segunda-feira, 30 de abril de 2007

Governos de 150 países discutem ambiente

Reunião em Bangcoc terá propostas para tentar frear o aquecimento global. Representantes querem identificar medidas que podem ser adotadas

Especialistas em climatologia e meio ambiente e representantes de governo de 150 países começaram nesta segunda-feira (30) a debater, em Bangcoc (Tailândia), propostas destinadas a reduzir as emissões de dióxido de carbono para tentar frear o aquecimento global. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em 1988 pelas Nações Unidas, promoverá reuniões até a sexta-feira (4), quando deverá divulgar meios que podem ser usados para reduzir os efeitos prejudiciais causados pelo aumento das temperaturas.

O objetivo do documento é identificar a tecnologia e as medidas que estão ao alcance da comunidade internacional para conseguir a diminuição das emissões de gases em 26 bilhões de toneladas até 2030, o que, acredita-se, freará o aumento da temperatura. Essa estratégia levará a economia mundial a fazer, nas próximas duas décadas, um investimento de bilhões de dólares, que, segundo os analistas, será compensado pela economia em matéria de saúde pública devido à redução do nível de poluição atmosférica. "O aquecimento global se transformou em um sério tema de discussão que requer uma postura comum", disse o subsecretário do Ministério do Meio Ambiente tailandês, Chartree Chueyprasit, no discurso de abertura da reunião. Os analistas, que prevêem um encontro com polêmicas e conflitos, apresentarão as propostas sobre o uso de energias alternativas, algumas já utilizadas, como a nuclear, e outras nem tanto, como a do armazenamento subterrâneo do dióxido de carbono.

Alterações

A minuta do relatório, que será modificado para incluir as recomendações apresentadas durante os debates, sustenta que devem ser introduzidas medidas nos setores energético, de transporte, de obras públicas, de agricultura e na exploração de recursos florestais, indústria e gestão do lixo. "Que ação e quando adotá-la é o que deverá ser decidido pelos governos", afirmou o presidente do IPCC, Rajendrat Pachauri. O relatório, que será o terceiro que o IPCC adota por consenso neste ano, servirá, junto com os dois anteriores, como base para futuras negociações multilaterais realizadas com o objetivo de adotar um novo tratado de regulamento da emissão de gases, que substituirá o protocolo de Kyoto.

Conflito

A publicação do segundo relatório do IPCC foi adiada depois que alguns especialistas se retiraram da reunião em Bruxelas por considerar que o texto final apresentava alguma interferência política. Na reunião de Bruxelas, o grupo alertou que ao longo deste século a temperatura subirá entre 1,1 e 6,4 graus celsius, uma previsão alarmante, enquanto os cientistas acreditam que um aumento acima dos 2 graus celsius levará ao desaparecimento de aproximadamente 30% das espécies. O IPCC afirma em um dos parágrafos da minuta do terceiro relatório que "é tecnicamente e economicamente viável estabilizar as concentrações na atmosfera de gases do efeito estufa, levando em conta que existem incentivos para continuar desenvolvendo e aplicando diversas tecnologias para encontrar uma solução". As conclusões obtidas pelos especialistas em Bangcoc serão novamente discutidas na reunião do IPCC realizada de 12 a 16 de novembro, em Valência, Espanha.

Fonte: EFE

Estudo condena uso de aspirina por idosos

O uso de aspirinas e outros medicamentos antitrombóticos por idosos na faixa dos 75 anos pode causar apoplexias derivadas de hemorragias cerebrais, segundo um estudo divulgado pela revista "The Lancet".

Apesar de ser comprovado que o uso desse tipo de substâncias reduz o risco de apoplexias e ataques cardíacos nas pessoas que sofrem de doenças vasculares, não há provas claras de que estes sejam beneficentes para outros indivíduos em razão do risco de complicações hemorrágicas, muito comuns entre idosos. No entanto, muitos idosos que gozam de boa saúde tomam aspirinas regularmente, com a esperança de prevenir ataques cardíacos. O professor Peter Rothwell e seus colegas da Faculdade de Neurologia Clínica da Universidade de Oxford estudaram a incidência das apoplexias por hemorragias cerebrais em idosos britânicos acima e abaixo dos 75 anos e os riscos associados a elas, como a hipertensão e os medicamentos.
Os pesquisadores identificaram uma menor incidência das apoplexias associadas à hipertensão ao combinar os dados correspondentes às pessoas de menos e mais de 75 anos - o que se devia, principalmente, a uma redução da pressão sanguínea. No entanto, a proporção das apoplexias entre as pessoas com mais de 75 anos permaneceu estável, em parte devido ao aumento das hemorragias intracerebrais associadas ao uso de remédios antitrombóticos.

Enquanto apenas 4% dos pacientes com hemorragias intracerebrais tinham tomado medicamentos antitrombóticos à época de um dos dois estudos, realizado entre 1981 e 1985, no segundo, de 2001 a 2006, a proporção aumentara até 40%. Segundo os autores do estudo, o aumento do uso de antitrombóticos pode superar muito em breve a pressão sanguínea não controlada como o maior fator de risco de infarto hemorrágico nas pessoas de mais de 75 anos.
"Como pelo menos dois terços dos casos de hemorragias intracerebrais e 50% das apoplexias ocorrem depois dos 75 anos, é essencial incluir esta faixa de idade nos estudos", afirmam os pesquisadores. "Substâncias antitrombóticas como a aspirina são boas para os pacientes de mais idade que sofreram algum ataque cardíaco ou uma apoplexia, mas nossos estudos indicam que não se deve aconselhar seu uso generalizado e diário em idosos com boa saúde, sem um histórico de doenças vasculares", completam os cientistas.

EFE

ONU pode propor teto para emissões de CO2 até 2030

Uma versão preliminar do texto do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) afirma que as nações podem proteger o clima do planeta se estabilizarem as emissões de gases-estufa até 2030.

A versão final da terceira parte do relatório do IPCC, que começa a ser debatida nesta segunda-feira em Bangcoc, na Tailândia, será apresentada na próxima sexta, dia 4.
Segundo o relatório, os países precisam estabilizar entre 450 e 550 partes por milhão as suas emissões de CO2 - o principal gás que causa o efeito estufa. Uma meta abaixo disto não seria realista, propõe o texto. Hoje, os níveis de CO2 na atmosfera estão entre 380 e 430 partes por milhão, de acordo com as estimativas, e crescendo a uma taxa de 2 ppm que se acelera ano a ano.

Peso

As conclusões do IPCC serão discutidas pelos líderes mundiais durante o encontro do G8 (o grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) para discutir a mudança climática, em junho. Os Estados Unidos e a China estão alarmados com a possibilidade de estabelecer um teto para as emissões, o que poderia requerer limitações à atividade industrial desses países. Os cientistas esperam aprovar um texto-referência para toda a comunidade científica mundial em relação ao tema. Na primeira parte do relatório, os cientistas atribuíram a mudança climática à ação humana; na segunda, que eles descreveram as conseqüências desta mudança. Nesta terceira, eles farão recomendações.

BBC Brasil

Mesa-redonda discute a visão dos brasileiros sobre a ciência

Uma enquete nacional mostra que assuntos como ciência e tecnologia interessam mais a população brasileira do que política ou moda e quase o mesmo que esportes. Denominada Pesquisa Nacional de Percepção Pública da Ciência e Tecnologia, a enquete destaca também a avaliação dos benefícios e prejuízos que o tema traz para o cotidiano da população. Outras questões levantadas estão relacionadas ao conhecimento sobre as instituições de pesquisa brasileiras e sobre os cientistas, bem como a credibilidade desses profissionais em relação a outras profissões. Os resultados da enquete serão debatidos pelo diretor do Departamento de Difusão e Popularização do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ildeu de Castro Moreira, e pelos pesquisadores Luisa Massarani, da Fiocruz, e Yurij Castelfranchi, da Unicamp, nesta quarta-feira (02/05), às 14h, no Museu da Vida.

Outras questões levantadas pela enquete estão relacionadas ao conhecimento da população sobre as instituições de pesquisa brasileiras e sobre os cientistas, bem como a credibilidade desses profissionais em relação a outras atividades. O estudo aponta uma avaliação e o conhecimento sobre ciência e tecnologia no Brasil, além de fatores que têm dificultado o avanço científico no país. Vale ressaltar, ainda, o levantamento das áreas de C&T que são mais importantes para o desenvolvimento nacional nos próximos anos. O principal objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento do interesse, grau de informação, atitudes, visões e conhecimentos que os brasileiros têm sobre a ciência e tecnologia. A pesquisa teve como público-alvo brasileiros com idade a partir de 16 anos.

O estudo quantitativo foi feito por meio de entrevistas, domiciliares e pessoais, entre 25 de novembro e 9 de dezembro de 2006. A amostra somou 2.004 entrevistas que, para um intervalo de confiança de 95%, tem uma margem de erro máxima de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total de respostas. A amostra, representativa da população brasileira, tomou por base dados da Fundação IBGE. O questionário continha 24 questões, entre as quais o grau de participação em eventos de divulgação, a visitação a museus de ciência e opiniões sobre a cobertura da mídia em C&T.
A produção do questionário, que levou em conta pesquisas anteriores realizadas na Europa, em países como a Argentina e cidades como São Paulo, foi feita por um grupo de trabalho, coordenado por Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani, do qual participaram Marcelo Knobel (Unicamp), Yurij Castelfranchi, Carlos Vogt (Unicamp e Fapesp), Martin Bauer (London School of Economics), Carmelo Polino, Maria Eugenia Fazio (ambos do Centro Redes, da Argentina).

O debate no auditório do Museu da Vida terá entrada franca e ocorrerá às 14h. O Museu fica no campus da Fiocruz, em Manguinhos (Avenida Brasil 4.365). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail cestudos@fiocruz.br.

Fonte: Fiocruz

Ciência e indústria discutem práticas sustentáveis de produção

Lílian Bayma

A Nestlé do Brasil se reuniu com instituições de pesquisa para estabelecer parceria e explorar produtos regionais em sua linha de produção. Durante reunião, na última terça-feira (24), em Belém (PA), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Embrapa acordaram com a Nestlé, que a empresa envie carta de intenções sobre a proposta de implantar linha de produtos que utilizarão recursos da floresta.

O encontro ocorreu no Museu Goeldi e contou com a presença do presidente da Nestlé do Brasil, Ivan Zurita, do diretor de comunicação e marketing da empresa, Mario Castelar, da diretora do Goeldi, Ima Vieira, e de representantes da UFPA e Embrapa, entre eles o pró-reitor de pesquisa Roberto Dall Agnol e o diretor de pesquisa Oriel Filgueiras de Lemos, respectivamente.Bioeconomia da AmazôniaNa oportunidade, Ima Vieira traçou um panorama atual da Amazônia, enfatizando as modificações ocorridas no ecossistema da região e o desafio de conciliar agricultura com conservação ambiental e geração de renda.Na oportunidade, Ima Vieira traçou um panorama atual da Amazônia, enfatizando as modificações ocorridas no ecossistema da região e o desafio de conciliar agricultura com conservação ambiental e geração de renda.

O pesquisador do MPEG, Samuel Almeida, apresentou o potencial de plantas, produtos florestais não-madeireiros, baseado na sua experiência como coordenador do projeto Plantas do Futuro na Região Norte, do Ministério do Meio Ambiente, que tem como proposta selecionar espécies de plantas com mercado atual e potencial, visando otimizar oportunidades para negócios sustentáveis com base em produtos da floresta amazônica. A Embrapa e a UFPA mostraram suas experiências no desenvolvimento de produtos regionais em parceria com o setor produtivo.

O futuro

A parceria deve resultar no primeiro projeto da Nestlé do Brasil na região, adequando as orientações científicas necessárias às etapas de produção da empresa às práticas sustentáveis. Ivan Zurita declarou ter ficado entusiasmado com o trabalho desenvolvido pelas instituições e acrescentou que "a cadeia de conhecimento associada à cadeia produtiva pode funcionar harmonicamente".

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeld

domingo, 29 de abril de 2007

Amazonas cria decreto para preservação de floresta

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, comunica nesta segunda-feira a assinatura de um decreto que determina critérios para o estabelecimento de uma política estadual de conservação da Amazônia, mudanças climáticas, eco-economia e neutralização da emissão de gases-estufa. A divulgação será realizada durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável 2007, em Nova York.

"Estou certo de que nenhum Estado ou nação já legislou com tamanha profundidade e abrangência como estamos fazendo agora em defesa da Amazônia e das populações que vivem na floresta", afirmou Braga. Segundo o governador, o decreto tem como objetivo estimular a formação de parcerias entre órgãos públicos e privados nacionais e internacionais para a conservação da floresta e o combate ao aquecimento global. O Fórum de Desenvolvimento Sustentável 2007 reunirá empresários e políticos de todo o mundo com o objetivo de debater e encontrar soluções para a preservação do meio ambiente. Devem participar do evento o presidente George W. Bush, o ex-presidente Bill Clinton e o cientista Frank Sherwood Rowland, prêmio Nobel sobre formação e decomposição de ozônio em 1995.

Fonte: Redação Terra

Bangcoc: reunião busca acordo contra gases-estufa

Centenas de especialistas de todo o mundo se reúnem durante cinco dias, a partir desta segunda-feira, em Bangcoc, para tentar chegar a um acordo sobre um plano de soluções concretas para limitar as emissões de gás de efeito estufa. O Grupo Intergogvernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima da ONU (IPCC, sua sigla em inglês) publicará na próxima sexta-feira um informe sobre como lutar contra o aquecimento.

Dois grupos de trabalho do IPCC já expuseram suas conclusões, em 2 de fevereiro passado, em Paris, onde se constatou que o planeta está se aquecendo, e em 6 de abril, em Bruxelas, onde se alertou sobre as graves conseqüências deste fenômeno para a vida humana. O tempo é curto e os aproximadamente 400 especialistas que se reunirão na capital da Tailândia tentarão redigir um "resumo dirigido aos agentes decididores", em especial os governos. Alguns delegados temem que haja discrepâncias entre americanos, europeus e chineses, os principais poluidores mundiais. No entanto, segundo o IPCC, em todos os campos se pode reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. Os esforços das próximas duas ou três décadas serão decisivos para a temperatura média do planeta a longo prazo, afirma o IPCC.

No rascunho ao qual a AFP teve acesso, o grupo apresenta diferentes cenários para atenuar os efeitos do aquecimento global. Segundo o documento, estabilizar as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em 650 partes por milhões (ppm) daqui a 2030 - 370 ppm em 2005 - custaria apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Entre 1970 e 2004, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 70%, e até 80% para o mais importante desses gases, o CO2. Um segundo cenário, mais ambicioso, preconiza uma estabilização das emissões a 550 ppm daqui a 2030, o que custaria 0,6% do PIB mundial, ou 0,1% de crescimento anual. Este nível de 550 ppm já corresponde a um aumento da temperatura média do planeta de 2,2º C em relação ao período atual.

O objetivo da União Européia é limitar a 2ºC o aquecimento em relação a 1990. Uma estabilização ainda mais ambiciosa (entre 445 e 535 ppm) custaria cerca de 3% do PIB mundial daqui a 2030, segundo o documento. "Combater o aquecimento global não custa muito caro, mas exige esforços", resumiu Jean-Charles Hourcade, diretor do Centro Internacional de Pesquisa sobre o Meio Ambiente (Cired), que ajudou na elaboração do relatório.

Fonte: AFP

Desperdício é a principal ameaça ao abastecimento de água no Brasil

Wellton Máximo

Nem as secas no Nordeste, nem a utilização desenfreada dos lençóis freáticos. As águas que se perdem nos encanamentos, evaporam durante as irrigações e não são tratadas depois de poluídas formam um conjunto que representa a maior ameaça ao abastecimento dos brasileiros.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), 40% da água retirada no país é desperdiçada. Os próprios números comprovam o tamanho do problema. De acordo com a ANA, são retirados dos rios e do subsolo no Brasil 840 mil litros de água a cada segundo. Ao dividir esse número pela população de 188,7 milhões de brasileiros, chega-se à conclusão de que cada habitante consumiria, em média, 384 litros por dia.Quando se leva em conta o consumo efetivo, no entanto, o valor é bem menor. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2006, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o gasto médio diário do brasileiro cai para 185 litros. Parte da diferença (199 litros) foi utilizada na agricultura, na pecuária, na indústria, mas a maior parte, em torno de 150 litros, foi desperdiçada.O coordenador-geral de Assessorias da ANA, Antônio Félix Domingues, afirma que as perdas de água se concentram na produção de alimentos. “Somente na irrigação, o desperdício chega a 50%”, ressalta. Ele explica que o problema é provocado porque a maior parte dos produtores rurais utiliza a pulverização aérea, no qual boa parte da água é carregada pelo vento ou evapora, em vez de recorrer ao sistema de gotejamento, que despeja gotas diretamente na raiz nas plantas.

Outra fonte de desperdício, segundo Félix, está nas cidades. Segundo ele, redes malconservadas são responsáveis por perdas de 40% na distribuição de água. “De cada cem litros que as companhias captam, somente 60, em média, chegam à casa das pessoas”, reclama. De acordo com o coordenador da ANA, o ideal seriam perdas em torno de 20%, padrão aceito internacionalmente.Em alguns casos, salienta Félix, o problema é ainda mais grave. “Existem cidades em que o desperdício chega a 80% porque as companhias desrespeitam as normas técnicas”, diz, evitando dar nomes. Coordenador do Programa Água para a Vida da organização não-governamental WWF–Brasil, o geógrafo Samuel Barreto alerta para outro perigo, o consumo invisível de água. “A água é um importante insumo para praticamente toda a produção econômica, principalmente para a agricultura”, ressalta.Os próprios dados da ANA confirmam que a agricultura é responsável pela maior parte do consumo de água. Dos 840 mil litros retirados dos mananciais brasileiros por segundo, 69% vão para a irrigação, contra 11% para o consumo urbano, 11% para o consumo animal, 7% utilizados pelas indústrias e 2% pela população rural.Segundo o relatório do Pnud, são necessários 3,5 mil litros de água, em média, para produzir alimentos que forneçam um mínimo de 3 mil calorias. Isso equivale a 70 vezes a necessidade de uma família de quatro pessoas. Alguns alimentos exigem mais água que outros.

De acordo com o estudo, uma tonelada de açúcar consome oito vezes mais água do que a produção de a mesma quantidade de trigo. “A produção de um simples hambúrguer consome cerca de 11 mil litros de água – mais ou menos a mesma quantidade disponível para cada 500 habitantes de bairros urbanos degradados que não possuem água canalizada em casa”, compara o texto.Félix afirma que a agência leva em conta o “consumo virtual” da água na hora de definir as políticas para os recursos hídricos. “Desde a queda que faz girar a turbina de uma usina hidrelétrica até a utilização de um rio para a navegação, todos os tipos de uso são importantes”, observa o coordenador da ANA. “A gente tem de administrar esses usos da água, sem deixar um superar o outro.”

Fonte: Agência Brasil

sábado, 28 de abril de 2007

INPE: aquecimento transformará 30% da Amazônia em Cerrado

Cerca de 30% da Floresta Amazônica podem se transformar em cerrado no período entre os anos 2090 e 2099. A conclusão é dos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,o INPE, que cruzaram dados de modelos usados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática(IPCC, em inglês), com estudos de vegetação e clima feitos no Brasil.
Segundo novo modelo climático desenvolvido pelo INPE, a temperatura na região aumentará e poderá transformar floresta num grande cerrado. O estudo mostra ainda que as temperaturas médias no Brasil aumentaram 0,7º C nos últimos 50 anos.

Entre 2020 e 2029, o crescimento da savana chegará a 5,2% no norte do Brasil. Já em 2050, a taxa passa a 15,6%, segundo informações do INPE, divulgadas neste sábado pela Folha de São Paulo.A segunda parte do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, lançada dia 2 de fevereiro, indicou, no pior dos cenários, o desaparecimento de grande parte da Floresta Amazônica até 2080 devido ao aquecimento global.

Fonte: O Dia

Aquecimento: Al Gore dirigirá congresso mundial

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore dirigirá na Espanha um Congresso Mundial de Líderes em Mudança Climática, que acontecerá nas Ilhas Canárias. O governo regional canário disse hoje que Gore aceitou sua proposta para dirigir este fórum internacional, que tem como objetivo conscientizar os cidadãos e países sobre a crise gerada pelo aquecimento global na Terra.

Al Gore, candidato ao Nobel da Paz por sua defesa do meio ambiente, ministrará um curso intensivo de três dias a 200 personalidades do mundo da economia, cultura, sociedade, entretenimento e política de todo o planeta. O ex-vice-presidente americano recebeu um Oscar pelo documentário Uma Verdade Inconveniente, que reúne o material audiovisual de uma campanha de educação que Gore desenvolveu por vários anos divulgando alternativas para minimizar a destruição do meio ambiente.

Fonte: EFE

Ministério aceita negociar alteração no Ibama, mas não muda prazo de medidas

Érica Santana

O Ministério do Meio Ambiente aceita negociar com os funcionários do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) os termos da divisão do órgão em dois. Uma medida provisória publicada ontem (27) criou, a partir do Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Mesmo assim, o ministério não pretende alterar o prazo estabelecido para realizar as mudanças na estrutura, segundo o novo secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente , João Paulo Capobianco. “Nós estamos trabalhando com um cenário de noventa dias para organizar o processo de medidas necessárias para a organização das áreas do Ibama que serão transferidas para o instituto", afirmou Capobianco, após reunião com representantes da Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Asibama). Já na próxima semana, segundo ele, o ministério começa a planejar as mudanças necessárias para a criação do Instituto Chico Mendes, nome do órgão que será formado a partir do desdobramento do Ibama.A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje, por meio de comunicado dirigido aos servidores do órgão, que as mudanças no Ibama "representam uma oportunidade de criar melhores condições para todos que se dedicam intensamente em construir uma sociedade baseada na sustentabilidade ambiental". Ela destacou que a consolidação dessas alterações "depende do envolvimento de todos e de um diálogo constante entre gestores, servidores e sociedade, para o que dedicarei o melhor de minhas energias".

Servidores entraram ontem em estado de alerta para uma possível convocação de greve. A decisão foi tomada após a realização de assembléias-gerais nos estados, e se deve às mudanças no órgão federal, segundo informou a presidente da Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Asibama-DF), Lindalva Cavalcanti. Está prevista reunião de representantes da categoria com a ministra para tratar do assunto nesta noite.De acordo com Marina Silva, caberá ao poder executivo estabelecer a transferência do patrimônio, recursos orçamentários, extra-orçamentários e financeiros, de pessoal e das funções vinculadas ao Ibama para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Da mesma foram serão estabelecidos os direitos, créditos e obrigações, decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, nas respectivas receitas.

No texto, Marina afirmou que por essa razão, "os servidores deverão continuar a desempenhar suas funções nos mesmos locais em que estão desempenhando hoje, até que estas destinações sejam estabelecidas". No comunicado ela destaca que tanto os servidores do Ibama como os do Instituto Chico Mendes fazem parte da carreira de especialista em meio ambiente e que as mudanças não causarão qualquer alteração nas remunerações.

Fonte: Agência Brasil

Servidores do Ibama anunciam possibilidade de greve contra mudanças no instituto

Érica Santana

Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão em estado de alerta para uma possível convocação de greve. A decisão foi tomada ontem (27) , após a realização de assembléias-gerais nos estados, e se deve às mudanças no órgão federal, segundo informou a presidente da Associação dos Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Asibama-DF), Lindalva Cavalcanti.

Estão marcadas para quarta-feira (2), às 9 horas, novas assembléias para os servidores decidirem se farão greve ou não. O anúncio do desmembramento do Ibama em duas instituições e a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, nova autarquia federal que executará as ações da política nacional de unidades de conservação da natureza revoltou os servidores do Ibama, segundo a líder sindical.“Nós estamos em estado de alerta porque o governo federal tomou uma decisão sem discuti-la, por meio de medida provisória. Nós entendemos que ela simplesmente acaba com a unicidade da gestão ambiental”, declarou Lindalva Cavalcanti, em entrevista à Agência Brasil. A assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente informou que a ministra Marina Silva se reuniu com o presidente substituto do Ibama, Márcio Freitas, neste início de noite, e vai receber representantes dos servidores públicos. Ela divulgou, à tarde, um comunicado dirigido a eles sobre as mudanças no instituto e no ministério.A medida provisória (MP) que cria Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade foi publicada hoje no Diário Oficial da União.

A presidente da Asibama-DF disse que os motivos apresentados pela ministra para a criação do novo órgão são inconsistentes: “A criação desse órgão não nos convenceu. Um dos pontos levantados pela ministra foi a relevância das unidades de conservação. As unidades de conservação têm relevância aqui dentro do Ibama também”.Cavalcanti acrescentou que os servidores estão mobilizados porque não podem “permitir que tudo aquilo que foi conquistado com o Ibama seja quebrado”. Ela afirmou que as transformações propostas pela ministra irão fragilizar o órgão federal. “Nós entendemos que esse processo é para tornar o Ibama desacreditado e fazer com que ele caia em estado de inanição e deixe de atuar da forma que precisa”. Para a presidente da Asibama-DF, as mudanças podem estar sendo usadas pelo governo para desviar a atenção das polêmicas relacionadas as concessões de licenciamento ambiental: “O licenciamento do Ibama está sendo bombardeado por empresas como Odebrecht [que será uma das responsáveis pela construção das usinas no Rio Madeira, caso a construção seja autorizada], e algumas autoridades instituídas estão tentando cada vez mais fragilizar os nossos técnicos e descaracterizar o conhecimento deles”.

Lindalva Cavalcanti disse que, além das empresas interessadas, há pressão do Ministério Público, que acompanha os processos. Destacou, porém, que os técnicos responsáveis pelas concessões trabalham “indiferentemente da questão de pressão”. De acordo com ela, atualmente o Ibama tem mais de 5 mil servidores.“Por decisão da assembléia nós vamos dizer que não vamos participar do processo de estruturação desse novo órgão”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

Ibama intensifica ações contra desmatamento ilegal no sul do Amazonas

Elaine Borges

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai intensificar, neste ano, as ações de combate ao desmatamento ilegal na região sul do Amazonas. Para tanto, o Ibama pretende aumentar o número de parceiros e a eficácia das ações contra crimes ambientais com novas estratégias.

O instituto deve contar também com maior participação de órgãos estaduais e federais integrantes do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento da Amazônia.Desde 2003, quando o plano foi estabelecido, instituições ligadas a pelo menos 15 ministérios trabalham em parceria com o Ibama. Agora, em 2007, o órgão quer intensificar essa parceria para coibir de maneira mais eficaz a prática do desmatamento na região."Se o Ibama fizer a parte dele, se a Polícia Federal fizer as apreensões, se o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas) fizer as autuações e apreensões em nível estadual, se o Ministério do Trabalho fizer as autuações na identificação dos crimes contra o trabalho, o "baque" será muito maior. Nossa intenção é mobilizar o infrator, para que ele pare de cometer crimes ambientais", disse o chefe de Fiscalização do Ibama no Amazonas, Adilson Cordeiro.Ele informou que as ações deverão começar pelos municípios Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá, Apuí e Novo Aripuanã.

As operações serão realizadas durante todo o "verão" do sul do estado do Amazonas, que começa no mês de julho evai até o final do mês de outubro, explicou."Nós estamos enviando equipes mistas do Ibama com estas instituições para permanecer pelo menos no verão inteiro e autuar os desmatamentos que forem feitos sem a devida licença. Também serão apreendidos os equipamentos utilizados nos crimes ambientais", disse Cordeiro.Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o desmatamento na região sul do Amazonas tem diminuído. No ano passado, a redução foi de 30%. O objetivo do Ibama com as ações anunciadas é reduzir em pelo menos 30% o desmatamento neste ano.

Fonte: Agência Brasil

Mundo requer tecnologias contra aquecimento

Afirmação é do chefe da Agência Internacional de Energia (AIE). Previsão é que o consumo de energia suba quase 50% até 2030.

Não há uma "solução mágica" para resolver todos os desafios que o mundo enfrenta na área de energia, mas é preciso desenvolver uma série de tecnologias para cortar as emissões de dióxido de carbono (CO2), disse na sexta-feira o chefe da Agência Internacional de Energia (AIE). Claude Mandil, diretor-executivo da AIE, lembrou que a previsão é que o consumo de energia suba quase 50% até 2030, sendo que a principal fonte dessa energia é a queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão de gás natural. Mas, de acordo com ele, essa situação não é sustentável.

O mundo está produzindo cerca de 25 bilhões de toneladas de CO2 por ano, e essa quantidade cresce cerca de 1 bilhão de toneladas a cada dois anos, de acordo com Mandil. Ele disse que a meta deve ser eliminar 1 bilhão de toneladas de emissões de CO2 por ano. "Podemos ter um futuro com energia sustentável a longo prazo com tecnologias conhecidas e a um custo que não está fora de alcance", disse ele num fórum da ONU sobre políticas de energia sustentável.

A queima dos combustíveis fósseis gera o CO2, um gás ligado ao efeito-estufa e ao aquecimento do planeta. Mandil disse que é preciso promover fontes mais limpas de energia, além dos esforços para conter as emissões. "Não há solução mágica. Nada pode ser resolvido só com uma tecnologia." Ele citou como alternativas a substituição de usinas termelétricas por usinas de emissão zero, usando a energia solar, eólica, nuclear, além da iluminação mais eficiente e da captação e armazenamento de carbono (CCS), que podem ajudar a reduzir as emissões de CO2. "Mas tememos que, em 2030, as tecnologias de captação e armazenamento de carbono não estejam disponíveis a preços baixos ou em larga escala", disse ele. Essa tecnologia pode contribuir de forma significativa para uma redução da emissão de CO2 até 2050, afirmou Mandil. A AIE, com sede em Paris, assessora 26 países industrializados no que diz respeito à política do setor energético.

Mandil também falou sobre os biocombustíveis, mas voltou a mencionar a questão do custo. "Não será possível mantê-los sustentáveis no futuro com subsídios." O Brasil e os Estados Unidos, os dois maiores produtores de etanol, assinaram no mês passado um acordo para trabalhar juntos no desenvolvimento da tecnologia e no estabelecimento de padrões para o comércio do combustível. O chefe da AIE disse que o trabalho conjunto entre EUA e Brasil levará "biocombustíveis de segunda geração para o mercado, tomara que mais rápido que o previsto."

Fonte: Reuters

Croácia ratifica o Protocolo de Kyoto

Acordo visa o controle de emissões de gases estufa, para evitar o aquecimento global. País deve emitir mais de 34,62 milhões de toneladas de carbono ao ano.

O Parlamento croata ratificou nesta sexta-feira (27) o Protocolo de Kyoto para o controle de emissões de gases estufa, com vistas a reduzir o aquecimento global, que afeta o clima na Terra.

A Croácia assinou o protocolo em 1999, mas não o ratificou até obter a luz verde para um limite maior das emissões anuais de dióxido de carbono, que foi garantida no ano passado. Segundo o compromisso assumido no protocolo, a Croácia deverá emitir, a partir de agora, mais de 34,62 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Para cumprir com seus compromissos, o país dos Bálcãs planeja dar alguns passos, tais como construir fazendas eólicas e instalações usando biomassa, aumentando o uso de biocombustíveis e energia solar.

O Protocolo de Kyoto prevê que os países industrializados que o assinaram ou ratificaram façam cortes em suas emissões de gases estufa. Os Estados Unidos se negaram a ratificá-lo. Segundo seu presente formato, os países em desenvolvimento, como China e Índia, que se tornaram recentemente grandes poluentes, não precisam se comprometer com os cortes.

Fonte: AFP

Grã-Bretanha considera seleção genética contra câncer de mama

Embriões podem ser tsetados para detectar genes que causam doenças

Dois casais britânicos com longos históricos familiares de câncer de mama querem ser os primeiros a submeter embriões a testes para prevenir que seus filhos desenvolvam a doença no futuro. Os médicos irão selecionar embriões que não contenham o gene BRCA1. Esse gene aumenta o risco de câncer de mama entre 60% e 80%, mas que não significa que a pessoa irá necessariamente desenvolver a doença.

Até agora, esse tipo de teste – chamado diagnóstico genético pré-implantação – só foi aprovado para detectar genes que sempre causam doenças quando herdados, como acontece com a fibrose cística. O exame consiste em testar embriões geneticamente em laboratório. Para isso, os embriões precisam ser concebidos através da fertilização in vitro.

Opção

O médico Paul Serhal, do University College Hospital de Londres, já fez o pedido para realizar o teste que detecta o gene BRCA1 e a Autoridade de Fertilização e Embriologia, inicialmente, concordou. A decisão final deve sair nos próximos meses. “O que nós estamos fazendo aqui é dar aos pais a opção de poupar seus filhos do trauma que enfrentaram e erradicar essa transmissão genética que está acontecendo de geração para geração”, disse Serhal.
Um dos casais que buscam aprovação para o teste é Helen e Matthew, da cidade britânica de Bedford. “Eu vivi boa parte da minha vida com o câncer, a morte e o medo de que eu possa ter que enfrentar a doença ou passá-la para meus filhos”, disse Helen, de 22 anos, ao jornal The Times. “O teste nos dá a chance de garantir que nossas filhas não passarão pela mesma experiência.”

Críticas

Mas críticos dizem que a aprovação desse tipo de teste pode abrir caminho para a criação dos chamados “designer babys” (bebês de designer, em tradução-livre), quando embriões seriam testados e selecionados com base na aparência física e inteligência. Outro problema é o fato de que os embriões que contém o gene serão destruídos. “Esse não é um caminho aceitável. Não é uma solução ou uma cura para o câncer de mana. Isso já está indo em direção à busca pela perfeição”, disse Josephine Quintavalle, da organização Comment on Reproductive Ethics.
Já para Sarah Rawlings, da ONG Breakthrough Breast Cancer, “a decisão de usar testes embrionários para doenças como câncer de mama é complexa e uma questão muito pessoal”.
“Mulheres com históricos familiares de câncer de mama nos dizem que o que é certo para uma mulher pode não ser a melhor opção para outra”, disse. “É importante que qualquer um afetado tenha acesso à informação apropriada e apoio para que possa tomar a decisão mais adequada.”

Fonte: BBC Brasil

Indígenas e pesquisadores planejam plantio de sistemas agroflorestais

Uma das alternativas para fortalecer a agricultura e a economia das comunidades indígenas é o desenvolvimento de sistemas agroflorestais e práticas agroecológicas. Para isso, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) estão colocando essa idéia em prática na Terra Indígena Araçá, localizada cerca de 120 km ao norte de Boa Vista (RO).

As atividades foram implementadas por meio do projeto Wazaka’yé: estudo de roças, solos e florestas indígenas que, agora, apresenta os resultados de sua primeira fase durante a Oficina Agroflorestal da Terra Indígena Araçá. A oficina começou nesta quinta-feira (26) e terminou no hoje (28), na própria comunidade. Durante as oficinas, professores, técnicos dos projetos de pesquisa e extensão, e membros das comunidades terão acesso aos primeiros resultados de um diagnóstico participativo, e das técnicas utilizadas para evitar o desgaste do solo. Além disso, o encontro tem como objetivo estabelecer um programa de trabalho e linhas prioritárias para o projeto para que o mesmo tenha impacto positivo na qualidade de vida e no respeito com a cultura de cada comunidade.

Segundo a coordenadora científica e pesquisadora da Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas (CPCA/Inpa), Sonia Alfaia, o projeto faz parte de um outro projeto chamado "Guyagrofor" – Desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais Sustentáveis Baseado em Conhecimentos Indígenas e Quilombolas no Escudo das Guianas. Ele é um consórcio internacional do programa de Cooperação Internacional (Inco) financiado pela Comunidade Européia. "No Brasil, o "Guyagrofor" foi denominado Wazaka’yé, nome escolhido pelos próprios indígenas da região. Wazaka’yé é o nome de uma árvore mitológica que dava vários tipos de frutas em abundância. Quando foi derrubada, seu toco deu origem ao Monte Roraima, e seus galhos os rios da região", explicou Alfaia. O projeto Wazaka’yé é fruto de um convênio entre o Inpa, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e o Centro Indígena de Cultura e Formação Raposa Serra do Sol - Escola Agrotécnica e Ambiental de Surumu.

O convênio visa estudar o solo, as roças e as florestas da região para a elaboração de propostas de sistemas agroflorestais. Além de ter também como meta apoiar as atividades da agricultura que atendam as demandas dos comunitários. Para tanto, a equipe científica conta com o apoio dos alunos e técnicos indígenas da Escola Surumu. Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Fonte: Inpa

MMA vai assinar cooperação técnica para divulgar Carta da Terra

Adriano Ceolin

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Carta da Terra Internacional (Earth Chater International) e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos do Rio Janeiro (CDDH-RJ) assinam nesta segunda-feira (30) um acordo de cooperação técnica para divulgar a Carta Terra e promover a adoção de seus princípios pelo governo e pela sociedade. Aprovada em 2000 pelas Nações Unidas, a Carta da Terra estabelece compromissos éticos e políticos dos países com a preservação do planeta. A elaboração do documento, que levou oito anos para ser concluído, contou com a participação de mais de 100 mil pessoas de 46 nações. A assinatura do acordo de cooperação foi marcada para as 11 horas, na sala de Multimídia localizada no 5º andar do edifício-sede do MMA, em Brasília.

Deverão firmar o compromisso Marina Silva, ministra do MMA, Razeena Wagiet, co-presidenta do Conselho Internacional da Carta da Terra, Leonardo Boff, integrante da comissão de autores da Carta da Terra, Mirian Vilela, diretora do Centro de Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Carta da Terra, e Maria Miranda, do CDDH-RJ
Há cinco anos o MMA divulga e utiliza a Carta da Terra em suas ações, especialmente como guia para implementação do programa Agenda 21 e também como referência para as conferências nacionais de meio ambiente. Desde 2005, já havia uma cooperação técnica estabelecida entre o MMA e o CDDH-RJ. Agora, com o novo acordo de cooperação técnica a ser firmado, o MMA e CDDH-RJ vão dividir atribuições com a Carta da Terra Internacional visando executar atividades integradas com o objetivo de divulgar a Carta da Terra, seus princípios e valores entre pessoas, organizações de todos os setores da sociedade e órgãos governamentais no Brasil.

Fonte: MMA

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Instituto de Comunicação e Informação completa 21 anos

Rafael Cavadas

Um dos momentos mais significativos na história das políticas de saúde no Brasil ocorreu em 1986, quando foi promovida a 8ª Conferencia Nacional de Saúde (CNS), convocada pelas lideranças do movimento da reforma sanitária. Presidida por Sergio Arouca, sanitarista e então presidente da Fundação Oswaldo Cruz, a conferência lançou os princípios da reforma sanitária brasileira. No mesmo ano, Arouca, um dos grandes articuladores da democratização da saúde no país, criava a Superintendência de Informação Científica (SIC) que, 21 anos depois, completa a sua maioridade se transformando no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz, o Icict.

A satisfação dos profissionais do Icict ao chegar aos 21 anos é traduzida pelo reconhecimento de suas ações como unidade técnico-científica, pelo impacto de suas pesquisas no campo da comunicação e informação científica e tecnológica em saúde e pelo ineditismo de seu programa de pós-graduação e pela qualificação permanente de seus serviços. A data renova o compromisso do instituto com a eqüidade, a universalidade, a integralidade e o direito à informação, que sempre nortearam as estratégias do Icict, principalmente para benefício do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao completar a maioridade, o Icict se destaca pelo investimento no projeto internacional Bibliotecas Virtuais em Saúde, no qual conta com a colaboração do Centro Latino-Americano e do Caribe de Ciências da Informação em Saúde (Opas/Bireme); pela iniciativa de propor a integração de todas as bibliotecas da Fiocruz em uma rede colaborativa; pelo investimento no portal institucional da Fiocruz; pelo desafio de reunir a informação, a comunicação, a ciência e tecnologia e a saúde coletiva num mesmo programa de pós-graduação; e em tantos outros projetos em parceria com instituições acadêmicas brasileiras e internacionais.
Para os próximos anos, o Icict vai investir na ampliação do programa de ensino com a implementação do stricto sensu; no lançamento de sua revista eletrônica de comunicação, informação e inovação em saúde; e no fomento de novos projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, que contribuam para a redução das desigualdades políticas, econômicas e sociais no Brasil.

A programação completa da comemoração dos 21 anos está aqui.

Fonte: Fiocruz

Município emite as primeiras licenças ambientais

Rio

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente autorizou a emissão das duas primeiras licenças ambientais, concedidas a partir do convênio de cooperação firmado entre o Governo do Estado e o Município, em janeiro deste ano.

As licenças, do tipo prévia, se destinam a atividades de construção civil no Recreio dos Bandeirantes e no Centro.Um selo específico foi criado pela Secretaria para validar as licenças ambientais emitidas pelo Município. Além de definir a obrigatoriedade do selo, foram estabelecidas a formatação, os prazos de validade e os tipos de licenças (prévia, de instalação e de operação). Entre as condições para o licenciamento ambiental estão a apresentação de estudos, plantas, mapas e outros documentos.

Fonte: Secom Prefeitura

Inpa realiza projeto de sensibilização ambiental

Uma das mais importantes ações de sensibilização ambiental destinada à população de Manaus (AM) acontece neste domingo (29): o projeto Circuito da Ciência. A atividade será realizada, a partir das 8h30, no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e marca o encerramento do mês de aniversário do local.

Uma programação especial contará com a presença da cantora local Márcia Siqueira, e de cerca de 250 participantes, entre estudantes das Escolas Municipais Aristófanes Bezerra da Silva (Aliança com Deus) e Temístocles Gadelha (Jorge Teixeira), e comunitários dos bairros Cidade Nova I e Jorge Teixeira I. Segundo o responsável pelo projeto Jorge Lobato, servidor da Coordenação de Extensão (COXT/Inpa), o projeto visa utilizar o espaço do Bosque da Ciência e do Jardim Botânico Adolpho Ducke, localizado na zona Leste da capital amazonense, para fins de educação ambiental, várias atividades com as comunidades, e a inclusão social no processo de popularização da ciência. "Queremos que a população tenha acesso aos conhecimentos gerados pelo Inpa, no sentido da melhoria da qualidade de vida das pessoas por meio das pesquisas realizadas pela instituição", ressaltou.

Durante o projeto, crianças, idosos e adolescentes participarão de passeios nas trilhas do Bosque, assistirão apresentações teatrais etc. Eles também terão acesso a informações relevantes sobre os cuidados que se deve ter para a prevenção de doença de Chagas, malária, dengue e leishmaniose, por meio de palestras. Assuntos como peso ideal, alimentação saudável, higiene bucal também serão abordados, além de questões mais abrangentes como, por exemplo, o efeito estufa. As palestras serão ministradas por pesquisadores dos Laboratórios de Leishmaniose, Malária e Dengue e de Psicologia e Educação Ambiental, e por alunos do curso de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pesquisadores do Laboratório Temático de Biologia Molecular (LTBM) e da Coordenação de Clima e Recursos Hídricos. "As ações do Circuito da Ciência são introdutórias de novos olhares, pensamentos, comportamentos e novos valores, tentando de alguma forma incluir os excluídos, e, nessa inclusão, resgatar a crença no ser humano como ser capaz de mudar e construir uma nova história, um mundo melhor", ressalta o coordenador do projeto. O projeto tem como parceiros a Semma, Semsa, Semed, Semulps, Sesc Amazonas, projeto Consciência Limpa e Piatam. O patrocínio da Petrobras e Moto Honda da Amazônia e conta com o apoio da Masa, Séculus da Amazônia, Café Manaus, Brothers, Nature Vitae, Max-Planck, Magistral e Rio Negro Transportes.

Serviço Dia/Horário: domingo, 29 de abril de 2007, às 8h30 Local: Bosque da Ciência do Inpa - Rua Otávio Cabral s/n – Petrópolis, Manaus (AM)

Programação

8h30 – Caminhada nas trilhas

9h20 – Recepção e Apresentação das atividades

9h40 – Apresentação teatral do Projeto Piatam

10h – Distribuição de lanches

10h20 - Atividades Culturais: teatro de fantoches da Leishmaniose; oficinas educativas: Projeto "Pirada"; Malária e Dengue, Recursos Hídricos; Nutrição; Piatamzinho.

Fonte: Assessoria de Comunicação do INPA

Portal do Licenciamento reúne informações de todos os estados do País

Rubens Junior

Com a adesão da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) ao Portal Nacional do Licenciamento Ambiental (PNLA), o Ministério do Meio Ambiente passa a reunir na internet informações gerais sobre o licenciamento para empreendimentos de impacto ambiental de todos os estados do País. O endereço do portal é www.mma.gov.br/pnla. A partir de agora, o PNLA, que está em funcionamento desde 2005, oferece aos usuários acesso aos dados daquela área, disponíveis nos sites de todos os Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (Oemas) no País.
O Portal não substitui os sites estaduais. Apenas reúne em único espaço informações genéricas sobre os processos de licenciamentos, que podem ser pesquisados por estado, por região e nacionalmente. Se os usuários quiserem informações detalhadas, deverão pesquisar nos sites das Oemas.

Em 2007, os técnicos do MMA trabalham para melhorar a prestação deste serviço, inédito no Brasil. "Estamos fazendo uma revisão completa do portal, buscando melhorar a acessibilidade aos dados na ponta, além de compatibilizá-los com a plataforma do licenciamento federal, abrigada no site do Ibama", informa a gerente de projeto Moema Rocha de Sá. Entre as informações que presta, o portal PNLA identifica os órgãos licenciadores no País; informa sobre o processo de licenciamento no setor energético; relaciona empreendimentos em andamento; orienta sobre a legislação; fornece teses, publicações, estudos ambientais, fotografias, vídeos, endereços complementares na internet; indica seminários, cursos e manuais; apresenta avaliação ambientais estratégicas e estatísticas de acesso, além de apontar contatos para fornecimento de novas informações. Contatos gerais podem ser feitos com a coordenação do PNLA, pelo correio eletrônico pnla@mma.gov.br.

Fonte: MMA

Butantan inaugura fábrica de vacina contra gripe

Fábio de Castro

O Instituto Butantan inaugurou nesta quinta-feira (26/4), em São Paulo, a primeira fábrica de vacinas contra o vírus influenza, causador da gripe, na América Latina. Com 10 mil metros quadrados ocupados por equipamentos de alta tecnologia, a planta terá capacidade anual de produção de até 40 milhões de doses de vacina.

O investimento de R$ 68 milhões foi feito pelo Ministério da Saúde e pelo governo paulista. Desde 1999, o Brasil comprava da França o concentrado necessário para a formulação da vacina, com custos anuais de cerca de US$ 100 milhões. Na época, o Instituto Butantan e a Fundação Butantan fizeram um acordo de transferência de tecnologia com a empresa farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, concluído agora. Durante a inauguração, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também anunciou a construção, até 2009, de duas novas fábricas: uma de hemoderivados e uma para a produção de uma vacina brasileira contra o rotavírus. Ambas serão instaladas no Instituto Butantan e terão investimentos estimados em R$ 60 milhões. De acordo com Isaias Raw, diretor do Instituto Butantan, a vacina contra a gripe produzida na nova fábrica será entregue ao Ministério da Saúde, que a redistribuirá aos estados gratuitamente. Cada estado arcará com os custos de inoculação. “É o mesmo processo que ocorre com outras vacinas que produzimos e que correspondem a 82% das feitas no país. Com a nova fábrica, o Butantan suprirá completamente a demanda de vacinas usadas na campanha nacional dos idosos a partir de 2008”, disse Raw à Agência FAPESP.

Atualmente, as 20 milhões de doses utilizadas na imunização gratuita de maiores de 60 anos e outros grupos de risco são inicialmente produzidas na França. O Instituto Butantan faz a formulação dos três tipos diferentes de vírus, o envasamento e o controle de qualidade da vacina. Segundo Raw, a nova fábrica representa um passo inédito para a indústria nacional, uma vez que grande parte dos equipamentos utilizados – como tanques, reatores e outros produtos específicos em diferentes etapas de produção – foram desenvolvidos com mão-de-obra local, gerando conhecimento, inovação e desenvolvimento tecnológico. “Trata-se de um dos maiores empreendimentos que o Butantan já fez, pelo tamanho da fábrica e pela sua complexidade. É um salto importante, mas não é o único. A produção da vacina para a gripe aviária é fundamental porque, se houver uma pandemia, a vacina não estará disponível para os países em desenvolvimento”, destacou. Raw afirmou que o Brasil é pioneiro na produção pública de vacinas, com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz. “A China não dá vacina de graça, a não ser para uma parcela mínima da população. Na Índia, o sistema é todo privado. O Brasil vacina todo mundo. Queremos entrar na competição internacional e pressionar para baixo o preço do produto.”

Instalações high-tech

Com equipamentos de última geração – a maior parte fabricada no Brasil – o novo laboratório foi projetado para ser uma das poucas fábricas de biosegurança de nível 3, conforme certificação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a exemplo da futura unidade de vacinas contra a gripe aviária, de acordo com a diretora da Divisão de Produção do Instituto Butantan, Hisako Higashi. Segundo Hisako, cada lote da vacina demora dois meses para ser produzido. “Mas o primeiro lote deverá ficar pronto dentro de oito meses, porque ainda haverá um processo de qualificação dos equipamentos e do ar-condicionado especial que faz a desinfecção do ar em todo o interior da fábrica”, disse.

O processo de fabricação da vacina é feito com ovos de galinha, nos quais o vírus ativo é inoculado para a produção da vacina. A fábrica recebe 123 mil ovos por vez. “Cada ovo corresponde a uma dose. Eles passam por uma desinfecção e são incubados por 11 dias antes de entrarem na área de biossegurança”, explicou Hisako. Um equipamento inocula o vírus na câmara de ar interna dos ovos, que são enviados para outra incubadora na qual ficam de 30 a 96 horas. Os ovos seguem para uma câmara fria, cuja função é matar o embrião. Um equipamento separa o líquido alantóide em que está a vacina do embrião morto e cascas. Os dejetos são triturados e desinfectados. “Depois, misturamos citrato ao líquido alentóide e centrifugamos para tirar as impurezas. Com isso, dos cerca de 1.350 litros restam apenas 150, que são fracionados e enviados para a ultracentrífuga, uma das duas existentes na América Latina – a outra também está no Butantan, na unidade de produção de vacina contra a hepatite B – em seguida, sobram 25 litros, que são diluídos e tratados com substâncias químicas para matar o vírus. Finalmente, passamos à formulação farmacêutica”, explicou a cientista.

Próximas fábricas

Além da fábrica de vacina contra a gripe, o Instituto Butantan abrigará, a partir de 2009, uma unidade de hemoderivados e outra de vacinas contra o rotavírus. Tem ainda uma fábrica piloto pronta para a produção da vacina contra a gripe aviária. A fábrica de hemoderivados produzirá imunobiológicos a partir do fracionamento do plasma de sangue humano, como imunoglobulinas e albuminas, além de fatores de coagulação. Hoje, esses procedimentos são realizados na Europa. Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, a fábrica terá capacidade para processar 150 mil litros de plasma por ano. O Estado responde pela metade de todo o plasma sanguíneo coletado no Brasil. A fábrica de vacinas contra o rotavírus deverá produzir 10 milhões de doses por ano, suprindo toda a demanda nacional. O excedente poderá ser exportado. A vacina contra o rotavírus – que causa diarréias graves principalmente em crianças – faz parte do calendário nacional de imunização desde 2006. O Ministério da Saúde gasta cerca de US$ 60 milhões por ano na importação do produto.

A fábrica piloto de vacina contra a gripe aviária aguarda a licença de manipulação do vírus pela CTNBio. O Butantan é um dos cinco centros produtores de vacina do mundo que compõem a força-tarefa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate a gripe aviária. “Nosso objetivo é desenvolver uma vacina segura, eficaz e de baixo custo, que permita proteger o Brasil no caso de uma eventual pandemia”, disse Isaias Raw. Segundo o cientista, a vacina que está sendo produzida em países desenvolvidos custa cerca de US$ 30 por dose, o que tornaria inviável para países mais pobres. “O Butantan produzirá a vacina com um novo adjuvante que descobrimos e que poderá baixar os custos em até 10 vezes”, afirmou.

Fonte: Agência Fapesp

Zoológico do Rio funciona normalmente nos quatro dias do feriado do Trabalhador

Rio

A Fundação RIOZOO informa que estará aberta neste final de semana (dias 28 e 29 de abril), no feriado do Dia do Trabalho (1º de maio), e ainda excepcionalmente na segunda-feira, dia 30, sempre das 9h às 16h30. No sábado, dia 28, a partir das 11h, a atração especial é a festa pelos 43 anos da elefanta indiana Koala que, além do “parabéns” com bolo feito de capim, alface, banana e maçã, vai ganhar um banho de beleza com direito a xampu especial, escovão e cotonete gigante. Representantes da tribo indígena Fulni-ô estarão presentes, e as crianças receberão bolo e brindes.O Zoológico do Rio fica no interior da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, e tem entrada a R$ 5. Como promoção especial, neste feriado crianças até 12 anos não pagam.

Fonte: Secom Prefeitura

Ar como matéria-prima


Equipamento desenvolvido no Cietec/USP utiliza oxigênio do ambiente para gerar ozônio, gás que tem propriedades oxidantes e bactericidas e pode ser utilizado para purificar a água de piscinas ou de efluentes industriais


Thiago Romero

Uma empresa há dois anos abrigada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), no campus da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, acaba de lançar o BRO3, equipamento gerador de ozônio (O3) a partir do oxigênio (O2) obtido do ar ambiente. O aparelho, indicado para o tratamento da água em piscinas, aquários, caixas d'água e efluentes industriais, é formado por três componentes principais: secador de ar, gerador de ozônio e centro de comando. As pesquisas foram desenvolvidas em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Após ser captado da atmosfera, o ar ambiente, que tem cerca de 20% de oxigênio, perde umidade no secador e entra no gerador de ozônio. Ali, o oxigênio recebe uma descarga elétrica para que suas moléculas se quebrem e se agrupem novamente na forma de ozônio. Segundo os pesquisadores, o processo não agride o meio ambiente, pois não utiliza nenhum produto tóxico.
“Essa técnica de obtenção de ozônio a partir de uma alta tensão elétrica em moléculas de oxigênio, conhecida como efeito corona, é utilizada há muitos anos em diversos países. O ozônio, que tem propriedades oxidantes e bactericidas, nada mais é do que uma superconcentração de oxigênio”, disse Samy Menasce, diretor da Brasil Ozônio, empresa incubada no Cietec, à Agência FAPESP. “O que fizemos foi utilizar técnicas conhecidas para desenvolver um equipamento que chega a custar dez vezes menos do que modelos semelhantes fabricados em outros países”, disse. O ozônio pode ser aplicado no ar ou na água, em substituição ao cloro, para a eliminação de bactérias.

Segundo Menasce, quando o gás é transferido para a água, um dispositivo conhecido como “venture” deve ser acoplado ao gerador de ozônio. “O venture é um tubo plástico com algumas deformações internas que agitam o gás antes de ele ser inserido na água ”, explicou.
Para que a água seja tratada antes de chegar à piscina, o venture é instalado junto ao filtro. “Com o centro de comando, é possível programar a limpeza da água periodicamente. Outra vantagem é que todo o equipamento em funcionamento consome energia equivalente à de uma lâmpada de 200 watts”, disse. O ozônio pode ser usado ainda para aplicações como a eliminação de fungos em sementes. Nesse caso, que envolve um projeto de pesquisa realizado pela Brasil Ozônio e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o ozônio deve ser aplicado no ar.
“É preciso redobrar o cuidado com esse tipo de aplicação, pois, a partir de concentrações específicas, o ozônio pode ser tóxico. No ar, por exemplo, o gás deve ser aplicado somente em lugares fechados e que não tenham presença humana”, ressaltou Menasce.


A Brasil Ozônio tem mais de 70 aplicações de ozônio solicitadas por empresas, em diferentes setores industriais. “Desse total, temos apenas 15 soluções tecnológicas já prontas, o que deixa evidente a necessidade de novas pesquisas científicas na área”, afirma Menasce. O trabalho de desenvolvimento do BRO3 teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Lula fecha acordo de biocombustíveis no Chile

Objetivo é formar parcerias entre empresas brasileiras e chilenas. Em entrevista, Lula prega moeda única para o Mercosul em quatro anos

Brasil e Chile fecharam um acordo para a pesquisa e produção de biocombustíveis. O objetivo é que os dois países pesquisem juntos novas formas de obtenção de etanol e biodiesel e que empresas brasileiras e chilenas formem parceiras no setor. Além da questão dos biocombustíveis, as duas nações também se comprometeram a trabalhar juntas na reconstrução do Haiti e no combate à fome na América Latina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está no Chile, vai se encontrar nesta quinta-feira (26) com empresários que participam do Fórum Econômico Mundial na capital do país, Santiago. Depois, ele se encontra com a presidente chilena, Michelle Bachelet. Em entrevista a órgãos de imprensa, Lula disse que quer criar uma moeda única para os países-membros do Mercosul. O presidente afirmou que as negociações para um intercâmbio comercial com a Argentina, usando as moedas dos dois países, é o primeiro passo para a criação de um Banco Central comum na região.

Visita à Argentina

Depois de se encontrar com a líder chilena, o presidente brasileiro segue para a Argentina, onde deve debater com Néstor Kirchner a criação do Banco do Sul, um projeto de US$ 7 bilhões capitaneado pelo venezuelano Hugo Chávez. A Argentina apóia o banco, que também tem o apoio da Bolívia e da Venezuela. O Brasil, porém, resiste à idéia - a proposta de Chávez é que cada Banco Central use metade de suas reservas para capitalizar o Banco do Sul. O objetivo do venezuelano com o Banco do Sul é reduzir a dependência da região de empréstimos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entretanto, a idéia inicial era que o Banco do Sul fosse uma instituição de fomento, concedendo empréstimos a negócios sul-americanos.

Fonte: Globo.com

Televisão é o principal meio de obter informações sobre ciência e tecnologia

Irene Lôbo

A mídia é a principal fonte de informação das pessoas para assuntos relacionados à ciência, especialmente a televisão. Segundo a pesquisa feita com cerca de duas mil pessoas no país revela que 15% dos entrevistados assistem com freqüência programas na televisão que tratam do tema e 47% vêem de vez em quando.

Em segundo lugar, aparecem os jornais e as revistas, com 12% da preferência. Em relação ao rádio, apenas 5% disseram que escutam com freqüência progras sobre o assunto.
O estudo, intitulado Percepção Pública da Ciência e Tecnologia, foi divulgado hoje (25) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.Dos entrevistados que assistem televisão, 58% disseram estar satisfeitos com a forma de divulgação sobre ciência e tecnologia nesse meio. Para 87%, as reportagens são de boa qualidade; para 84%, as matérias podem ser compreendidas; e para 69%, o número de reportagens veiculadas sobre o assunto é suficiente.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, concorda com a idéia de que a mídia tem um papel importante na divulgação da ciência e tecnologia, mas considera baixo o volume de conteúdo sobre o assunto veiculado em jornais e televisão. “Naturalmente, a imprensa e a mídia, têm um papel muito importante nisso. Os jornais costumam ter uma pequena seção de ciência e tecnologia, mas ainda é pequena. Mas a televisão tem muito pouco. Ela tem alguns programas mostrados em horários muito longe da hora de pico. Espero que com a TV pública que vai ser criada seja uma saída”. A pesquisa também mostrou que a população confia em médicos e jornalistas quando deseja obter informações sobre algum assunto que considera importante. Dos entrevistados, 43% disseram confiar nos médicos, 42% nos jornalistas e 30% nos cientistas que trabalham nas universidades. As fontes com menor credibilidade, segundo o estudo, são os políticos (84%), os militares (44%) e os religiosos (18%).

Em relação aos cientistas, a pesquisa constatou que 60% dos entrevistados considera-os como pessoas inteligentes, que têm um trabalho útil para a humanidade. Ainda assim, 86% respondeu que não conhece nenhum cientista brasileiro importante.Sobre a participação do Brasil no campo das pesquisas científicas e tecnológicas, 45% dos entrevistados disseram que o país ocupa posição intermediária nesse quesito; 33% acha que o país está atrasado; e 18, que está avançado.

Fonte: Agência Brasil

Governo buscará outras fontes de energia, se questão de licenças ambientais não for resolvida, diz ministro

Yara Aquino

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou hoje (25) que, se não for encontrada uma solução para o impasse sobre a licença ambiental para construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, o governo irá buscar outras fontes de energia."Se, até maio, não tivermos isso, certamente estaremos discutindo uma fonte térmica para substituir a melhor fonte que temos, que é a hidráulica, que entendemos, do ponto de vista econômico e ambiental, que garante a segurança energética do país".

Perguntado sobre que fonte de energia seria usada, Rondeau disse aos jornalistas que "pode ser nuclear, qualquer outra térmica que não seja a hidráulica. Certamente não será a eólica, certamente não será solar".Rondeau, que se encontrou hoje (25) com a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, afirmou que o Ministério de Minas e Energia tem relatórios técnicos feitos por especialistas, sinalizando que a obra é viável do ponto de vista ambiental. Em parecer técnico divulgado no último dia 23, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendou que não fosse emitida licença prévia para a instalação das hidrelétricas do Rio Madeira. De acordo com o documento, há um elevado grau de incerteza no processo, principalmente porque o estudo sobre os impactos ambientais não identificou todas as áreas que serão afetadas pelas obras.O ministro Silas Rondeau disse ainda que não acredita que a divisão do Ibama, anunciada hoje pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, vá facilitar a concessão da licença ambiental. "Não vejo como. O que pode ser feito é enfrentarmos a questão e encontrarmos uma resposta para os questionamentos que estão sendo feitos no tempo em que se possa fazer a licitação o mais rápido possível", afirmou o ministro.

Na semana passada a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a saída do presidente do Ibama, Marcus Barros, e negou que a mudança tenha relação com pressões relativas ao licenciamento ambiental. Na ocasião, a ministra comentou ainda informações publicadas pela imprensa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se queixado de morosidade nolicenciamento. Ela afirmou que as declarações que seriam de Lula estavam atribuídas a terceiros e não refletem a realidade.

Fonte: Agência Brasil

EIA/Rima de Angra 3 é disponibilizado à população para consulta

A Diretoria de Licenciamento do Ibama informa que recebeu da Eletronuclear - Eletrobrás Termonuclear S.A. o Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da Unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada na Rodovia Rio-Santos (BR-101), Km 522, Praia de Itaorna, no município de Angra dos Reis.

Os estudos estarão disponibilizados por 45 dias, a partir da data de publicação do edital, para os interessados, nas localidades descritas no anexo abaixo. Após este período a comunidade local poderá solicitar a realização de audiências públicas em suas localidades, conforme determinação da Resolução Conama 009/87.
Como determina o artigo 11 da Resolução Conama 001/86, o diretor de Licenciamento do Ibama, Luiz Felippe Kunz Júnior, torna público que as cópias do EIA/Rima deste empreendimento se encontram à disposição para consulta.

Fonte: Ibama/Sede
Tabela das localidades onde o EIA/Rima de Angra 3 se encontra

Drogas remodelam cérebro, diz estudo

Síndrome de abstinência também é causada por mudanças na estrutura do cérebro. Mesmo pequena dose alterou fisicamente os caminhos neurais.

Um dependente de heroína que sofre os efeitos da síndrome de abstinência que se seguem ao abandono do vício não é meramente alguém sem força de vontade, como podem pensar alguns, mas é um indivíduo atormentado por mudanças duradouras no cérebro, causadas pela própria droga, explica um estudo inovador publicado nesta quarta-feira (25). Em experiências feitas com cobaias, uma equipe de cientistas americanos da Universidade Brown, de Rhode Island, demonstrou que até mesmo uma pequena dose de morfina alterou fisicamente os caminhos neurais que regulam a sensação de necessidade. A mudança persistiu muito depois de os efeitos da droga terem se esgotado.

O estudo, publicado na revista científica britânica "Nature", reforça uma nova teoria que vê a dependência como uma doença que "remodela" os mecanismos cerebrais relacionados ao aprendizado e à memória, disse em uma entrevista a principal autora do estudo, a fisiologista celular Julie Kauer. As descobertas também indicam o caminho para a possibilidade perturbadora de um antídoto farmacêutico para a dependência, acrescentou. As experiências de Kauer se focaram na atividade das sinapses: uma junção conectiva entre as células do cérebro. As chamadas sinapses excitadoras aumentam o fluxo de substâncias químicas, como a dopamina, associada ao sentimento de euforia, enquanto as sinapses inibidoras impedem estes fluxos. "Você precisa ter as duas, porque elas controlam e harmonizam o sistema", explicou.

Estudos anteriores demonstraram que as sinapses excitadoras são fortemente relacionadas à construção da nossa capacidade de memória e elas -- assim como os músculos do corpo -- se fortalecem com o aumento da atividade. Este é um círculo virtuoso, quando se trata do aprendizado, porque a liberação de pequenas quantidades de dopamina cria o incentivo para se aprender mais e também ajuda a aguçar os instintos básicos de sobrevivência. Mas o mesmo mecanismo se torna um ímã perigoso para o abuso de certas drogas, como a heroína e a cocaína, que provocam uma resposta similar.

"Se você já sentiu muita, mas muita sede, esta mesma ânsia pode ser aquela que se passa no cérebro de alguém dependente de uma droga", continuou Kauer. Neste contexto, acrescentou, "a dependência é uma forma de aprendizado patológico", no qual o cérebro cria um sistema de recompensas para algo que faz mal ao corpo. "Eu não chamaria isto de dano, o circuito trabalha como deveria. Mas foi remodelado de forma inadequada", disse Kauer. O estudo traz inovações em duas áreas. Primeiramente, apresenta a evidência mais forte até agora de que as sinapses inibidoras também são capazes de uma "potencialização de longo prazo" (PLP), ou seja, a habilidade de fortalecer e mudar com o passar do tempo. Além disso, demonstrou que a morfina, um opiáceo, continuou a bloquear a PLP muito tempo depois de a droga estar fora do organismo da cobaia. "O fato de serem duradouros pode ser um dos motivos de a ânsia por drogas ser tão difícil de vencer, e sugere que as drogas que causam dependência produzem mudanças físicas persistentes", continuou.

O estudo também aponta para a possibilidade intrigante de um tratamento farmacêutico para neutralizar o desejo intenso, o que poderia ajudar as pessoas que lutam contra a dependência a resistir à tentação da recaída. Da mesma forma, poderia ajudar a evitar os indesejáveis efeitos colaterais da morfina nos hospitais, onde este opiáceo é freqüentemente usado como analgésico. A molécula desabilitada pela morfina é chamada guanilato ciclase. Ao localizá-la, Kauer e sua equipe identificaram um alvo promissor para novas drogas que poderiam, potencialmente, evitar ou tratar a dependência. Este tratamento pode criar, no entanto, outros problemas, reconheceu a cientista. Um medicamento que remova a qualidade de causar dependência, mas não a capacidade de provocar euforia, poderia incluir uma tentação de outro tipo.

Fonte: AFP

Poluição sonora faz pássaros diurnos cantarem à noite

Pássaros que vivem em zonas urbanas estão mudando seus hábitos de cantar por causa da poluição sonora, de acordo com um estudo da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha.
O estudo analisou os pintarroxos, pássaros que geralmente começam a cantar ao amanhecer para atrair parceiros ou espantar inimigos e demarcar território.

Muitos desses pássaros estão cantando durante a noite, em vez de competir com os barulhos urbanos diurnos, de acordo com o estudo publicado na revista especializada Biology Letters.
O estudo diz que os pintarroxos têm cantado à noite em áreas onde os níveis de barulho diurnos são pelo menos dez decibéis mais altos do que em zonas rurais.

Barulho X luz

“Nos pássaros, a cantoria noturna por espécies normalmente diurnas pode ser uma forma de minimizar a interferência de barulho ambiente urbano”, disse o estudo.
Mas os cientistas alertam que essas mudanças podem ser traumáticas para o metabolismo dos pássaros, já que cantar usa mais energia do que dormir. Os pesquisadores também desafiam a noção comum de que o fenômeno é causado pelo excesso de luz durante a noite em zonas urbanas. “Apesar de a cantoria noturna acontecer principalmente em áreas muito iluminadas, foi limitada a locais que também são barulhentos durante o dia e não aconteceu em locais com muita luz, mas que são relativamente quietos”, disse. “Assim, nós concluímos que o barulho diurno tem um efeito muito maior na atividade de cantar à noite do que os níveis de luz noturnos.”

Fonte: BBC Brasil

Estudo mostra contaminação por parasitos no transporte público

Elizabeth Fleury

Um estudo sobre os hábitos de higiene nos ônibus, feito com apoio de uma bolsa do Programa de Vocação Científica (Provoc), está sendo desenvolvido no Laboratório de Helmintoses do Instituto René Rachou (IRR), unidade da Fiocruz em Minas Gerais. Com a orientação de um pesquisador e a disposição e dedicação de um estudante do Ensino Médio, o trabalho mostrou a contaminação por parasitos nos ônibus urbanos. Mais de um milhão de pessoas usam os transportes públicos em Belo Horizonte todos os dias, conforme dados da BH-Trans. Foram encontrados ovos de Ascaris sp. (a popular lombriga), Enterobius sp. (o oxiúrus) e Hymenolepis sp. (conhecida como tênia anã).

Antes de se saber a que tipo de contaminação a população está exposta ao trafegar nos ônibus de Belo Horizonte, a pesquisa feita pelo estudante Felipe Leão Murta, do Colégio Técnico (Coltec) da UFMG, mostrou que não existem dados atualizados deste tipo de contaminação por parasitos no Brasil. O último inquérito nacional sobre a ocorrência das helmintoses intestinais tem mais de 50 anos, segundo o pesquisador do IRR Cristiano Lara Massara, que orientou o trabalho de Felipe. “O nível de contaminação por helmintos intestinais é um importante indicador de IDH. Todos os dados que usamos foram levantados há mais de 50 anos. Isso nos inspira a propor um novo estudo, mas essa é uma competência do Ministério da Saúde”, afirma Massara. Felipe conta que não foi simples iniciar o estudo, uma vez que o trabalho poderia divulgar uma imagem negativa do transporte público. Não é a opinião dos estudiosos, que entendem que a pesquisa revela riscos ligados aos maus hábitos de higiene da população. Tanto que Massara apressa-se em explicar que “o estudo não critica as condições de higiene das empresas de ônibus”. Para ele, isso é uma importante referência que indica as condições de higiene da população e o nível de contaminação do ambiente pelos parasitos.
Como nada disso é visível a olho nu, o material coletado com fitas adesivas - os ovos dos parasitos - foram analisados com microscópio. Na coleta utilizou-se um método que consiste em fazer vários contatos de uma fita adesiva transparente sobre as superfícies internas dos ônibus e posteriormente fixá-las em lâminas de vidro. Felipe explica: “Você faz a coleta do material, transfere para as lâminas e depois analisa e compara os dados obtidos. Decidimos trabalhar nas estações BHBus. Estas estações ligam regiões estratégicas de BH e assim tivemos uma visão mais geral do assunto. É uma amostra mais fiel do que ocorree na cidade”, diz o estudante.
Em várias regiões do mundo o parasitismo por helmintos intestinais constitui um dos mais sérios problemas de saúde pública e, segundo estimativas globais, o número de infectados corresponde a dois bilhões de pessoas, distribuídas em 150 países.

Considerando-se os riscos que os coletivos podem representar na disseminação das helmintoses intestinais, foram coletadas 88 amostras do interior de oito veículos de diferentes linhas, que partem de duas estações integradas ao metrô e que circulam na região de Belo Horizonte. Até o momento foram analisados os veículos das estações Barreiro e São Gabriel, pelas quais passam em torno de 200 mil pessoas por dia. Foram encontrados ovos de helmintos em todos os veículos das estações. As conseqüências geradas pelas helmintoses intestinais podem variar de leves a severas, dependendo da carga parasitária. “Desnutrição e infecção com os helmintos estão intimamente relacionadas a deficiências no desenvolvimento físico e cognitivo, principalmente entre crianças. As condições climáticas têm um importante papel na disseminação das infecções. Geralmente a prevalência é baixa em regiões áridas e alta em regiões onde o clima é quente e úmido, sendo estas as condições ideais para o desenvolvimento e sobrevivência dos ovos”, diz o documento.

A disseminação dos ovos desses parasitos se dá por diversos meios, como chuva e vento, bem como por insetos ou outros animais. Os ovos dos helmintos são em geral resistentes e já foram encontrados em ambientes diversos, como água do mar, resíduos de esgoto (mesmo após tratamento), banheiros de escola, em depósito de hortifrutigranjeiros, em cédulas de dinheiro, em vegetais vendidos em feiras-livres e consumidos em restaurantes. Tendo em vista esse contexto, Massara recomenda: não levar as mãos à boca e não roer unhas; não comer dentro dos ônibus; ter por hábito lavar sempre as mãos com água e sabão logo que chegar de uma viagem de ônibus ou sair do banheiro; lavar as mãos antes das refeições; e manter as unhas sempre bem aparadas (unhas grandes e sujas são fontes de contaminação). Para Felipe, os resultados validaram a hipótese de que os meios de transporte público têm um papel na disseminação e na transmissão das helmintoses intestinais. “Os ovos dos helmintos encontrados são agentes de diferentes agravos, como falta de apetite, cansaço, diarréia e dores abdominais. Estes terão magnitude diferenciada segundo a suscetibilidade da população e a carga infectante. Estudos que permitam a caracterização sócio-demográfica da população que usa esse meio de transporte são necessários para demonstrar a vulnerabilidade das mesmas e desenvolver ações de promoção de saúde e prevenir estes agravos”, adverte o estudante. Ele recomenda que estratégias de intervenção devam ser aplicadas, visando à prevenção pelas atividades informativas aos funcionários das empresas e aos usuários dos ônibus. Propostas de ações educativas de promoção de saúde poderão ser feitas junto à população, usando principalmente o Jornal do Ônibus e mostrando a necessidade de hábitos de higiene mais rígidos após o uso dos transportes coletivos.

Se a população tiver benefícios com a divulgação do estudo, por meio campanhas para reforço dos hábitos de higiene, o próprio Felipe terá a sua parcela de ganhos com a experiência. Diploma de reconhecimento ele já ganhou, em uma das versões do concurso Jovem Cientista, em um trabalho cujo tema era o sangue. Agora, aprendeu a apresentar a proposta de um trabalho científico, a retirar amostras para o estudo, a trabalhar em laboratório e, depois, a escrever o estudo com base em outros autores e nos dados que levantou. Depois de obter uma vaga no Laboratório de Helmintoses, veio a etapa de buscar orientação para o estudo. “O Cristiano me deu uma abertura para que eu pudesse pensar um tema e apresentasse para ele. E foi o que fiz. Sugeri vários temas. Eu pedi que a gente fizesse um projeto que tivesse um lado social e ele topou. Fiquei pensando, observando meu cotidiano, para ver onde podia fazer um projeto. Eu estava dentro do ônibus, com calor, com a mão no balaústre e pensei: aí está o projeto”. Agora é partir para a análise das lâminas que faltam e ampliar o alcance do estudo. Coisa que os dois estão começando a planejar.

Fonte: Fiocruz

Finep investe R$ 2,6 milhões em projeto de energia solar

Um casal de pesquisadores do Rio Grande do Sul quer colocar o Brasil entre os grandes no mercado mundial de energia solar. Desde 2004, Adriano Moehlecke e Izete Zanesco coordenam o desenvolvimento de uma planta-piloto para a produção industrial de módulos fotovoltaicos.

A grosso modo, são as placas que absorvem radiação solar e a convertem em eletricidade. Ao fim do projeto, em maio de 2008, terão sido investidos R$ 6 milhões, dos quais R$ 2,6 milhões aportados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia."Nosso objetivo é produzir equipamentos com a mesma eficiência dos concorrentes internacionais, porém a custos menores. Descobrimos matérias-primas e processos mais baratos e, de acordo com previsões preliminares, podemos reduzir o preço dos módulos em até 15%", explica Adriano.

O projeto é realizado no Núcleo Tecnológico de Energia Solar (NT-Solar), da Faculdade de Física da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).O mercado de energia solar, que cresce em média 40% ao ano, movimentou cerca de US$ 15 bilhões em 2006. A capacidade de produção de todos os módulos vendidos ao redor do mundo no ano passado foi de 2.536 megawatts, o que equivale a 15% da potência de Itaipu, hidrelétrica responsável por 30% do abastecimento brasileiro."Não a vejo como fonte principal, mas acho perfeitamente viável que a energia solar, no futuro, seja responsável por até 30% do abastecimento de qualquer país", explica Adriano. Na União Européia, a meta é que, até 2020, 20% da energia utilizada seja renovável, o que inclui fontes alternativas, como a solar, eólica e biomassa. "Se a energia solar conseguir 5% desse bolo, a procura por módulos fotovoltaicos será enorme", prevê Adriano. Hoje, a demanda na Europa já é maior do que a oferta. "A Alemanha, Espanha e Itália importam 45% do que é consumido, e só não compram mais porque não há produção industrial suficiente", afirma o pesquisador.

Existe, porém, um obstáculo para a popularização da energia solar: os altos custos. O preço médio do watt fica entre US$ 4 e US$ 5, cerca de cinco vezes mais caro do que o hidrelétrico. Para se ter uma idéia, o abastecimento de uma casa de dois quartos necessita de um sistema fotovoltaico de 1 kilowatt, que produziria em média 130 kilowatt/hora por mês em uma cidade como Porto Alegre. O desempenho varia de acordo com os índices de incidência solar de cada região. Com garantia de fábrica de 25 anos, o equipamento custa cerca de US$ 6 mil dólares e é instalado em uma área de aproximadamente 10 m2 no telhado do imóvel. "Os avanços tecnológicos, a constante modernização da produção e a fabricação em maior escala farão os preços caírem naturalmente. Atualmente, o watt já é dez vezes mais barato do que em 1979", lembra Adriano.

O pesquisador cita o exemplo do telefone celular. Há dez anos vendidos por US$ 1.500, são hoje oferecidos de graça por algumas operadoras. Se nas áreas cobertas pela rede elétrica o preço da energia solar ainda assusta, para as regiões mais afastadas trata-se de uma alternativa viável. Segundo dados do Ministério das Minas e Energias, existem cerca de 10 milhões de brasileiros vivendo em localidades sem energia elétrica, a maioria no estado do Amazonas e no Centro-Oeste. Em vários casos, a utilização do sistema fotovoltaico é mais econômica do que a extensão da rede convencional.Para que os módulos cheguem a essas populações e o Brasil possa disputar uma fatia do mercado mundial, Adriano alerta que é preciso mais investimentos na área, sejam eles públicos ou privados. "Quando o trem de determinada tecnologia passa, fica muito difícil correr atrás. Nas décadas de 1960 e 1970, perdemos o da microeletrônica. Hoje, estamos tentando recuperar o tempo perdido, mas não é fácil. A tecnologia fotovoltaica explodiu nos anos 1990 e já estamos um pouco atrasados. Por isso, precisamos agir rápido. A chinesa Suntech produzia, em 1994, 10 megawatts. Em 2006, produziu 160 megawatts e, em 2010, promete chegar a 1000 megawatts. E ela é apenas uma entre as cerca de 15 empresas na China que produzem módulos fotovoltaicos", revela Adriano. No Brasil, a luta é para montar uma primeira indústria.

O objetivo é ter uma empresa que, até 2015, produza 100 megawatts ao ano. "Se conseguirmos, ela estará entre as 20 maiores do mundo", prevê o pesquisador. Em setembro, o projeto da planta-piloto entregará os primeiros módulos prontos, com previsão de produzir 200 sistemas até maio de 2008. "Vamos provar que é viável fabricar esses equipamentos em escala industrial", conclui Adriano. A Petrobras, a Eletrosul e a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica - RS (CEEE-GT), também parceiras do projeto, devem utilizar os primeiros módulos e verificar em campo o desempenho dos equipamentos. Certificada a qualidade, o passo seguinte será atrair empresas interessadas em realizar a produção industrial dos módulos. Petrobras, Eletrosul e CEEE têm prioridade por serem parceiros do projeto, mas nada impede que outros investidores e empresários negociem a participação no novo negócio.

Fonte: Finep

Brasileiros de olho na ciência

André Augusto Castro

Para os brasileiros, a ciência no país avançou em relação à produção internacional no setor. A conclusão é da pesquisa Percepção Pública da Ciência e Tecnologia, feita no fim de 2006 com mais de 2 mil pessoas em todo o país e divulgada na quarta-feira (25/4) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

No levantamento, 41% dos entrevistados consideram que o país ocupa posição intermediária no cenário mundial no setor, dado que era de apenas 25% em 1987 – quando foi feito outro estudo do tipo pelo MCT, pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para 46% dos entrevistados, a ciência e a tecnologia trazem mais benefícios do que malefícios para a sociedade. Apesar desse avanço na percepção, a pesquisa revela que os temas ligados à ciência e à tecnologia têm 41% da preferência do público, perdendo para medicina e saúde (60%), meio ambiente (58%), religião (57%), economia (51%) e esportes (47%).

Para o coordenador da pesquisa, Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do MCT, isso ocorre por motivos como poucos investimentos, baixo nível educacional da população e laboratórios mal equipados. A pesquisa também aponta pontos de relevância na formulação de políticas públicas, como a baixa visitação a instituições científicas e a pequena participação da sociedade em eventos do setor. “A ciência é muito nova entre nós e, por conta disso, os resultados aqui ainda são limitados”, disse Sergio Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia. Rezende fez algumas comparações para ilustrar o ponto de vista, como a que o primeiro físico norte-americano, Benjamin Franklin, começou a atuar em torno de 1750, e a Universidade de Harvard foi fundada em 1736. “Enquanto isso, a Universidade de São Paulo, nossa maior referência, nasceu 300 anos depois da primeira dos Estados Unidos.”

A explicação para o baixo interesse pode ser encontrada na dificuldade de compreensão dos assuntos científicos: 37% dos entrevistados disseram não entender e 14% afirmaram não gostar dos temas abordados. Para Castro Moreira, é fundamental melhorar a educação científica nas escolas. “É importante, também, buscar uma inserção de qualidade do tema na mídia brasileira, em especial na televisão, que tem programas sobre ciência, mas os veicula em horários muito distantes do pico de audiência”, destacou. Isso se justifica especialmente quando os entrevistados apontam que 42% confiam na credibilidade jornalística para tratar do tema ciência, somente superada pela dos médicos, com 43%. Mais investimentos no setor . O levantamento mostra ainda que 70% dos brasileiros consideram que o setor privado deve investir mais em pesquisa. Entre as áreas prioritárias para receber recursos, apontadas pelos entrevistados, estão medicamentos e tecnologias médicas (72%), tecnologias para agricultura (52%) e energia solar (37%). Curiosamente, o setor de nanotecnologia ficou com apenas 3%. “Isso é natural. Há seis anos, na Europa, o percentual era semelhante. Mas hoje já é três vezes maior que o brasileiro”, disse Castro Moreira.

A pesquisa foi realizada com entrevistas domiciliares e pessoais entre os dias 25 de novembro e 9 de dezembro de 2006. A amostra avaliada foi de 2.004 pessoas em diversos municípios do país, selecionadas com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O público selecionado foi composto por 50% de mulheres e 50% de homens com idade média de 36 anos e renda mensal média de R$ 952,29. A produção do questionário, que levou em conta pesquisas anteriores realizadas na Europa, em países como a Argentina e cidades como São Paulo, foi feita por um grupo de trabalho coordenado por Castro Moreira e Luisa Massarani (Museu da Vida/Fiocruz), do qual participaram Marcelo Knobel (IFI/Unicamp), Yurij Castelfranchi (LabJor/Unicamp), Carlos Vogt (LabJor/Unicamp e FAPESP), Martin Bauer (London School of Economics, Inglaterra), Carmelo Polino (Ricyt e Centro Redes, Argentina), Maria Eugenia Fazio (Centro Redes, Argentina).

A pesquisa contou com a colaboração da Academia Brasileira de Ciências, do Museu da Vida/Fiocruz, da FAPESP e do LabJor e foi executada pela CDN Estudos & Pesquisa.
Mais informações sobre a pesquisa Percepção Pública da Ciência e Tecnologia: www.mct.gov.br/index.php/content/view/50875.html

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Marina Silva anuncia mudanças nas estruturas do MMA e do Ibama

Rafael Imolene

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou na manhã desta quarta-feira (25), em Brasília, mudanças nas estruturas do MMA e do Ibama. As alterações, de acordo com Marina Silva, atendem aos novos temas incorporados à agenda mundial do meio ambiente, como as mudanças climáticas e a adoção de biocombustíveis, bem como contemplam a necessidade de fortalecer e modernizar os mecanismos de ação do governo federal.

O anúncio foi feito durante a abertura da 85ª Reunião Ordinária do Conama, no auditório da Agência Nacional de Águas. De acordo com Marina Silva, as mudanças fazem parte de uma estratégia amadurecida ao longo de quatro anos, e foi levada pelo MMA ao presidente da República. "Foi em cima da proposta do ministério que, tanto ele quanto eu, entendemos que a nova demanda mundial é o desafio da sua segunda gestão nesta área", disse a ministra. "Há uma possibilidade de o Brasil ser uma grande alternativa para o processo de transição dos combustíveis no Planeta. Nós queremos estar à altura desse processo. Está dentro das prioridades do País de proteger seus imensos recursos naturais e colocar o País à altura da agenda ambiental global", afirmou.

No ministério são quatro novas secretarias: de Mudanças do Clima e Qualidade Ambiental (Semuc), de Recursos Hídricos e Ambientes Urbanos (SRU), de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SDR) e de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (Saic). Elas substituem as secretarias de Qualidade Ambiental (SQA), de Recursos Hídricos (SRH), de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável (SDS) e de Coordenação da Amazônia (SCA) -- que teve suas atribuições absorvidas por todas as demais. As secretarias de Biodiversidade e Florestas (SBF) e Executiva (Secex) foram mantidas, mas sofreram modificações internas. O secretário de Biodiversidade e Florestas nos últimos quatro anos, João Paulo Capobianco, agora assume a Secex, no lugar de Claudio Langone. O objetivo das mudanças é tornar o ministério mais ágil e eficiente para ser capaz de atuar com precisão em temas considerados prioritários. Com elas, acabam as superposições de funções, os sombreamentos de áreas e os setores com baixa sinergia. Na nova estrutura, há mais clareza sobre a competência de cada área, tornando mais simples os processo decisórios.

Ibama

O Instituto também passará por transformações. O recém-anunciado secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, fez uma apresentação com as futuras mudanças no órgão, como a criação de uma corregedoria-geral ligada à presidência do Ibama. Também anunciou a criação do Instituto Brasileiro de Conservação da Biodiversidade, cujo nome ainda é provisório. O novo órgão será responsável pela gestão das 288 unidades de conservação (UCs) de todo o país. Com o Ibama permanecem as responsabilidades de licenciamento ambiental, fiscalização e autorizações

Segundo Marina Silva, as medidas fortalecerão tanto o Ibama quanto o novo instituto. "Criamos 20 milhões de hectares de unidades de conservação nos últimos anos. Apresentamos uma proposta ao Ministério do Planejamento e à Casa Civil e vamos ter um gestor para cada unidade de conservação deste País", afirmou a ministra. "Além disso, vamos operar o Fundo de Compensação Ambiental e o novo instituto será um órgão beneficiado com o dinheiro da compensação, que vai para a regularização fundiária, implementação de unidades e criação de estrutura. Nós queremos que os nossos parques sejam visitados, gerando receita e consciência na população sobre nossas riquezas naturais".

Fonte: MMA