento da área degradada de 10 represas paulistas, cuja metodologia foi aprovada pela AES Tietê junto à UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas). "Este projeto das represas é uma parte muito pequena de um pólo de sustentabilidade. Ele tem um objetivo muito bem definido: mapear a elegibilidade das terras da AES Tietê em torno das represas. As margens das represas não estavam conservadas e, muitas delas, sem florestas no entorno", disse Maurício Braga Meira, executivo da Geoconsult, de São José dos Campos (SP).A empresa de consultoria é detentora do software que está sendo empregado para mensurar as áreas consideradas elegíveis para o recebimento dos créditos.

Créditos

"Eles (AES Tietê) têm um projeto de replantio e já o fazem há algum tempo. Agora, eles enxergam a possibilidade de receber créditos de carbono e conseguiram aprovar a metodologia junto à UNFCC." Desde 2001, de um total de 10 mil hectares, equivalente a 10 mil campos de futebol, a AES reflorestou cerca de 1,4 mil hectares. No relatório ambiental da empresa de 2006, a estimativa para a seqüência do projeto de reflorestamento era de R$ 72 milhões. "Depois do mapeamento, vamos calcular o seqüestro de carbono pelo plantio de florestas. Nós desenvolvemos um software, o CO2GEO, que calcula a absorção de CO2 pelas florestas. Eu consigo calcular o seqüestro de carbono e identificar as áreas elegíveis via uma plataforma de Internet (Google Earth). Quando você clica na área, ela mostra", disse Meira, que é filho de Luis Gylvan Meira, um dos principais articuladores do texto do acordo internacional de Kyoto e um dos proponentes, na equipe de negociadores brasileiros, do MDL.

A expectativa é que o levantamento fique pronto até o final de março. "São 10 represas. É uma área de 10 mil hectares. Os remanescentes florestais que existem representam muito pouco, em torno de 20%." Nas contas da AES, o crescimento dessas árvores deverá resultar, depois de 20 anos, na formação de matas ciliares semelhantes às florestas nativas existentes às margens dos rios da região. Segundo a AES Tietê, as florestas deverão remover pelo processo de fotossíntese, aproximadamente, 3 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, comparável ao que a área metropolitana de São Paulo emite por ano.

Pólo

Em paralelo ao reflorestamento das represas segue um projeto mais ambicioso na Geoconsult, o de criar em São Francisco Xavier, distrito de São José, um pólo piloto de sustentabilidade. Para isto, integra a equipe o pesquisador da Unitau (Universidade de Taubaté), Ademir Morelli, que promoveu um estudo sobre as variações ambientais do local em um intervalo de 47 anos (1953/2000). Para se ter uma idéia, durante este período, os 87,53 km2 de mata da região se transformaram em 79,04 km2, enquanto que as capoeiras, trechos de vegetação mais pobre, passaram de 29,07 km2 para 58,93 km2. "O pólo de sustentabilidade não vê só o carbono. Você gera empregos com produtores de mudas, por exemplo. São José dos Campos vai ser um dos primeiros municípios a ter o balanço do quanto tem de estoque de carbono e isso é fundamental", disse Morelli. A Secretaria de Meio Ambiente de São José já manifestou interesse pelo projeto.

Fonte: Redação Terra

Bush pede à China e à Índia redução das emissões

O presidente americano, George W. Bush, declarou nesta segunda-feira que está comprometido com a luta contra os gases provocadores do efeito estufa, desde que China e Índia façam o mesmo. "Os Estados Unidos se comprometem a reforçar sua segurança energética e a lutar contra a mudança climática mundial", declarou, no discurso sobre o Estado da União.

"Vamos criar um novo fundo internacional para a energia limpa, para ajudar os países em desenvolvimento, como Índia e China, a usarem fontes de energia limpa", acrescentou Bush, diante do Congresso. "Tentemos um acordo internacional que seja capaz de desacelerar, deter e, no final das contas, reverter o aumento dos gases provocadores do efeito estufa", completou.
Bush ressaltou, porém, que "este acordo só será eficaz, se incluir o compromisso das principais economias mundiais e se nenhuma delas fugir".

Fonte: AFP

Moradores de reservas na Amazônia são preparados para administrar recursos naturais

Alex Rodrigues

Os moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá deverão assumir, gradativamente, a responsabilidade pela maioria das atividades que hoje desenvolvem com a assessoria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. As comunidades precisarão demonstrar que podem se sustentar sem degradar o local, informou a diretora de Manejo de Recursos e Desenvolvimento Social do instituto, Isabel Soares de Sousa. "Algumas delas vêm recebendo assessoria para fazer o manejo dos recursos naturais há quase anos. Com a responsabilidade, poderemos ir para outras áreas da reserva", disse.

Desde a criação da reserva, em 1990, explicou, os habitantes de Mamirauá foram informados de que a assessoria do instituto seria temporária: “Nosso trabalho visa à sustentabilidade. As pessoas precisam saber que um dia terão de fazer sozinhas muitas das ações que desenvolvemos”. A proposta, desenvolvida também em Amanã – reserva de 2,313 milhões de hectares contígua a Mamirauá –, é que o instituto possa assessorar outras comunidades. Hoje, das 218 localidades de Mamirauá, 38 se beneficiam das ações do instituto para a pesca, agricultura, extração de madeira, artesanato e turismo sustentável. Em Amanã, são 14 de 79 localidades. “Se não transferirmos responsabilidades para as comunidades, nunca conseguiremos atingir toda área das reservas. Atualmente, temos 52 localidades envolvidas em programas de manejo de recursos naturais. Dez a 15 delas já podem ficar mais independentes”, informou Isabel de Sousa.

Técnicos e pesquisadores farão o acompanhamento apenas nas atividades em que forem imprescindíveis. A diretora exemplificou: "Eles sempre irão depender de um engenheiro florestal para elaborar o plano de manejo florestal e obter a licença dos órgãos responsáveis."Ela citou a pesca do pirarucu, importante atividade econômica da região, como exemplo de capacitação das comunidades. “Para fazer esse manejo é preciso contar os peixes, um a um, em cada lago. A atividade, hoje, é acompanhada por técnicos do instituto, mas trabalhamos para que os próprios pescadores garantam a confiabilidade dos dados e não precisem mais da presença do técnico", disse. Hoje, os pescadores ajudam os técnicos a identificar e contar os peixes, a cada vez que eles sobem à tona para respirar. Só é permitida a pesca de 30% dos pirarucus adultos machos de cada lago. “As próprias comunidades deverão ter, em breve, a capacidade de pesar o peixe, medir, botar o lacre e preencher os relatórios necessários para que o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] aprove o plano de manejo do próximo ano”, informou.

O Instituto Mamirauá ainda não definiu prazo para deixar as comunidades que já assessora. "No começo, não sabíamos de quanto tempo uma comunidade precisaria para desenvolver o trabalho sozinha. Agora, com a experiência, já sabemos que muitas dessas atividades podem ser feitas por elas já a partir do terceiro ano, mas isso varia de acordo com a comunidade", explicou.

Fonte: Agência Brasil

Amianto: de mineral mágico a vilão industrial do século 20



Imagem de pulmão de paciente com asbestose, uma das doenças causadas pelo amianto

Catarina Chagas e Fernanda Marques


Uma empresa de mineração explorava amianto em um pequeno município ao sudoeste da Bahia. Na década de 60, quando outra e mais produtiva mina foi descoberta em Goiás, a empresa mudou de estado. Sem saber do risco, ao longo das décadas seguintes, a população do município baiano retirou as pedras da antiga mina e usou-as para construir casas e pavimentar ruas. Como resultado, uma cidade totalmente exposta ao amianto – fibra de origem mineral usada pelo homem desde a Antigüidade, quando era misturada ao barro para a fabricação de utensílios domésticos, e hoje reconhecida como grande vilão da saúde

Essa é a história de Bom Jesus da Serra, revelada em 2007 pelo médico Hermano Castro, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) da Fiocruz. Relatório sobre o caso foi encaminhado pelo pesquisador ao Ministério Público da Bahia. “Uma das primeiras providências já tomadas foi isolar a região da antiga mina, para evitar que a população continue retirando o material”, diz Castro, que aguarda, agora, um contato da Secretaria da Saúde da Bahia. Segundo pesquisa do Cesteh, os mais afetados pelo amianto são os operários das minas e das indústrias têxtil e de fibrocimento – material usado para produzir telhas e caixas d’água. Desde 1996, os pesquisadores da Fiocruz acompanham cerca de 300 trabalhadores dessas indústrias, dos quais pelo menos 40 já foram diagnosticados com asbestose, fibrose pulmonar progressiva causada pelo amianto. Quanto à mortalidade, o estudo apresenta dez óbitos de trabalhadores, cujas causas foram asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma de pleura. O mesotelioma é um tipo de câncer que atinge a pleura, membrana que reveste o pulmão; o pericárdio, que recobre o coração; e o peritônio, que forra a cavidade abdominal. Após o aparecimento da doença, a sobrevida fica em torno de apenas dois a três anos.

A mortalidade por esta doença no Brasil foi alvo de uma pesquisa inédita conduzida pelo Cesteh com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O trabalho – já submetido à publicação em revista científica – mostrou que, de 1980 a 2003, mais de 2.400 pessoas morreram em decorrência do mesotelioma, câncer quase exclusivamente causado pela exposição ao amianto. Ao longo dos 23 anos estudados, a mortalidade por mesotelioma foi crescente: houve 50 óbitos em 1980, contra 179 em 2003 – e os números podem estar subestimados, principalmente devido à dificuldade de diagnóstico. O maior número de mortes foi registrado nas regiões Sul e Sudeste. São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados com mais óbitos no período estudado: 691 e 422, respectivamente. “Isso já era previsto, devido à concentração populacional nessas regiões. Um dado inesperado foi que 46,2% das mortes ocorreram em mulheres, proporção elevada em comparação a outros países”, conta o médico Francisco Pedra, um dos responsáveis pela pesquisa. “Uma possível explicação seriam atividades como a indústria têxtil, em que a força de trabalho feminina é muito numerosa no Brasil”.

Veja mais em

Exposição ao amianto em casa

Meio século de evidências científicas

Entre a saúde e a economia

Trabalhadores solidários

O que faz o Cesteh?

Fonte: Agência Fiocrux

Mineradora elimina CO2 com plantio de florestas

Roberto do Nascimento

A Anglo American, uma das maiores mineradoras do mundo, vai recuperar o manancial de águas do Barro Alto, cidade localizada a 230 quilômetros de Goiânia. "A área foi degradada pela ação da agricultura e será uma das principais ações ambientais da empresa", informa o especialista corporativo em meio ambiente da empresa, Marcelo Galo. Chamado de Projeto Aguação, envolve a comunidade na recuperação de áreas de preservação permanente da bacia hidrográfica.

A empresa deve entrar também com um pedido de registro de seu projeto de reflorestamento na Organização das Nações Unidas (ONU) de remoção de dióxido de carbono (CO2), o principal gás causador do aquecimento global. "Identificamos várias ações dentro da empresa quer correspondem às exigências do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) definido no acordo mundial contra as mudanças climáticas, o Protocolo de Kyoto", disse. Galo prefere não falar em números e porcentagens de investimento em meio ambiente porque, segundo ele, as necessidades podem variar de um ano para outro e o fundamental é que sejam previstas e contempladas sempre que a situação exigir. "A cada três anos nosso plano é revisto e sempre que preciso fazemos novos provisionamentos para atender a situações específicas ou para a recuperação das minas esgotadas. Aliás, no caso das minas, o projeto nem começou e já temos o plano para quando for fechada."

Agora em janeiro, a Anglo American anunciou mais uma ação na direção da sustentabilidade, com o lançamento do Projeto Tailings, que recuperará o nióbio contido nos processos industriais de fosfatos para a produção de ferronióbio no município de Ouvidor. Com investimento de US$ 30 milhões, a expectativa é de ampliar em mais de 30% a produção de ferronióbio. Por ele, os rejeitos da operação de fosfatos, anteriormente descartados, serão tratados quando o projeto estiver implementado, em julho. O grupo tem operações nos cinco continentes (64 países), gera mais de 120 mil empregos diretos e tem projetos aprovados que somam US$ 6,2 bilhões. No Brasil, o Anglo American é responsável pelas operações das empresas Mineração Catalão, Codemin e Copebrás, com atuação nos Estados de Goiás (Catalão e Ouvidor, Niquelândia e Barro Alto) e São Paulo (Cubatão).

Fonte: DiárioNet

Kit mostra a qualidade do biogás


A Embrapa Suínos e Aves, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), está lançando um equipamento que ajudará os agricultores a conhecerem a qualidade do biogás gerado nas propriedades rurais.

O Kit Biogás, desenvolvido em parceria com a empresa Alfakit, de Florianópolis, tem como uma de suas principais características a fácil operação. “Medir a qualidade do gás é importante do ponto de vista econômico e ambiental”, afirma Aírton Kunz, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves que desenvolveu o Kit Biogás. Os biodigestores são uma tecnologia há muito conhecida. O primeiro ciclo do biogás no Brasil aconteceu nos anos 80. Várias dificuldades, especialmente no que diz respeito aos materiais empregados nos biodigestores da época, fizeram com que o equipamento caísse em desuso até o início dos anos 2000.

A partir da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005, que regulamentou a venda no mercado internacional dos créditos de carbono, os biodigestores voltaram com toda a força. No caso da suinocultura, o biodigestor utiliza os dejetos gerados pelos animais para gerar um combustível renovável, que é reutilizado na propriedade para gerar calor ou energia elétrica. Assim, o produtor, além de tratar corretamente do ponto de vista ambiental os dejetos animais, ainda pode reduzir o custos na propriedade. Mas para que o biogás possa ser aproveitado de forma maximizada, o metano deve ter predominância de 70% ou mais do volume total de gases gerados. É exatamente essa informação que o Kit Biogás dá de forma rápida e eficiente.

De acordo com o pesquisador Aírton Kunz, as informações oferecidas pelo kit auxiliam o produtor de duas formas. Por um lado, permitem que o agricultor controle melhor o biodigestor, utilizando um gás de melhor qualidade. Por outro, subsidia consistentemente a inserção de biodigestores e outros processos anaeróbios no mercado de créditos de carbono. “Do ponto de vista do custo, há outro ganho importante. Antes, era preciso enviar o gás para um laboratório. Com o kit, é possível fazer a mesma análise com um custo cerca de 10 vezes menor para o produtor”, garante Aírton Kunz. O Kit Biogás será comercializado pela Alfakit e tem como uma de suas principais características a facilidade de operação. Cada kit vem acompanhado por um material e um vídeo que dão todas as informações necessárias para que o produtor possa compreender qual a situação do biogás gerado na propriedade e quais medidas de correção devem ser adotadas.

Fonte: Embrapa

Palestra indica espécies para regeneração de matas ciliares

Na quinta-feira (31), os participantes do Show Rural Coopavel a ser realizado em Cascavel (PR), de 28 de janeiro a 1 de fevereiro, poderão assistir, no auditório da Casa da Embrapa, a uma palestra sobre indicação de espécies para recuperação de matas ciliares no Estado do Paraná.
A palestra é resultado de pesquisas realizadas pela Embrapa Florestas (Colombo/PR), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com Emater/PR, Iapar, IAP e Fetaep, que também geraram uma publicação com indicação de espécies e metodologias de trabalho.

As matas ciliares constituem Áreas de Preservação Permanente (APP) e, atualmente, grande parte está desmatada para abrigar lavouras e pastos. Desta maneira, o rio fica sem a proteção natural, colaborando para a degradação do ecossistema. Os trabalhos de Recuperação de Ecossistemas Degradados – RED têm, então, centrado esforços na recuperação destas APPs e também das áreas de Reserva Legal, sempre com o uso de espécies nativas. Além disso, a recuperação de tais áreas é alvo de legislação e os órgãos de fiscalização têm pressionado os produtores para que corrijam este tipo de erro em suas propriedades. No entanto, o trabalho de RED deve ser feito com planejamento e indicação correta de metodologia e espécies para serem utilizadas (quais espécies e como combiná-las).

Durante a palestra, os participantes poderão manipular herbários de campo para conhecer espécies nativas do Paraná e também vão conhecer a publicação “Espécies nativas recomendadas para recuperação ambiental no Estado do Paraná, em solos não degradados” que traz indicações sobre como realizar este tipo de trabalho de forma correta.

Fonte: Embrapa

Bombeiros tentam combater incêndio em estação ecológica no RS

Chamas começaram fim da tarde de segunda-feira. Mais de 2 mil hectares já foram destruídos.

Bombeiros tentam combater um incêndio numa área de banhado na Estação Ecológica do Taim entre os municípios de Rio Grande (RS) e Santa Vitória do Palmar (RS). O fogo começou no fim da tarde de segunda-feira (28).

Segundo a direção da Estação Ecológica, as chamas teriam sido causadas por um homem com problemas mentais. Dois focos de incêndio estão sem controle por causa de um vento que está acelerando o processo de queimadas. Mais de 2 mil hectares já foram destruídos. A preocupação maior é com animais que estão em época de procriação. Vinte pessoas da brigada de incêndio do Taim e voluntários trabalham na tentativa de controlar o fogo. A Superintendência do Taim aceita ajuda de pessoas que tenham experiência em brigada de incêndio para auxiliar no combate às chamas

Fonte: Globo.com

UC é avaliada para Lista de Ramsar

Grace Perpetuo

Maior reserva de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais, o Parque Estadual do Rio Doce (MG) recebeu a visita do Ministério do Meio Ambiente, na última quinta-feira (24), para que fosse avaliada sua possível inclusão na Lista de Ramsar - privilegiado rol que, fruto da convenção de mesmo nome, reúne importantes zonas úmidas em todo o mundo. "A área está em bom estado de conservação e tem todo o potencial para se tornar um novo Sítio Ramsar nacional", afirma a técnica da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA Maria Carolina Hazin, que sobrevoou o local e lá ministrou uma palestra para alunos, pesquisadores, gestores municipais e estaduais sobre a Convenção de Zonas Úmidas de Importância Internacional (ou Convenção de Ramsar), estabelecida no Irã em 1971.

A proposta de inclusão, enviada ao MMA por iniciativa do Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão estatal que o administra, será concluída e posteriormente seguirá para aprovação no Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em seguida, vai ao secretariado da convenção, na Suíça. Se aprovada, a área será a nona no Brasil a receber esta espécie de selo de reconhecimento internacional, já concedido ao Parque Estadual Marinho do Parcel Manuel Luiz e às áreas de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense e das Reentrâncias Maranhenses, no Maranhão; à Reserva do Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas; ao Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins; e à Reserva Particular do Patrimônio Natural do SESC Pantanal e ao Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, em Mato Grosso. O Parque Estadual do Rio Doce é uma Unidade de Conservação de proteção integral localizada no Vale do Aço (especificamente nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo, a 248 quilômetros de Belo Horizonte), na Região Sudoeste de Minas Gerais. Em meio a cerca de 40 lagos - inclusive o mais fundo do País, com 39.3 metros de profundidade - que abrigam grande variedade de peixes, o parque mantém árvores centenárias e incontáveis espécies de animais. É considerada modelo na América Latina e faz parte da reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como reserva da biosfera.

Convenção de Ramsar

A Convenção de Ramsar é um tratado de cooperação intergovernamental assinado pelo Brasil em 1993, que entrou em vigor no País três anos depois. A convenção estabelece diretrizes para que, por meio da ação nacional e da cooperação internacional, sejam promovidas a conservação e o uso racional de importantes zonas úmidas e de seus recursos. A designação de Sítios Ramsar - selecionados com base em sua significância segundo critérios preestabelecidos que se referem à ecologia, à botânica, à zoologia e à hidrologia do local, por exemplo - é um dos instrumentos do tratado, no esforço de criar uma grande rede de variados tipos de zonas úmidas protegidas no mundo.

Ao aderir à convenção, um país é obrigado a indicar ao menos um Sítio Ramsar, mantendo as características ecológicas do mesmo e de outros a serem estabelecidos. Em contrapartida, as áreas eleitas passam a gozar de novo status e de reconhecimento internacional, facilitando seu acesso a vantagens como financiamentos e acordos de cooperação, entre muitos, muitos outros.
No Brasil, a autoridade administrativa da Convenção de Ramsar é a Secretaria de Biodiversidade e Floresta (SBF) . Aqui, os sítios estabelecidos são sempre UCs, para garantir que sejam atendidas as obrigações do País junto ao tratado.

Fonte: MMA

Agenda Biotecnologia e o Futuro da Amazônia

Mostrar o potencial que a biodiversidade da Amazônia oferece para a instalação de segmentos da indústria biotecnológica na região. Esse é um dos objetivos do evento Biotecnologia e o Futuro da Amazônia, que será realizado no dia 31 de janeiro, em Manaus.

O encontro é promovido pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e também divulgará atividades do centro, voltado para a promoção da inovação tecnológica a partir de processos e produtos da biodiversidade amazônica.
Mais informações: eventos.fram@redeamazonica.com.br ou telefone (92) 3216-3082 e 3216-3090.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Cidades esparramadas

Fábio de Castro

A urbanização dispersa é uma tendência mundial, mas, ao mesmo tempo, um fenômeno que ainda começa a ser estudado. Nesse tipo de urbanização os novos bairros surgem longe do centro da cidade e se espalham em diferentes formas, que vão desde condomínios de luxo até favelas no entorno de estradas. Para contribuir com a compreensão do fenômeno e com a avaliação de seus impactos sobre a sociedade e o meio ambiente, o pesquisador Ricardo Ojima, do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), construiu um indicador de dispersão urbana inédito no Brasil.

De acordo com o pesquisador, a compreensão da dispersão urbana é fundamental para o planejamento urbano, uma vez que seus custos sociais e ambientais são muito diferentes dos gerados pelo modelo tradicional, centralizado, de ocupação do espaço. “Em termos práticos, o uso de um indicador de dispersão pode ajudar a entender melhor as relações que existem entre a forma urbana e a organização social do espaço”, disse Ojima à Agência FAPESP.

Segundo ele, a pesquisa brasileira sobre dispersão urbana ainda é escassa. “A tradição dos estudos urbanos privilegiou as dimensões sociais, que são prementes no Brasil. Com isso, as dimensões de espaço e forma urbana ficaram de lado. Mas o espaço também transforma a sociedade”, apontou. Ojima explica que esse tipo de urbanização tem vantagens para os moradores, mas pode aumentar o custo social do investimento público, já que para diluir os serviços e a infra-estrutura em áreas pouco densas é preciso gastar mais. “Nesses locais, é preciso investir em obras viárias. O impacto ambiental também aumenta com o crescimento da demanda por transporte automotivo”, disse. A dispersão urbana, no entanto, não se limita às grandes metrópoles, nem às classes altas, segundo o pesquisador. “Duas aglomerações urbanas podem apresentar taxas de crescimento populacional semelhantes no mesmo período, mas uma pode configurar uma forma urbana compacta, verticalizada e monocêntrica, enquanto a outra poderá conformar o seu espaço urbano de modo disperso, horizontalizado e policêntrico”, explicou.

O Indicador de Dispersão Urbana foi construído com base em quatro dimensões sociais e espaciais: densidade, fragmentação, orientação e centralidade. “Adaptei ao caso brasileiro uma metodologia semelhante à encontrada nos Estados Unidos sobre regiões metropolitanas do país. A idéia foi contribuir com a análise desses novos desafios para uma urbanização sustentável”, disse.


Média aritmética

A partir de dados fornecidos pela pesquisa Características e tendências da rede urbana no Brasil, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Unicamp, Ricardo Ojima selecionou 37 aglomerações urbanas com critérios baseados principalmente no grau de mobilidade pendular da população – isto é, na proporção de pessoas que moram em um município e trabalham em outro. “Com foco nessa seleção, criei um indicador para cada uma das quatro dimensões espaciais. Cruzando os quatro, cheguei a um indicador sintético capaz de medir essas aglomerações, em termos comparativos, organizando-as em um ranking que vai da mais compacta à mais dispersa”, explicou.

As dimensões de densidade e fragmentação consideram a concentração populacional da aglomeração e seu grau de pulverização das manchas urbanizadas. A dimensão de orientação se refere à forma espacial da mancha urbana – que algumas vezes é circular e em outras é linear, acompanhando uma rodovia ou uma faixa litorânea. A dimensão da centralidade mede, por meio dos movimentos pendulares, o grau de centralização da aglomeração urbana. “O estudo teve uma perspectiva macro e não identificou se alguma dessas dimensões tem mais peso no grau de dispersão. O indicador é, portanto, uma média aritmética das quatro dimensões”, disse Ojima, que atualmente está aperfeiçoando esse aspecto do indicador em pesquisa de pós-doutorado, com bolsa da FAPESP.

“Tive a preocupação de utilizar uma base de dados disponível gratuitamente, com atualização regular, para que o indicador fosse aplicável em outros estudos. Se o acompanhamento da dispersão urbana for feito sistematicamente, será possível considerar esses vetores de dispersão para fazer planejamentos urbanos regionais”, apontou. O indicador já está sendo aplicado atualmente por Ojima no estudo do Nepo vinculado ao Projeto Temático da FAPESP Dinâmica intrametropolitana e vulnerabilidade sociodemográfica nas metrópoles do interior paulista: Campinas e Santos. “Estou utilizando a mesma metodologia, mas procurando refinar o indicador com informações mais específicas, de modo a articular o estudo com a questão ambiental, que é o meu campo principal de estudos.”

Para ler o artigo Dimensões da urbanização dispersa e proposta metodológica para estudos comparativos: uma abordagem socioespacial em aglomerações urbanas brasileiras, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Fonte: Agência Fapesp

Rede COBio ganhará versão on line

Fernanda Engelhard

Organizar e preservar os acervos de coleções biológicas e adequar a sua infra-estrutura são dois dos objetivos principais da Rede COBio, uma rede institucional de coleções botânicas e zoológicas que integra os acervos das principais instituições do Norte e Nordeste do Brasil.

A Rede é um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia(MCT). Fazem parte desta rede o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e as Universidades Federais do Maranhão (UFMA), do Piauí (UFPI) e do Ceará (UFC), as principais instituições que trabalham com pesquisa e formação de recursos humanos em Ciências Biológicas da região de abrangência do Projeto. Segundo Alexandre Bonaldo, pesquisador do MPEG e coordenador da Rede COBio, outras metas do projeto visam à formação de recursos humanos em zoologia e à facilitação da permuta de animais e plantas consignados às coleções científicas e didáticas.

Essa permuta fará com que coleções científicas regionais possam incrementar seus acervos com a ampliação de informações taxonômicas e biogeográficas. Além das coleções didáticas poderem dispor de material regionalmente raro para aulas práticas de zoologia e botânica. “Por exemplo, uma coleção do Norte pode permutar espécimes de ocorrência exclusiva na Região Amazônica por espécimes marinhos disponíveis em uma coleção do nordeste”, exemplifica Bonaldo.

Da mesma forma, materiais sem procedência, mas com informação taxonômica agregada, disponíveis em uma coleção científica, podem ser permutados por espécimes não identificados disponíveis em uma coleção didática, desde que a estes materiais estejam associadas informações mínimas confiáveis sobre o evento de coleta, que conferem importância científica ao mesmo. Outra novidade da Rede COBio será a disponibilização de guias de campo on line de animais e plantas, com forte conteúdo didático e de educação ambiental, direcionado tanto aos alunos de graduação em biologia quanto ao publico em geral. “Começaremos disponibilizando guias de campo de répteis, anfíbios e mamíferos ocorrentes no Campus Guamá da Universidade Federal do Pará, mas estas iniciativas devem se multiplicar”, diz Bonaldo. Toda a articulação da Rede COBio, incluindo o sistema de permuta de material e a publicação dos guias de campo, será feita através da página do Projeto que, segundo o pesquisador, deve ser lançada ainda este mês.

Fonte: Assessoria de Comunicação PPBio Amazônia Oriental/Agência Museu Goeldi


Pernambuco terá cinco centrais de energia eólica

Fabiana Galvão
Serão investidos R$ 110 milhões na construção das turbinas

Pernambuco terá cinco centrais para geração de energia eólica. A construção das turbinas deve se iniciar em fevereiro, nos municípios de Gravatá (duas turbinas), Pombos (duas turbinas) e Macaparana (uma turbina). Serão investidos R$ 110 milhões, sendo R$ 20 milhões em recursos próprios pela Eólica Tecnologia Ltda. e R$ 80 milhões financiados pelo Banco do Nordeste. As obras têm previsão de conclusão em dezembro próximo.

O anúncio dos investimentos foi feito na sexta-feira (25) pelo diretor presidente da Eólica, Everaldo Alencar Feitosa, em audiência com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, no Recife (PE), e o coordenador geral do MCT no Nordeste, Ivon Fittipaldi. As turbinas terão uma capacidade total de geração de energia de 22 Megawatts.

O empresário Everaldo Feitosa explicou que a energia gerada pelas cinco turbinas eólicas será suficiente para abastecer cerca de 150 mil habitantes, com um consumo médio de 150 kilowatts-hora/mês. Cada turbina tem uma torre de 80 metros de altura, com rotor com pás de 41 metros de comprimento. A compra da energia gerada é garantida pela Eletrobrás. "É uma energia com preços competitivos e ecologicamente correta", apontou o empresário. Ele explicou que o custo da energia gerada por usinas eólicas é equivalente a 1/3 do das termelétricas a óleo combustível que operam hoje no País.

PhD e pioneiro na pesquisa da geração de energia eólica no Brasil, Everaldo Feitosa foi o principal responsável pela construção da primeira turbina de geração de energia eólica do País, em 1995. A unidade foi instalada em Olinda (PE), pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com apoio do governo do estado. Com potência de 300 kW, a turbina funciona até hoje e é usada para formação de pessoal, treinamento, pesquisa e demonstração da tecnologia

Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT

Reserva ecológica é exemplo de como conciliar preservação com desenvolvimento

Alex Rodrigues

Tefé (AM) (Amazonas) - Em Mamirauá, avistar uma onça é um bom sinal. Não por crendice popular, mas porque seus moradores sabem que se o mamífero que ocupa o topo da escala alimentar está rondando a região é porque tem o que comer. Uma evidência de que a fauna se recompôs. “As onças que ninguém mais via, [agora] tem até demais”, brinca Afonso Silva Carvalho, que desde 1990 atua como assistente da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.

Segundo a diretora do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Ana Rita Alves, ao longo dos últimos 15 anos o estoque do pirarucu - um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo atingir até 3 metros de comprimento - também aumentou nos lagos da reserva. Graças aos planos de manejo elaborados por pesquisadores do instituto em parceria com os moradores da reserva, garante Ana Rita.

“Em 1993, o tamanho médio do pirarucu pescado era de 1 metro e 40 centímetros. Em 2004, ultrapassamos 1 metro e 60 centímetros. É com base nessas informações que definimos o plano de manejo e decidimos que peixes podem ser pescados e em que época” diz Ana Rita. Este ano, foram cerca de 370 peixes, ou 30% dos pirarucus adultos encontrados nos lagos. “Também temos trabalhos para preservar as tartarugas, cujo estoque estava praticamente a zero em 1996. Estimulamos as comunidades a não apanhar os ovos depositados nas praias de várzeas”, completa. Criada em 1990 e localizada entre os rios Solimões, Japurá e Auatí-Parará, a três horas de lancha de Tefé (AM), Mamirauá foi a primeira reserva de desenvolvimento sustentável a ser criada no país. A categoria só passou a integrar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) em 2000. Antes, o biólogo José Márcio Ayres já havia conseguido que a área fosse reconhecida como uma estação ecológica.

Ao chegar à região no início da década de 1980, Ayres se empenhou em proteger a área que abrigava seu objeto de estudo, o macaco uacari-branco (Cacajao calvus calvus). Não tardou a perceber que a conservação da biodiversidade passa por questões como a melhoria da qualidade de vida das populações carentes. Quem acompanhou o biólogo na jornada de criar Mamirauá lembra que ele defendia que, sem conscientizar as pessoas e proporcionar alternativas econômicas para que conservem o ambiente, ele jamais será preservado. “O modelo de Mamirauá é inovador porque foi proposto para unidades de conservação de importância biológica, com a presença continuada da população. Já numa estação ecológica você preserva o ambiente, mas retira a população. E não há lógica em retirar pessoas que há tempos estão assentadas nessas áreas ”, diz Ana Rita, alegando que a possibilidade de aplicar o modelo em outras áreas rurais da Amazônia e outros biomas é outra inovação. A reserva ocupa uma área pertencente ao estado do Amazonas. Para percorrer de barco seu 1.124 milhão de hectares são necessários de cinco a seis dias. Um convênio com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável permite que o Instituto Mamirauá realize pesquisas no local e na reserva contígua, Amanã, de 2.313 milhões de hectares. “É importante termos as unidades de conservação, mas é ainda mais importante não tê-las apenas no papel. Executar um trabalho para que essas áreas cumpram realmente suas finalidades”.

O Instituto Mamirauá foi criado em 1999 para dar continuidade à implementação da reserva. Além de receber recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, o instituto permite que cada pesquisador autorizado a trabalhar no local capte onde for possível os recursos necessários aos seus estudos. Ana Rita garante que quando uma pesquisa vai ser realizada, a população é consultada. “Temos casos de pesquisadores que não puderam continuar os estudos porque as comunidades não aceitaram”. Segundo Ana Rita, o objetivo do Instituto Mamirauá é preservar a natureza assegurando, por meio de alternativas de trabalho para as comunidades, a melhoria da qualidade de vida da população, valorizando, conservando e aperfeiçoando as técnicas de manejo já existentes. “Os conhecimentos tradicional e científico interagem em busca da forma mais adequada de utilizar os recursos naturais disponíveis. É um trabalho entre a ciência para a conservação com respeito à cultura local”. Visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores, o Instituto Mamirauá desenvolve ações de educação ambiental, saúde, comunicação, moradia, entre outras iniciativas de organização e articulação comunitária. “Temos convênio para projetos como o Ministério da Saúde, mantemos uma escola flutuante de educação ambiental onde realizamos cursos para parteiras e enfermeiros”.

À importância geopolítica e ao tamanho da Amazônia, Ana Rita Pereira Alves contrapõem ameaças e problemas “superlativos”. “Nosso objetivo é preservar essa riqueza e tentar solucionar parte dos problemas. A região pede respostas domésticas, mas precisa da mobilização nacional para alcançar os objetivos de preservação da floresta”.

Fonte: Agência Brasil