quinta-feira, 31 de maio de 2007

Proibir comércio aumenta ameaça a espécies

Pressão aumenta no período entre a proposta de proibição e a restrição de fato. Pesquisador pede cuidado na reunião da Cites na próxima semana.

Marília Juste

Apesar das boas intenções, a proibição de comércio de espécies ameaçadas de extinção pode ter exatamente o efeito oposto de seus objetivos e aumentar perigosamente a pressão sobre elas. Entre o momento em que a restrição é proposta e o momento em que ela de fato entra em vigor, a exploração atinge picos alarmantes, alertam pesquisadores franceses em um artigo na revista científica britânica “Nature”.

Desde 1975 a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (ou “Cites”, na sigla em inglês) divide cerca de 33.600 plantas e animais em perigo em três categorias. No Apêndice I ficam aquelas que é proibido comercializar, por causa da ameaça de exitinção. Ao todo, mais ou menos 800 espécies estão nessa categoria. No Apêndice II estão a maioria, 32.500, que têm seu comércio controlado através de licenças especiais. Por fim, no Apêndice III estão espécies protegidas em pelo menos um país, que pede a ajuda da Convenção para que outros países colaborem na conservação. No começo de junho, entre os dias 5 e 13, os membros da Cites vão se reunir para discutir, entre outros assuntos, a classificação de diversas espécies. No encontro, o Brasil promete pedir controle para o comércio de lagostas e defender a restrição à caça de baleias -– um dos pontos mais delicados da reunião, porque o Japão quer flexibilizar essas regras.

Na “Nature”, Philippe Rivalan, da Universidade Paris-Sud, pede que os membros da Cites tomem cuidado com as decisões que vão tomar em junho. Em um estudo feito entre 1980 e 2003, sua equipe analisou o comércio de 46 espécies em três momentos: antes da apresentação da proposta de restringir o comércio, durante a apreciação da proposta e depois que ela é aprovada e entra em vigor. Depois que a proibição é definida, de fato, o comércio cai significativamente, afirma Rivalan. O problema ocorre cerca de um ano antes da restrição entrar em vigor, no chamado “período de transição” entre a apresentação da proposta e sua aceitação –- que pode levar de 240 a 420 dias. No caso das tartarugas-egípcias, por exemplo, o pico de atividade observado correspondeu ao comércio de 2.800 animais –- metade de todos os que sobraram no mundo. O cientista francês diz que há duas saídas para o problema. Ou eles restringem mais as permissões de comércio no período de transição ou trabalham melhor com as espécies do Apêndice II para evitar que elas subam para o Apêndice I. “A Cites pode ter mais chances de sucesso se espécies comercialmente importantes fossem incluídas no Apêndice II em um ponto em que ainda houvesse tempo para melhorar a conservação”, aconselha ele.

Fonte: Globo.com

Pesticidas podem causar mal de Parkinson, diz pesquisa

Produtos químicos podem causar sérios danos à saúde

Um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, revelou que a exposição a pesticidas aumenta as chances de se desenvolver o mal de Parkinson. Os cientistas constataram que pessoas que têm muito contato com as substâncias tóxicas têm 39% mais chances de contrair a doença degenerativa, enquanto que nas que sofreram baixa exposição o risco é de 9%.

A pesquisa, publicada na revista científica Occupational and Environmental Medicine, investigou 959 casos de parkinsonismo, um termo genérico que define uma série de doenças que têm em comum a presença dos sintomas de Parkinson - como desequilíbrio, tremores nos braços e nas mãos, além de dificuldades ao falar e se movimentar. Os voluntários responderam a questionários sobre estilo de vida e se são expostas freqüentemente a produtos químicos, como solventes, pesticidas, ferro, cobre e manganês. O estudo também incluiu questões sobre histórico familiar e consumo de tabaco.

Fator genético

As respostas foram comparadas com as de outros entrevistados da mesma idade e sexo, mas que não sofriam da doença. Os resultados revelaram que - mesmo levando em conta que o fator genético ainda é a principal causa do problema neurológico - a exposição a pesticidas agrava a incidência da doença. Para o líder da pesquisa, Finlay Dick, “o estudo mostrou que quanto maior a exposição a pesticidas, maior a chance de se contrair Parkinson”. “Isso não prova que os pesticidas necessariamente causem a doença, mas deixa clara a evidência da ligação entre uma coisa e outra”, acrescenta o pesquisador.

Outros estudos já haviam sugerido que o contato com as substâncias tóxicas aumenta a incidência do mal de Parkinson depois que agricultores manifestaram a doença. Os estudiosos da Universidade de Aberdeen ainda constataram que lutadores de boxe têm 35% mais chances de contrair Parkinson devido aos traumas cranianos repetitivos.

Fonte: BBC Brasil

Cientista: aquecimento mudará relação entre países

O aumento da temperatura média do planeta poderá não só causar mudanças na saúde humana e no desenho das cidades, mas também gerar novas formas de cooperação e assistência entre países, afirmou o cientista argentino Osvaldo Canziani, em Hong Kong. "O novo sistema climático abre um sistema de colaboração e de assistência entre todos os países", declarou o acadêmico, durante uma conferência sobre mudança climática. "Uma alta de 2ºC na temperatura média do planeta causará mudanças na produção agropecuária, com menor produção agrícola e de leite, além de mudanças na qualidade da carne. Haverá novos projetos nas cidades, para absorver maiores quantidades de água de chuva, e uma alteração nas doenças", afirmou.

No entanto, o aquecimento global "pode trazer consigo uma melhora das relações científicas e beneficiar o conhecimento dos países, com a América Latina podendo recuperar sua posição na área de pesquisa", previu Canziani. Para ele, o mundo está "chegando ao limite" no qual os efeitos derivados da poluição são mais custosos para a economia e a saúde que a implementação de programas ecológicos. Portanto, "as taxas por emissão de elementos poluentes na atmosfera vão ser adoradas, não há opções", afirmou. O cientista, que participa da conferência "Agir sobre a mudança climática - Agora ou nunca", apresentou um estudo com ênfase na responsabilidade dos países em vias de desenvolvimento. Para Canziani, é preciso "iniciar medições efetivas" e acompanhar as mudanças ambientais. A conferência é uma iniciativa não-governamental organizada por um consórcio de instituições profissionais do meio ambiente e de engenharia. Ela começou na terça-feira, reunindo no Centro de Convenções e Exibições de Hong Kong cerca de 300 especialistas de 26 países e territórios.

Fonte: EFE

Califórnia e Ontário terão colaboração científica

O estado da Califórnia (oeste dos Estados Unidos) e a província canadense de Ontário se uniram para empreender iniciativas comuns na luta contra o aquecimento global e nas pesquisas com células-tronco, anunciaram seus governadores nesta quarta-feira. "A província mais populosa do Canadá e o estado mais populoso dos Estados Unidos se uniram para enfrentar um dos nossos mais importantes desafios", declarou o primeiro-ministro de Ontário (centro-sul), Dalton McGuinty, com relação à mudança climática.

O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger - em visita ao Canadá com uma delegação comercial - e McGuinty assinaram, em Toronto, um protocolo de acordo que prevê a coordenação de políticas sobre eficiência energética e normas sobre combustíveis. Os dois dirigentes também anunciaram a intenção de cooperar para apoiar a pesquisa com células-tronco, a fim de facilitar novas terapias contra o câncer. Ontário anunciou um financiamento de 28 milhões de dólares nesta área. Schwarzenegger chegou na terça-feira a Toronto e se reunirá na tarde de quarta-feira, em Ottawa, com o primeiro-ministro, Stephen Harper.

Fonte: AFP

Londres quer etiqueta que mostre impacto ambiental

O Governo britânico pretende iniciar um novo sistema de etiquetagem dos produtos à venda no Reino Unido para alertar o consumidor sobre o impacto ambiental que tiverem. Da mesma forma que os produtos alimentícios mostram nas embalagens os ingredientes e alertam o comprador sobre os níveis de sal, açúcar e gorduras, com a nova rotulagem deve indicar a quantidade de CO2 empregada na fabricação de cada mercadoria.

Para ressaltar o quanto cada produto respeita o meio ambiente, seriam utilizadas cores: do vermelho para advertir sobre os altamente nocivos até o verde para os produtos cujo impacto é muito baixo. A iniciativa, apresentada hoje pelo secretário de Meio Ambiente britânico, Ian Pearson, será a primeira do tipo no mundo. As grandes redes de supermercados britânicas, como Tesco, Marks & Spencer e BT, trabalharão com pesquisadores e especialistas em meio ambiente para decidir como serão medidas as emissões "no ciclo de vida" do produto, desde o momento da fabricação até o empacotamento, distribuição e venda do produto.

A Carbon Trust, encarregada de assessorar as empresas para reduzir emissões de carbono, e o Ministério do Meio Ambiente britânico projetarão o novo sistema de etiquetagem. Os novos rótulos também alertarão sobre os produtos que contêm excesso de plástico nas embalagens e não possam ser reciclados.

Fonte: EFE

Países rejeitam santuário de baleias no Atlântico

Diversos países votaram nesta quarta-feira a favor da criação de um santuário de baleias no sul do Oceano Atlântico, mas não conseguiram reunir 75 por cento dos votos necessários para aprovar a proposta apresentada pelo Brasil e Argentina.

Desde 1998, o Brasil propõe anualmente na reunião da Comissão Baleeira Internacional a criação do santuário que se estenderia entre as costas da América do Sul e da África.
A maioria dos países aprovou a proposta, mas novamente sem os 75 por cento necessários para sua aceitação. Os dois únicos santuários de baleias existentes ficam nos oceanos Índico e Antártico. Dos 77 países da comissão, 39 votaram a favor da criação do santuário, e 29 foram contra. Outros se abstiveram ou não pagaram as contribuições e por isso não puderam votar.
A Islândia, que é contra essa proteção, disse que a proposta contraria as convenções da comissão. Nações que defendem a caça às baleias dizem que os santuários não levam em conta as descobertas científicas sobre a crescente quantidade de baleias.

O debate sobre o tema começou na terça-feira, quando o tom diplomático do encontro se tornou mais ríspido. Os defensores do santuário dizem que uma zona onde a caça à baleia seja proibida gera a proteção necessária para estimular o turismo de observação de baleias, que as nações contrárias à caça dizem ser mais lucrativo que matar os animais para fins comerciais.

Disputa com o Japão

O Japão teve atritos na quarta-feira com nações contrárias à caça das baleias por causa de sua proposta de autorizar a prática para quatro pequenas comunidades litorâneas do país.
Na reunião anual da Comissão Baleeira Internacional, o Japão argumentou que sua proposta para apanhar baleias minke deve ser enquadrada sob a exceção para comunidades baleeiras, por entender que a prática é parte da sua cultura há milênios. Críticos dizem que se trata apenas de um atalho para a caça comercial de baleias. Adversários dizem que a proposta japonesa de permitir a caça de baleias pequenas perto do litoral é diferente de atividades baleeiras indígenas, porque não atende aos mesmos critérios culturais ou de subsistência. O Japão tem autorização para apanhar mais de mil baleias para pesquisa científica, mas críticos dizem que a maior parte da carne termina em supermercados e restaurantes, já que as conclusões das pesquisas raramente são publicadas.

Fonte: Reuters

Banco lança força-tarefa contra mudança climática

O banco multinacional HSBC doou 50 milhões de libras (US$ 98,8 milhões) nesta quarta-feira para a criação de uma "força-tarefa verde" para combater a mudança climática ao nível global.

O presidente do HSBC, Stephen Green, disse que "acreditamos conseguir combater as causas e impactos da mudança climática" através desta força-tarefa, que envolverá milhares de funcionários de bancos em todo o mundo com os quatro principais grupos ambientalistas. O HSBC se uniu às organizações The Climate Group, Earthwatch Institute, Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) e Fundo Mundial para a Natureza (WWF) para dar aos administradores da preservação e tomadores de decisão as pesquisas mais avançadas, inclusive sobre as florestas do mundo. A parceria, denominada HSBC Climate Partnership, estabeleceu várias metas, uma das quais é ajudar a proteger quatro dos maiores rios do mundo - o Amazonas, o Ganges, o Tâmisa e o Yangtzé - do impacto da mudança climática.

O diretor do WWF, James Leape, disse esperar que a cooperação vá ao encontro do risco de aumento das cheias e secas, à medida que a queima de combustíveis fósseis produz "gases estufa" que prendem o calor da Terra e aquecem o planeta."A HSBC Climate Partnership ajudará o trabalho do WWF para uma melhor administração das reservas mundiais de água, implementar a segurança hídrica para cerca de 450 milhões de pessoas e reduzir o impacto da mudança climática em alguns dos mais importantes rios do mundo", disse Leape.

David Attenborough, naturalista britânico e apresentador que participou do lançamento, disse que ainda há tempo para agir sobre o aquecimento global. "À medida que aumentamos a produção de gases estufa, nos confrontamos com um prospecto muito real de causar danos irreversíveis aos ecossistemas mais frágeis da Terra", disse Attenborough. "Não somos impotentes se agirmos agora, coletivamente e decisivamente", disse. "Podemos reduzir significativamente as causas da mudança climática e implementar as chances de salvaguardar para as gerações futuras a espetacular diversidade de vida na Terra", afirmou.

Fonte: AFP

Protestos via celular suspendem construção de fábrica na China

Um milhão de torpedos (mensagens de texto via celular, ou SMS) enviados por cidadãos convenceram o Governo local de Xiamen, da província de Fujian (leste), a suspender a construção de uma fábrica química "altamente poluidora", segundo a agência estatal Xinhua.
A campanha foi lançada por um grupo de opositores à instalação da fábrica de paraxileno por temer o impacto ambiental da fábrica e suas conseqüências para a saúde de trabalhadores e moradores da região.

O governo anunciou a suspensão do projeto, avaliado em US$ 1,4 bilhão, promovido por um grupo taiuanês e que deveria produzir 800 mil toneladas de paraxileno ao ano. Este composto é usado na produção de poliéster, mas é um cancerígeno em potencial se entra em contato com humanos. As mensagens de protesto afirmavam que a fábrica, já em processo de construção, constitui "uma bomba atômica em potencial", já que está situada a apenas sete quilômetros do centro de Xiamen, perto de áreas residenciais e centros de educação. Em março, 105 assessores da Assembléia Nacional Popular (ANP, Legislativo) tinham advertido dos riscos deste projeto durante uma sessão parlamentar em Pequim.

A poluição derivada do acelerado desenvolvimento industrial se transformou em um dos grandes problemas da China, com sérias conseqüências para a saúde de seus habitantes e para o meio ambiente. Esta poluição e a exposição dos alimentos a produtos químicos elevaram a incidência do câncer entre os chineses nos últimos anos. Além disso, 70% dos rios e 90% das águas subterrâneas do país estão contaminados, segundo as estatísticas do Governo.

Fonte: EFE

Hoje (31) é o Dia Mundial sem Tabaco



Existe maneira mais fácil de se proteger do cigarro e Ambiente livre de fumo é por conta da casa são peças da campanha pelo Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado nesta quinta-feira (31) em todo o mundo. O tema deste ano "Ambientes Livres de Tabaco", definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa chamar a atenção da população sobre os riscos de exposição à fumaça do tabaco, que causa a morte de pelo menos 200 mil trabalhadores em ambiente de trabalho, a cada ano, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Uma série de materiais, como folhetos, outdoor, cartazes, vinil adesivo, foram preparados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) do Ministério da Saúde, para comemorar a data por todo o Brasil. Os materiais estão disponíveis no endereço: www.inca.gov.br/tabagismo, onde também está a programação das comemorações pelo País. Nesta quinta-feira também será lançada a Rede Ibero-Americana para o Controle do Tabagismo, que envolverá países da América Latina, e da Europa, como Portugal e Espanha. O Brasil será o articulador da rede que tem como objetivo a troca de experiências governamentais bem sucedidas no controle do tabagismo.

Data comemorativa

A Assembléia da OMS determinou, em 1988, que a celebração do Dia Mundial sem Tabaco acontecesse, a cada ano, no dia 31 de maio. Desde então, anualmente, os 192 países-membros, entre os quais está o Brasil, abordam um tema correlato ao tabagismo, em articulação com a OMS, com o propósito de chamar a atenção para os diversos problemas decorrentes do tabagismo. O ato em defesa da saúde pública entrou em vigor no Brasil no dia 1º de fevereiro de 2006, depois de ter sido adotado nos países-membros da OMS em 21 de maio de 2003. O texto foi assinado no País em 16 de junho de 2003, aprovado pelo Congresso Nacional em 27 de outubro de 2005, ratificado pelo governo brasileiro em 3 de novembro de 2005, e promulgado pelo presidente da República em 2 de janeiro de 2006.

MCT

O Ministério da Ciência e Tecnologia, membro da Convenção-Quadro Internacional para o Controle do Tabaco (Conicq), é representado pela Coordenação Geral de Biotecnologia e Saúde, e tem participado da construção de uma agenda de Estado para o cumprimento do documento, cujo teor traz propostas de ações, a relação das instituições envolvidas, as atividades e cronograma. Por meio desta iniciativa, cada Estado-Membro da OMS trata o tema escolhido do modo mais adequado a sua realidade, divulgando – entre outras informações – os riscos para a saúde dos fumantes e dos não fumantes, a cessação do tabagismo e os prejuízos para o meio ambiente, para a economia e demais áreas da vida social.

Fonte: Coordenação Geral de Biotecnologia do MCT, e do Inca.

Especialistas em clima fazem alerta na 50ª Reunião Extraordinária do Conama

Adriano Ceolin

Evento do segundo dia da 50ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o painel "Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às Mudanças Climáticas no Brasil" foi realizado nesta quarta-feira (30) com a participação de 15 especialistas no assunto.

Eles apresentaram resultados de pesquisas e perspectivas de futuro sobre diversas causas e conseqüências do aquecimento global, informações consideradas fundamentais para orientar futuras decisões do Conama. As discussões centraram-se nos dados apresentados nos últimos três relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Thelma Krug, fez a primeira apresentação do dia. Integrante do IPCC, ela iniciou sua fala transmitindo a constatação de que a alteração do clima é irreversível. "Nenhum esforço de mitigação será suficiente para impedi-la", afirmou. No entanto, fez uma ressalva: "As sociedades, de forma geral, estão se adaptando aos impactos [das mudanças do clima]".

De acordo com Thelma Krug, o IPCC considera fundamental o papel dos governos no processo de mudanças climáticas. Contudo, alertou que, até o ano passado, apenas seis países já haviam produzido planos para as adaptações. Por isso, segundo ela, o governo brasileiro deu um importante passo ao criar a Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. "É uma oportunidade para desenvolver uma estratégia nacional", afirmou. O consultor do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, Alberto Fonseca, defendeu que é preciso conciliar desenvolvimento com preservação ambiental. Argumentou também em favor da necessidade de se criar "uma consciência coletiva" sobre o assunto. "E uma educação de qualidade é a base para formar essa consciência de preservação para as próximas gerações", disse. Com dezenas de mapas e gráficos dos relatórios do IPCC, o meteorologista José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentou aos conselheiros do Conama as diferentes conseqüências do aquecimento. Ele deu ênfase à questão das vulnerabilidades. "Não podemos desenvolver adaptações e mitigações sem conhecer as vulnerabilidades", disse. Ele lembrou que o aumento da temperatura causa impactos, sobretudo, nas regiões mais pobres.

Outro palestrante a abordar esse aspecto foi o médico Ulisses Confalonieri, da Escola Nacional de Saúde Pública (Fiocruz). Também integrante do IPCC, ele demonstrou como o aquecimento global poderá causar o aumento de algumas doenças. No Brasil, citou que isso ocorrerá, principalmente, no caso das doenças transmitidas pela água. "Além disso, a redução em 30% da produção agrícola irá favorecer a desnutrição", afirmou. Negociador do governo brasileiro em conferências das Nações Unidas sobre mudanças do clima, o advogado Haroldo de Oliveira Machado Filho abordou as questões legais e fez um relato sobre o histórico da atuação do governo brasileiro nos últimos 12 anos. Como Marengo, também defendeu uma atenção maior sobre as vulnerabilidades. Um segundo grupo de palestrantes deu destaque para os impactos das mudanças climáticas nas áreas costeiras e na agricultura. A professora Emília Arasaki, da Universidade de São Paulo, explicou como se dará elevação do nível do mares. Gerente do Projeto Integrado dos Ambientes Costeiros e Marinho do MMA, o oceanógrafo Ademilson Zamboni ampliou a discussão ao detalhar a erosão dos litorais por conta do aquecimento.

Os impactos na agricultura foram o principal tema do engenheiro agrícola Jurandir Zullo, da Unicamp, e da ecóloga Magda Aparecida de Lima, da Embrapa. Ele mostrou projeções sobre o aumento da temperatura para o cultivo de café em diferentes regiões brasileiras. Ela abordou os problemas e as adaptações necessárias para o milho e para soja. O terceiro grupo de palestrantes concentrou-se nos impactos sobre Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Três dos seis participantes das discussões também integram o IPCC. Eles, mais uma vez, demonstraram os resultados dos relatórios do grupo. "De acordo com o IPCC, se a temperatura do planeta aumentar em dois graus, 30% das espécies de plantas vão acabar. Até para mim, que sou pesquisador, foi um choque saber disso", disse o engenheiro eletrônico Carlos Nobre, do Cptec/Inpe. A reunião extraordinária do Conama teve início nesta terça-feira (29) na cidade do Rio de Janeiro. No primeiro dia de trabalhos, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fizeram a abertura do evento e assinaram dois acordos de cooperação e um protocolo de compromissos. No período da tarde, durante reunião plenária, o Conama aprovou duas resoluções e apreciou 14 moções.

Fonte: MMA

Ibama apreende 5 toneladas de pirarucu em Tocantins

A maior apreensão de peixes no estado do Tocantins aconteceu neste último final de semana (26 a 28 de maio), através de uma operação do Ibama com apoio do Batalhão da Polícia Militar Ambiental do Tocantins (Cipama), da Funai e de lideranças indígenas karajás da aldeia Macaúba.

O total estimado de peixe recolhido foi de cinco toneladas, nas mais de 200 mantas salgadas de pirarucu (Arapaima gigas) que estavam sendo transportadas da Ilha do Bananal até o estado do Pará, onde seria distribuído a outras regiões do país. O pescado era proveniente da área do Parque Nacional do Araguaia - TO. O pirarucu é o maior peixe de escamas de água doce do Brasil, podendoa atingir 200 quilos de peso e três metros de comprimento. Tem respiração aérea obrigatória e precisa subir periodicamente à tona para captar oxigênio do ar, o que o torna presa fácil dos pescadores que, conhecedores de seus hábitos, costumam capturá-los com arpões. A espécie está em processo de extinção e sua pesca está proibida em todo o estado do Tocantins.

Durante quatro dias a equipe buscou localizar os pescadores para a abordagem numa região de difícil acesso e alto risco. Quando da aproximação dos fiscais e policiais, os pescadores fugiam, deixando as diversas mantas que estavam sendo salgadas para o transporte, ficando no local apenas um indígena de 75 anos que faz parte da quadrilha. A operação contou com apoio de lideranças indígenas de uma aldeia Karajá no entorno do parque. As lideranças demonstraram preocupação com a exploração pesqueira na região. O peixe, principal fonte de proteína na alimentação, está desaparecendo por causa da pesca predatória. Alguns índios estão envolvidos na atividade ilegal. Eles revendem o pescado a atravessadores por valores irrisórios. O peixe apreendido está sendo distribuído a diversas instituições beneficentes do estado.

Fonte: Ibama

Discussão pública sobre usinas no Rio Madeira chega ao Dia D

Sabrina Craide e Pedro Biondi

Após mais de quatro anos de polêmica – contado apenas o período do governo Lula –, o licenciamento ambiental do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira chega ao Dia D (decisivo). É hoje (31) que expira o prazo citado como final por dois ministros. A exigência é atribuída ao calendário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intenção é ter o empreendimento no leilão de energia de 24 de junho.

Segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, a não-concessão de licença prévia ao projeto até 31 de maio exigiria a busca por outras fontes. O governo federal quer construir no rio, em Rondônia, duas hidrelétricas (Jirau e Santo Antônio), com 6.450 megawatts no total – aproximadamente metade da potência de Itaipu, a usina mais potente do país. A obra depende da concessão de licença prévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que, em 23 de abril, publicou parecer recomendando a não-emissão da licença e pedindo a elaboração de um novo estudo de impacto ambiental (EIA) para o consórcio formado entre Furnas Centrais Elétricas e a Construtora Norberto Odebrecht. Dois dias depois, o então ministro Rondeau disse que a fonte substituta poderia ser “nuclear, qualquer outra térmica que não seja a hidráulica [gerada a partir da água]”, concluindo: “Certamente não será a eólica, certamente não será solar". Há duas semanas, Dilma disse que não havia prazo estabelecido para se encontrar uma solução para o caso, mas comentou que para os projetos que do PAC que não saíssem até o final deste mês o governo teria que providenciar fontes alternativas “térmicas e bastante poluentes” – a outra escolha, disse, seria o país não crescer.

No lugar de um novo EIA, foram aceitos estudos complementares, como em diversas outras ocasiões ao longo da análise da documentação. O consórcio os apresentou em 11 de maio e, na última sexta-feira (25), representantes do governo e especialistas os discutiram em reunião no Palácio do Planalto. Na última segunda-feira (29), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que a equipe está avaliando as respostas encaminhadas, e comentou: "nós não trabalhamos com a idéia de prazo, mas de urgência”.Na capital de Rondônia, onde estão projetadas as duas barragens, manifestações favoráveis e contrárias à obra marcam a semana. Ontem (30), as pessoas preocupadas com as conseqüências das usinas puderam expor seu ponto de vista em um evento organizado pelo Fórum Independente Popular. Representantes do Comitê Pró Usinas do Rio Madeira também foram convidados a participar do debate, mas não compareceram, assim como as empresas Furnas e Odebrecht.Na última segunda-feira (28), uma carreata por diversos bairros reuniu defensores da construção das duas barragens. O ato, liderado por um carro de som, reuniu cerca de 30 automóveis e contou com a presença de lideranças da indústria, do comércio e da comunidade local. Adesivos com a mensagem “Sou a favor das hidrelétricas. Usina já” estavam estampados em carros, vitrines e objetos pessoais.

As informações sobre o número de casas atingidas e as ações que serão realizadas para apoiar as famílias que moram na beira do Rio Madeira, caso a construção seja autorizada, ainda são insuficientes para os ribeirinhos. Na comunidade de Santo Antônio, há desconfiança em relação às obras, mesmo depois de reuniões realizadas pela equipe técnica de Furnas com as comunidades. Os habitantes de Cachoeira do Teotônio também estão desinformados sobre a situação em que ficariam. Apesar de Furnas garantir que a comunidade não será atingida, moradores já se preparam para deixar as casas, e anúncios de venda de imóveis se tornaram comuns. Já o governador Ivo Cassol se afirma otimista com os benefícios da obra para o estado, especialmente em relação à criação de empregos. Segundo ele, a energia gerada pelas usinas é importante para o país. "Ou o Brasil constrói novas usinas hidrelétricas ou arruma um outro sistema que possa gerar energia ou vai ficar no escuro", ressalta, em entrevista à Radiobrás. Ele diz que os problemas sociais já existem e que devem continuar sendo combatidos pelo governo.

Fonte: Agência Brasil

Chás e xaropes sob suspeita

Thiago Romero

Apenas 7,4% dos produtos à base de plantas medicinais vendidos em supermercados e farmácias no Recife contêm nos rótulos ou nas bulas informações técnico-científicas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A conclusão é do trabalho Qualidade de produtos a base de plantas medicinais comercializados no Brasil, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e publicado na Acta Botanica Brasilica. Foram analisados 27 produtos de marcas diferentes, sendo 11 derivados do capim-santo (Cymbopogon citratus), dez da castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum) e seis da centela (Centella asiatica), provenientes de fabricantes de diferentes estados.
As plantas medicinais escolhidas são as que aparecem com mais freqüência em produtos como chás e xaropes. Em cada um dos 54 estabelecimentos comerciais analisados foram colhidas informações como o nome comercial do produto, composição vegetal, indicações terapêuticas e o laboratório envolvido na produção.

Segundo o trabalho, 92,6% de todos os produtos analisados não continham informações como a composição qualitativa e quantitativa dos princípios ativos, ação do produto, riscos, efeitos colaterais ou adversos e conduta em caso de superdosagem. “Não só no Recife, mas em todo o Brasil, os chás são comercializados em sachês que não seguem a padronização dos medicamentos convencionais, como com rótulos e bulas, apesar de serem produzidos a partir de plantas que contêm princípios ativos que podem ser tóxicos ao organismo”, disse Ulysses Paulino de Albuquerque, coordenador do trabalho e professor do Departamento de Biologia da UFRPE, à Agência FAPESP. Segundo ele, apenas dois produtos continham informações exigidas pela Anvisa, um à base de centela e outro de castanha-da-índia. A ausência de bulas, o principal instrumento de informações técnicas ao consumidor, foi constatada em 22 produtos analisados.
“O problema é que os chás são comercializados como complementos dietéticos, enquanto as pessoas os consomem para uso medicinal. Suas embalagens muitas vezes oferecem informações de uso enganoso, fazendo com que o consumidor acredite nos efeitos milagrosos desses chás contra males como insônia, nervosismo e dor de cabeça”, destacou.

Impurezas

Nas análises de pureza dos produtos, realizadas no Laboratório de Etnobotânica Aplicada da UFRPE e no Laboratório de Química Farmacêutica da UFPE, 59,2% das amostras estavam fora do padrão recomendado pela Farmacopéia Brasileira da Anvisa, documento oficial que estabelece a qualidade dos medicamentos em uso no Brasil. A verificação da pureza baseou-se na determinação do teor de umidade e das cinzas totais. Duas amostras de castanha-da-índia, sete de capim-santo e todas de centela estavam com teor de umidade acima do recomendado, que são 10%, 11% e 6%, respectivamente. “Os produtores têm que ressecar as plantas para formular os chás, mas uma quantidade mínima de água deve permanecer. Entretanto, com a quantidade de água acima do ideal, aumenta a possibilidade de fungos e bactérias serem desenvolvidos na embalagem”, afirma Albuquerque. Todas as amostras à base de centela ultrapassaram o percentual máximo de 11% do teor de cinzas totais. Os produtos derivados de capim-santo e castanha-da-índia apresentaram percentuais de cinzas totais em concordância com o recomendado pela Anvisa. “Cinzas totais são impurezas inorgânicas, ou seja, componentes como areia que são misturados com a planta para dar volume ao produto final”, descreve o professor da UFRPE.

A pesquisa foi financiada pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para ler o artigo Qualidade de produtos à base de plantas medicinais comercializados no Brasil, disponível na biblioteca eletrônica SciELO (FAPESP/Bireme), clique aqui.

Fonte: Agência Fapesp

Talk-show científico

Thiago Romero

Popularizar sem vulgarizar a ciência. Esse é o lema do programa de entrevistas Ciência Brasil, que está no ar há dois meses na internet e que tem como âncora Marcelo Hermes-Lima, professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB).

Trata-se de um talk show on-line no qual Hermes-Lima leva para o estúdio, a cada dez ou 15 dias, especialistas em diferentes áreas do conhecimento. “Muitos pesquisadores têm medo de que, ao falar para o público em geral, o trabalho científico corra o risco de ser vulgarizado e perder qualidade”, disse o biólogo à Agência FAPESP. “Nossa proposta é mostrar a importância da educação e da divulgação científica feita com fidelidade às informações. O Ciência Brasil é uma aula universitária disfarçada de entrevista.” O programa, que integra a sessão científica do portal de informação e serviços Painel Brasil, estreou no dia 3 de abril com uma entrevista com José Roberto Pujol, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da UnB. O entomologista falou sobre anatomia forense, que é o estudo de como os insetos podem ajudar a solucionar crimes.

“Colesterol” é o tema do quinto e mais recente programa exibido, no qual o cardiologista Andrei Sposito, professor da UnB e orientador da pós-graduação em cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, falou sobre assuntos como hipertensão e a importância do controle dos níveis de colesterol. Todos as edições exibidas estão disponíveis no site. Artigos científicos e trabalhos acadêmicos relacionados ao assunto abordado em cada entrevista também são colocados à disposição dos visitantes em links ao lado da janela dos vídeos. “Darwin e a evolução das espécies” será o tema da próxima edição, que deverá ir ao ar nos próximos dias. Rosana Tidon, professora do Departamento de Genética e Morfologia da UnB, será a entrevistada. “Em seguida, células-tronco cardíacas será o tema abordado por Adriano Caixeta, diretor do Instituto do Coração do Distrito Federal. Hermes-Lima produz o programa como atividade paralela às aulas que ministra na UnB e ao desenvolvimento de pesquisas científicas com radicais livres e educação molecular, que incluem o estudo de novas metodologias de ensino médico para a disciplina de bioquímica.

Linguagem acessível

O professor da UnB explica o elevado acesso do Ciência Brasil com a pesquisa "Percepção Pública da Ciência e Tecnologia", realizada em 2006 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) por meio de entrevistas domiciliares com mais de 2 mil pessoas nas cinco regiões do país, selecionadas com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Os brasileiros têm fome de ciência. O levantamento mostra que o interesse por assuntos científicos e tecnológicos no país é maior do que temas como moda, política, arte e cultura”, destacou. O que chama a atenção, no entanto, é a dificuldade de compreensão dos temas: 37% dos entrevistados disseram não se interessar por ciência e tecnologia pelo fato de não entenderem os assuntos veiculados. “O preconceito parte dos próprios órgãos de comunicação no país quando acham que o brasileiro não gosta de ciência. Com isso, acabam divulgando a ciência para um público especializado e com uma linguagem complexa”, destacou. “Como o objetivo do Ciência Brasil é abordar assuntos desconhecidos do grande público com uma linguagem simples e acessível, meio milhão de pessoas já assistiu às três entrevistas veiculadas no primeiro mês do programa”, disse.

As perguntas do programa são formuladas pelo próprio pesquisador, com auxílio de dois estudantes da Faculdade de Medicina da UnB, Hugo Magalhães e Natalie Camargo, seguindo um roteiro pré-elaborado pelo trio. Mais informações: www.painelbrasil.tv/ciencia.

Fonte: Agência Fapesp

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Real valorizado fez cair desmate em Mato Grosso, indica medição

Claudio Angelo

O desmatamento em Mato Grosso caiu 89% no mês de abril comparado ao mesmo mês no ano passado. A tendência à queda, segundo pesquisadores do Pará, é motivada principalmente pela valorização do real em relação ao dólar e deve ditar o ritmo da devastação no meio do ano, período mais crítico do desmatamento.

A derrubada da floresta medida em abril pelo SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), uma ONG de pesquisas sediada em Belém, foi de 65 quilômetros quadrados. No acumulado de agosto de 2006 a abril de 2007, a perda total da floresta foi de 2.268 quilômetros quadrados --uma queda de 37% em relação ao mesmo período do biênio 2005/2006."De agosto para cá existe um padrão bem definido de desaceleração do ritmo de desmatamento" disse à Folha ,Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon. "O mês de janeiro deste ano nem aparece no gráfico, de tão baixo que foi."

Segundo Veríssimo, o câmbio desfavorável às exportações é provavelmente o responsável pela retração do agronegócio. Isso é mais agudo no centro-norte mato-grossense, principal fronteira da soja e outros grãos e da pecuária - embora não seja possível descartar o efeito de ações do governo contra o desmatamento. Desmatar no período das chuvas (o começo do ano) custa mais caro, e é só para grandes fazendeiros, que têm capital. Prova disso é que o SAD (que utiliza imagens de satélite) não viu em abril nenhuma derrubada em áreas de assentamentos para reforma agrária nem em unidades de conservação. O noroeste do Estado, região de florestas densas e sob alta pressão, onde imperam a grilagem de terras, a extração ilegal de madeira e os pequenos desmates para pecuária, não teve novas áreas "abertas" naquele mês.No centro-norte, os agricultores estão decidindo não investir muito agora. "Nada indica um aquecimento do desmatamento em Mato Grosso no período crítico [de seca] de maio, junho e julho", continua o pesquisador.

Fonte: Folha de São Paulo

Europa quer ampliar uso de biocombustíveis

Idéia é definir um padrão mínimo de sustentabilidade para a produção de etanol.Combustíveis teriam de comprovar redução de gases do efeito estufa.

Jeff Mason

A Comissão Européia estuda novas medidas para assegurar que um maior uso de biocombustíveis reduza as emissões de gases causadores do efeito estufa, disse na quinta-feira uma autoridade da União Européia. Em março, líderes do bloco concordaram em estabelecer uma meta para que os biocombustíveis substituam pelo menos 10% dos combustíveis fósseis usados nos veículos até 2020.

Paul Hodson, membro da comissão envolvido em transformar esses objetivos em lei, disse que o órgão estabeleceria um mecanismo para assegurar que os biocombustíveis contribuam para a meta do bloco de reduzir as emissões de gases. "Queremos definir um padrão mínimo de sustentabilidade", disse ele numa conferência. "Queremos dizer que se você não atinge o padrão, você não está qualificado para a ajuda governamental e não conta para as exigências do biocombustível." Ele listou três critérios que possivelmente seriam incluídos na legislação. Primeiro, o produto teria de apresentar um nível mínimo de redução de emissão de gases, na comparação com um combustível fóssil, desde a produção até o uso. Além disso, a terra usada para produção do biocombustível não deve ser em áreas pantanosas, que normalmente armazenariam carbono se não fossem usadas. Em terceiro lugar, a região não poderia ser ambiente de uma variedade de plantas ou animais, que Hodson chamou de uma "cota alta de biodiversidade", que seria deslocada ou destruída para dar espaço para o plantio.

A lei também deve procurar promover a chamada "segunda geração" de biocombustíveis, que teria como matérias-primas lascas de madeira e resíduos. Isso daria a tais biocombustíveis maior peso na hora de se avaliar se as metas foram alcançadas. A proposta legislativa deve sair em novembro. Os EUA, grande produtor de etanol de milho, vêem tal critério como complicado, disse Thomas Smitham, autoridade da missão do país à UE, em Bruxelas. Hodson afirmou que a UE teria capacidade para atender à meta com produção doméstica, mas que seria preferível permitir algumas importações que, segundo ele, ajudariam países em desenvolvimento.

Fonte: Reuters

Pesquisadores dos EUA não usarão mais chimpanzés

O Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos vai parar de criar chimpanzés para utilização em pesquisas médicas governamentais, anunciou nesta qunta-feira a organização de defesa dos direitos dos animais The Humane Society.

Segundo a entidade, o Centro Nacional de Recursos e Investigações do NIH (NCRR) alegou motivos financeiros para tomar a decisão. Mas o fim do uso de chimpanzés para experiências médicas é uma reivindicação dos grupos de defesa dos animais. O NCRR disse esta semana em comunicado de imprensa no seu site que os chimpanzés podem viver cerca de 50 anos em cativeiro. Um cuidado de alta qualidade para os animais representa uma despesa acima de US$ 500 mil anuais, um valor que poderia ser usado para desenvolver outros programas. The Humane Society especula que a decisão tenha sido adotada também por possíveis motivos éticos.

Segundo o grupo, a partir de agora o NCRR financiará somente os cerca de 500 chimpanzés que já estão em seus laboratórios e 90 que vivem em santuários federais porque "não são mais necessários para investigações". "A decisão constitui um enorme passo rumo a um futuro em que não se utilizarão mais os chimpanzés para pesquisas e testes", disse Kathleen Conlee, diretora do programa de animais utilizados para pesquisa da Humane Society, em comunicado de imprensa divulgado hoje. "É uma decisão monumental", disse. "Nosso objetivo final é acabar com o uso de chimpanzés para investigações e levar todos a um santuário apropriado e permanente", concluiu a defensora dos direitos dos animais.

Apesar da decisão, o NCRR disse que está consciente da importância dos chimpanzés para a pesquisa biomédica. Mas alegou a "responsabilidade fiscal" para justificar a medida. Cerca de 1,3 mil chimpanzés vivem atualmente nos laboratórios americanos, alguns capturados ainda filhotes na África e outros nascidos em cativeiro, em centros de pesquisa, em zoológicos ou em circos.

Fonte: EFE

Sapo vermelho e preto vira símbolo de parque


Sapo flamenguinho tem as patas e a parte inferior avermelhadas (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)


Glauco Araújo

O sapo flamenguinho (Melanophryniscus moreirae) será o símbolo do Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, que completa 70 anos no dia 14 junho. O animal só existe nessa região. A área do parque abrange a parte mais elevada da Serra da Mantiqueira, entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Segundo a bióloga Pilar Guido de Castro, 36 anos, a escolha foi feita porque o animal só existe nessa região. "O símbolo do parque, até então, era um esquilo também típico de lá, mas que não existe somente na região. Diferente do sapo, que só existe nesse parque." A bióloga defendeu uma tese de mestrado sobre o sapo flamenguinho na Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ). Pilar afirmou que o sapo flamenguinho foi descoberto por Miranda Ribeiro, em 1920. "O cientista Werner Bokermann publicou um trabalho sobre o animal em 1967. Depois disso, o sapo não foi estudado e ninguém mais se interessou por ele." Segundo ela, o sapo recebeu o apelido por causa das cores predominantes de seu corpo. "A parte ventral e as patas do sapo são vermelhas. O dorso é preto, com possibilidade de ter pequenas manchas marrons", afirmou Pilar. O macho atinge cerca de 2,4 cm de comprimento. A fêmea é maior e pode alcançar pouco mais de 3 cm."

Preservação

A bióloga afirmou que o animal é endêmico da Serra da Mantiqueira. "Ele vive nos campos rupestres. É nativo da região, ou seja, não foi introduzido lá. O flamenguinho só é visto em altitude superior a 2.400 metros", disse. Segundo Pilar, o sapo flamenguinho é um animal raro, que precisa ser preservado. "Ele vive num parque extremamente importante para o país. Antigamente, os carros que circulavam pelo parque esmagavam os sapinhos. Hoje, no período de reprodução, no verão, parte do parque fica fechada para evitar a sua destruição. Como só vive nesta região, se não for preservado, ele pode ser extinto em pouco tempo."

Fonte: Globo.com



Congresso Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis

O Congresso Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis será realizado de 11 a 15 de junho, em Teresina (PI), reunindo pesquisadores e profissionais do setor privado em conferências, palestras, mesas-redondas, painéis e apresentação de trabalhos científicos.

O evento discutirá temas referentes às políticas nacionais e regionais de agroenergia e biocombustíveis, setores em pleno desenvolvimento no Estado do Piauí. Marco legal, tecnologias e inovações, perspectivas de investimento e consolidação de grandes negócios na região serão alguns assuntos em pauta. O congresso é realizado pelo governo do Estado do Piauí, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e três unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária: Meio-Norte, Agroenergia e Algodão.
Mais informações: www.agendapromocoes.com.br/agrobioenergia.

Fonte: Agência Fapesp

Campanha alerta população contra tráfico de animais silvestres

Rio

A Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais promoverá, na última semana de maio, uma ampla campanha para combater o tráfico de animais silvestres. A idéia é conscientizar a população sobre a ilegalidade de comprar, vender, expor, exportar, guardar, ter em cativeiro ou depósito e utilizar ou transportar animais silvestres sem licença das autoridades ambientais.

Fonte: PRJ

Aquário do Museu Goeldi será reformado

Tiago Araújo

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) e a Mineração Rio do Norte (MRN) assinam nesta sexta-feira (25) um convênio para financiar a reforma do Aquário do Museu, um dos mais antigos recintos do Parque Zoobotânico. A MRN irá destinar a esta obra 150 mil reais. A recuperação do Aquário contará ainda com 250 mil do Ministério do Turismo, totalizando 400 mil reais.

As obras começam no segundo semestre deste ano. Muitos não sabem, mas o Aquário do Museu Paraense Emílio Goeldi é o Aquário público mais antigo do Brasil. Inaugurado em 1910, durante a gestão do botânico Jacques Huber na direção do Museu Goeldi, o Aquário se transformou em um dos principais pontos de visita do Parque. Reforma – O Aquário do Museu Goeldi foi projetado por Ernst Lohse, desenhista e litógrafo da instituição. Quando foi inaugurado no início do século passado, o propósito inicial do Aquário era mostrar peixes ornamentais, espécies de importância comercial e formas "exóticas" à cultura européia, como o pirarucu e o poraquê. No entanto, sua missão evoluiu para incluir a apresentação dos grupos de animais aquáticos mais representativos de toda a Bacia Amazônica – peixes, anfíbios e invertebrados. Com a reforma, algumas mudanças serão feitas na apresentação das várias espécies amazônicas.

Segundo Horácio Higuchi, Chefe da Coordenação de Museologia do MPEG, “o ambiente dos aquários será modificado. Faremos uma representação dos rios amazônicos na área interna dos aquários, para que o público tenha uma noção exata do habitat dos animais”. Se antes cada espécie era exibida em aquários individuais, a idéia agora do novo Aquário do Museu Goeldi é mostrar a diversidade marinha nos rios da Amazônia. Serão instalados novos aquários, maiores que os anteriores, de forma que possam abrigar várias espécies em um mesmo ambiente. “Ainda assim, permanecerão alguns aquários menores, onde ficarão filhotes e algumas espécies que precisam de cuidados específicos, como alguns camarões”, explica Higuchi. Para os visitantes que estranhavam a pouca iluminação interna do Aquário do Museu Goeldi, ela será mantida por uma boa razão: para respeitar o habitat original das espécies. Luz em excesso pode deixar os peixes “estressados”, causando até mesmo a morte de alguns deles. Uma novidade na estrutura do Aquário será a implantação de acesso para portadores de necessidades especiais, possibilitando que todos possam conhecer bem de perto a fauna marinha da Amazônia.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Museu Goeldi

Rio do Peixe vai receber 50 mil alevinos na abertura das comemorações do Dia do Meio Ambiente

Juiz de Fora

A Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Agenda JF, abre oficialmente, neste domingo, dia 27, às 10h, as comemorações do Dia Internacional do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, com a soltura de cerca de 50 mil alevinos no Rio do Peixe. O evento, realizado pelos pescadores do Grupo “Emoção e Preservação”, tem como objetivo o repovoamento do curso d’água com espécies nativas da bacia hidrográfica. Uma carreata com os integrantes do grupo, cerca de 700 pessoas, além de convidados, vai sair do Bairro Santa Terezinha em direção ao Granjeamento Prainha do Monte Verde, situado na MG 353, Km 103, local da soltura dos peixes.

O Grupo “Emoção e Preservação” promove este evento há sete anos . No ano de 2006, mais de cem veículos participaram da carreata e 30 mil alevinos foram colocados no rio. Para realizar a soltura dos peixes, a Agenda JF observou todas as condições ambientais necessárias, assegurando que o acontecimento só vai trazer benefícios ao meio ambiente.

Este evento está dentro das comemorações do aniversário de 157 anos de Juiz de Fora e conta também com o apoio da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA), da Gettran, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Polícia Ambiental e da Belgo Arcelor Mittal.

Rio do Peixe

Sua nascente está localizada no município de Lima Duarte. Seu trecho final é limite de Juiz de Fora e Belmiro Braga e entre este e Matias Barbosa. São 140 km de extensão com 70 km banhando terras de Juiz de Fora. Fornece considerável potencial agropastoril. Uma de suas quedas, a cachoeira da Picada, tem condição de fornecer 76.500 KW de energia.*Outras informações com a Assessoria de Comunicação da Agenda JF pelos telefones 3690-8498 ou 3690-8131.

Fonte: Secom PJF

Centro de Educação Ambiental no Recreio ensina a reutilizar papel-jornal

Rio

O Centro de Referência em Educação Ambiental de Marapendi, no Recreio dos Bandeirantes, está com inscrições abertas para sua Oficina de Reaproveitamento de Jornal. A oficina é gratuita e começa no dia 1º de junho, no Parque Natural Municipal de Marapendi (Avenida Alfredo Baltazar da Silveira s/nº), sob coordenação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O interessado deve ter idade mínima de 13 anos e deve levar jornal, cola, pincel, tinta e tesoura para as aulas. Diversas técnicas serão ensinadas aos participantes, inclusive como fazer porta-retratos e pequenas cestas utilizando o papel-jornal. Mais detalhes e inscrições pelo telefone 2497-7088.

Fonte: Secom

Combustíveis fósseis são maiores responsáveis pelo efeito estufa

Rubens Junior

Se nesse instante o mundo parasse de desmatar as florestas em 100%, mesmo assim, a providência não seria suficiente para frear o ritmo forte do aquecimento global. Isto só seria possível se os países desenvolvidos parassem já de queimar combustíveis fósseis, como gasolina ou diesel. O alerta foi renovado nesta quinta-feira pelo representante do Ministério do Meio Ambiente Adriano Santhiago, no segundo dia de debates da Semana Nacional da Mata Atlântica, realizada de 23 a 26 de maio na capital gaúcha. Ainda assim, fazendo a sua parte, afirmou ele, o Brasil tem na Mata Atlântica um enorme potencial para reflorestamento e para a mitigação dos danos não só naturais, mas também climáticos.

Segundo Adriano, do volume de emissões de gases de efeito estufa (gás carbônico - CO2), apenas 20% são provenientes de atividades de desmatamento ou de outros usos inadequados do solo. "A grande maioria, 80%, provém da queima de combustíveis fósseis", garante. Relatório do IPCC mostra que os maiores responsáveis pelas emissões são, pela ordem, os setores de Energia, de Transportes, a Indústria e, por fim, o desmatamento. "Ou seja, é bobagem dizer que a redução do desmatamento resolverá o problema do aquecimento", insiste Adriano, reconhecendo, porém, o compromisso do governo brasileiro com a redução do desmatamento no País. O Brasil, que, segundo relatório do IPCC, é o país que mais emite CO2 por desmatamento, vem atacando o problema de frente. Tanto assim que, nos últimos dois anos, conseguiu reduzir a taxa do desmatamento na Amazônia - bioma mais atacado atualmente - em 52%. Segundo Adriano, o Brasil pode continuar a contribuir muito com políticas de mitigação dos danos climáticos, aprofundando estratégias de florestamento/reflorestamento, de utilização de energia obtida a partir da biomassa (como álcool), da introdução de novas tecnologias no setor energético, mantendo o controle por sensoriamento remoto. "Mesmo assim" - alerta o assessor - "dependendo da região, as mudanças climáticas podem inclusive afetar o potencial de mitigação das emissões de gases de efeito estufa no setor florestal".

No tocante às técnicas de florestamento/reflorestamento, o mundo vem avançando muito, diz o assessor. "Se, até dois anos, não havia metodologia oficial para esse procedimento, agora existem nove registradas", diz. E a Mata Atlântica, segundo ele, tem grande potencial para projetos de florestamento com os chamados Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).
O palestrante concluiu sua apresentação ressaltando a proposta brasileira de concessão, pela Convenção Mundial do Clima, de incentivos positivos para os países que reduzam emissões de CO2. "A proposta, feita em 2005, durante a Conferência das Partes (COP-11), traz grande impulso à luta pela mitigação do problema do aquecimento e seus múltiplos efeitos", disse. "Sem a contribuição da ministra Marina Silva, esse item não teria 'vingado' para ser apresentado ao conjunto dos países", ressaltou. A proposta, porém, ainda será motivo de negociação entre os países, mesmo porque nem todos os países possuem capacitação tecnológica para reduzir as emissões, e outros ainda não aceitaram a idéia.

Em outro painel de debate, nesta quinta-feira, intitulado Políticas Públicas para Conservação da Mata Atlântica, Gustavo Trindade, da Consultoria Jurídica do MMA, apresentou um histórico da legislação ambiental no Brasil, que, segundo ele, ganhou impulso e se consolidou nos últimos 30 anos. Outro assessor do MMA, Marcus Reis Rosa, falou sobre as áreas prioritárias para conservação, uso sustentável. Abordou também o tema da repartição de benefícios da biodiversidade da Mata Atlântica, uma das mais ricas do planeta, apesar de encontrar-se reduzida a 8% da sua cobertura original.

O evento continua nesta sexta-feira, com a realização do Encontro Nacional e Assembléia Geral da Rede de Ongs da Mata Atlântica.

Fonte: MMA

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Pós-graduação em Clima e Ambiente está com inscrições abertas

O Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Clima e Ambiente - um convênio entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) - está com as inscrições abertas até o dia 13 de junho. São oferecidas 15 vagas para mestrado e 10 para doutorado.

É o primeiro programa, em nível de doutorado, no Brasil, aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), com a temática interação clima e meio ambiente amazônico: modelagem do sistema climático, impacto das mudanças climáticas no funcionamento ecológico dos biomas e impacto das mudanças nos usos da terra no clima. Um dos objetivos centrais do programa é consolidar uma política de pós-graduação na UEA, e, também, fortalecer a política de ciência e tecnologia do estado do Amazonas. Os interessados em participar do processo seletivo devem ter formação em cursos das áreas das Ciências Exatas e da Terra (Meteorologia, Física, Matemática, Estatística, Química, Ciências da Computação, Geologia, Oceanografia, Direito Ambiental e outras formações afins); de Engenharia (Agronômica, Florestal, Elétrica, Civil, Mecânica, dentre outras) e das Ciências Biológicas, incluindo Ecologia.

Os procedimentos de seleção para ingresso no mestrado serão classificatórios e realizados em duas etapas. Uma será a análise do dossiê de inscrição e a outra a de aproveitamento no curso de nivelamento, que terá duração de quatro semanas, com início em julho. Para o doutorado também haverá análise de currículo e entrevista. Caso seja necessário será recomendado que o candidato participe do curso de nivelamento.

As inscrições devem ser feitas na Secretaria da Coordenação do Programa, situada no Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido, no prédio da Reitoria da UEA, das 9h às 12h. A documentação necessária está disponível nos sítios: www.inpa.gov.br ou www.uea.edu.brMais informações pelos telefones (92) 3236-8569 e (92) 3643-3636 ou pelos e-mails: http://cestu@uea.edu.br e http://cliamb@inpa.gov.br.

Fonte: Inpa

Poluição 'eleva casos de câncer na China'

Água poluída é despejada no rio Yangtze, vinda de um riacho na província de Jiangsu, China
A poluição da água e do ar é a principal razão do aumento dos casos de câncer na China, segundo fontes oficiais ouvidas pelo jornal estatal chinês China Daily.

Um estudo do ministério da Saúde da China divulgado nesta segunda-feira conclui que o número de mortes por câncer aumentou em 21% no ano passado o que a doença é a que mais mata na China. "A principal causa por trás do aumento das mortes por câncer é que a poluição da água e do ar está ficando pior a cada dia", disse o pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Médicas, Chen Zhizhou. O ministério pesquisou 108 municípios em todo o país. O aumento de casos de câncer nas cidades foi de 19% e nas áreas rurais chegou a 23%.
Após o câncer, as doenças que mais resultam em óbitos nas áreas urbanas da China são acidentes vascular-cerebrais e crises cardiovasculares.

Províncias

Apesar de o governo não ter divulgado números absolutos para as mortes causadas por câncer no país em 2006, há informações por regiões. Entre as áreas mais afetadas pelo câncer está a província de Jiangsu, no leste da China. Nove das 30 cidades em que mais se morre de câncer estão lá e segundo as autoridades locais a razão seria a água contaminada. "Por causa da água poluída Jiangsu tem 12% dos casos de câncer do país", disse o vice-diretor do departamento de obras da região, Xu Xuejun ao jornal South China Morning Post. Segundo Xu, mais de 13,67 milhões de pessoas em Jiangsu sofrem com a escassez de água potável. "Em algumas amostras foram encontradas mais de 468 substâncias nocivas e 93 cancerígenas", afirmou Xu. A cada ano aproximadamente 120 mil pessoas morrem de câncer na província de Jiangsu.

Fonte: BBC Brasil

Medicina nuclear avança em Minas

Projeto do CDTN vai viabilizar diagnóstico e terapia para várias doenças
Minas Gerais passará a contar com a produção de radiofármacos, medicamentos usados em exames de medicina nuclear, hoje ainda restrita ao eixo Rio-São Paulo.

O projeto de implantação da Unidade de Produção e Pesquisa de Radiofármacos – que inclui um acelerador de partículas cíclotron - está em pleno andamento nas obras de engenharia civil, na sede do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Pampulha). O CDTN é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, autarquia do Ministério da Ciência e Tecnologia. Inicialmente, a unidade irá produzir o Flúor-18. Esse radioisótopo, ligado a uma molécula de glicose, forma o FDG (Fluorodeoxiglicose), traçador ideal para aplicação em especialidades médicas como oncologia, cardiologia e neurologia, devido ao baixo risco radiológico e ambiental inerentes.

Por exemplo, o radiofármaco FDG auxilia o médico na identificação de um câncer primário ou metástase antes que as evidências estruturais da doença estejam presentes. A unidade também desenvolverá pesquisas de novos radiofármacos, em parceria com a Faculdade de Farmácia da UFMG. Apresentação do projeto para a classe médica Neste sábado (26), o CDTN irá promover, em parceria com a Sociedade Mineira de Radiologia, um encontro entre profissionais da área de medicina nuclear e afins, com a presença de especialistas de São Paulo. Serão abordados os avanços que essa tecnologia trará tanto em termos clínicos, beneficiando a população de Minas Gerais, como de desenvolvimento e pesquisa científica. O evento, com apoio da Associação Médica de Minas Gerais e GE Healthcare, trará a Belo Horizonte o médico Jairo Wagner, do Hospital Albert Eistein (SP), um dos grandes especialistas no tema. Contará, ainda, com a presença da pesquisadora Eliane Bortoleti, do Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen-SP), responsável hoje pela produção de 97% dos radiofármacos no Brasil. "Produzir o FDG em Minas vai eliminar a dependência que temos da produção desse radiofármaco em São Paulo.

Como sua meia-vida é curtíssima (110 minutos), toda a logística de prazo de envio dificulta e encarece seu uso", ressalta o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear, Adelanir Barroso, médico com mais de 30 anos de atuação na área. "Com recursos da ordem de R$ 11,2 milhões, a instalação do cíclotron representa um grande avanço em toda a área médica e não só na medicina nuclear", afirmou Sérgio Filgueiras, diretor do CDTN. Sugestão de entrevistas - Sérgio Filgueiras, diretor do CDTN - Adelanir Barroso, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear - Renato Rocha (Gerente de Projetos) e João Batista de Paula Neto (Gerente de Medicina Nuclear & PET/CT), ambos profissionais da GE Healthcare, fabricante do cíclotron - Carlos Simal e Viviane Marino – Hospital das Clínicas; Faculdade de Medicina da UFMG Mais informação no tel.: (31) 3069-3327, ou pelo e-mail:

Metais encontrados em aterro sanitário em São Paulo são alvo de pesquisa

Igor Cruz

Um estudo feito em Ribeirão Preto (SP) avaliou os níveis de metais no chorume, líquido escuro, gerado em aterros sanitários, que contém altas concentrações de compostos orgânicos e inorgânicos. Publicados na revista Cadernos de Saúde Pública, os resultados da pesquisa mostram que os valores médios de cádmio, cromo, cobre, manganês e mercúrio se encontram dentro dos limites máximos permitidos por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Contudo, as concentrações de chumbo e zinco estão acima desses limites. O trabalho foi coordenado pela professora Susana Inês Segura Muñoz, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

Lagoa de tratamento de chorume em aterro sanitário

Apesar dos valores encontrados para chumbo e zinco estarem acima dos parâmetros exigidos pela resolução, Susana explica que isso não representa risco para a população da cidade, porque o chorume, antes de ser despejado no curso de água, é levado para a Estação de Tratamento de Esgotos de Ribeirão Preto. “Estudo feito pelo nosso grupo, nessa estação, analisou as concentrações de metais na entrada e na saída do esgoto e os valores dos metais encontrados, após o tratamento, estavam todos abaixo do limite máximo permitido pela resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente”, conta.

Porém, em locais onde o chorume é gerado sem infra-estrutura de captação e tratamento, os metais podem causar danos à saúde. Em baixas concentrações, muitos metais são necessários para o crescimento dos seres vivos, mas uma exposição prolongada a níveis elevados pode prejudicar os organismos. Entre os possíveis efeitos do chumbo estão danos aos ossos e ao sistema nervoso, anemia, diarréia e gastrite. Interferência no metabolismo, irritação do trato intestinal e, nos casos mais graves, problemas nos rins são exemplos de possíveis prejuízos associados ao zinco.

Em locais onde, em vez de aterros sanitários bem estruturados, existem lixões a céu aberto, o chorume pode contaminar as águas, tanto as superficiais como as subterrâneas, o que afeta os potenciais usos dos recursos hídricos. Por isso, as áreas de despejo do lixo não devem ser consideradas ponto final para muitos resíduos, pois, quando eles são atingidos pela água, principalmente das chuvas, metais e outras substâncias tóxicas neles presentes se disseminam pelo ambiente. Para evitar que isso aconteça, é necessário garantir, nos aterros sanitários, o adequado funcionamento do sistema de coleta, tratamento e monitoramento do chorume, como ocorre no aterro sanitário de Ribeirão Preto. Além disso, é importante monitorar constantemente a qualidade das águas subterrâneas, que, em muitas cidades brasileiras, são fonte de abastecimento para a população. Os metais analisados no estudo fazem parte da composição de tintas, plásticos, produtos de limpeza, óleos lubrificantes, pesticidas, medicamentos, pilhas e baterias. São produtos que requerem cuidados ao serem jogados no lixo. “A coleta seletiva representa uma das melhores alternativas para evitar que grandes quantidades de metais, provenientes dos resíduos sólidos, sejam despejadas nos aterros sanitários”, conclui Susana.

Fonte: Fiocruz

Relator do projeto de integração do São Francisco confirma início das obras em junho

Márcia Wonghon

As obras do projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional vão ser iniciadas no dia 1º de junho.O Exército fará a abertura das escavações dos canais dos eixos leste e norte, nos municípios de Cabrobó (PE), e Itaparica (BA).
O trabalho tem a participação de mil homens. O próximo passo será o julgamento das propostas apresentadas por 76 empresas do setor privado.

A confirmação foi feita pelo deputado federal, Marcondes Gadelha, (PTB/PB), relator no Congresso Nacional do projeto São Francisco. Ele fez palestra ontem (22), na capital pernambucana, para prefeitos de todo o Nordeste. Gadelha lembrou que o empreendimento beneficiará 12 milhões de nordestinos em 240 municípios, com água potável, para irrigação e para serviços urbanos como hospitais, escolas, comércio e indústria. Segundo ele, o projeto vai representar “um avanço significativo” para o desenvolvimento econômico e social da região.
“A falta de água é um gargalo para o desenvolvimento sustentável, é um obstáculo que precisa ser vencido de todo jeito. Da maneira como está, a demanda nunca vai ser atendida porque não existe água de superfície, subsolo e a que cai do céu é muito pouca. A escassez de água torna muito difícil a vida das populações na região”, disse ele.

Sobre os opositores do projeto, o deputado acredita que eles não irão mais atrapalhar o andamento dos trabalhos, já que está sendo atendida uma das principais exigências, a revitalização do Rio São Francisco. “Queremos o diálogo e a conciliação. Todas as questões técnicas, financeiras e ambientais estão resolvidas, agora é partir para buscar o entendimento”.
Gadelha disse que o financiamento da obra, orçada em R$ 4,5 bilhões, já está garantido no Orçamento da União, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no Plano Plurianual de Investimentos. O projeto prevê a retirada do Rio São Francisco de 26 metros cúbicos de água por segundo. A previsão é a de que obras estejam concluídas em quatro anos.

Fonte: Agência Brasil

Foco de gripe aviária é detectado no País de Gales

Um caso de gripe aviária foi detectado em vários frangos no norte de Gales, mas não se trata do H5N1, a variante mais letal da doença, informou hoje a responsável veterinária da Assembléia galesa, Christianne Glossop.

Trata-se do variante H7N2 da gripe aviária, encontrada em uma fazenda do norte galês, segundo Glossop, que informou que os frangos começaram a morrer nas últimas duas semanas.
Os donos da granja chamaram o veterinário, que alertou o serviço veterinário galês. Glossop explicou que já começaram a aplicar as restrições correspondentes para impedir o deslocamento de aves de e para o estabelecimento agrícola, na região de Conwy.
Em fevereiro, as autoridades britânicas aplicaram fortes medidas de controle em torno de uma fazenda de Holton, no condado de Suffolk (leste da Inglaterra), para conter um foco de gripe aviária H5N1. A granja de Holton, com 160 mil perus, pertence à companhia de alimentação Bernard Matthews, que sacrificou todas as aves. Em março do ano passado, um cisne foi encontrado morto no leste da Escócia, infectado pela cepa H5N1.

Esta variante causou mais de cem mortes no mundo todo, especialmente no Sudeste Asiático. Os especialistas temem que esta variante possa sofrer uma mutação e ser capaz de se transmitir entre pessoas, o que poderia desencadear uma pandemia.

Fonte: EFE

Secretário-executivo do MMA acredita na recuperação da Mata Atlântica

Rubens Junior

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou nesta quarta-feira (23), em Porto Alegre, na abertura da Semana Nacional da Mata Atlântica, que acredita na recuperação do bioma porque o País conta para isso com mecanismos legais, com a mobilização da sociedade organizada, com o compromisso do governo, além de um ambiente mundial favorável à preservação inteligente do planeta, em função dos efeitos nocivos para a vida provocado pelas mudanças climáticas, aquecimento à frente.

O evento reúne até o próximo sábado, no auditório do Centro Cultura 25 de Julho, na capital gaúcha, representantes dos governos federal e estadual, da prefeitura de Porto Alegre, além de representantes da Rede de Ongs da Mata Atlântica. Juntos, eles debaterão caminhos para aprofundar conquistas recentes com vistas não apenas a salvar da extinção os 8% de remanescentes de Mata Atlântica no Brasil, mas também a recuperá-la. Segundo Capobianco, a Lei da Mata Atlântica, aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, após 14 anos tramitando no parlamento, é resultado da mobilização da sociedade organizada, que hoje está atenta às questões ambientais, e da sua capacidade de diálogo construtivo com o poder público. "A Lei da Mata Atlântica simboliza uma mudança de concepção, ela introduziu a noção do desmatamento zero", disse Capobianco. "Hoje, nós temos um bioma legalmente protegido, quem o desmata incorre em crime e pode ser processado e punido. Contudo, a lei não pode ser virtual, precisa ter efeitos concretos".

Para Capobianco, apesar dos desafios em relação à Mata Atlântica serem expressivos, a luta até aqui tem sido vitoriosa, como prova, segundo ele, a própria aprovação da lei. Outros fatos mostram isso, diz ele. "Nos últimos quatro anos houve uma redução no desmatamento daquele bioma superior a 70% em relação a igual período anterior. Por sua vez, aumentamos o número de áreas protegidas do bioma de 177 para, hoje, 521, chegando a mais 1,5 milhão de hectares protegidos, 105 mil deles só dos pinheiros de araucária. Pode parecer pouco, no caso da araucária, mas significa um aumento de 150% de proteção desta floresta", disse. Capobianco adiantou ainda que o Ministério do Meio Ambiente está concluindo uma minuta de decreto regulamentando artigos da lei, buscando eliminar conflitos jurídicos residuais e dar corpo a um fundo para financiar atividades de proteção e recuperação da Mata Atlântica. Segundo ele, o decreto de regulamentação será assinado em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos próximos quatro ou cinco anos, acrescentou, o País terá mais 30 milhões de hectares protegidos, hoje são 60 milhões de hectares protegidos em Unidades de Conservação.

Na meta de aumentar ainda mais o número de áreas protegidas, que hoje abrigam a diversidade total dos biomas brasileiros, o governo federal fará uso, pela primeira vez na sua história, da primeira série de mapas da vegetação nativa de todo o Brasil. "Esses mapas e outras informações associadas serão instrumento essencial para a gestão do patrimônio natural", afirmou. Os mapas estarão disponíveis, em breve, no site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br), na proporção de 1 por 250.000. "Os próprios mapas são uma resposta à mobilização da sociedade, que nos incentiva, inclusive, a prospectar conhecimento para tomar decisões com maior qualidade".

Capobianco aproveitou para criticar a "falsa polêmica" que opõe desenvolvimento e proteção ambiental. "Essa discussão é irreal, para não dizer ridícula. Obviamente, nós não estamos contra o desenvolvimento. Nós desejamos, sim, desenvolvimento, desde que sustentável, sobretudo porque, no cenário atual, não poderia ser de outra forma. Nesse sentido, o licenciamento ambiental, fornecido pelo Ibama, é um instrumento de desenvolvimento. Aliás, buscando qualificar a análise técnica de empreendimentos que requerem licenças ambientais para obras, substituímos 90% dos funcionários terceirizados, consultores que realizavam esse trabalho, por pessoal concursado, muitos deles doutores e mestres; ou seja, gente com maior qualificação e maior compromisso institucional com seu ofício".

O secretário também explicou aos críticos da Medida Provisória 366/2007, que reestruturou o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama, criando, entre outras novidades, o Instituto Chico Mendes (para administrar as Unidades de Conservação). "É comum aceitar medidas provisórias para assuntos considerados importantes. Por que criticar uma MP na área ambiental se ela é urgente, além de resultado de um anseio do setor que ultrapassa uma década? A MP é preponderante, já que é urgente que protejamos as Unidades de Conservação do País, que, na estrutura anterior, não possuia logística adequada para cumprir seu papel". Segundo Capobianco, ao concentrar num órgão exclusivo a administração das UCs, o Brasil repete uma experiência que vem funcionando com excelentes resultados em outros países do mundo.

Fonte: MMA

Resistência evolutiva


Pesquisadores identificam mutações que ocorrem quando uma conhecida bactéria desenvolve resistência a antibióticos. Estudo pode ajudar a entender melhor a evolução na resistência dos microrganismos em ambiente hospitalar (foto: Pnas)


Em estudo agora divulgado, um grupo de cientistas nos Estados Unidos relata ter conseguido identificar as mutações que ocorrem quando uma conhecida bactéria desenvolve resistência a fortes antibióticos.

No trabalho, a equipe liderada por Michael Mwangi, da Universidade de Cornell, analisou séries de seis amostras obtidas de um paciente em um período de três meses até a morte por infecção pela bactéria Staphylococcus aureus. Os resultados da pesquisa serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Uma das espécies mais comuns do gênero Staphylococcus, a S. aureus é um patógeno em potencial, agente freqüente em infecções piogênicas (que produzem pus), localizadas na pele ou em regiões mais profundas.

Após seqüenciarem o DNA das amostras colhidas no hospital, os pesquisadores conseguiram rastrear as mutações que ocorreram no genoma da bactéria. Eles identificaram que a versão final do genoma, em relação à inicial, mostrou-se diferente em 35 pontos de mutação – locais em que bases únicas de DNA foram apagadas, inseridas ou substituídas. Em seguida, os cientistas relacionaram as mutações – à medida que elas se acumulavam no DNA – com o aumento na resistência aos antibióticos rifampicina, oxalicina e vancomicina, usados em casos graves de infecção.

Segundo o estudo, as mutações individuais fizeram com que as bactérias ligassem ou desligassem sensores moleculares e aumentassem a produção de proteínas que fazem com que elas sobrevivam aos efeitos das drogas. Os autores afirmam esperar que os resultados da pesquisa possam ser usados para aumentar o conhecimento a respeito de como a resistência a antibióticos evolui em um ambiente hospitalar. O artigo Tracking in Vivo evolution of multidrug resistance in Staphylococcus aureus by whole genome sequencing, de Michael M. Mwangi e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

Fonte: Agência Fapesp

China: derretimento de geleiras alerta para cheias

O derretimento das geleiras do Tibete poderá provocar a pior cheia do rio Yangtsé desde 1998, quando mais de três mil pessoas morreram quando o rio mais extenso da China transbordou, noticiou nesta quinta-feira a imprensa local. "As características meteorológicas e hidrológicas no vale do rio Yangtsé deste ano são similares àquelas de 1998", disse Cai Qihua, vice-chefe do quartel-general de Controle das Cheias do Rio Yangtsé, citada pelo jornal China Daily. "Deveremos estar vigilantes para uma cheia comparativamente grande no Yangtsé", o disse Qihua ao jornal.

Vastas áreas cobertas de neve derreteram no platô Qinghai-Tibete, onde nasce o Yangtsé, acrescentou o jornal, que atribuiu o inverno incomumente quente ao fenômeno El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais no Pacífico oriental. Anteriormente, algumas autoridades chinesas haviam vinculado as altas temperaturas deste inverno ao aquecimento global provocado pelo homem. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), alertou em um relatório publicado em abril que as geleiras do Himalaia estão em séria ameaça devido ao aquecimento global.

A Administração Meteorológica Chinesa previu fortes chuvas e tufões neste verão, sobretudo na região sul do país, afetando especialmente as partes baixas do Yangtsé, destacou o China Daily. Fortes cheias poderiam ser potencialmente desastrosas, já que cidades populosas como Nanquin, Wuhan e Chongqing se situam ao longo do rio, acrescentou o jornal. Uma elevação do nível do Yangtsé também poderia representar um duro teste para a gigantesca represa de Três Gargantas, disse Cai, citada pelo jornal. Vinte e oito mil pessoas vivem em regiões perto do reservatório da represa, que poderiam ser inundadas se o nível de armazenamento de água atingir o máximo de 175 metros, alertou Cai, que pediu aos governos locais que trabalhem na evacuação a tempo. No início do mês, a imprensa estatal alertou que a China enfrenta este ano sua maior ameaça em 10 anos de tufões, cheias, secas e calor extremo causados pela mudança climática.

Fonte: AFP

Publicada política de enfrentamento ao consumo prejudicial de bebidas alcóolicas

Marcela Rebelo

Foi publicado ontem (23) no Diário Oficial da União o decreto que aprova a Política Nacional sobre o Álcool, que será coordenada pela Secretaria Nacional Antidrogas. O objetivo da política é estabelecer estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo do álcool, desenvolvendo ações para reduzir os danos à saúde e as situações de violência e criminalidade associados ao uso prejudical de bebidas alcóolicas.

Segundo o decreto, o governo deverá ampliar o acesso ao tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) para usuários de álcool. Além disso, irá articular com entidades da sociedade civil ações para reinserção social dos dependentes. No conjunto das medidas que deverão ser adotadas está também o incentivo à regulamentação e fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcóolicas.A política prevê ainda projetos de capacitação de agentes de saúde e de educação para atuarem nas comunidades indígenas, assim como programas de prevenção ao uso do álcool dirigido à população dos assentamentos para a reforma agrária. O governo deverá também incentivar os municípios a regulamentarem horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais onde há o consumo de álcool e a proibirem a venda das bebidas em postos de combustíveis.

Entre as medidas estão também a capacitação de garçons para proibirem a venda de bebidas alcóolicas para menores de dezoito anos e pessoas com sintomas de embriaguez, além do fornecimento de água potável de graça nos estabelecimentos que vendem as bebidas.A publicação da política havia sido anunciada no final de abril. O decreto estava em fase final de análise na Casa Civil, antes de ser assinado pelo presidente. O documento, que conta com estratégias de vários ministérios, estabelece maneiras de prevenir o uso excessivo do álcool e garantir o acesso ao tratamento à população.A Política Nacional sobre o Álcool é discutida há três anos com diversos segmentos do governo e será articulada com vários ministérios, como o da Saúde, e órgãos de governo como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Entre as medidas, está prevista a capacitação de agentes de saúde, professores e lideranças indígenas.

Fonte: Agência Brasil

Japão propõe manutenção do protocolo de Kyoto

O Japão pediu nesta quinta-feira a redução pela metade das emissões de gases do efeito estufa para antes de 2050 no mundo com o objetivo de combater o aquecimento global e assegurar a continuação do protocolo de Kyoto, que expirará em 2012.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, apresentou esta proposta batizada "Cool earth 50" (Esfriar a Terra 50, em inglês) em um fórum asiático em Tóquio, antes de levá-la à cúpula do G8 que será realizada de 6 a 8 de junho em Heiligendamm (Alemanha).
"Chegou a hora de agir. Se não, como poderemos cumprir nossas responsabilidades para com as futuras gerações?", se perguntou Abe antes de ressaltar que as provas do aquecimento global são irrefutáveis. "O Japão exortará fortemente todos os países do mundo a alcançar um amplo consenso em torno de um objetivo a longo prazo de reduzir pela metade as emissões até 2050 e as maneiras de atingi-lo", prosseguiu Abe.

O protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005, prevê uma redução dos gases do efeito estufa, principais responsáveis pelo aquecimento climático. Mas os Estados Unidos, responsável pela terça parte destas emissões, e China, se negaram a ratificá-lo.

Fonte: AFP

Obesidade pode agravar problemas asmáticos

A obesidade, que causa diabetes e problemas cardiovasculares, também agrava os problemas asmáticos, diz um estudo divulgado nesta quarta-feira na Conferência Internacional da Sociedade Torácica dos Estados Unidos, realizada em São Francisco.

Médicos do Hospital Emory Crawford Long, da Geórgia, disseram que um estudo realizado com 3 mil adultos asmáticos constatou que, nos mais obesos, a doença tinha dimensões graves e muito mais persistentes. O problema é especialmente relevante nos Estados Unidos, onde a obesidade se tornou "uma epidemia" e uma pesada carga econômica para os serviços de saúde.
Segundo o pesquisador Brian Taylor, em uma população de pouco mais de 300 milhões de americanos, "aproximadamente 65% dos adultos com mais de 18 anos têm excesso de peso ou são obesos". "De forma paralela à epidemia de obesidade, foi registrado um aumento substancial na incidência de asma", declarou. Taylor disse que a análise demonstrou que mais de 66% dos obesos afirmaram que sofriam contínuos problemas causados pela asma. Além disso, 36% tinham mais probabilidades de faltar ao trabalho por causa da persistência dos sintomas, em comparação às pessoas com peso normal. "Também notamos que, em geral, os pacientes obesos tinham um menor nível de educação, estavam desempregados ou eram afro-americanos", declarou Taylor.

No entanto, Fernando Holguín, professor auxiliar de medicina pulmonar da Escola de Medicina da Universidade de Emory, disse que não se pôde determinar a relação exata entre a obesidade e a asma. "É possível que a redução da atividade física causada pela asma possa levar a um aumento de peso", declarou Holguín.

Fonte: EFE

Cruzamento a distância


Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná comprovam a viabilidade do cruzamento dirigido de exemplares do pinheiro-do-paraná localizados a grande distância uns dos outros (foto: Flávio Zanette)


Murilo Alves Pereira

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) confirmaram a viabilidade do cruzamento dirigido de exemplares do pinheiro-do-paraná (Araucaria augustifolia) localizados a grande distância uns dos outros.

Segundo o coordenador do estudo, o agrônomo Flávio Zanette, do Departamento de Fitotecnia do Setor de Ciências Agrárias da UFPR, os resultados podem tornar-se uma ferramenta importante para estudos que meçam a variabilidade genética nos remanescentes de florestas com araucárias. Até então não se tinha certeza se a evolução de araucárias em regiões distintas atrapalharia o cruzamento entre elas. “A evolução distanciada por um longo período pode gerar uma subespécie ou uma nova espécie”, disse Zanette à Agência FAPESP. Como exemplos, menciona a espécie A. araucana, comum na cordilheira dos Andes e que apresenta grandes semelhanças com a A. augustifolia, encontrada no Sul do Brasil. Segundo o pesquisador, o cruzamento dirigido pode ajudar a impedir a extinção do pinheiro-do-paraná, única espécie do gênero das araucárias no Brasil. “Podemos selecionar os melhores exemplares para fazer o cruzamento e manter a qualidade genética da espécie”, disse.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores separaram o pólen de araucárias machos encontradas em Guarapuava (PR) e em Lages (SC), ambas a mais de 250 quilômetros de distância de Curitiba, onde se encontram as fêmeas. Os botões florais da árvore fêmea foram isolados com sacos plásticos para não serem fecundados naturalmente. O pólen foi então pulverizado sobre o botão, no período de abertura. A polinização, feita em 2005, gerou os primeiros frutos no início deste mês. “Só da primeira pinha, colhemos 92 pinhões”, comemora Zanette. Os pinhões são as sementes da pinha. O pesquisador é pioneiro no cruzamento dirigido de araucárias. As experiências começaram em 2001, em um pinheiro plantado na cidade catarinense de Criciúma. Como não havia outras araucárias no entorno, a árvore gerava pinhas sem sementes. Dois anos após a primeira polinização controlada, foi comprovada a eficácia da técnica com a colheita dos pinhões. Pinheiros isolados

No passado, a floresta ombrófila mista, ou floresta com araucárias, cobria 40% do Paraná. O intenso desmatamento praticamente dizimou a floresta, restando hoje cerca de 0,8% da cobertura original. “O desmatamento isolou os indivíduos; os cruzamentos não ocorrem mais como a natureza quer, mas como o homem permite”, afirmou Zanette. A intensa fragmentação isola araucárias em meio a plantações de soja ou pinus, por exemplo. De acordo com outro estudo da UFPR, o vento é capaz de carregar o pólen por mais de 2 quilômetros. Com isso, um único pinheiro, embora com grande potencial genético, pode morrer sem gerar descendentes.
“Com a técnica, é possível colher o pólen desse pinheiro isolado e fecundar outra árvore localizada a quilômetros dali”, disse Zanette. Ele explica que a distância entre os fragmentos também provoca o cruzamento consangüíneo, ou seja, em um grupo pequeno, indivíduos cruzam muitas vezes entre eles. A consangüinidade enfraquece a espécie, gerando descendentes fracos e que envelhecem precocemente. Se antes as araucárias passavam dos 100 anos, agora, aos 50 anos, já estão bastante debilitadas.

O agrônomo cita estudo feito no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que apontou em 30% a consangüinidade em alguns pequenos remanescentes de araucária no estado. “O empobrecimento genético da espécie é o primeiro passo para a extinção”, disse. Segundo Zanette, a saída para resolver o problema seria ligar os fragmentos por meio de corredores ecológicos, o que evitaria o cruzamento entre parentes. “Em paralelo a isso, a fecundação artificial é uma ferramenta importante para revigorar a qualidade genética da espécie e impedir o seu desaparecimento”, destacou.

Fonte: Agência Fapesp

Estudo demonstra que profissional dasaúde nem sempre sabe lidar com a dor

Raquel do Carmo Santos

A dor crônica já é considerada um problema de saúde pública por muitos especialistas. Sua prevalência registra um aumento vertiginoso: de acordo com números da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, há no país cerca de 10 milhões de pessoas padecendo de algum tipo de dor orofacial crônica, que inclui as disfunções temporomandibulares, cefaléia e bruxismo, entre outras. A projeção é de que esses índices aumentem ainda mais. Segundo os especialistas, o problema representa um grande desafio para aqueles que atuam na área.

Psicóloga entrevistou médicos e dentistas

“Os profissionais de saúde não estão preparados para atender adequadamente a demanda. O atendimento deveria contemplar os variados e complexos aspectos que envolvem a dor, como a prática diagnóstica precisa, tratamento interdisciplinar, relação com o paciente e a atenção aos componentes emocionais”, argumenta a psicóloga Maria da Graça Rodrigues Bérzin. Ela acaba de conduzir uma pesquisa de doutorado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), com 87 cirurgiões-dentistas e 63 médicos de várias partes do país. O trabalho descreve as características da formação profissional, prática clínica e perfil biopsicossocial desses profissionais envolvidos no tratamento da dor orofacial. Maria da Graça atribui a falta de preparo, entre outros fatores, à formação acadêmica deficiente na área. Segundo ela, os currículos tanto de Odontologia como da Medicina, não abordam adequadamente a questão. “O tema tem sido pouco enfatizado na graduação, tratado de forma vaga e independente, não possibilitando aos alunos uma visão integrada do assunto”, avalia a psicóloga. Além disso, explica Maria da Graça, a dor ainda tem sido abordada como queixa comum, presente em diversas doenças. “Pouco se discute sobre seus mecanismos fisiológicos, os elementos que compõem a experiência dolorosa e os métodos de tratamento. Por conta disso, os profissionais iniciam a prática clínica sem consciência da importância e das conseqüências do despreparo para lidar com a dor, especialmente a crônica”.

No estudo, orientado pelo professor José Tadeu Tesseroli de Siqueira, Maria da Graça defende a adoção de práticas preventivas. “O sofrimento causado pela dor pode ser uma porta de entrada para muitos distúrbios físicos e psíquicos. Desta forma, deve ser evitada sempre que possível”, alerta. Para chegar às conclusões, Maria da Graça se valeu de suas experiências no consultório onde atende pacientes com dor crônica, através de psicodiagnósticos e programas psico-educativos de enfrentamento do problema. “O tratamento moderno da dor crônica requer um esforço de trabalho multidisciplinar, que envolve clínicos de diversas áreas da saúde”, esclarece.

Estatísticas

Um fato que surpreendeu a pesquisadora foi constatar que 40% dos profissionais pesquisados alegaram não necessitar de mais estudos sobre a dor. “Muitos acreditam que já sabem lidar com a situação, mesmo adotando práticas excessivamente tecnicistas e pouco humanistas”, constata a psicóloga. Outra vertente do trabalho passou em revista as condições psicossociais dos entrevistados. O estresse está presente em 25% dos profissionais. Maria da Graça acredita que grande parte do quadro desse quadro esteja relacionada à própria natureza da profissão – que coloca os profissionais em contato constante com o sofrimento – e às condições de trabalho desfavoráveis, principalmente dos médicos. No estudo, a psicóloga observou que os médicos trabalham, em média, 12 horas por dia, três horas a mais que os cirurgiões-dentistas. Acumulam também maior número de empregos, além de queixarem-se mais da remuneração. A maioria dos profissionais estudados possui pouca disponibilidade para um estilo de vida mais saudável. “Trata-se de uma população muito sacrificada pelo cansaço constante, causado por níveis elevados de tensão física e emocional. A maioria adota um estilo de vida sedentário”, alerta Maria da Graça.

Mais de 70% dos entrevistados declararam tomar medicação para dormir, enquanto mais de 80% referem que sofrem de algum tipo de dor crônica. O consumo de bebida alcoólica foi outro hábito assumido por mais de 70% dos entrevistados. Por outro lado, Maria da Graça observou que eles são bastante dedicados ao trabalho e à carreira profissional, gostam do que fazem e, apesar das dificuldades, sentem-se realizados. Neste sentido, o trabalho aponta para a necessidade de melhoria na qualidade de vida dos profissionais, com a adoção de cuidados com a saúde física e psicológica. Os cursos de Odontologia e Medicina, conclui a psicóloga, devem ser aprimorados teórica e tecnicamente para tratar do assunto. “Mais do que um intenso período de treinamento profissional, precisa ser um processo humanizado, presente desde o início da graduação”, finaliza a pesquisadora.

Fonte: Revista Unicamp